sábado, 19 de julho de 2025

Moto Club 5x1 São José - Campeonato Maranhense 1975

Relato da rodada dupla, disputada no dia 21 de abril de 1975

Numa partida em que o adversário ofereceu pouca resistência o Moto não encontrou dificuldades e marcou 5 a 1 diante do São José que mostrou que não progrediu em conteúdo, com uns simples participantes que não conseguiram nem tocando bem a bola imprimir um ritmo veloz como se exige num jogo oficial.

O ritmo veloz começou com um verdadeiro bombardeio contra a retaguarda azulina. Aos 7 minutos Paraíba fez boa jogada e serviu a Coelho que empurrou a bola para as redes. Estava aberto o marcador e o placar ainda era pequeno. Durante este tempo o São José só conseguiu chutar uma bola contra o gol do Moto. Na etapa final o técnico Oswaldo tirou Gímico e lançou Barnabé melhorando um pouco o setor de meio de campo mas o Moto logo de saída fez o terceiro gol com Paraíba e Coelho marcou o quarto aos 5 minutos. Com 2 vantagem de 4 a 0 os motenses perderam o interesse pela partida passando a se distrair com o tempo. Aníbal (contra) gol de rebote escorou de cabeça na esquerda e lançou Neguinho que concluiu. Foi o único gol do São José marcado por Silva aos 10 minutos aproveitando um rebote concedido por Gojoba. Quando o São José diminuía o Moto forçou mais um pouco e aos 41 minutos chegou ao quinto gol por intermédio de Paraíba encerrando a contagem. O adversário não serviu para testar o time do Moto nesta nova fase de treinamento e campanha rubro-negra. Em algumas oportunidades no segundo tempo a defesa motense ainda cometeu falhas que só podem ser atribuídas à falta de maior empenho pelo placar já definido naquela altura mas que não serão perdoadas num jogo mais sério como o de domingo vindouro contra o MAC. Arbitragem fácil de Francisco Souza.

O Moto Club goleou com Dé (Nethinho), Carlinhos (França), Neguinho, Irineu e Milton; Gojoba e Luiz Augusto; Lima, Paraíba, Serginho e Coelho. O São José perdeu com Marcos, Tião Ziza, Luiz (Albino) e Luizinho; Ivanildo, Aurino; Almir, Gímico (Barnabé), Silva e Moreira.

Na partida preliminar o Ferroviário não encontrou dificuldades em marcar 2 a 0 sobre o Vitória. O Mar foi de C. Alberto aos dez e Sanega aos vinte minutos do primeiro tempo. O Vitória apresentou uma equipe bem melhor do que no campeonato passado mostrando que pode fazer uma campanha regular.

O Ferroviário ainda perdeu um pênalti mas fez o que Vitor Alemar cobrou para defesa de Reginaldo. Vitor e Marcos estrearam no Ferroviário como lateral e atacante. Arbitragem regular de Roberval Viegas. Arrecadação Cr$ 8.356,00 com 750 pagantes.

O Ferroviário jogou com Marcial, Vitor Alzimar, Vivico e Selmo; Gojoba, Neinho e Izaias — Sanega, C. Alberto (Pedro), Marcos (Caminhão) e Tenente. O Vitória do Mar jogou com Reginaldo, Edmilson, Malícia, Vileta e Assis — Roscin, Zeca; Antônio, Caetano (Sampaio), Ariosto (Ribeiro) e Liminha.


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Bacabal 2x1 São José - Campeonato Maranhense 1975

O Bacabal E. Clube fez uma boa estreia na Primeira Divisão derrotando no domingo, 18 de maio de 1975, ao time do São José (nenhuma vitória ainda este ano) por 2 a 1 em partida travada no Estádio José Correa que foi assistida, por 1.500 espectadores pagando ingresso para uma renda de Cr$ 10.315,00. Armando praticamente à última hora com jogadores cedidos pelos clubes da capital azulina mandou bem com superioridade embora demonstrasse muitas falhas no conjunto e poucos valores de destaque individual. O São José além de não ter uma boa equipe encontrou muita dificuldade em impor seu ritmo de jogo no campo completamente alagado em virtude das fortes chuvas. Para alguns jogadores do São José o juiz não deveria ter dado o campo em condições. No sábado choveu bastante e na manhã do domingo até ao meio dia.

É de se ressaltar o interesse dos diretores da Liga e do prefeito Municipal que tudo fizeram para melhorar as condições do campo improvisando de todas as maneiras, condições para enxugar o gramado recorrendo até à abertura de enormes valas do meio do campo até às laterais para escoamento. Com isso conseguiram tirar um pouco de água mas, o campo continuou muito pesado e quase impraticável, prejudicando bastante o andamento da partida que não chegou a agradar ao bom público que foi ao Estádio. A renda de Cr$ 10.315,00 foi prejudicada pelo mau tempo e os diretores da Liga acreditam que poderão arrecadar mais de vinte mil no próximo domingo quando o Sampaio se apresentar naquela cidade. Os desportistas locais estão bastante motivados e a expectativa aumenta ainda mais depois da vitória na estreia considerada muito importante para uma boa campanha da equipe e melhores arrecadações. O índice disciplinar foi muito bom não havendo nenhuma anormalidade. A parte técnica e disciplinar foi muito boa não havendo nenhuma anormalidade. A partida assistida por grande número de jornalistas da capital e diretores da FMD.

Da arrecadação foram deduzidos Cr$ 2.830,00 para despesas e o rateio acusou um saldo líquido ao São José de Cr$ 3.368,25 e para o clube local de Cr$ 4.116,75.






