Sampaio Corrêa 1x2 Flamengo/RJ – Campeonato Brasileiro 1974

Para um time que jogou fora do ritmo, cheio de improvisações, sem reservas e diante de um adversário da categoria do Flamengo, a derrota de 2 a 1 faz justiça ao esforço da equipe boliviana. O Flamengo mandou no primeiro tempo, tirando proveito da falta de melhor entrosamento na meia cancha sampaína, onde Marcos, seriamente contundindo, fazendo apenas número e Nandes completamente perdido.

Aos 5 minutos de jogo o Flamengo já havia andado duas vezes perto do gol. Julinho tentou de fora da área, aos 2 minutos, e Orlando fez a primeira grande defesa botando para escanteio. Em seguida, Vicentinho penetrou pela direita e chutou forte, obrigando Orlando a fazer outra arrojada intervenção. O Flamengo mandava na partida e abriu a contagem aos 14 minutos, com gol de Rondinelli, que aproveitou cobrança de escanteio. O primeiro tempo terminou com a vantagem parcial do quadro carioca, que teve total superioridade nessa etapa. Aos 25 minutos, Geraldo ainda chutou uma bola violenta de fora da área e quase apanha desprevenido o guardião sampaíno. A bola passou rente à baliza direita. O Sampaio, durante todo o primeiro tempo, só criou uma situação de gol, aos 39 minutos, quando a defesa foi envolvida e a bola sobrou para Adelino, que chutou para fora.

Na etapa complementar, Djalma substituiu a Marcos e foi visível a modificação porque passou o time local. Mesmo sem estar no melhor de sua forma física, Djalma passou a jogar mais cadenciado e passou a pressionar. Aos 10 minutos, o gol de empate começou a pintar quando o próprio Djalma chutou contra o travessão como goleiro Renato batido. Marinho passou a subir mais, apoiando e tentar os lançamentos de chuveirinho para Dionísio. A defesa do Flamengo começou a de perturbar. Aos 15 minutos Adelino cabeceou rente ao poste, recebendo um excelente passe de Marinho Aos 20 minutos Dionísio aproveitou uma bola pelo alto cruzada por Ailton e obrigou Renato a jogar para fora. Logo depois, aos 26 minutos, Dionísio conseguiu o gol quando maior era a pressão boliviana. Numa bola trabalhada por Djalma, o atacante recebeu e, mesmo marcado, girou rápido. A bola saiu violenta para bater no poste esquerdo da meta de Renato e entrar no canto oposto. Era o empate que o Sampaio já merecia àquela altura.

O técnico Joubert, sentindo a reação, tentou segurar Djalma tirando Geraldo e lançando Zé Mário, mas sem resultado. Djalma continuou jogando bem e arrumando todo o time sampaíno.

A partida depois do gol de empate voltou a ficar equilibrada. O time do Sampaio, diante do impacto do gol de Dionísio, esfriou e um cochilo da defesa, aos 31 minutos, permitiu o Flamengo garantir o triunfo. Dário recebeu passe de Liminha. Tabelou com Zico e na devolução apareceu com muito oportunismo, atirando sem apelação para Orlando. Depois do segundo gol flamenguista as duas equipes perderam o maior entusiasmo pelo jogo e o Flamengo só fez gastar o tempo. 




FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x2 Flamengo/RJ
Data:
10 de março e 1974
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 155.470,00
Público: 21.897 pagantes
Juiz: Sebastião Rufino/PE
Gols: Rondinelli aos 15 minutos do primeiro tempo; Dionísio aos 25 e Dario aos 31 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Orlando; Marinho, Arizinho, Raimundo e Santos; Nandes e Sérgio Lopes; Adelino, Marcos Boi (Djalma Campos), Dionísio e Ailton. Técnico: Alfredo Gonzalez
Flamengo/RJ: Renato; Rondinelli (Nei), Chiquinho, Luís Carlos e Rodrigues Neto; Liminha e Geraldo (Zé Mário); Vicentinho, Dario, Zico e Julinho. Técnico: Joubert

sábado, 22 de junho de 2024

Goleiro Ubirajara, do Moto Club, em 1974

Belo registro do goleiro Ubirajara no Moto Club em 1974



Moto Club 0x0 Rio Negro/AM – Campeonato Brasileiro 1983

O empate de 0 a 0 entre Moto Club e Rio Negro de Manaus, verificado no dia 06 de fevereiro de 1983 no Castelão, em prosseguimento ao Campeonato Brasileiro de 1983, acabou sendo um justo resultado para o bom futebol apresentado pelas duas equipes, numa partida muito movimentada e que teve lances de perigo para os dois goleiros.

O Moto começou o jogo com Zé Carlos na ponta-esquerda, tentando repetir o mesmo esquema dos compromissos anteriores e com isso perder muito de sua agressividade, o que só foi conseguido após os 20 minutos do segundo tempo, quando o técnico José Eduardo colocou Valdo para trabalhar pelo setor esquerdo. Justamente Valdo foi quem quase marcou o gol da vitória rubro-negra, depois de uma excelente jogada de Newton, que penetrou driblando em diagonal e serviu ao seu companheiro, que foi chegando e chufando violentamente, indo a bola se chocar no travessão com o goleiro Tobias já totalmente batido no lance.

Além desses, outras chances foram desperdiçadas pelo Papão, como aos 22 minutos do período complementar, quando Valdo chutou rasteiro e Tobias largou sem que Paulo Cardoso tivesse tempo de chegar na bola face a ponta intervenção da zaga que chutou para a linha de fundo salvando uma situação perigosa.

