
Texto extraído do jornal O Estado o Maranhão, de 24 de abril de 2000
O Graça Aranha Esporte Clube fez várias gerações vivenciarem momentos marcantes no esporte maranhense. No começo foi formada uma equipe de futebol de campo para competir no amador. As várias conquistas importantes levaram o GAEC ao campeonato da primeira divisão de profissionais. Paralelamente foram criados os departamentos de futebol de salão, basquete masculino e feminino e corrida rústica. Por trás de todo o sucesso da agremiação estava um presidente que soube administrar, colocando acima de tudo a valorização do atleta da terra. Um homem abençoado por Deus e fadado ao sucesso: Albino Viana Travincas.
Ele não esteve na primeira formação de dirigentes do GAEC. Aliás, nem sabe ao certo a data de fundação do clube, que era mais uma pretensão de aproximar atletas e dirigentes, que queriam ocupar seus tempos livres de forma saudável. Aqui em São Luís nenhum fundador conseguiu lembrar com exatidão o momento do nascimento desse que foi um dos maiores e mais organizados times da capital maranhense. Conseguimos apurar que o GAEC foi fundado em 1952 pelos irmãos Andrade. A primeira sede foi na Rua Graça Aranha, no centro, na casa de Manoel Preto. O primeiro presidente, Manoel Andrade, também era atleta e fundador. Os uniformes oficiais reuniam as cores branco, preto e vermelho.
No final de 1954 Manoel Andrade foi morar no Rio de Janeiro deixando vago o cargo de presidente do clube. Joaquim Casanovas, que era centroavante e membro da diretoria do GAEC, já conhecia Albino Travincas, um atleticano fervoroso e amante incondicional do futebol. Convidou-o para assumir o cargo deixado por Manoel Andrade. Iniciou-se assim a marcante administração desse homem, que até hoje é exaltado por muitos.
“Seu” Albino, como era chamado pelos atletas e membros da diretoria do GAEC, logo que assumiu promoveu uma grande renovação. Para ele, mais importante do que ser bom jogador era ser bom caráter, no campo e fora dele. Selecionou literalmente o elenco.
Nessa época Albino Travincas já era gerente da Ótica Lux, que havia sido fundada por José Almeida Couto na Rua Grande, principal rua do comércio da capital maranhense. Pertencia à maçonaria, ao centro espírita maranhense e gozava de excelentes amizades, principalmente na classe médica. “Graças a Deus e aos amigos, eu conseguia assistência médica e odontológica aos atletas do GAEC. Também padronizamos os uniformes. Cada atleta recebia uma sacola com chuteira, sunga, toalha e todo material necessário à higiene pessoal”.
Nessa época passaram a nos apelidar de milionários, porque aparentávamos ser mais ricos que alguns clubes profissionais.
A demonstração de organização não era maior que o rigor com que dirigia o GAEC. Um amigo de Albino Travincas conta uma passagem que retrata bem isso. Certa vez, assim que terminou um jogo, Reizinho, um grande talento do clube, foi direto para o chuveiro com equipamento e chuteira. Quando “seu” Albino viu a cena, chamou o roupeiro Balalaica, mandou recolher o material de Reizinho e o dispensou do elenco. Ao ser indagado sobre esse fato ele não se dur que com algumas vezes teve que tomar atitudes enérgicas para preservar o espírito de responsabilidade dos atletas e o nome do clube.
A moralidade do presidente, aliada à técnica dos atletas, levou o GAEC a grandes conquistas.
Goleiros: José Augusto Trovão Lamar e Dilson Guabirú.
Linha: Garrincha, Ceará, José Alberto Trovão Lamar, os irmãos Cury, Lucas e Nonato Baldez, Lobato, Celso Coutinho, Lima Filho, Ignácio, Zuza, Joaquim Casanovas, Jaime Carvalho, Jaime Gomes, Baiano, Sabará, Lima Bentivi, Waldecy, Leônidas Amorim, Antônio Bento Cantanhede Farias, os irmãos Assis Vieira e Cachorro Lord, Arnaldo Sekeff, Pinheiro e Haroldo Nogueira Cruz.
Técnicos: Assis Vieira, Cachorro Lord e Clóvis Viana.
Presidentes: Manoel Andrade, Luís Augusto Rego, Carlos Verry e Jorge Moraes Rego.