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Moto Club 1x0 Ferroviário - Campeonato Maranhense 1975

O Ferroviário não ofereceu a resistência que se esperava no clássico da noite do dia 16 de abril de 1975 e o Moto mandou no jogo, teve uma vitória tranquila por 1 a 0, placar que não traduz a superioridade do esquadrão rubro-negro. O Moto começou mandando na partida e logo aos primeiros 15 minutos levava mais de três gols de vantagem sobre o tricolor. O Ferroviário conseguiu equilibrar o jogo apenas no final do duelo do meio campo onde Izaias jogou muito bem. O Moto terminou o primeiro tempo já vencendo por 1x0 e se tivesse feito mais dois gols ninguém estranharia.

O gol do Moto foi um verdadeiro golaço. Lima ganhou de dois adversários na corrida pela linha de fundo pela direita e cruzou para Paraíba que vinha acompanhando o lance e chutou forte da entrada da área no canto baixo de Marcial que nada pode fazer. A jogada que resultou no gol havia sido desenhada em duas oportunidades anteriores quando Paraíba e Coelho finalizaram mal.

No segundo tempo o Ferroviário que já estava mal voltou pior. Tentou a pressão mas não conseguiu organizar o jogo em função ainda mais de produção. O Moto atacava sempre perigosamente aproveitando os lançamentos longos de Quiçá e Lima e a velocidade de Lima e Coelho que perdeu em mínima dois gols feitos. Aos 20 minutos quando Vivico falhou o ponteiro rubro-negro chutou em cima do goleiro Marcial e aos 35 minutos esteve cara a cara novamente cara a cara com o goleiro e chutou lentamente para fora. O Moto impôs seu melhor futebol ao adversário dominando amplamente a partida até 20 minutos do famoso final. O Ferroviário tirou Gaspar que falhou constantemente trocando o meio da área com Selmo e Carrinho entrando para a lateral esquerda mas sem resultado.

O adversário sem conjunto e sem penetração foi presinha fácil. Izaias, foi o único que pode fazer. O Moto deitou e rolou até o último instante garantindo uma vitória incontestável.

Dé manteve sua meta invicta há oito jogos e Moga garantiu a liderança ao lado do Maranhão com igual número de pontos.

A renda somou Cr$ 17.606,00. O Moto Club jogou com Dé, Carlinhos, Zé Luiz, Lineu e Milson; Gojoba e Luz Augusto; Lima, Paraíba, (Nestor) Serginho e Coelho. O Ferroviário atuou com Marcial, Freire, Gaspar (Selmo), Vivico e Seimo (Carrinho); Jorge Santos e Izaias; (Irismar); Salviano, Pedro, Nivaldo e Castro.


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Euzébio, ponte determinado

 Uma das formações do Maranhão bicampeão em 1969/70. Em pé: Baezinho, Da Silva, Clécio, Sansão e Elias. Agachados: Patrocínio (massagista), Euzébio, Holken, Antônio Carlos, Hamilton e Yomar
 
Matéria do jornal O Estado do Maranhão, de 01 de março de 1999

Humilde, determinado, bom de bola, assim era o garoto Peba que nasceu no bairro do Anil em São Luís/MA e, já adulto, atendendo pelo seu nome, Euzébio, se consagrou como um dos maiores atacantes do futebol maranhense. Começou no futebol no time do bairro e nunca se enricou. Ganhou fama no Maranhão Atlético Clube e também se bi campeão estadual e no Moto quando disputou o Campeonato Brasileiro de 1972. Euzébio viria a ser seguido pelas peripécias que fez em campo.

Peba desde pequeno desejava ser jogador profissional de futebol. Depois de bater bolas entre pedras no Anil, foi descoberto pelo técnico Jorge Vieira, da JEC Futebol Clube, um dos principais clubes de bairro da cidade e foi um dos seus melhores pontas do segundo quadro.

Naquela época, o segundo quadro era como os juniores. Diferente dos atuais jogadores da escolinha, Peba guiava sua vida com honestidade, simplicidade e sonhos. A família não era rica, mas Euzébio nunca se deixou abater com isso. A mãe trabalhava muito e o pai era pedreiro.

Depois de se destacar num campeonato do Nascente, Peba foi levado ao Moto Clube pelo José Euzébio (Holó) e depois Zezico — pai do Oliveirard, que hoje joga no futebol italiano.
“Quando fui para o Moto não gostei do que vi. O ambiente não era dos melhores e não tinha nem material para os jogadores treinarem. Desisti de cara. Agradeci ao técnico e não fui mais lá”, relembra.

A vida continuou no bairro do Anil. Peba começou a se destacar cada vez mais no Nascente como ponta direita e centroavante. “Sabia que seria um lateral apenas um quebrador de bola e era apenas uma questão de tempo para alguém me ver”, conta Euzébio que por essa época se destacou no futebol do Anil jogando ao lado de seu irmão Zé Luis.

Nascente já era um nome conhecido e até os coleadores do JEC foram jogar no clube. Foi lá que ele apareceu. Em 1967 levou o Nascente para disputar o campeonato amador da cidade e se destacou. No mesmo ano, foi campeão pelo MAC, levando o time ao título.