A pressão motorizada aumentou de forma esmagadora com a entrada de Valdo e logo em seguida com a de Cabecinha em substituição a Cardoso. Os dois passaram a dar mais trabalho aos zagueiros amazonenses, que a todo instante procuravam simular contusão na tentativa de sair do sufoco. O Rio Negro também teve excelentes oportunidades nos contra-ataques velozes puxado pelo ponteiro Tiquinho e pelo gigante Alcino. Várias vezes Alcino ficou cara a cara com Samuel e não soube aproveitar, inclusive no primeiro tempo, quando aos 38 minutos recebeu em completo impedimento e jogou para fora.

No período final, quando o Moto passou a dominar inteiramente as ações, o Rio Negro passou a explorar bem mais os contra-ataques e quase consegue sair com o triunfo, não fora a boa performance do goleiro Samuel, que por três vezes saiu da meta para salvar nos pés dos amazonenses.

Deu a impressão de que o treinador José Eduardo custou muito a modificar o quadro do Moto, que por jogar em casa e encontrar um time do mesmo nível, tinha a obrigação de tomar a iniciativa dos ataques e não esperar para contra-atacar, como é característico com a presença de Zé Carlos em campo com a camisa 11.

De qualquer foram, embora não tenha sido um excelente resultado, o empate frente ao Rio Negro não pode ser lamentado pelo futebol apresentado pelo quadro visitante, que se manteve à frente do Moto na classificação.





FICHA DO JOGO

Moto Club 0x0 Rio Negro/AM
Local:
Estádio Castelão
Renda: não divulgada
Público: 14.113 pagantes
Juiz: Luís Vieira Vilanova/CE
Bandeirinhas: Renato Rodrigues e Sérgio Faray
Moto Club: Samuel; Cabrera, Irineu, Guaraci e Tião Bahia; Tião, Lutércio e Raimundinho; Newton, Paulo Cardoso (Cabecinha) e Zé Carlos (Valdo). Técnico: Zé Eduardo
Rio Negro/AM: Tobias; Jair, Toninho, Darinta e Tonho; Dalmo, Raulino (Índio)  Berg; Pedrinho (Zé Luís), Alcino e Tiquinho. Técnico: Ivan Gradim

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Marins do Moto Club em 1974

 Belo registro do craque Marins do Moto Club, em 1974



Maranhão 1x5 Guarani/SP – Campeonato Brasileiro 1983

O Maranhão se despediu decepcionantemente da Taça de Prata de 1983 sendo facilmente goleado pelo Guarani de Campinas por 5 a 1 na noite do dia 05 de março de 1983, no Estádio Castelão, resultado que deu ao time paulista a primeira posição do grupo e a consequente classificação para a Taça de Ouro, deixando o Central de Caruaru no segundo lugar com direito a continuar na competição.

A utilização do sistema 4-3-3 pelo MAC fracassou redondamente pela péssima atuação dos jogadores, Tica no meio de campo e de toda a defesa, que sem a devida cobertura dos homens do meio, não conseguiu evitar as penetrações do atacante do Guarani.

Dominando o meio campo e sentindo que o adversário estava encontrando dificuldades para sair jogando, a equipe campineira passou a avançar os seus dos laterais, principalmente Chiquinho pela direita a fim de tramar as jogadas com o bom ponteiro Luís Müller.

O primeiro gol do bugre foi marcado aos 9 minutos através de Luís Müller, que aproveitou um rebote da defesa, chutando violento sem nenhuma possibilidade de defesa para o atordoado Ocimar. Sem encontrar resistência, o Guarani continuou atacando e fez 2 a 0 aos 18 minutos por intermédio de Marcelo num cochilo da defesa depois que Tica perdeu a bola no meio de campo. O terceiro gol chegou 3 minutos depois, num pênalti cobrado duas vezes pelo meio campista Everton, cometido por Timbó em cima de Marcelo.

Aos 31 minutos Marcelo aumentou para 4 a 0, o que provocou a urgente providência do técnico Lula, colocando Riba em lugar de Tica e Tataco no posto de Alcino, alterações feitas com intenção de reforçar o sistema defensivo e tentar alguma coisa no contra-ataque. No período final, o Maranhão diminuiu aos 19 minutos, num lindo gol de Riba, de cabeça, na única jogada bem trabalhada que conseguiu realizar. Aos 45 minutos Val marcou contra ao tentar cortar um cruzamento de Luís Müller.



FICHA DO JOGO

Maranhão 1x5 Guarani/SP
Loca:
Estádio Castelão   
Renda: Cr$ 1.442.400,00
Público: 4.063 pagantes
Juiz: Wilson Carlos dos Santos - RJ
Bandeirinhas: Aloisio Felisberto e Paulo Roberto - RJ
Gols: Luís Müller aos 9, Marcelo aos 18, Everton (pênalti) aos 21 e Marcelo aos 31 minutos do primeiro tempo; Riba aos 19 e Val (contra) aos 45 minutos do segundo tempo
Maranhão: Ocimar, Gallote, Val, Timbó e Mendes; Rosclin, Tica (Riba) e Clécio; Walter, Bacabal e Alcino (Tataco). Técnico: Lula dos Santos
Guarani/SP: Sidney (Wilson), Tiquinho, Gotardo, Júlio César e Zé Mário; Ederson (Toninho), Wilson Tadei e Everton; Luís Müller, Marcelo e Ernani Banana. Técnico: Cláudio Duarte

Ferroviário 0x1 Sampaio Corrêa – Campeonato Maranhense 1979

Com um gol de Cabecinha, que finalmente desencantou, o Sampaio venceu no dia 27 de abril de 1979 ao Ferroviário por 1 a 0 e assumiu a liderança do turno final do Campeonato Maranhense de 1979, com 4 pontos ganhos, mas faltando apenas um compromisso.

