O empate de 0 a 0 com o Sampaio, na noite do dia 18 de dezembro de 1994, no Castelão, foi o suficiente para garantir ao Maranhão Atlético Clube o bicampeonato maranhense. O jogo não foi bom, pois o MAC entrou preocupado em administrar a vantagem do empate. O Sampaio, que dominou a fase complementar, não teve forças para vencer e adiar a decisão para uma quarta partida. O árbitro do Samará, Antônio Domingos Macedo expulsou de campo o meia Ica, que ainda tentou agredi-lo. A renda somou a quantia de R$ 4.589,00 para 1.382 pagantes.
Ao final do jogo, a torcida atleticana invadiu o campo para fazer a festa junto com os jogadores, dirigentes e comissão técnica. Esse foi o segundo bicampeonato do MAC e o 11º título conquistado pelo seu time em toda a história. O Sampaio terminou como vice-campeão.
O empate de 0 a 0 com o Sampaio Corrêa, na noite de ontem, no Estádio Castelão, foi o suficiente para conquistar o título de para o Maranhão atlético clube conquistar o título de bicampeão maranhense. O time atleticano entrou em campo para jogar nos erros do adversário e para administrar a vantagem de poder empatar o clássico e fazer a festa do título. Por isso, o jogo não foi dos melhores, já que o Sampaio, embora jogando com muita valentia, não teve forças para furar o bloqueio defensivo dos maqueanos, embora tenha tido uma grande chance, aos 36 minutos, do segundo tempo, quando Piti chutou para fora um presente dado por Oliveira Lima numa cobrança errada de um tiro de meta.
O time atleticano também teve boas oportunidades de fazer, jogando sempre na base dos contra-ataques. Álvaro escapou duas vezes e perdeu o gol. Na primeira, Ronilson fez boa defesa, enquanto que na segunda, já no tempo final, o atacante atleticano atirou para fora.
O Samará de ontem, o terceiro da melhor de quatro pontos, foi o jogo mais fraco dessa decisão. O Maranhão entrou em campo para defender a vantagem do empate, enquanto que o Sampaio nervoso por ter que ganhar a decisão, acabou não fazendo a mesma atuação das partidas anteriores.
Mesmo o jogo não sendo um primor de técnica, pelo fator um decisivo, entretanto, foi uma da catimbada e cheia de muitas faltas, algumas mais violentas, obrigando o árbitro Antônio Domingos Macêdo a se desdobrar para manter foi disciplina do clássico. O juiz forçado a colocar para fora de campo o meia e ainda tentou agredi-lo, após que levar o cartão vermelho, aos 42 minutos, do período final.
No primeiro tempo, o Maranhão, mesmo jogando na base do contra-ataque e muito preocupa do em garantir o empate, foi melhor e esteve mais perto de mar car. O Sampaio, todavia, voltou para o segundo tempo com Clayton em lugar de Evandro. O time boliviano cresceu de produção. O treinador Izoni Carvalho colocou em campo, também, o atacante Piti no posto de Carlinhos, com intenção de aumentar a força ofensiva da equipe. As alterações empurraram o tricolor para frente, mas o time, apesar de ter tido maior volume de jogo na fase complementar, não chegou ao time reduto atleticano.
O Maranhão, preocupado com o resultado, fez mudança na fase final. Zé Roberto entrou na vaga de Dindô, para puxar contra-ataques, e Marlon teve que sair de campo com suspeita de fratura na perna esquerda danças surtiram efeito positivo era não levar gol.
O bicampeonato do Maranhão teve, além do placar de Danilo no jogo final, outra em relação ao ano que passou Em 93, o MAC contratou o técnico José Dutra dos Santos, que foi campeão dirigindo o time na quatro partidas finais. Este ano o treinador, até a penúltima par tida do segundo turno, era o veterano Zé Carlos, que tinha sido campeão do primeiro turno.
A má performance do time no segundo turno forçou a diretoria do Maranhão a contratar um novo técnico, logo após a de rota de 20 para o Moto, quando o título do returno já estava perdido. O escolhido para substitui Zé Carlos foi o pernambucano Luciano Sabino, que assumiu time e logo na sua estreia goleou o Sampaio por 6 a 1, dando a nítida impressão de que a providência tinha dado certo.
Luciano Sabino, um pernambucano, que já tinha sido campeão pelo Náutico, dirigiu o Maranhão em quatro partidas, todas contra o Sampaio Corrêa, Ganhou duas e empatou duas. Não perdeu nenhuma. Sob seu comando, o MAC fez 7 gols e sofreu apenas 1. Seu saldo positivo é de 2 vitórias e 6 gols.