Foi no título de 67 que o MAC foi pagar o passe de Peba ao Nascente com uma partida no Estádio Giordano Mochel, e a família “Jogou por 10 mil cruzeiros para mim. Joguei o primeiro tempo no MAC ao lado de Nabor, Luiz Carlos, Vanique, Neguinho, Carlinho Wilson, Barão e companhia. Vencemos por 3 x 2 e fiquei no MAC ganhando cem cruzeiros”.

Nascente e embaxadores não pagavam taxas, mas quem jogava ganhava dois por mês. Foi com o maca que ele começou.

Estreando no MAC como ponta direita por ser rápido, habilidoso, corajoso, precisa nas cruzamentos e gols de cabeça. Peba passou a ser chamado de Euzébio, um nome que viria a marcar sua trajetória. “Foi o Dr. Raul Guterres — diretor do MAC — que me disse para mudar de nome. Eu joguei um amistoso contra o Moto de 1966 na Inglaterra, o nome deu sorte. Depois da vitória, foi só alegria. Meus companheiros passaram a saber que meu nome verdadeiro era José Euzébio Fróes. Brincaram muito, mas a partir daí eu deixei de ser Euzébio e passei a ser conhecido como Euzébio.

Jogando no Parque Bom Menor era só alegria. O treinador Jorge Vieira ficou impressionado com sua movimentação e chute. Ele não tinha marcação, bola dividida, bola cruzada e era corajoso. “Uma vez levei uma canelada na hora em que chutava a bola e quase saiu meu dedão. Eu não senti dor. Queria era marcar o gol”, conta. “Fui para lá, treinei, sem ganhar nada por três dias. Mas a diretoria me deu 100 cruzeiros pela posição”.

O Maranhão Atlético foi campeão estadual em 1969. Valdeci, Coelho e Alencar estavam sendo vendidos para clubes do Ceará e o clube ficou desfalcado de seus maiores ídolos. A diretoria teve de se mexer e buscar jogadores da base e também contratou atletas do futebol amador, entre eles o próprio Euzébio. No Parque Valério Monteiro, eles se reuniram e, na decisão de 1970, conquistaram o Bi campeonato estadual com o time base formado por: Da Silva no gol; Beazinho, Clécio, Euzébio, Holken, Antônio Carlos, Hamilton e Dario.

Em 1971 o nome não foi muito bom para o MAC. Em 72, Euzébio foi emprestado para o Sampaio Corrêa, que disputava o Campeonato Brasileiro e foi tricampeão estadual.

Em 1973, voltou ao MAC e ficou pouco tempo, pois foi logo para o Moto, onde ficou até 1974. Jogou de ponta direita e centroavante.

Na sua estreia, jogou o clássico com o Sampaio Corrêa e perdeu por 1 x 0.

Jogou também pelo Bode Gregório. Uma das formações atleticanas dessa época (com Da Silva no gol; Beazinho, Clécio, Zé Luís e Holken; Elias, Euzébio, Holken, Antônio Carlos, Hamilton e Dario).

No Moto ele teve pouco tempo de jogar e logo foi emprestado ao Sampaio Corrêa. Não se sentia à vontade com os dirigentes e com os salários baixos. Depois de alguns jogos, se transferiu para o MAC novamente. Jogou de 1976 a 1978.

No Sampaio Corrêa, jogou ao lado de bons jogadores como Neguinho, Léo, Madeira, Celso, Róbson e Valdeci.

Com a ida de Euzébio para o Sampaio Corrêa, o clube maranhense disputou o campeonato nacional e jogou no Morumbi, Mineirão, Arruda, Fonte Nova e Maracanã.

Euzébio, Riba, Revaldo e Dario. “Um bom time. Só que nem sempre o Sampaio Corrêa nos deram um trato de qualidade”, lembra.

Naquela época, Euzébio ganhava no futebol era aplicado em educação dos filhos e na sua sobrevivência. Em 1975 fez prova no vestibular de Matemática da Universidade Federal do Maranhão e começou a pensar em parar com o futebol profissional. No ano seguinte, voltou a jogar no Sampaio Corrêa, mas não jogou no tricolor.

Aos 27 anos de idade, não tinha as mesmas determinações e já não era o mesmo de 1970.

Euzébio decidiu parar e estudar. Se especializou em cursos de contabilidade e voltou a estudar com os estudos técnicos.

Em 1978, Euzébio sofreu uma contusão no joelho e ficou afastado das quadras. Degostou da vida e foi viver com a família no estado de São Paulo. Por lá ficou alguns anos, mas voltou para São Luís por causa da saudade. “Fiquei no Anil, fui morar em uma pensão e depois me mudei para o São Cristóvão”.

Trabalhou como taxista e depois como educador. Foi professor de matemática e técnico de informática.

Atualmente, Euzébio mora na Alemanha com a esposa, onde os dois vivem tranquilos. O ex-atleta ainda escreve poesias e pretende lançar um livro com suas lembranças.

“Eu sou feliz. Vivi o que sonhei. Fui jogador de futebol, estudei e hoje moro na Alemanha com minha companheira. Fui feliz em São Luís. Sempre vou lembrar do meu bairro querido — o Anil”.
 
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Omena "Divina Dama"

 Sampaio Corrêa campeão estadual de 1964. Em pé: Vadinho, Manga, Omena, Walfredo Carioca, Maneco e Bero. Agachados: Ernani Luz (massagista), Antonino, Maioba, Jarbas, Sabará e Chico.

Matéria do jornal O Estado do Maranhão, de 22 de fevereiro de 1999

Elegante, clássico, fino na bola. Assim foi o carioca Omena.