Paralelo ao futebol de campo, Albino Travincas criou e incentivou os departamentos amadores. O futebol de salão contou com atletas do nível de Arnaldo, Lima Filho, Marinho, Canhoteiro, Wallace, professor Castro, Mariano, Pavão, Azolline, Caito, Pula Pula, João Sá — hoje conhecido nacionalmente como o cantor evangélico Cláudio Fontana, Luís Portela, Walber e Vavé.
Basquete masculino: Dilson Guabirú, Poeta, Itapary, Aziz Tajra, Marinho, os irmãos Mauro e Miguel Fecury, José Augusto e José Alberto Trovão Lamar.
Basquete feminino: Atletas do Colégio São Vicente de Paula, do bairro João Paulo.
Corrida rústica: Reinaldo Pinto Camanho (representou o Maranhão na Corrida de São Silvestre).
O GAEC foi a grande referência do esporte amador por décadas.
No futebol profissional, a maior tristeza foi logo após a conquista do título do torneio início de 1962, quando Albino Travincas deixou o clube por desilusões que preferiu não comentar.
Albino Viana Travincas nasceu em 1º de novembro de 1924. Filho de pai português, morou no bairro do Diamante até os 14 anos de idade. Com 14 foi estivador na Praça da Praia Grande. Trocou a estiva por uma farmácia onde trabalhou até os 24 anos. Depois, foi para a Rua Grande. Trabalhou lá durante 10 anos, na Farmácia Garrido. Com 34 anos de idade, assumiu a gerência da Ótica Lux, onde trabalha até hoje com os antigos funcionários da firma.
Nas horas de folga, dedica-se à família e aos amigos. Gosta de música. Toca violão e canta. Está associado à Associação Comercial do Maranhão e à Sociedade Maranhense de Amigos do Livro. Mora no bairro do São Francisco. São 81 anos de vida. Uma dádiva de Deus.
O Graça Aranha Esporte Clube fez várias gerações vivenciarem momentos marcantes no esporte maranhense. No começo foi formada uma equipe de futebol de campo para competir no amador. As várias conquistas importantes levaram o GAEC ao campeonato da primeira divisão de profissionais. Paralelamente foram criados os departamentos de futebol de salão, basquete masculino e feminino e corrida rústica. Por trás de todo o sucesso da agremiação estava um presidente que soube administrar, colocando acima de tudo a valorização do atleta da terra. Um homem abençoado por Deus e fadado ao sucesso: Albino Viana Travincas.
Ele não esteve na primeira formação de dirigentes do GAEC. Aliás, nem sabe ao certo a data de fundação do clube, que era mais uma pretensão de aproximar atletas e dirigentes, que queriam ocupar seus tempos livres de forma saudável. Aqui em São Luís nenhum fundador conseguiu lembrar com exatidão o momento do nascimento desse que foi um dos maiores e mais organizados times da capital maranhense. Conseguimos apurar que o GAEC foi fundado em 1952 pelos irmãos Andrade. A primeira sede foi na Rua Graça Aranha, no centro, na casa de Manoel Preto. O primeiro presidente, Manoel Andrade, também era atleta e fundador. Os uniformes oficiais reuniam as cores branco, preto e vermelho.
No final de 1954 Manoel Andrade foi morar no Rio de Janeiro deixando vago o cargo de presidente do clube. Joaquim Casanovas, que era centroavante e membro da diretoria do GAEC, já conhecia Albino Travincas, um atleticano fervoroso e amante incondicional do futebol. Convidou-o para assumir o cargo deixado por Manoel Andrade. Iniciou-se assim a marcante administração desse homem, que até hoje é exaltado por muitos.
“Seu” Albino, como era chamado pelos atletas e membros da diretoria do GAEC, logo que assumiu promoveu uma grande renovação. Para ele, mais importante do que ser bom jogador era ser bom caráter, no campo e fora dele. Selecionou literalmente o elenco.
Nessa época Albino Travincas já era gerente da Ótica Lux, que havia sido fundada por José Almeida Couto na Rua Grande, principal rua do comércio da capital maranhense. Pertencia à maçonaria, ao centro espírita maranhense e gozava de excelentes amizades, principalmente na classe médica. “Graças a Deus e aos amigos, eu conseguia assistência médica e odontológica aos atletas do GAEC. Também padronizamos os uniformes. Cada atleta recebia uma sacola com chuteira, sunga, toalha e todo material necessário à higiene pessoal”.