O gol que decidiu o espetáculo foi anotado aos 6 minutos da fase final, depois de uma descida de Jorge para o ataque, quando recebeu falta perigosa. Na cobrança, a bola tocou na barreira e sobrou para o centroavante marcar o gol único do espetáculo.

A partida foi corrida, com os dois times procurando a vitória a todo custo e com o Tricolor da Estrada de Ferro desperdiçando duas chances por intermédio de Ney, a primeira cabeceando por cima de dentro da grande área e a oura chutando por cima, na mesma posição anterior.

Depois do gol do triunfo boliviano, o Ferrim subiu para o ataque desordenadamente, mas não conseguiu o empate, face à boa segurança da defensiva sampaína, onde Jorge ganhava quase todos os lances, principalmente os levantados para o pequenino centroavante Jacinto, que se movimentava muito bem.

O Sampaio perdeu logo aos 10 minutos o lateral-esquerdo  Nélio, com distensão, e Ferreira, que o substituiu, não segurou Badu, pois não tinha o apoio de Nilton, um dos piores em campo, em companhia de Prado e Jorge Luís.






FICHA DO JOGO

Ferroviário 0x1 Sampaio Corrêa
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 54.146,00
Público: 2.446 pagantes
Juiz: José Salgado
Bandeirinhas: Gildásio Lélis e Macário da Costa
Gol: Cabecinha aos 6 minutos do segundo tempo
Expulsão: Adeilton, Prado e Dandão
Ferroviário: Cenilson; Jorge (Luizinho), Dandão, Jorge Santos e Fonseca; Riba, Pelé e Nei (Parú); Badú, Jacinto e Paulinho
Sampaio Corrêa: Crésio; Cabrera, Jorge, Paulinho e Nélio (Ferreira); Rosclin e Edésio; Jorge Luís (Cabecinha), Prado, Adeilton e Nilton

quinta-feira, 20 de junho de 2024

A história do Sport Club Luso Brasileiro

O Sport Club Luso Brasileiro foi fundado em 24 de fevereiro de 1917, pelo comerciante português Edgar Figueira. Sua sede ficava na Praça João Lisboa e o campo na Quinta do Monteiro (Rua do Passeio ou Rodrigues Fernandes), ao lado do Hospital Português (onde hoje se encontram vários imóveis e o prédio do SENAC).

Apesar do nome “Luso”, de funcionar ao lado do Hospital Português e do Centro Republicano Português, e de ter sido fundado por um português, o clube não tinha as cores de Portugal, mas sim o azul e o branco (provavelmente em homenagem ao clube português F. C. Porto, fundado em 1893, cujo uniforme era similar, além de um detalhe no escudo).

A agremiação estava fortemente respaldada pela inclusão de antigos associados do Fabril Athletic Club, que tinham feito a opção pelo novo clube.

A primeira diretoria foi assim composta: Presidente: Manoel Antônio Araújo; 1º Secretário: Diamantino Nina de Oliveira; 2º Secretário: Flávio Pereira Tribuzi; Tesoureiro: Albino Augusto Pinto e Diretor de Esportes: Albino Ribeiro de Farias.

A primeira equipe foi formada com Cavalcanti, Barbosa e Flavino; Abílio, Diamantino e Nunes; Miguel, Oliveira, Bizarro, Saraiva e Braga.

A diretoria arrendou junto ao Hospital Português, a antiga Quinta Monteiro, à margem da Rua do Passeio. Feito o campo, a estréia deu-se diante dos marujos do Cruzador brasileiro “Tiradentes”, com o Luso Brasileiro vencendo por 2 x 1.

Logo depois, o Luso passou a reforçar sua equipe, que passou a escalar-se com Tavares (capitão), Guilhon e Santa Maria; J. Rêgo, Napoleão e Bernardo; Lauro, Raul, Monterrey, Jupira e Seltz.

O número de associados cresceu tanto que o clube acabou constituindo duas equipes para as disputas internas: o Saturno e o Júpiter.

Depois do jogo com os marujos, tem-se notícia de uma outra apresentação do “alvi-azul”, quase no final de 1917. Teria acontecido no dia 16 de dezembro, diante do Militar, time do 48º Batalhão de Caçadores. O Luso venceu por 2 x 0.

Com a presença de uma nova força no futebol maranhense, começava a esperança de estruturar-se o futebol do Estado, criando-se uma Liga capaz de congregar os clubes, que já existiam em quantidade regular.

Uma das primeiras tentativas foi a criação da Liga Maranhense de Sports, em 27 de março de 1917, reunião da qual fez parte o Luso Brasileiro.

A festa de inauguração da Liga, marcada para o dia 1º de abril, no F. A. C., seria em benefício dos desabrigados das cheias do rio Itapecuru e se mostrou como um evento grandioso, que contou com jogos entre as nove agremiações fundadoras. O Luso compareceu com a seguinte equipe: Cavalcanti, Barbosa e Flaviano; Abílio, Diamantino e Nunes; Miguel, Oliveira, Bizarro, Saraiva e Braga. No sorteio, coube ao Luso enfrentar o F. A. C., que venceu por 3 x 0.

O Luso cresceu em 1918 e, com isso, nascia a rivalidade com o F. A. C., de Nhozinho Santos. Ninguém ignorava a potencialidade do F. A. C.