Um zagueiro disciplinado, exímio cabeceador e que sabia jogar com uma categoria tamanha, que terminou ganhando um apelido curioso: “Divina Dama”. Para alguns poderia até parecer um nome pejorativo. Mas, para esse incrível jogador de futebol, que encantou os torcedores do Moto, Sampaio, Maranhão e Ferroviário na década de 1960, esse foi um elogio ao seu talento, à sua finura no tratar com a bola.

Antônio Ribeiro de Omena Filho é da capital do Rio de Janeiro. Começou a se criar no bairro de Marechal Hermes, onde era conhecido como Badau. E o caçula de uma família de quatro irmãos — Hildebrando (47), Iraci (65), Paulinho (66) e Omena (64). Desde cedo viu o irmão Paulinho jogar e também só foi se apaixonando pela bola. Calçou chuteiras pela primeira vez quando foi treinar no juvenil do Madureira, em 1952, levado pelo irmão Paulinho, meia esquerda, ídolo da torcida tricolor.

Nessa época Omena já andava com a bola debaixo do braço. Em 1956, já estava no juvenil do Fluminense e começou a ganhar uma projeção fora de série. Em 1958 foi campeão invicto pelo juvenil do Flu, jogando ao lado de craques como Altair, Maurinho e outros bons de bola da época. Jogava na meia esquerda, zaga central, lateral esquerda e até no gol! Eu queria era estar no lance. Jogava por prazer já que desde os 17 anos, já era um homem independente. Trabalhava na “Mesbla do Brasil”. O irmão Paulinho deixou o time carioca e foi arriscar a vida em outros lugares. Jogou no Nautico/PE e depois voltou para o Rio de Janeiro. Defendeu o Fluminense/RJ, onde se tornou famoso como Paulinho — ladrão de bola”.

Antes de vir para o Maranhão o Omena jogou uma temporada na Portuguesa, do Rio, como lateral esquerdo. Sua vinda para cá foi um castigo de Deus. Estava no time do Bangu de 1961 e eles estavam em batizado de criança no bairro de São Cristóvão. “Um sujeito me viu jogando bola e logo falou: — você quer ganhar uns trocados para dar um show de bola? Jogamos e depois ele me disse: Você pode morar em São Luís. Não deu outra. Vieram buscar o Omena, que desembarcou na cidade no ano seguinte. Chegou aos 20 anos e aos poucos conquistou o torcedor maranhense com um estilo simples e objetivo. Omena, Zé Carlos e Jouberth desembarcaram em São Luís no sábado e no domingo já estavam em campo para enfrentar o Sampaio Corrêa no maior clássico do futebol maranhense. O Moto ganhou de 1 x 0, com um gol contra do adversário. No outro jogo venceu por 1 x 0, gol de Nabor”.

Omena dizia ao maior sorrir nessa hora. E, de zagueiro central, tornou-se um líder com Fernando Carlos, Toinho e outros jogadores do time. Ele se salvou com sua disciplina. Ele salvou um pênalti no jogo decisivo contra o Sampaio, em 1964. “Nós dois já estávamos fora do lance e nos jogamos em cima da bola”, lembrou orgulhoso.

Depois dessas vitórias e com medo de perder o emprego no Maranhão, Omena voltou para o Rio de Janeiro. César Aboud, presidente do Moto, foi buscá-lo e agradou a torcida. Depois de algumas divergências do presidente motense começou a transferência do emprego de Omena, do Rio para São Luís.

Ele defendeu o Moto nos campeonatos de 1962 e 63. Não foi campeão, mas ganhou muitos amigos como Bacaubal, Bazeinho, Brazeão, Joaquim, Zé Bogéa de Ananias, Garrinchinha, Hamilton, Nabor e outros. “Éramos unidos dentro e fora de campo. Fomos os primeiros a morar e ter carro em São Luís”.

Ele relembra que os jogadores moravam na Pensão Lima Ayoub. Ele jogava duro e era sério nas suas atitudes. Ele não gostava de ser sacaneado e sempre se impôs com firmeza.

Omena foi um verdadeiro campeão por onde passou. Ganhou todos os títulos que disputou, exceto o professor Raimundo Marques, técnico do Sampaio Corrêa, que também o dirigiu na seleção do Maranhão. Tinha um time super competitivo e esse fato que hoje me faz sorrir”.

A Seleção Maranhense da época não podia deixar fora esse craque amigo. Omena fez um sacrifício danado, saiu do emprego, saiu do time do Moto, ganhou muitos amigos e amava a terra, como muitos.

Na seleção, fez uma excursão internacional e participou do título de 1964. Omena venceu o Moto pelo Sampaio Corrêa e comemorou com emoção o rumo da vida dele.

Ele se destacava no grupo que estava jogando ao lado de Mário (RJ), Vadinho (PE), Walfredo (RJ), Raimundinho (PE), Antonio (PA) e Chico (PE), Antônio (MA), ou Maíoba (MA), Jarbas (RJ), Toinho (PE) e Sabará (RJ) – um time que encantou. Achavam que ele não jogava bola e com Walfredo, por quem tantos elogios existiam. Demos um baile e nos consagramos ao ponto de achar que a torcida me apelidou de “Divina Dama”. Em 65 levantamos a taça de bicampeão. O Moto não ganhou do Sampaio nesses dois anos! Foi o máximo!”

Depois daquilo, nunca aconteceu mais nada e o Omena encerrou a carreira com dignidade. Foi bicampeão maranhense do MAC! E feito um time com cima dele e todos respeitavam o time do MAC.

