domingo, 14 de maio de 2023

Sampaio Corrêa a um passo do título de 1976

 Jogando um futebol rápido, objetivo e tecnicamente bom e mais ainda dominando territorialmente o adversário durante boa parte do jogo, o Sampaio venceu com indiscutíveis méritos ao MAC por 3 a 0.

O placard elástico e construído com inteligência refletiu perfeitamente a maior categoria tricolor sob todos os aspectos. No global, a partida agradou ao bom público presente ao Estádio apresentando lances sensacionais e especialmente por parte do time do Sampaio que estava numa tarde iluminada e com um ataque arrasador e insinuante.

Em momento algum o ataque maqueano marcou presença e a rigor só uma jogada de Murtosa ao chutar uma bola de fora da área chegou a assustar o goleiro Clésio, aos 22 minutos do primeiro tempo. Afora isso, nada mais fez de positivo a linha de frente quadricolor que se revelou, mais uma vez, desorganizada, apática e sem inspiração.

Também o meio campo do MAC esteve irreconhecível e nem mesmo as modificações introduzidas no segundo tempo conseguiram modificar o panorama deste importante setor maqueano. A sua defesa esteve numa tarde e pedaço da noite, sem qualquer equilíbrio - técnico e emocional – e este estado de coisas obrigou o treinador Marçal a fazer uma nova experiência, tirando Lambau e recuando Tataco, o que na prática não surtou efeito, pois os esforços se tornaram em vão e até mesmo o entusiasmo de alguns jogadores não bastou para evitar a debacle que se fez inevitável.

UM SAMPAIO HOMOGÊNEO – sem dúvida a vitória sampaína não aconteceu à toa porque as suas linhas se entenderam muito bem e com um futebol harmônico e solidário conseguiu envolver por completo a onzena maqueana que se tornou impotente para impedir o completo domínio boliviano. A prova disso é que a defesa sampaína se deu ao luxo de esnobar com jogadas clássicas sem que houvesse qualquer reação do inimigo. O meio campo fez um primeiro tempo primoroso e exuberante e repetiu a dose na etapa de complemento.

Até mesmo as peças destoantes da primeira fase – Zé Alberto, Ramos e Paim – se integraram totalmente no segundo tempo. Foi uma das melhores exibições do Sampaio em todo o campeonato, credenciando-o a enfrentar o Ferroviário nas finais com grandes condições de chegar ao triunfo, que entretanto será muito difícil, em razão da categoria do adversário.

COMPORTAMENTO INDIVIDUAL – no Sampaio quase todos atuaram bem, mas logicamente alguns estiveram em plano superior. Clésio na meta voltou a demonstrar que está em boa forma realizando boas defesas, apesar da impotência do ataque maqueano, foi traído uma só vez pelo terreno e esteve bem. Zé Alberto começou nervoso e fez um primeiro tempo discreto, mas subiu imensamente de produção na etapa complementar. Paulinho se constituiu na maior figura da defesa com uma notável capacidade de recuperação.

Ao seu lado, Sérgio foi um complemento perfeito usando toda a sua experiência nos momentos mais difíceis e Ferreira, na lateral esquerda, jogou o bastante para não comprometer o time e chegando até a fazer jogadas de vulto descendo em apoio ao seu ataque. O meio campo esteve inspiradíssimo com Eliézer. Tupan e Ferraz no mesmo plano e até mesmo Bolinha que entrou nos minutos finais esteve bem.

Ramos teve uma atuação discreta, talvez sacrificado pela função que teve que desempenhar, não repetindo as suas melhores atuações, quase sempre vitoriosas. Cabecinha foi sensacional no comando, não apenas pelos gols que marcou, mas também pela presença constante e inteligente na grande área adversária. Na ponta esquerda, Paim produziu pouco, mas o batente para levar seus companheiros a atuarem bem, foi outro que não repetiu as suas grandes atuações, sem, contudo, comprometer e Durval que entrou no lugar de Cabecinha, marcou presença pelo espírito de luta e quase marca o quarto gol.


O MAC FOI ASSIM – Santos na meta fez o que pode, mas não conseguiu evitar a derrota. Fez defesas excelentes no início do jogo e foi talvez o destaque do time. Roberto não se revelou um grande marcador e apareceu apenas quando o Sampaio permitiu que o MAC atacasse. Lambau na zaga central foi mais uma vez sacrificado e foi substituído por Tataco, que também não se houve bem na posição. Emidio, muito valente e chegando a ser viril em algumas jogadas, foi vítima do desespero, chegando a perder a cabeça e atingindo sem a bola a Cabecinha e Paim. Nabé, valente e só isso, na lateral esquerda. Tataco, Murtosa e Lousada foi um meio campo sem talento e criatividade, tento sido envolvido pelo meio campo adversário. Depois entrou Álvaro e não modificou o panorama. Neco esteve sofrível na ponta direita e depois Murtosa na posição pouco melhorou o ataque. Riba, que entrou no segundo tempo, lutou muito, mas esteve infeliz nas conclusões, Joãozinho discreto e Léo na ponta esquerda pouco fez para marcar presença.


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