Junto com Luciano Sabino o Maranhão contratou o zagueiro Lúcio Surubim, que acertou a defesa do time. O jogador foi muito importante no título pela experiência e liderança que impôs dentro de campo.
O ano de 1994 entra para a história do Maranhão Atlético Clube como uma temporada altamente positiva. O time do Parque Valério Monteiro, com a conquista do bicampeonato, no empate de 0 a 0 com o Sampaio, no último domingo, repetiu o que já tinha sido feito pela equipe de juniores do "Glorioso", que, também, tinha conquistado o bicampeonato da categoria, depois de uma expressiva vitória de 5 a 2 sobre o Tupan, no jogo decisivo.
Com o título dos profissionais, o MAC, que ano passado tinha quebrado um jejum de treze anos, também acabou definitivamente com o tabu de não ser campeão em ano ímpar, já que o único campeonato conquistado, dos onze ganhos pelo MAC, em ano com terminação ímpar, foi o bicampeonato de 70.
Por coincidência, o resultado do jogo que deu o bicampeão ao Maranhão, também foi de 0 a 0, o mesmo placar registrado ano passado quando da tumultuada final com o Imperatriz. Em 93, o Maranhão jogando pelo empate, soube administrar a vantagem, mas o jogo foi encerrado faltando dois minutos para o tempo normal, porque o Imperatriz aproveitou a invasão de campo dos torcedores para sair do gramado. O título só foi confirmado com Tribunal de Justiça Desportiva.
Este ano, na final com o Sampaio, o Maranhão soube novamente administrar a vantagem do empate. O placar de 0 a 0 lhe garantiu o importante bicampeonato.
O MAC conquistou a vantagem de jogar pelo empate ao vencer o Sampaio por 1 a 0, gol de Jackson, na última sexta-feira. Na melhor de quatro pontos, o Sampaio entrou podendo empatar quatro partidas e já tinha conseguido empatar a primeira, terça-feira passada, de 0 a 0.
Com a vitória e com o empate do primeiro jogo, o Maranhão tinha 3 pontos ganhos e o Sampaio apenas 1 ponto. Com o empate de domingo que passou, o Maranhão somou 4 pontos ganhos e o Sampaio 2 pontos positivos.
O Maranhão conquistou o bi- campeonato jogando dentro do regulamento, o que é uma demonstração de que o título foi muito mais projetado fora do que dentro de campo. Os méritos são muito mais dos dirigentes do que propriamente do time. Comparando a campanha feita pelo MAC, em relação a Sampaio e Moto, os outros dois grandes, fica muito claro que a diretoria trabalhou em cima das regras do jogo, ou seja, foi para o pódio se utilizando dos atalhos permitidos pelo que o regulamento da competição permitia. No geral, o bicampeão fez uma campanha inferior ao Sampaio, que foi o vice-campeão, e principalmente ao Moto, que, de longe, teve um aproveitamento fantástico, mas ficou apenas em terceiro lugar sem ganhar sequer um dos turnos.
O MAC terminou o campeonato com um total de 23 pontos ganhos em 40 pontos disputados, o que quer dizer que perdeu 17 pontos. Fez 29 gols e sofreu 17, ficando com um saldo positivo de 12 gols. Esses números são inferiores aos conseguidos pelo Sam- paio, que terminou com 24 pontos em 40 pontos disputados (perdeu 16 pontos). Fez 33 gols e sofreu 20, ficando com um saldo de 13. O Sampaio, dessa forma, ganhou 1 ponto a mais que o MAC, no geral, marcou 4 gols a mais que o "Glorioso", sofreu 3 a mais que o rival e terminou com um saldo positivo de 1 gol a mais.
O mais incrível e absurdo, porém, fica por conta da campanha do Moto, que foi apenas e tão-somente o terceiro colocado. O Moto, mesmo com três jogos a menos que o Maranhão e Sampaio, ainda assim, foi o time de melhor campanha, disparadamente. O Moto ganhou 27 dos 34 pontos que disputou. Isso representa 4 pontos a mais que o MAC, que foi o campeão, e 3 pontos a mais que o Sampaio, que foi o vice- campeão. O Moto fez 35 gols e sofreu 13, ficando com um fantástico saldo de 13 gols a favor.
Foram 6 gols a menos que o MAC e7a menos que o Sampaio. Mesmo jogando três partidas a menos, o Moto teve 12 vitórias, três a mais que o Maranhão e três a mais que o Sampaio. O Papão perdeu apenas 2 partidas, justamente as duas que não podia perder (uma para o MAC e outra para o Sampaio, ambas de 4 a 2). Enquanto o Моto perdeu só duas, o Maranhão perdeu 6 e o Sampaio foi derrotado 5 vezes. Mais uma vez, pelo visto, prevaleceu aquela velha frase: no futebol, nem sempre ganha o melhor, mas o que foi mais inteligente.