No casamento as coisas iam de mal a pior. Nasceram Sérgio e Sandra. A felicidade parecia eterna. Para trás dessa pouca aparência, Omena era um excelente pai e marido. Vivia em função da mulher e dos dirigentes, com os causava mais temor que os gols contra.

Quando o time dele não ganhava, o bicho pegava e não tinha comida no domingo. Com muito esforço, ele deixou de lado o futebol e começou a trabalhar como Diretor do Sampaio Corrêa.

A esposa teve um problema sério e precisou ser socorrida. Antônio Bento estava ao seu lado e ajudou com recursos para que ela fosse transferida para o Rio de Janeiro.

Omena foi transferido para o Ferroviário Esporte Clube. “Nada como ter fé. Minha cabeça começou a pirar”.

No início de 1967, já meio esquecido da bola e da mídia local, Omena foi parar no Maranhão Atlético Clube. “Eu já estava com 28 anos de idade. O casamento estava de cabeça baixa e pedi para o técnico Bibi que me deixasse no clube por mais alguns anos. “Eu sei tudo que devo ao Sampaio, mas sou pelo clube que quer o Rio hoje”. Ele sempre que quer o que é certo. De São Luís foi o Moto, o Sampaio e o MAC. Todos me quiseram só que escolhi o MAC”.

No início de 1969 encerrou a carreira. Não conseguiu mais emprego no Maranhão. Ele voltou para o Rio de Janeiro.

Como o assalto foi grande e o futebol não dava dinheiro como hoje, ele acabou indo para o “morro” como se diz no Rio.

“Eu estava sem nada, sem comida e fui viver do nada”.

— Eu era um sujeito que adorava sair, dançar e sempre tive muito orgulho da minha história. Meus filhos são frutos de muita luta. Fui embora, voltei, fui, sofri, chorei, mas eu fui”.

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Moto Club 5x0 São José - Taça Cidade de São Luís 1975

O Sampaio não passou de um empate sem gols contra o Vitória do Mar e o Moto em dificuldades marcou 5 a 0 sobre o São José na rodada do dia 04 de abril de 1975, pela Taça Cidade de São Luís, abrindo o returno.

O campeão voltou a jogar mal apresentando falhas em todos os setores e jogando como os jogadores dizem “sem condição técnica”.
O time de Roberto Fernandes sentou não tem mesmo com quem contar. E o empate de ontem bem traduz a péssima produção do time boliviano que precisa urgentemente ser renovado em mais da metade. Tecnicamente foi um dos piores jogos com o Sampaio perdendo algumas oportunidades e o goleiro Aurílio garantindo o empate com surpreendente atuação.

José Salgado escalou o Sampaio com Aurílio, Valber, Zé Alberto, Sérgio e Trovão; Barnabé e Eliezer; Zequinha (Tiló) Santana, Marcos e E. Leite. O Vitória d Mar atuou com Reginaldo, Edmilson, Vareta, Curtim e Alex (Malícia); Fiãozal (Inaldo [Ary]); Celmar, Biguá, Antonio e Soroí.

Na partida principal, também de baixo nível técnico o Moto soube se empenhar conseguindo uma goleada de 5 x 0 contra o São José que teve uma medíocre apresentação jogando no seu estádio durante todo o tempo e não tomando nenhuma iniciativa de atacar durante os noventa minutos. O jogo se desenvolveu quase todo no campo azulino com o Moto sendo empurrado pouquíssimas vezes em bolas lançadas pelo ataque do São José. Técnico Luiz Augusto improvisado fez terceiro homem do meio campo e Moto não chegou a produzir um bom futebol e tirou mesmo de pouco para o time para o amistoso amanhã contra o Tiradentes. Se tivesse forçado um pouquinho mais poderia facilmente chegar a uma dezena de gols. Murilo (2), Neguinho de pênalti, Luiz Augusto com dois gols e Serginho marcaram os gols.

Arbitragem de Cludionor Lopes com boa atuação.

O Moto Club jogou com Dé, A. Carlos, Neguinho, Zé Luiz e Milton — Gojoba (Carlinhos), Coelho, Luiz Augusto (Peixinho). O São José atuou com Paulo (Marcos), Murilo, Ziza, Tiló, Zequinha, Negão e Nonô, Airton, Airton e Moreno.




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Ferroviário 1x0 Sampaio Corrêa - Taça Cidade de São Luís 1975

O Sampaio entrou em campo com uma composição tática ousada. Uma seleção onde Santana era o centro avante, Edmilson o ponta direita e três homens no meio campo orientados para atacarem e defenderem ao mesmo tempo enquanto os atacantes se revezavam numa cópia do estilo holandês. Enquanto o time de vermelho ainda andou perdendo o adversário no novo sistema tático mas pela correta atuação da zaga com Santana, Edmilson Leite e o próprio Marcos. Em três oportunidades os ferroviários encararam perto de marcar aproveitando o entusiasmo que dominou a equipe nos primeiros minutos quando saiu jogando um futebol agressivo. Edmilson chutou duas bolas longas e Marcial fez duas defesas milagrosas. Aos 30 minutos o último aviso de perigo contra a meta tricolor. Santana cobrou uma falta na barreira e Marcial desviou para escanteio.

