
Matéria extraída do jornal O Estado do Maranhão, de 22 de maio de 2000
Vico saiu do Apicum, e passou por várias equipes amadoras de São Luís e acabou se firmando como atleta profissional no Sampaio Corrêa e no Vitória do Mar. Uma contusão interrompeu uma carreira que poderia ter transformado a vida desse taxista que há 20 anos despacha diariamente da Praça João Lisboa, no Centro da capital maranhense.
Defendendo seu time de coração, o Sampaio Corrêa, jogava como um vencedor. O torcedor e os companheiros de equipe confiavam plenamente nele. Porque ele era um homem de respeito e que era um zagueiro valente e leal.
O futebol é o mais natural dos esportes coletivos. Com pouco tempo de vida, a criança, ao manter contato com a bola, demonstra se gosta e se comove com o assunto. E também a própria pode influenciar a criança a gostar de futebol. Esse foi o caso do garoto Vico que aprendeu a amar o futebol “dentro da família”: o pai, tio (Arildo) o irmão (Evilásio), que jogavam levando-o a ver jogos de bairro. Arildo era ponta esquerda nos clubes amadores e nos rachas de fim de semana.
Vico nasceu no Apicum, em frente à casa onde nasceu e morava, na Rua do Outeiro - Centro de São Luís. Na verdade ele não levava jeito para jogar. A força de vontade fez com que se tornasse zagueiro. E mais fácil de encarar frente o falto de habilidade. Com o tempo foi se aperfeiçoando, o que acabou dando resultado. Se lhe faltava técnica, apurava sobravam determinação, vigor físico e disposição de luta. E foi de um alto de coragem de todo tamanho família, o Sampaio Corrêa.
Com 13/14 anos de idade, Vico se juntava à Decadente, no bairro do Apicum, onde jogavam Neninho, Biné (já falecido), Roque, Ronaldão (já falecido) e o próprio Vico - apelidado de magro. Jogava como centroavante e atuava com Nêgo Luiz e Tichico - todos compunham a linha do Apicum Velho. O Apicum era muito conhecido e respeitado no bairro. Um time de verdade. Muito forte, cheio de “feras”. Saía dos seus domínios e ganhava os jogos de forma tranquila. Tinha muita disposição e garra.
Depois, jogou na Vila Luizão, no Cruzeiro do Anil, para depois chegar ao bairro da Camboa. No bairro da Camboa participou da fundação do time do Treze, com outros atletas. Jogava no time do Cruzeiro do Anil quando foi descoberto por um olheiro e levado para o Sampaio Corrêa. Nessa época, atuava como meia-direita e estava disputando um amistoso. Chamou a atenção pela boa atuação e logo depois foi integrado à equipe do Sampaio, em 1961 e lá ficou até 1965. E já estava vestindo a camisa do novo clube na categoria aspirante. Saía às ruas com o uniforme do Sampaio e dizia: “Era maravilhoso”, relembra.
Ao lado de Djalma Campos, Carlos Alberto, Cadinho, Quincas, Piri, Nivaldo, Pompeu Preto, Rôxo e outros craques, Vico foi tri campeão estadual da categoria aspirante. Ele lembra que jogava como lateral-direito e o Municipal só parou de usar os juvenis porque os aspirantes estavam em ação. “Nós jogávamos e o pessoal do time inteiro. Era muito bom. Lembro-me bem que na época o Sampaio fervorosa, que dava muito força ao time do Sampaio aspirante. Após os treinos nós passamos na casa das alunas do Maristas e nos conheciam. Quando ganhávamos os jogos, os moças davam ‘bichos’, gratificações”.
E a efetivação como profissional do Sampaio Corrêa se deu em 1966, com lateral Jair Raposo e o time formava com Zé Raimundo, Wilfredo Carlos, Sabará, Bonarate, Carlos Alberto, Nivaldo, e por aí foi até o campeonato de 1964/65.
Ainda em 1965, Antônio Bento Cantanhede Farias, Diretor do Sampaio, vendeu o jogador para o time do Ferroviário/CE. O time fez dois jogos em São Luís contra Ceará e Piauí com o time misto, mas Vico nem chegou a embarcar. Não houve acerto com o Ferroviário e ele retornou para o Sampaio Corrêa. Em 1966 foi emprestado para o Vitória do Mar. Vico estava vestindo os anos 66/67/68. Só deu Moto Clube no estadual. Em 69 o Sampaio Corrêa fechou sua participação com a maior “balanço” e a recontratação de ex-atletas e profissionais. Jogou por mais três anos no profissional, indo depois para o Vitória do Mar com Carlos Macieira. Fez tratamento e muita fisioterapia. Mas quando tentava retornar ao joelho inchava e a cabeça se achava vetada. A coisa foi feia. Vico viu sua carreira ameaçada.
Em 1970, ainda com bastante esperança, resolveu com a diretoria, sabendo do dilema do time, popular nos amistosos, ir para o interior. Assim foi durante um ano. Em 1971 resolveu submeter-se a cirurgia com o dr. Cascais de Lima. Foi um sucesso. Só que não teve o retorno.
Vico logo se articulou e passou no concurso público e está há 20 anos como taxista na Praça João Lisboa.
Hoje, é um homem aposentado como jogador e vive dos passageiros. “Não foi falta de profissionalismo. Eu não era indisciplinado. Infelizmente não deu”.
