Informações colhidas em várias publicações de jornais da época (janeiro de 1978).
Foram definitivamente iniciadas no dia 30 de janeiro de 1978 as obras de ampliação do Estádio Municipal Nhozinho Santos. O prefeito Ivar Saldanha, acompanhado do engenheiro do DMER, do presidente da FMD, Olímpio Guimarães, do diretor da Coliseu, Antônio Vaz, acompanhou o início dos trabalhos com o acesso das máquinas, que começaram a trabalhar na construção das fundações e na demolição da antiga rampa do setor da Vila Passos.
O prefeito Ivar Saldanha disse na ocasião que se sentia satisfeito em poder dar essa contribuição aos desportistas. Ressaltou que inicialmente as obras serão feitas com recursos próprios do município, mas se houver alguma dificuldade, “recorreremos ao governo do Estado, que por certo não negará também sua contribuição”. O dr. Olímpio Guimarães ressaltou o alto significado dos trabalhos para o maior desenvolvimento do nosso futebol.
Os trabalhos devem ser concluídos dentro de sessenta dias e ser]ao realizados sob orientação da Coliseu e DMER e colaboração da CEEBLA, firma responsável pelo projeto que prevê a ampliação de mais oito mil novos lances, que substituirão a antiga rampa, sanitários, bares e uma sala onde funcionará o serviço de segurança do estádio.
Ontem (30/08) para o início dos trabalhos, algumas caçambas tiveram que entrar no gramado de jogo, o que de forma causaram alguns estragos na grama, que no momento estava sendo aparada. A administração tomou medidas para evitar ao máximo o acesso de caminhões ao campo de jogo, que severa estar pronto para a reabertura logo no domingo seguinte ao carnaval.
Durante os sessenta dias necessários para o desenvolvimento dos trabalhos, serão interditados os dois setores das rampas.
Os serviços de ampliação do Nhozinho Santos custarão cerca de Cr$ 8 milhões, dos quais Cr$ 3 milhões estão liberados. O dr. Olímpio Guimarães, dentro de mais alguns dias, vai propor à prefeitura a assinatura de um novo convênio, disciplinando o funcionamento do Nhozinho Santos quando da realização de jogos. O convênio firmado anteriormente já revê seu prazo vencido e alguns detalhes precisam ser melhor definidos e enquadrado nos novos moldes da administração da prefeitura e da FMD.
Até março de 1978, prosseguiram os trabalhos dos engenheiros da SEEBLA e das firmas construtoras das novas arquibancadas do Nhozinho Santos para acabamento das obras.
No final de março, estava sendo terminado o serviço de concretagem e ao mesmo tempo prosseguiram os exames de laboratório que darão aos engenheiros possibilidades de fornecerem um laudo técnico sobre a capacidade e utilização das arquibancadas para o jogo de reinauguração do estádio. Além disso, dois novos lances serão submetidos a rigorosos testes de resistência, com a colocação de sacos de areis pesando o que corresponderia ao peso superior ao número de espectadores previsto para cada setor. Após o encerramento destes testes e de todo ser cuidadosamente avaliado é que os engenheiros darão a palavra final sobre a liberação ou não das novas arquibancadas.
Já é certo que não terá condições de uso na rodada de reabertura os dois últimos blocos (um de cada lado) concretados nas últimas 24 horas e que ainda permanecem com escoramento e sem tempo suficiente até mesmo para os testes, pois não venceu o tempo previsto para “cura” do concreto. Assim, só deverão ser liberados cerca de um terço das novas arquibancadas.
O presidente Olímpio Guimarães, cercando-se todas as precauções, deixou os engenheiros à vontade e admitiu até a possibilidade de não inaugurar as novas arquibancadas se eles não acharem convenientes. Uma vez liberadas, as arquibancadas poderão ser utilizadas pelos torcedores sem o menor risco, pois haverá absoluta segurança.
Já estava resolvido que serão colocados à venda no domingo 8mil ingressos para a geral, 7mil arquibancadas e 860 cadeiras numeradas. A quantidade dos ingressos para os novos lances atrás dos dois gols dependerá do laudo técnico a ser fornecido até próximo da partida.