O primeiro tempo terminou com equilíbrio e o Sampaio mais perto do gol embora o Ferroviário jogasse mais organizado e sem inventar chegava com certa facilidade à área adversária só errando nos arremates finais. No segundo tempo logo aos 2 minutos Icinho pegou uma sobra de bola na pequena área após cobrança de escanteio e marcou. Foi o time do Sampaio, já sem condições físicas com todos os jogadores notadamente os do meio campo estafados pelo esforço da fase inicial, o time caiu muito em termos de produção. O técnico Miruca fez uma substituição no intervalo tirando Marcos, violentamente atingido por Vivico e lançando Tão voltando Edmilson para a esquerda e Itamar para a direita numa inversão que anulou completamente o ataque. O Ferroviário passou a mandar no jogo e tocar a bola com incrível facilidade. Os bolivianos terminaram em campo numa pura demonstração de cansaço e descontrole físico. A defesa ainda atuou bem neutralizando algumas situações perigosas de gol. Nos minutos finais o Ferroviário se deu por satisfeito com 1 x 0 e começou a poupar alguns jogadores. Observamos Izaias e Sanegrinha substituídos por Carrinho e Orlando quando o jogo estava definido embora Miruca ainda tentou uma modificação.

No lugar de Santana, que já saíra irritado e sem render, Santana pediu para entrar Nabor no lugar de Eliezer. Sarney não mostrou nenhum interesse em aquecer e ficou ensaiando uma desculpa dançando tempo à beira do campo. Quando chamado pelo técnico ele disse que estava mancando! Zequinha voltara para o banco e disse aos colegas que também não queria entrar “porque ia me queimar”

Mal preparado fisicamente, com erros de escalação, mal estruturado no campo o Sampaio ainda fez muito, obrigado a jogar uma partida movimentada e de alta tensão, mas os espiões brasileiros conseguiram neutralizar. O Ferroviário soube vencer e mereceu até mais.


 FICHA DO JOGO

Ferroviário 1x0 Sampaio Corrêa
Data: 19 de março de 1975
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 12.243,00    
Público: 4.865 pagantes 
Juiz: Lercílio Estrela
Bandeirinhas: Francisco Sousa e José Salgado
Gols: Icinho a 1 minuto o segundo tempo
Cartão vermelho: Ferreira e Itamar
Ferroviário: Marcial; Ferreira, Alzimar, Vivico e Selmo; Gojobinha e Isaías (Carrinho II); Saneguinha (Ozimir), Nivaldo, Pedro e Icinho. Técnico: Moacir Bueno 
Sampaio Corrêa: Aurílio; Beto, Pedro Soares, Sérgio e Trovão; Eliéser e Edmilson Leite; Marcos (Tião), Santana, Barnabé e Itamar. Técnico: Miruca

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Maranhão 2x2 Ceará/CE - Campeonato Brasileiro 1981

Matéria sobre o jogo, de 10 de janeiro de 1981

Para o jogo de estreia no campeonato brasileiro, Taça de Ouro, o Maranhão não deverá ter nenhuma novidade para sua torcida e mandará a campo o mesmo time que terminou o campeonato. As únicas contratações feitas até agora foram Luís Cláudio e Nado, que não terão condições de atuar por não estarem ainda devidamente legalizados.

O técnico José Storino, sem nenhuma outra opção, usará a mesma formação da equipe que sagrou-se vice-campeã, com pequenas alterações. O time entrará jogando amanhã com Marcelino; Mendes, Paulo Fraga, Jorge Santos e Breno; Tataco, Riba e Soeiro; Neco, Aciino e Naldo.

Como neste grupo classificam-se apenas dois times, a torcida maranhense ainda está um tanto em dúvida em relação à possível classificação do seu time, pois esperava que melhores contratações fossem feitas. Mas, só o desenrolar dos jogos pode determinar se o MAC tem ou não chances de passar para a outra fase da Taça de Prata.

O apoiador Zé Krol somente deverá chegar a São Luís na próxima semana. Ele foi ao Paraná assistir o casamento de seu irmão e somente depois de passar por Goiânia é que retornará à capital maranhense. Além disso, ficará uns 20 dias inativo devido a problemas de contusão ainda nas finais do campeonato passado.

O lateral direito Basse demonstrou interesse em voltar ao futebol maranhense, já tendo telefonado para o supervisor Bento Farias, nesse sentido. Tudo vai depender dos próximos contatos entre o clube e o jogador.

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A delegação do Ceará Sporting está sendo esperada hoje em São Luís, onde o time cearense jogará amanhã com o MAC, pela Taça de Prata.

O destaque dos alencarinos será o lateral-direito João Carlos, punido por um ano de suspensão pela Justiça Desportiva. Esta será a maior “estrela” do clube cearense, que inclusive teve grande destaque no campeonato passado, constituindo-se numa das maiores figuras do certame, pelas suas atuações perfeitas e que encheram os olhos da torcida.

O centroavante Marciano, que vinha acertando com o Ceará, dificilmente ficará, porque recebeu nova proposta para renovar com o Fortaleza. De pronto, deu nova resposta ao time cearense, dizendo “não”.

O substituto de João Carlos deverá ser Valdir, e o grande destaque do Ceará amanhã poderá ser o goleiro Lulinha, ex-Fortaleza, tido como um dos melhores da região.

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O Maranhão estreia hoje no campeonato brasileiro/81, 17hs, enfrentando o Ceará Sporting, em partida onde não há favoritos, levando-se em consideração que, se o MAC não armou uma esquadra respeitável, o Ceará não contará com suas maiores atrações.