A segunda vez que Luso Brasileiro e F. A. C. (que agora já não se chamava mais Fabril e sim Football Athletic Club) jogaram foi a 9 de abril de 1918. Foi uma partida nervosa. No primeiro tempo, o F. A. C. venceu por 2 x 1. No final do clássico, foi assinalada uma penalidade máxima contra o F. A. C., o que acabou por determinar o empate em 2 x 2.

Foram estas as equipes desse encontro histórico: F. A. C. – Medeiros, Martins e Guilhon; Jorge, Cláudio e Domingos; Galas, Zezé, Acir Marques, Carneiro e Joaquim Carvalho. Luso Brasileiro – Tavares, Aldo e Santa Maria; Kenard, J. Rêgo e Diniz; Lauro, Olímpio, Lebre, Jupira e Napoleão.

Naquela época, jogo que terminava empatado era como se não tivesse sido realizado. De pronto ficou acertado novo encontro, a ser realizado em 21 de abril de 1918, desta feita, entretanto, no campo do F. A. C., na Rua Grande. O F. A. C. foi vitorioso por um marcador bastante significativo: 4 x 0.

A nova Liga não vingou e, na reunião em que compareceram os representantes do Luso Brasileiro, Vasco da Gama, Brasil, Anilense e Sam Christovam (tendo o F. A. C. se recusado a participar), decidiu-se por um torneio eliminatório, pela fundação de uma nova Liga e que os clubes filiados não poderiam jogar contra os “não-filiados”. O Fênix entrou em seguida e formou com os cinco clubes supracitados o grupo dos disputantes da “Taça do Comércio”, considerada o primeiro Campeonato Maranhense, vencido pelo Luso Brasileiro, ao bater, na final, o Fênix por 3 x 0, no dia 8 de dezembro de 1918. Estava criado o Campeonato Maranhense, mas a Liga Maranhense de Sports (LMS) só seria estabelecida oficialmente no início de 1919.

Preparando-se para a série de jogos com o Paysandu, de Belém (PA), em janeiro de 1919, o Luso goleou o Fênix (5 x 1) e empatou com o Vasco da Gama. Para melhorar o padrão do seu jogo, chegou a “importar” alguns valores do futebol paraense.

A 18 de janeiro de 1919, chegava a São Luís o Paysandu. Na tarde do mesmo dia da chegada, aconteceu o primeiro jogo Luso Brasileiro x Paysandu. Um enorme público compareceu ao campo da Rua do Passeio. Mas, o Paysandu não deu a menor chance aos maranhenses, vencendo-os por 4 x 0. No dia 20, aconteceu outro jogo entre as mesmas equipes e o placar se repetiu a favor do clube paraense.

A temporada de jogos continuou e a série de insucessos também. No terceiro, nova derrota do Luso, desta vez por 4 x 1. O pior estava por vir. No dia 26 de janeiro, o Luso sofreu o maior revés de todos os tempos. Foi arrasado por 8 x 0. Logo depois, no dia 2 de fevereiro, nova goleada sofrida, por 6 x 1.

Em março de 1919, Luso e FAC resolveram se unir para enfrentar, num jogo-treino, o Sport Club do Recife, que faria escala em São Luís, com destino a Belém. Resultado do jogo: vitória do Sport, por 4 x 2.

No dia 14 de abril de 1919 era anunciada a vinda do Fortaleza, do Ceará, para uma temporada contra o Luso. Os placares revelaram a retumbante superioridade do time maranhense: 6 x 1, 5 x 2, 3 x 3, 1 x 0 e 5 x 0, recebendo muitos troféus pelos feitos.

Em 1919, o que se viu foi um Luso Brasileiro soberano, sem adversários à altura, facilitando o seu bicampeonato. Foram oito vitórias em igual número de jogos. Marcou 43 gols e sofreu apenas dois. Para se ter uma idéia da supremacia “lusa”, os segundos colocados, Vasco da Gama e Fênix, somaram apenas sete pontos ganhos.

Em janeiro de 1920, o América, de Recife, bicampeão pernambucano, também de passagem para Belém, fez escala em São Luís e bateu o Luso num animado jogo-treino, por 4 x 2.

Nesse ano de 1920, o FAC voltou à LMS e, em março desafiou o Luso para um amistoso. No dia 21 de março, o Luso entrou em campo com Dico, Negreiros e Rodolfo; Jupira, Sazão e Santa Rosa; Santana, Dantas, Joãozinho, Rochinha e Carvalho. O FAC, por sua vez, jogou com Paulo, Martins e Souza; Carlito, Saracura e Trajano; Carlos Rêgo, Cantuária, Oliveira, Pau Amarelo e Enéas. O jogo terminou com o placar de 2 x 0 para o FAC.

Após o Torneio Início, que terminou com o FAC em 1º e o Anilense em 2º, as equipes do Luso, Fênix, Paulistano e Cruz Vermelha abandonaram a Liga, alegando não concordarem com multas impostas e/ou resultados de jogos. Essas quatro equipes e mais Cruzeiro, Internacional e Tupan se uniram e fundaram mais uma entidade, a União Desportiva Maranhense (UDM), que fez oposição, durante todo o ano, à LMS, mas que não teve longevidade. O FAC foi o campeão de 1920.

Em agosto daquele ano, o Yole Club, de Belém, fez dois jogos contra o Luso, vencendo por 2 x 1 e perdendo por 4 x 3. Dois meses depois, foi a vez do Ceará Sporting Club, de Fortaleza, fazer sua exibição na capital maranhense, empatando três jogos (2 x 2, 1 x 1 e 0 x 0) e perdendo um (2 x 1), para o Luso.