Vico saiu do Apicum, e passou por várias equipes amadoras de São Luís e acabou se firmando como atleta profissional no Sampaio Corrêa e no Vitória do Mar. Uma contusão interrompeu uma carreira que poderia ter transformado a vida desse taxista que há 20 anos despacha diariamente da Praça João Lisboa, no Centro da capital maranhense.
Defendendo seu time de coração, o Sampaio Corrêa, jogava como um vencedor. O torcedor e os companheiros de equipe confiavam plenamente nele. Porque ele era um homem de respeito e que era um zagueiro valente e leal.
O futebol é o mais natural dos esportes coletivos. Com pouco tempo de vida, a criança, ao manter contato com a bola, demonstra se gosta e se comove com o assunto. E também a própria pode influenciar a criança a gostar de futebol. Esse foi o caso do garoto Vico que aprendeu a amar o futebol “dentro da família”: o pai, tio (Arildo) o irmão (Evilásio), que jogavam levando-o a ver jogos de bairro. Arildo era ponta esquerda nos clubes amadores e nos rachas de fim de semana.
Vico nasceu no Apicum, em frente à casa onde nasceu e morava, na Rua do Outeiro - Centro de São Luís. Na verdade ele não levava jeito para jogar. A força de vontade fez com que se tornasse zagueiro. E mais fácil de encarar frente o falto de habilidade. Com o tempo foi se aperfeiçoando, o que acabou dando resultado. Se lhe faltava técnica, apurava sobravam determinação, vigor físico e disposição de luta. E foi de um alto de coragem de todo tamanho família, o Sampaio Corrêa.
Com 13/14 anos de idade, Vico se juntava à Decadente, no bairro do Apicum, onde jogavam Neninho, Biné (já falecido), Roque, Ronaldão (já falecido) e o próprio Vico - apelidado de magro. Jogava como centroavante e atuava com Nêgo Luiz e Tichico - todos compunham a linha do Apicum Velho. O Apicum era muito conhecido e respeitado no bairro. Um time de verdade. Muito forte, cheio de “feras”. Saía dos seus domínios e ganhava os jogos de forma tranquila. Tinha muita disposição e garra.
Depois, jogou na Vila Luizão, no Cruzeiro do Anil, para depois chegar ao bairro da Camboa. No bairro da Camboa participou da fundação do time do Treze, com outros atletas. Jogava no time do Cruzeiro do Anil quando foi descoberto por um olheiro e levado para o Sampaio Corrêa. Nessa época, atuava como meia-direita e estava disputando um amistoso. Chamou a atenção pela boa atuação e logo depois foi integrado à equipe do Sampaio, em 1961 e lá ficou até 1965. E já estava vestindo a camisa do novo clube na categoria aspirante. Saía às ruas com o uniforme do Sampaio e dizia: “Era maravilhoso”, relembra.
Ao lado de Djalma Campos, Carlos Alberto, Cadinho, Quincas, Piri, Nivaldo, Pompeu Preto, Rôxo e outros craques, Vico foi tri campeão estadual da categoria aspirante. Ele lembra que jogava como lateral-direito e o Municipal só parou de usar os juvenis porque os aspirantes estavam em ação. “Nós jogávamos e o pessoal do time inteiro. Era muito bom. Lembro-me bem que na época o Sampaio fervorosa, que dava muito força ao time do Sampaio aspirante. Após os treinos nós passamos na casa das alunas do Maristas e nos conheciam. Quando ganhávamos os jogos, os moças davam ‘bichos’, gratificações”.
E a efetivação como profissional do Sampaio Corrêa se deu em 1966, com lateral Jair Raposo e o time formava com Zé Raimundo, Wilfredo Carlos, Sabará, Bonarate, Carlos Alberto, Nivaldo, e por aí foi até o campeonato de 1964/65.
Ainda em 1965, Antônio Bento Cantanhede Farias, Diretor do Sampaio, vendeu o jogador para o time do Ferroviário/CE. O time fez dois jogos em São Luís contra Ceará e Piauí com o time misto, mas Vico nem chegou a embarcar. Não houve acerto com o Ferroviário e ele retornou para o Sampaio Corrêa. Em 1966 foi emprestado para o Vitória do Mar. Vico estava vestindo os anos 66/67/68. Só deu Moto Clube no estadual. Em 69 o Sampaio Corrêa fechou sua participação com a maior “balanço” e a recontratação de ex-atletas e profissionais. Jogou por mais três anos no profissional, indo depois para o Vitória do Mar com Carlos Macieira. Fez tratamento e muita fisioterapia. Mas quando tentava retornar ao joelho inchava e a cabeça se achava vetada. A coisa foi feia. Vico viu sua carreira ameaçada.
Em 1970, ainda com bastante esperança, resolveu com a diretoria, sabendo do dilema do time, popular nos amistosos, ir para o interior. Assim foi durante um ano. Em 1971 resolveu submeter-se a cirurgia com o dr. Cascais de Lima. Foi um sucesso. Só que não teve o retorno.
Vico logo se articulou e passou no concurso público e está há 20 anos como taxista na Praça João Lisboa.
Hoje, é um homem aposentado como jogador e vive dos passageiros. “Não foi falta de profissionalismo. Eu não era indisciplinado. Infelizmente não deu”.
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