O jogo, que será disputado no estádio municipal “Nhozinho Santos”, tem difícil prognóstico, pelo menos é o que pensam os observadores. O MAC foi vice-campeão em 1980, mercê de uma campanha apenas razoável, enquanto o Ceará campeão do ano passado, terrivelmente frustrado por não participar da Taça de Ouro, por decisão da CBF, certamente não terá a mesma inspiração por estar entre clubes considerados de menor expressão técnica, ou seja, os integrantes da segunda divisão.

O MAC não renovou seu elenco com vistas à Copa Brasil e mandará a campo a mesma equipe que terminou o campeonato de 80. Luís Cláudio e Naldo — centro-avante e ponta-direita — não ganharam condições de jogo — enquanto os cearenses lamentam a perda do lateral João Carlos, a expressão maior do elenco, que foi suspenso por um ano pela justiça desportiva, em face da tentativa de agressão a um árbitro.

O homem mais perigoso do ataque alencarino, chama-se Zé Eduardo, que tem se revelado como bastante perigoso, porém, de fácil marcação. O jogador mais insinuante do ataque atleticano é Riba, que, no entanto, não tem ao seu lado jogadores capazes de fazerem evidenciar o talento do grande artilheiro.

Se o Maranhão conseguir vencer hoje, pode-se, antecipadamente afirmar que, será sério candidato à classificação, levando-se em conta que os demais concorrentes do grupo são fracos e estão até um pouco abaixo do nível do time maranhense.

A venda de ingressos foi lenta no dia passado, mas acredita-se que hoje será mais intensa no horário matinal. A colônia cearense é muito grande em nossa capital e, se resolver prestigiar o jogo, a arrecadação será uma das melhores da Taça de Prata.

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Depois do empate de domingo diante do Ceará (2x2), o Maranhão agora prepara-se para enfrentar amanhã a Tuna Luso, em Belém do Pará, na sequência do campeonato brasileiro, grupo “A” da Taça de Prata.

O técnico Storino recomendou aos jogadores que procurem esquecer a igualdade verificada no jogo de estreia e a falta de sorte, a fim de que o clube possa produzir seu melhor futebol, com mais tranquilidade, na capital paraense. Ele já sabe de antemão, que a Tuna não é fácil presa, haja vista que logo no seu primeiro compromisso, jogando fora de casa, derrotou o Flamengo do Piauí por 2x1, após estar perdendo de 1x0 e ainda ter um jogador expulso no segundo tempo.

No treino que será realizado hoje pela manhã no campo da COHAMA, Storino mostrará as falhas do setor defensivo, ocorridas principalmente no início do segundo tempo contra o Ceará. Paulo Fraga e Jorge Santos estiveram simplesmente irritantes em determinados momentos e até sofreram apupos da torcida.

No jogo de domingo, a melhor figura do ataque foi o ponteiro Neco, seguido por Alcino e Naldo.





FICHA DO JOGO

Data: 11 de janeiro de 1981
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: não divulgada 
Público: 4.884 pagantes
Juiz: Antônio Macedo/PA
Gols: Tataco aos 41 minutos do primeiro tempo; Lúcio Santarém aos 3, Jorge Veras aos 7 e Alcino aos 19 minutos do segundo tempo
Maranhão: Marcelino, Mendes, Paulo Fraga, Jorge Santos e Breno; Tataco, Soeiro e Naldo (Neto); Neco, Riba e Alcino. Técnico: José Antonio Storino
Ceará/CE: Lulinha, Marcelo, Antonio Carlos, Lula e Bezerra; Alves (Josué), Zé Eduardo e Nicássio; Waldemir, Lúcio Santarém e Jorge Veras. Técnico: Caiçara

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Sampaio Corrêa 1x1 Santa Cruz/PE - Campeonato Brasileiro 1981

Registro da partida realizada no dia 22 de janeiro de 1981

Disposto a apagar a má impressão deixada anteriormente, o Sampaio volta a participar do Torneio Governador com ânimo redobrado. Seus jogadores, que saíram vaiados nos dois primeiros jogos — apesar de vencedores na rodada seguinte —, prometem mostrar um futebol mais vibrante esta noite quando enfrentarem o Santa Cruz, equipe pernambucana que se encontra entre as finalistas da Taça Libertadores. A partida começa às 21 horas no Estádio Nhozinho Santos.

Apesar de anular sob o calor sua torcida, o clube local quer dessa touceira de gafes limpar todos os malefícios e sair aclamado por sua vitória, mesmo que lhe repita a desvantagem arbitrária que levou à desclassificação da Taça Norte-Nordeste. Mais que isso: o time de Sérgio Lopes quer hoje dar tudo e superar tudo que for de referência. Os bolivianos, animados com o gol, jogaram um futebol voluntarioso e que levou a equipe a ampliar a contagem aos 31 minutos com um gol olímpico de Itamar.

Desde ontem a preocupação do Sampaio, além de como pressionar o problema ofensivo, é sobre a possível ausência de Joel. Com um processo gripal que ainda não regrediu, a presença do atacante contra os pernambucanos é incerta. Mesmo com as alternativas, o técnico Passarinho ficou abalado com a notícia e aguarda com receio o parecer do departamento médico.

E por falar em médico, já está praticamente confirmada a substituição do massagista Luís por um profissional indicado pelo preparador físico Jureton, não se sabe ainda se o novo contratado será maranhense ou vindo de fora.

As equipes devem jogar com: Sampaio: Marcial, Passarinho ou Daniel, Zé Alberto, Paulo e Zé Vieira; Célio, Joel ou Eliezer e Neguinho; Posidônio, Zé Carlos e Acy. Santa Cruz: Wadson, Everaldo, Silva, Marinho e Isidro; Denílson, Givanildo e Pio; Biano, Hamilton Rocha, Osmir.