Mesmo tendo conquistado o título de 1920 e também o do Torneio Início de 1921, mais uma vez o FAC desistiu de disputar o campeonato de 1921. O motivo da saída teria sido a não participação no Torneio Início de Luso, Vasco da Gama, Fênix, Internacional e Colombo. O clima esteve quente em 1921, com toda a diretoria da LMS pedindo demissão. Depois da saída do FAC e do Sam Christovam, além dos desencontros da Liga em relação ao Athenas, Colombo e Paysandu Maranhense, restou à LMS fazer um campeonato bem modesto, com a Série A composta apenas por Luso Brasileiro, Vasco da Gama e Fênix, e a B, por Colombo, Paysandu e Anilense, tendo sido campeões maranhenses de 1921, nas duas respectivas divisões, o Fênix e o Anilense.

Em janeiro de 1921, novamente o Ceará voltou a São Luís para enfrentar o Luso Brasileiro em quatro jogos. Resultado: duas taças para cada lado.

Seis times disputaram o campeonato maranhense de 1922, mais uma vez totalmente dominado pelo Luso Brasileiro, que o conquistou de forma invicta novamente. Nos dez jogos que disputou, venceu oito e empatou dois. Marcou 27 gols e sofreu 11.

O futebol maranhense atravessava períodos de altos e baixos, entre os quais merece destaque o encerramento das atividades futebolísticas do FAC, em 1923, vitimado pela crise que se alastrou na empresa que o mantinha. Sua última participação no campeonato maranhense aconteceu em 24 de novembro de 1923, ao derrotar o Fenix, por 2 x 0. O Luso sagrou-se bicampeão, com o FAC em segundo e o Fenix em terceiro.

Em janeiro de 1923, aconteceu a primeira excursão do Luso Brasileiro, quando foi a Parnaíba (PI), a convite do Internacional local. Entre os dias 12 e 17 de janeiro, perdeu para o Internacional e para o Coroa, ambos por 3 x 1, empatou com o Coroa (1 x 1) e com o Piauí (2 x 2) e venceu o último jogo, contra o Artístico, por 2 x 1. Formou com Dico, Pires e Beleza; Jupira, Carvalho e Elpídio; Venâncio, Santana, Guilhon, Clodomir e Mundiquinho.

No ano seguinte, o futebol maranhense capengava, sobretudo pelos partidarismos ainda latejantes entre os clubes e pelo “sumiço” da Liga.

Nos anos de 1924 e 1925, em campeonatos de curta duração (apenas um turno), o Luso Brasileiro manteve seu título de campeão sem problemas, chegando ao tetracampeonato. Nesses quatro anos de disputa, perdeu apenas dois jogos.

O campeonato de 1926, além de um maior número de participantes (nove), apresentou a estréia daquele que viria a ser o maior conquistador de títulos do campeonato maranhense, o Sampaio Corrêa. Ainda assim, o Luso Brasileiro chegou ao pentacampeonato, com o Sampaio Corrêa na segunda colocação.

O campeão da Bahia, Ypiranga, de Salvador, fez três jogos em São Luís, na última semana de agosto de 1926, um dos quais vencendo o Luso Brasileiro por 3 x 0, no dia 24.

Luso Brasileiro e Sampaio Corrêa foram novamente os protagonistas do campeonato maranhense de 1927, que foi decidido no “tapetão”. Em campo, no dia 18 de março de 1928, o Sampaio Corrêa golearia o Luso Brasileiro, por 4 x 1. Logo depois, perderia os pontos deste jogo e o título por utilizar irregularmente os jogadores Clarindo e Lobinho, que estavam suspensos pela A. M. E. A. Esta entidade, então, proclamou o Luso Brasileiro campeão. Formou o Luso Brasileiro com Dico, Belo e Osvaldo; Ferreira, Tavares e Guanabara; Caboclo, Josaphat, Guará, Zezico e França.

Em 1928, o Luso Brasileiro teve a sua seqüência de títulos quebrada pelo Vasco da Gama. Ficou com o vice-campeonato.

Em agosto de 1928, o Maguari, de Fortaleza, fez uma temporada de quatro jogos em São Luís, um deles o empate em 3 x 3 com o Luso Brasileiro.

Talvez sua torcida não soubesse mas, no dia 1º de janeiro de 1929, ao vencer o Syrio, por 4 x 0, jogo válido pelo campeonato de 1928, o Luso Brasileiro estaria fazendo sua última partida válida pelo campeonato maranhense. Guará, três vezes, e Caboclo, marcaram os gols. O Luso Brasileiro formou com Dico, Gutemberg e Picoli; Formigão, Tavares e Moreirinha; Albérico, Caboclo, Guará, Belo e França.

No dia 13 de agosto de 1929, a equipe do Luso Brasileiro fez a última partida de sua breve, mas gloriosa história, ao vencer o Independência, de Manaus, por 3 x 1. Após a partida, Tarquinio Lopes Filho, Diretor de Esportes do Luso Brasileiro, abraçou cordialmente os jogadores do time vitorioso e, depois de justificar os motivos da deliberação que tomou, comunicou a resolução do Luso em desaparecer das competições esportivas do futebol. Assim, chegava ao fim o maior time de futebol do Maranhão da época.

Com seus oito títulos de campeão, o Luso Brasileiro só é superado pelo “trio de ferro” do futebol maranhense: Sampaio Corrêa, Moto Clube e Maranhão.