O Maranhão, na verdade, não tem culpa das disparidades dessa "pérola" que foi o regulamento do campeonato. Ao contrário, o quadro atleticano tem mais é que ser exaltado pelo fato de ter se adequado à letra fria da lei para ganhar o título em cima do que estava escrito, do que estava sendo disputado. Aí, nesse ponto, é que a direção do club trabalhou com os pés no chão Perdeu quando podia perder. Teve frieza para se reforçar e ganha quando precisava vencer para se o campeão, ou melhor, o grande bicampeão. Parabéns aos maqueanos pelo título e, sobretudo pela inteligência.
Dos onze jogadores titulares , que começaram a partida de domingo, oito são maranhenses, o que confirma a tradição de que o Maranhão só ganha título quando tem a maioria de jogadores considerados pratas de casa.
Da formação que entrou em campo, apenas Lúcio Surubim, Álvaro e Dindô não são maranhenses. Os outros oito jogadores nasceram em nosso Estado: Raimundão (Codó), Marcos (de São Luís), Oliveira Lima (da baixada), Carlinhos (de Codó), Reginaldo (de Bacabal, de Anajatuba), Marlon (de São Luís), César (de Pinheiro), Jackson (de Codó). Depois entraram, Zé Roberto, há dez anos radicado em nosso futebol, e Léo, de Pernambuco.
Além dos oito maranhenses utilizados ontem, o MAC contou ao longo do campeonato com Chita, Henrique e Gilson, também, maranhenses, entre outros.
A retomada da política da valorização da prata de casa aconteceu, há dois anos, quando o jovem França Dias assumiu a presidência do clube em lugar de Olímpio Guimarães, que, mais uma vez, renunciou ao comando atleticano. França, apoiado integralmente pelo presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Mendes, que nos últimos anos tem sido o principal responsável pela manutenção do clube, voltou a adotar a política do time caseiro acreditando no sucesso da rapaziada feita em casa.
Nem todos os jogadores titulares do MAC, entretanto, foram feitos no Parque Valério Monteiro, através de suas divisões de base. A maioria veio do interior do Estado, embora tenha sido no Maranhão que ganharam oportunidade e projeção.
A decisão de formar um time caseiro deu certo logo no primeiro ano, porque a base de 92 foi mantida para a conquista do campeonato de 93, o que não ocorria desde 79, quando o Maranhão tinha sido campeão pela última vez.
Quebrado o jejum de treze anos, o Maranhão tomou o gostinho de ser campeão e papou o bi- campeonato em 94 jogando com o regulamento na mão.
O começo foi difícil para o MAC. O time emprestou quase todos os seus campeões para outras equipes brasileiras. Jackson foi para o Mogi-Mirim-SP, César e Marcos para O Paissandu-PA, Carlinhos, Raimundão e Reginaldo para o Foraleza-CE. Esses empréstimos comprometeram a formação do time, pois o que restou para iniciar o campeonato quase coloca o título fora, tanto que na primeira fase do primeiro turno, o Maranhão não passou de um saco-de-pancada não conseguiu ganhar um clássico sequer.
Com o retorno dos emprestados, o MAC recuperou a confiança que estava abalada. Os primeiros a voltar foram Raimundão, Carlinhos e Reginaldo, que o Fortaleza não teve dinheiro para comprar. Jackson, também, foi devolvido pelo Mogi Mirim, mas se machucou e ficou mais de um mês parado. Os últimos a retornar foram César e Marcos, que chegaram apenas para as finais.
Com o time refeito, o Maranhão ganhou o primeiro turno, título que acomodou a equipe, que teve mais momentos do segundo turno. Na melhor de quatro pontos, novamente, a equipe cresceu e bastou uma vitória, nas três partidas que fez com o Sampaio, para assegurar o almejado bicampeonato.
FICHA DO JOGO
Maranhão 0x0 Sampaio Corrêa
Local: Estádio Castelão
Renda: R$ 4.589,00
Público: 1.382 pagantes
Juiz: Antônio Macedo
Bandeirinhas: José Ribamar P. Campos e Simas Jr.
Cartão vermelho: Ica
Maranhão: Raimundão, Marcos, Carlinhos, Oliveira Lima e Reginaldo; Lúcio Surubim, Álvaro e Marlon (Léo); Jackson, César e Dindô (Zé Roberto). Treinador: Luciano Sabino
Sampaio Corrêa: Ronilson, Carlinhos (Piti), Ragner, Paulo César e Filho; Evandro (Kleiton), Ica e Baíca; Mael, Valdo e Robertinho. Treinador: Izone Carvalho