Deve ser concluída definitivamente a concretagem das novas arquibancadas do Estádio Nhozinho Santos. Nem a FMD e a administração de praças de esportes sabiam informar se os novos lances de arquibancadas seriam ou não liberados pelos engenheiros para o clássico de domingo, 02 de abril de 1978, entre Sampaio e Moto Club, pela abertura do Campeonato Nacional. Uma equipe de engenheiros chegou no dia 27 de março para fazer um levantamento técnico e dar uma palavra definitiva. Admite-se que cerca de um terço dos novos lances não serão liberados simplesmente por medida de precaução. O presidente da FMD espera o laudo técnico da SEEBLA para se decidir quando ao número de ingressos para a partida que marcará a inauguração dos melhoramentos do estádio e a abertura do campeonato em São Luís.
Os operários iniciaram no dia 29 de março os trabalhos de acabamento e limpeza da área construída, mas até o domingo algumas bilheterias ainda funcionarão em caráter precário. O acesso do torcedor será feito normalmente pelos novos portões monumentais, cuja construção está bastante adiantada. O canteiro de obras também permanecerá tomando toda a praça Catulo da Paixão Cearense, o que dificultará o movimento dos torcedores e aumentará os problemas de estacionamento.
A lotação do estádio, se toda a parte for concluída, será de aproximadamente 29.860 espectadores. Os ingressos serão confeccionados no SIOGE de acordo com convênio firmado entre a FMD e aquela empresa.
Sucessivas reuniões foram realizadas no estádio entre engenheiros, funcionários e dirigentes da FMD, assessores do prefeito Ivar Saldanha e os responsáveis pelo policiamento, a fim de ficar organizado o programa de reabertura do Nhozinho Santos. O Cel. Assis Vieira esteve no estádio acompanhado do Tenente Assis, chefe do policiamento, do diretor da Coliseu, Antônio Vaz dos Santos, do secretário de finanças do município, Dejard Martins, e do administrador Vicente Fernandes. Observaram atentamente todos os detalhes e concluíram pela necessidade de se recuperar parte do alambrado e aumentar a parte que fica atrás dos dois gols, bem como construir uma proteção junto aos bancos de reservas. Essas medidas foram solicitadas pelo Cel. Assis Vieira, preocupado com a possibilidade de o torcedor invadir o campo ou atirar pedras ou outros objetos face à vulnerabilidade no alambrado.
O policiamento será organizado de modo a dar total garantia ao juiz e aos torcedores, mas até perto do jogo o Cel. Assis Vieira não podia precisar quantos homens serão utilizados. De posse da planta do estádio, ele está elaborando com o tenente Assis todo o esquema que funcionará no domingo, 02 de abril.
O administrador Vicente Fernandes, também preocupado com a insegurança do alambrado, ficou sabendo que a Coliseu vai mandar recuperar tudo. Ele pediu também que as firmas construtoras tratem da limpeza completa da área para evitar que os torcedores encontrem com facilidade pedras nas arquibancadas. O Cel. Assis Vieira disse que por medida de segurança só será permitido no estádio rigorosamente o número de torcedores liberado pelos técnicos. O policiamento externo auxiliará o torcedor ao acesso ao estádio e tratará da segurança dos bilheteiros em virtude das bilheterias ainda improvisadas não oferecerem boas condições de trabalho. Todo o esquema de policiamento, funcionamento do estádio, distribuição de portões, bilheterias, venda de ingressos, etc., será elaborado até a véspera do jogo para ampla divulgação. A federação não se decidiu ainda se proibirá ou não a venda de cerveja no estádio, esperando o regulamento do campeonato, que seve ser enviado pela CBD para saber qual a recomendação ditada pela entidade.
Sobre a partida de reinauguração, realizada na tarde do dia 02 de abril de 1978, o Moto Club venceu o Sampaio Corrêa por 2 a 0, com dois gols de Paulo César, diante de exatos 14.227 pagantes. O Moto do treinador Raulino Medeiros venceu com Mauro; Paulinho, Gaspar, Vivico e Lúcio; Tião, Toninho (Oliveira) e Edmilson Leite; Caio, Paulo César (Amorim) e Alberto; o Sampaio Corrêa do treinador Pedrinho Rodrigues perdeu com Marcelino; Bernardino (Armando), Cabrera, Raimundo e Ferreira; Rosclin, Dadá (Armando) e Elieser; Fernando, Cabecinha e Alexandre (Bimbinha). A arbitragem ficou a cargo do potiguar Afrânio Messias, auxiliado por Renato Rodrigues e Nacor Arouche.
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