Sampaio Corrêa 4x0 Boa Vontade – Campeonato Maranhense 1991

Apesar de ter vencido o fraco time do Boa Vontade no dia 08 de julho de 1991 pelo placar de 4 a 0, o Sampaio Corrêa chegou a ser dominado pelo time do bairro de Fátima até os 30 minutos do primeiro tempo. Com um meio campo onde apenas Wamberto se sobressaia e conseguia superar o meio-campo adversário que apresentava o excelente Diomar, somente a partir daí o Tricolor de São Pantaleão conseguiu acordar e num cruzamento do lateral-direito Tarantine para o meia Wamberto, saiu o primeiro gol. Depois de algumas brincas do técnico Valquírio Barbosa, o time boliviano voltou para o segundo tempo com mais vontade e fechou o placar em 4 a 0.

Mesmo conseguindo manter os jogadores que estariam envolvidos numa negociação como futebol paraense (Zé Carlos, Armando e Paulo César) e o meia Wamberto, o Sampaio Corrêa continuava sem convencer. O elástico placar representou muito mais a fraca atuação do Boa Vontade que propriamente uma superioridade do time boliviano. Continuava sem definição de um esquema de jogo, ora com dois homens no meio-campo, quando Wamberto aparecia na área como atacante e ora com três homens, quando o próprio Wamberto resolvia ajudar seus companheiros na marcação.

Sem qualquer sentido de conjunto, o ponteiro-esquerdo Solon por vezes ficava desligado de um possível plano tático. O jovem atacante, possivelmente atingido com um propalado interesse do Esporte Clube Bahia, chegou a ser ridículo, errando passes inconcebíveis. 


FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 4x0 Boa Vontade
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 484.500,00
Público: 773 pagantes
Juiz: Marcelo Filho
Bandeirinhas: Verandy Pontes e José de Ribamar Carvalho
Gols: Wamberto aos 30 e 38 minutos do primeiro tempo; Bacabal aos 26 e 39 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Juca Baleia; Tarantine, Armando, Paulo César e Laércio; Zé Carlos (Ivanildo), Júlio César e Wamberto (Zé Ricardo); Fuzuca, Bacabal e Solon
Boa Vontade: Flávio; Ivanildo, Marco Antônio, Claiton e Luizinho; Jorge Cabrera, Cleuber e Diomar; Zeca, Careca (Washington) e Ademir (Natanael)

Moto Club 1x0 Maranhão – Campeonato Maranhense 1978

Conseguiu o Moto a reabilitação diante do Maranhão do revés sofrido na rodada anterior, derrotando seu antagonista no dia 12 de abril de 1979 por 1 a 0 e isolando-se até então na liderança do torneio triangular do Campeonato Maranhense (válido pela edição de 1978), que vai apontar um clube com um ponto de bonificação no turno final do campeonato. O Maranhão, com a derrota, ficou eliminado, devendo agora preparar-se para os jogos da fase derradeira. O rubro-negro, com a vitória, ficou na ponta e com o direito de jogar pelo empate no jogo seguinte, diante do Sampaio Corrêa.

O jogo, na primeira etapa, não chegou a agradar tecnicamente, com os times muito presos e com a arbitragem horrível do pernambucano Sebastião Rufino, truncando em demasia a partida e mostrando que tinha vindo para agradar a todos, mantendo o empate. O Maranhão iniciou um pouco melhor, procurando o ataque, pois o empate não lhe serviria, mas pouco a pouco o Moto equilibrou, com um erro, entretanto, dos mais horríveis. Seus jogadores não marcavam os adversários e o meio campo adversário jogava muito solto, levando sempre perigo, pois o combate só era feito quando os atacantes motorizados chegavam dentro da área, o que era até arriscado, devido às proximidades da penalidade máxima.

Na etapa final, o Moto marcou o seu gol logo aos 6 minutos e partiu então para dar combate, não deixando o Maranhão manobrar a bola como na primeira etapa, notando-se então que o Glorioso ainda não era um time de competição. Com um Silvino ruim, sem nada fazer na ponta-esquerda, e pior na ponta-direita, quando deslocado na segunda etapa, o time comandado por Arizona não poderia desejar melhor coisa, pois se desarrumou na etapa final, quando Carlinhos, uma de suas peças mais importantes parou e Stelio, mais uma vez, não chegou a corresponder à expectativa.

Lançado Noel de saída na ponta-direita, ficando Walter e deixando Soeiro no banco, o Bode Gregório tinha mesmo que perder, porque faltou lançamentos de dois ponteiros para os cruzamentos. Com isto, a equipe atacava pelo meio, o que facilitava o trabalho de destruição da defensiva adversária.

O Moto acabou vencendo, mesmo com erros imperdoáveis, como a saída de Luís Paulo para a entrada de Mendes, que na verdade nada fez, ou melhor, fez foi atrapalhar e deixar um zagueiro contrário solto, mais precisamente Oliveira, que se constituía em outra atacante, quando, quem deveria entrar era Tonho Abaeté para descida de Beato a fim de reforçar o trabalho de destruição.

O gol aconteceu aos 6 minutos da etapa final, quando Galego cobrou uma falta, tipo escanteio em miniatura, pelo alto e de voleio, para entrada fulminante de Alberto. De cabeça, para decidir o espetáculo.






