domingo, 27 de julho de 2025

Nacor Arouche, o árbitro das mil e uma noites

Matéria publicada em 15 de março de 1986, do jornal O Estado do Maranhão:

Nacor Benedito Arouche é realmente um árbitro que nasceu para ser estrela, não importa qual a maneira de alcançar o estrelato, mas ninguém pode negar esta tendência natural, que acompanha o apitador desde o início de sua carreira, aos 17 anos.

Há alguns anos, Nacor Arouche passou uma semana morando junto com os índios na Amazônia, depois de ter apitado jogos da Copa Amazônia, no Acre. Este foi um dos fatos pitorescos da sua vida.

Para marcar sua presença, Nacor Arouche já expulsou, durante um amistoso, todo o time do Paysandu de Belém, logo no início de partida, acabando com o jogo que estava sendo disputado contra o Moto.

Nacor, também, marcou presença numa apresentação do Clube Atlético Mineiro, frente ao Moto, quando expulsou sete atleticanos, terminando com o espetáculo.

O apitador também acabou com um jogo do Vasco, no Castelão, expulsando três vascaínos, e dando um show particular.

No Maracanã, como não poderia deixar de acontecer, apitando um jogo do Botafogo pela Copa Brasil, expulsou o goleiro Paulo Sérgio, pelo fato do mesmo estar rindo e em repórter, além de muitos gestos poucos atraentes. Nacor já deu a volta por cima ao assumir a responsabilidade por seus erros mais pitorescos, como a anulação de três gols do Maranhão, (todos eles legais), por amarrar a chuteira no momento impróprio, num impedimento claro de Mateus e que resultou no gol boliviano e na vitória contra o Moto.

O que parecia faltar a Nacor Benedito Arouche, um juiz de mil e uma bravas, terminou por acontecer – na noite da última quarta-feira “marcar um gol e mudar o panorama de uma partida”.

Isto aconteceu entre Maranhão 1 x 1 Tupan, com Nacor empatando o jogo para o “Bode Gregório”.

Com este gol, Nacor se igualou aos juízes artilheiros: José de Assis Aragão, que empatou para o Palmeiras o clássico contra o Santos; Francisco de Assis Furtado (o famoso Chiclete) num jogo Calouros do Ar 2 x 2 Ceará, com o time do Ceará sendo beneficiado com o gol do juiz; Manoel Amaro de Lima, que anotou o gol do Santa Cruz no empate de 1 x 1 contra o Náutico.

Mas o que falta mesmo na Nacor Arouche, ao que nos parece, apenas um fato: agredir a um jogador de futebol. Pois até mesmo isto aconteceu num jogo intermunicipal, quando recebeu um pontapé do zagueiro da Seleção de Pão de Lumiar. Salve Nacor! o árbitro de mil e uma noites!

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