Nessa época passaram a nos apelidar de milionários, porque aparentávamos ser mais ricos que alguns clubes profissionais.
A demonstração de organização não era maior que o rigor com que dirigia o GAEC. Um amigo de Albino Travincas conta uma passagem que retrata bem isso. Certa vez, assim que terminou um jogo, Reizinho, um grande talento do clube, foi direto para o chuveiro com equipamento e chuteira. Quando “seu” Albino viu a cena, chamou o roupeiro Balalaica, mandou recolher o material de Reizinho e o dispensou do elenco. Ao ser indagado sobre esse fato ele não se dur que com algumas vezes teve que tomar atitudes enérgicas para preservar o espírito de responsabilidade dos atletas e o nome do clube.
A moralidade do presidente, aliada à técnica dos atletas, levou o GAEC a grandes conquistas.
Goleiros: José Augusto Trovão Lamar e Dilson Guabirú.
Linha: Garrincha, Ceará, José Alberto Trovão Lamar, os irmãos Cury, Lucas e Nonato Baldez, Lobato, Celso Coutinho, Lima Filho, Ignácio, Zuza, Joaquim Casanovas, Jaime Carvalho, Jaime Gomes, Baiano, Sabará, Lima Bentivi, Waldecy, Leônidas Amorim, Antônio Bento Cantanhede Farias, os irmãos Assis Vieira e Cachorro Lord, Arnaldo Sekeff, Pinheiro e Haroldo Nogueira Cruz.
Técnicos: Assis Vieira, Cachorro Lord e Clóvis Viana.
Presidentes: Manoel Andrade, Luís Augusto Rego, Carlos Verry e Jorge Moraes Rego.
Paralelo ao futebol de campo, Albino Travincas criou e incentivou os departamentos amadores. O futebol de salão contou com atletas do nível de Arnaldo, Lima Filho, Marinho, Canhoteiro, Wallace, professor Castro, Mariano, Pavão, Azolline, Caito, Pula Pula, João Sá — hoje conhecido nacionalmente como o cantor evangélico Cláudio Fontana, Luís Portela, Walber e Vavé.
Basquete masculino: Dilson Guabirú, Poeta, Itapary, Aziz Tajra, Marinho, os irmãos Mauro e Miguel Fecury, José Augusto e José Alberto Trovão Lamar.
Basquete feminino: Atletas do Colégio São Vicente de Paula, do bairro João Paulo.
Corrida rústica: Reinaldo Pinto Camanho (representou o Maranhão na Corrida de São Silvestre).
O GAEC foi a grande referência do esporte amador por décadas.
No futebol profissional, a maior tristeza foi logo após a conquista do título do torneio início de 1962, quando Albino Travincas deixou o clube por desilusões que preferiu não comentar.
Albino Viana Travincas nasceu em 1º de novembro de 1924. Filho de pai português, morou no bairro do Diamante até os 14 anos de idade. Com 14 foi estivador na Praça da Praia Grande. Trocou a estiva por uma farmácia onde trabalhou até os 24 anos. Depois, foi para a Rua Grande. Trabalhou lá durante 10 anos, na Farmácia Garrido. Com 34 anos de idade, assumiu a gerência da Ótica Lux, onde trabalha até hoje com os antigos funcionários da firma.
Nas horas de folga, dedica-se à família e aos amigos. Gosta de música. Toca violão e canta. Está associado à Associação Comercial do Maranhão e à Sociedade Maranhense de Amigos do Livro. Mora no bairro do São Francisco. São 81 anos de vida. Uma dádiva de Deus.
.............
Vem ai o livro ALMANAQUE DO FUTEBOL MARANHENSE ANTIGO: PEQUENAS HISTÓRIAS VOLUME 2,
publicação do professor Hugo José Saraiva Ribeiro, um apanhado de 94
novas passagens curiosas que aconteceram dentro e fora dos nossos
gramados. Clique AQUI para saber mais sobre o novo livro, que será lançado no segundo semestre pela Livro Rápido Editora e tem patrocínio da Max Vetor, Tempero Caseiro e Sol a Sol (Energia Renovável).
Nenhum comentário:
Postar um comentário