 FICHA DO JOGO

Moto Club 1x1 Maranhão
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: não divulgada
Público: 8.970 pagantes
Juiz: Sebastião Rufino/PE
Bandeirinhas: Renato Rodrigues e Sérgio Faray
Gols: Alberto aos 6 minutos do segundo tempo
Moto Club: Caxias; Bassi, Irineu, Clovis e Breno; Tião, Beato e Edmilson Leite; Galego, Luís Paulo (Mendes) e Alberto (Toninho). Técnico: Marçal Tolentino Serra
Maranhão: Marcelino; Oliveira, Tataco, Cleuber e Ferreira; Emerson, Carlinhos (Soeiro) e Stélio; Noé (Riba), Baiano e Silvino. Técnico: Arizona

Moto Club 1x1 Ferroviário – Campeonato Maranhense 1969

Jogando uma partida que não chegou a corresponder a torcida e nem mesmo aos dirigentes e treinador, o Moto Club empatou no domingo, dia 15 de junho de 1969, como Ferroviário por 2 a 2, em prosseguimento ao Campeonato Maranhense de 1969, e por pouco não perdeu o jogo. Os motenses eram os favoritos, mas o Ferroviário chegou a surpreender, movimentando duas vezes o placar e comandando as ações, passando o Moto a fugir da derrota.

No primeiro tempo registrou-se empate em 1 a 1. Ivanildo, que fez uma boa estreia, abriu a contagem para o Ferroviário. Na fase final, o Ferroviário voltou comandando as ações e passou novamente à frente do marcador com gol de Cândido, aos 10 minutos. O Moto fez sair Zezico para entrar João Bala. O rubro-negro conseguiu o empate graças a outra falha de Vivico, que tentou driblar dentro da área e a bola acabou sobrando para João Bala, que na recarga marcou o gol de empate. Com este resultado os dois times asseguraram a liderança e a invencibilidade até então no campeonato.

FICHA DO JOGO

Moto Club 1x1 Ferroviário
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 6.135,00
Público: não divulgado
Juiz: Wilson de Moraes Vanlume
Bandeirinhas: Nacor Arouche e Francisco Sousa
Gols: Ivanildo aos 9 e Amaury aos 38 minutos do primeiro tempo; Cândido aos 10 e João Bala aos 28 minutos do segundo tempo
Moto Club: Campos; Paulo, Alzimar, Ziza e Corrêa; Carlos Alberto e Santana; Zezico (João Bala), Amaury (Pestana), Pelezinho e Ribamar. Técnico: Sávio Ferreira
Ferroviário: Marcial; Heraldo, Vivico, Antônio Carlos e Carrinho; Nélio e Américo; Gimico (Tutinha), Ivanildo (Baldez), Edson e Cândido. Técnico: Geo

Tupan 1x1 Ferroviário – Campeonato Maranhense 1979

Empatando na noite do dia 24 de abril de 1979 com o Ferroviário por 1 a 1, o Tupan assumiu isoladamente a liderança do Campeonato Maranhense de 1979, com 3 pontos ganhos em dois jogos e com grandes possibilidades de lutar pelo título máximo (naquele ano, o Maranhão chegaria ao título de campeão). Debaixo de  forte aguaceiro que caiu desde às 19 horas, o juiz Raimundo Lima deu o campo em condições, em que pese o estado do gramado se encontrar bastante encharcado, mas notando-se que o trabalho de drenagem efetuado na administração do prefeito Haroldo Tavares funciona quase que perfeito, porque em muitas partes do campo o mesmo se encontrava em condições.

Pelo volume de jogo apresentado pela equipe indígena, que é um time que toca bem a bola e faz lançamentos em profundidade para penetração de seus atacantes, fatalmente o Tricolor da Estrada de Ferro perderia o espetáculo porque continua jogando mal e sem convencer a ninguém.

O Ferrim marcou aos 24 minutos do primeiro tempo por intermédio do ponteiro-direito Badu, que vendo a saída em falso da meta de Jaílson, quando a bola parou em uma poça d’água, encobriu-o com um leve toque, No segundo tempo, os comandados de Bezinho jogaram todo na defesa para garantir a vantagem e os comandados de Pedro Duarte foram todo para o ataque, até conseguir o empate aos 33 minutos, por intermédio de Claudionor. Reclamaram os jogadores ferrins um toque que não existiu, quando Jorge Santos, Reginaldo e Paulinho partiram para cima do bandeirinha Lopes da Silva, quase o agredindo, e recebendo o quarto-zagueiro o cartão amarelo. Foram expulsos Naldo e Isaías. A renda foi de Cr$ 1.195,00, com 34 pagantes.





quarta-feira, 19 de junho de 2024

Sampaio Corrêa perde o seletivo para o Campeonato Nacional e 1973 diante do Moto Club

Trecho do livro "Sampaio Corrêa: Uma Paixão dos Maranhenses"

No ano de 1973 o Estado do Piauí ganhou uma vaga na Primeira Divisão do Campeonato Nacional. Uma das primeiras exigências da Confederação Brasileira de Desportos para a participação de clubes do Nordeste era a cota mínima de Cr$ 40.000 para os principais clubes do Sul do país. Sem agremiações maranhenses na elite do futebol nacional, os dirigentes dos clubes sofreram pressões por parte da torcida para que o Estado do Maranhão garantisse algum representante na disputa.

Os dirigentes e desportistas maranhenses, liderados por Nonato Cassas, Nagib Haickel, José Oliveira (Presidente da FMD), Júlio César Abould Nagem, Pereira dos Santos, Carlos Guterres, Djalma Campos e o Prefeito de São Luis, Haroldo Tavares, viajaram no dia 02 de maio de 1973 ao Rio de Janeiro, para tentar resolver o impasse. Na reunião, realizada na sede da CBD e com a presença de João Havelange, confirmou-se a vaga do futebol do Maranhão na competição. Ao desembarcar em São Luis, o prefeito Haroldo Tavares declarou sobre o investimento de Cr$ 1 milhão para a reforma e ampliação do Estádio Municipal Nhozinho Santos.

O Secretário da Fazenda de São Luis, Jaime Santana, informou que o Banco do Estado financiaria a cota mínima de Cr$ 40.000 aos clubes visitantes. Seriam ainda vendidas cadeiras cativas para os jogos do Campeonato Nacional, representando, assim, uma significativa receita para o clube representante do Estado do Maranhão.

Uma resolução que levou o número 04/73 da Federação Maranhense de Desportos foi divulgada e mencionava, entre outras coisas, que o Sampaio Corrêa fora escolhido por apresentar melhores condições que os demais filiados. A decisão teve boa aceitação no meio desportivo.

Ainda sobre a nota, coube aos dirigentes da FMD a organizar uma comissão composta de dois elementos indicados por cada um dos filiados Sampaio Corrêa, Moto Clube, Maranhão Atlético Clube e Ferroviário Esporte Clube, destinada a gerir técnica e financeiramente as atividades do clube durante a sua atuação na referida competição, sob a forma de um protocolo assinado pelos respectivos presidentes dos clubes. Assim, através da resolução emitida pela Federação, ficou decidida a criação de uma comissão para administrar o Sampaio Corrêa, único representante maranhense na competição. Dirigentes de Moto, Maranhão e Ferroviário não aceitaram a composição da junta e fizeram uma carta renúncia à CBD, desistido da vaga destinada ao futebol maranhense. A Confederação Brasileira de Desportos, não aceitando a indicação simples feita pelos dirigentes da FMD, mandou um ofício à Federação Maranhense de Desportos, determinando a realização de uma melhor de três entre Sampaio Corrêa e Moto Clube de São Luis, para ser conhecido o representante do Estado no Brasileiro.

A decisão repercutiu negativamente em toda a cidade. Dirigentes do Maranhão e Ferroviário ficaram insatisfeitos com a atitude, pois não aceitaram a seletiva envolvendo somente Sampaio Corrêa e Moto Clube. Porém, ambos acataram pacificamente a decisão da FMD, colocando, inclusive, o seu plantel à disposição do nosso representante.

A melhor de três jogos foi disputada no mês de maio e, após dois empates sem gols, Sampaio Corrêa e Moto Clube, com um time bem modesto, reforçado com atletas vindos do interior e que só contava com 13 jogadores para essa seletiva, decidiriam a vaga para o Nacional de 1973 através das cobranças de pênaltis no último jogo, realizado no dia 23 de maio. Em comum acordo, o Moto Clube realizaria cinco cobranças de penalidades, seguido pelas cinco do Sampaio Corrêa. Marins, Lins, Marcos e Faísca assinalaram para a equipe do Moto Clube; Sérgio desperdiçou. Nas cobranças do Sampaio Corrêa, Neguinho perdeu a primeira batida da série. Como Gojoba também desperdiçou a segunda cobrança, a disputa de pênaltis acabaria em 4x0 para o Moto Clube, que representou o Maranhão no campeonato Brasileiro de 73. Um fato curioso chamou a atenção, tempos depois: o roupeiro Mariceu contratou um macumbeiro, que ficou ‘batendo tambor’ dentro de uma Kombi, do lado de fora do Estádio Nhozinho Santos. A comemoração no terreiro era mais do que justa.

Tanto a torcida quanto a presidência do Sampaio Corrêa estavam inconformados. Nem tanto pela perda da vaga, mas sim pela incoerente atitude da Federação Maranhense com relação aos três jogos contra o Moto Clube. Segundo eles, o Sampaio Corrêa, que no ano anterior havia conquistado os títulos de campeão Maranhense, do Brasileirinho e do Torneio Pará-Maranhão, era o mais indicado para as disputas na competição em 74.

Ônibus do Sampaio Corrêa em 1983

Belíssimo registro da publicação do jornal O Estado do Maranhão, de 03 de março de 1983, com o ônibus do Sampaio Corrêa. Não há maiores informações sobre o veículo (data da aquisição, proprietário, etc.).



Ferroviário 1x0 Vitória do Mar - Torneio Haroldo Tavares 1974

Com um gol de Japonês, o Ferroviário derrotou o Vitória do Mar na preliminar de Sampaio Corrêa 0x0 Moto Club, dia 14 de abril, pelo Torneio Haroldo Tavares de 1974.

O time do Vitória do Mar exigiu muito do Tricolor da REFFSA e por pouco não conseguiu um resultado melhor, o que por sinal mereceu pela melhor apresentação no primeiro tempo, quando esteve várias vezes por marcar, só não conseguindo pelas excelentes defesas do arqueiro Marcial, que mostrou estar em grande forma. 


FICHA DO JOGO

Ferroviário 1x0 Vitória do Mar
Local:
Estádio Municipal Nhozinho Santos
Juiz: Jamil Gederon
Bandeirinhas: José Salgado e Lercílio Estrela
Renda: não divulgada
Público: 6.966 pagantes
Gol: Japonês
Cartão amarelo: Jorge Santos
Ferroviário: Marcial; Vivico (Miguel), Alzimar, Dias Santos e Carlos Alberto; Santos e Ferreira; Jorge e Barnabé; Senega, Carrinho (Japonês)
Vitória do Mar: Toinho; Reinaldo, Gaspar, Dos Anjos e Carrinho; Severo e Zé Augusto; Antônio, Itamar, Raimundinho (Jorge) e Egui (Zequinha)