ARBITRAGEM: Vai central Marco Campos, sendo os auxiliares Joseni Souza e Francisco Souza.

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O JOGO - o Sampaio Corrêa não fez uma grande apresentação, ontem, à noite no Estádio Municipal, porém merecia melhor sorte na partida. O resultado de 1 a 1 ao final dos noventa minutos, não reflete o que foi a superioridade do time local, bem superior na etapa complementar, até mesmo surpreendendo a torcida.

O Santa Cruz não foi o que se esperava. Seu ataque esteve aquém da expectativa e o goleiro Passarinho foi um simples espectador, deixando passar praticamente a única bola atirada contra sua meta, de longa distância, 30 segundos após a marcação do tento de abertura do Sampaio.

Os gols da partida foram anotados, o primeiro através de Cabecinha (de cabeça) escorando um cruzamento de Bimbinha, enquanto Baiano, de longa distância, logo após a saída de bola, aos seis minutos, empatava o jogo, num “frangão” do goleiro Passarinho.

O Sampaio apertou bastante o inimigo levando-o para o seu próprio campo, dominando-o e obrigando o goleiro Wendel a defesas extraordinárias. O juiz da partida Márcio Campos Sales, da Federação Paulista, teria uma boa atuação, não fora a maneira como deixou de marcar um pênalti em Bimbinha, que foi raspado dentro da área e o árbitro nada marcou.

A torcida deixou o estádio bastante chateada, porque o Sampaio cresceu bastante de produção, encheu os olhos de todos e até mereceu elogios da crônica pernambucana, além do próprio treinador Hilton Chaves.

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O vice-presidente do conselho diretor do Sampaio Corrêa, Chafi Braide, poderá pegar de seis meses a um ano de suspensão do futebol, em consequência da tentativa de agressão contra o árbitro Márcio Campos Sales, da Federação Paulista de Futebol, na partida de quinta-feira. É o que diz o Código Disciplinar do Futebol e que por várias vezes tem sido aplicado quando ocorre esse tipo de comportamento por parte de dirigentes esportivos, técnicos e jogadores. Tudo vai depender da maneira como o árbitro redigiu a súmula do espetáculo e sua interpretação sobre o gesto de Chafi. O assunto irá para o TJD da Confederação Brasileira de Futebol.

A tentativa de agressão ocorreu após o jogo Sampaio 1x1 Santa Cruz, quando o diretor sampaíno, irritado com a não marcação de um penal sobre Cabecinha, que decidiria provavelmente partida com a vitória do seu time, invadiu o campo e lançou violento soco contra o rosto do árbitro, que foi bastante ágil e esquivou-se a tempo. O policiamento, que cercava o juiz, em seguida dominou Chafi, sendo ajudado por jogadores do Sampaio, evitando uma nova tentativa de agressão ao juiz.

Ontem o vice-presidente sampaíno disse no rádio que não estava arrependido e que já sabe como defender-se no tribunal da CBF.





FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x1 Santa Cruz/PE
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 668.390,00
Público: 8.561 espectadores
Juiz: Márcio Campos Sales/SP
Bandeirinhas: Raimundo Lima e Euclides Souza
Gols: Cabecinha aos 5 minutos e Baiano aos 6 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Passarinho; Terezo, Darci Munique, Darci Ceará e Cabrera; Rosclim, Zé Ivan (Maia) e Magela; Zezinho (Fernando), Cabecinha e Bimbinha.
Santa Cruz/PE: Wendel; Everaldo (Celso), Silva, Marco e Toinho; Isidoro, Betinho (Wilson) e Baiano; Hamilton, Osmir e Joãozinho.

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Sampaio Corrêa 2x0 Bacabal - Campeonato Maranhense 1975

Numa partida bem movimentada, principalmente no primeiro tempo o Sampaio Correa conseguiu no dia 03 de julho de 1975 a sua primeira vitória no campeonato justamente contra o Bacabal, que vinha invicto nas sete partidas. O placar de 2 a 0 para os bolivianos foi construído na fase inicial quando a equipe local desenvolveu um bom futebol. O primeiro gol marcado por Acy a um minuto de jogo desorientou o time interiorano que saindo em desvantagem passou a jogar na base do desespero e quase sempre apelando para a violência. Os bolivianos, animados com o gol jogaram um futebol voluntarioso e que levou a equipe a ampliar a contagem aos 31 minutos com um gol olímpico de Itamar.

Na fase final, por recomendação da direção técnica, a equipe sampaína que desenvolveu muito esforço no primeiro tempo se poupou um pouco com o que permitiu melhor desempenho do time adversário. Algumas oportunidades de gol foram perdidas de ambos os lados mas a vitória boliviana em momento algum chegou a ser ameaçada. Britô, fez uma boa exibição praticando duas arrojadas defesas nos instantes finais quando o Bacabal pressionou.

Wilson Vanlume, usou o cartão amarelo cinco vezes e expulsou dois jogadores. Nabor (Bacabal) e Zé Alberto (Sampaio) ambos no segundo tempo. O juiz teve boa atuação havendo uma dúvida apenas quanto ao gol de Itamar. O bandeirinha Claudionor Lopes teve marcado o saído da bola que fez uma curva antes de chegar ao gol de Edson. O juiz não viu sua marcação e ninguém reclamou.

Além de Zé Alberto, expulso, o Sampaio perdeu Acy, com três cartões amarelos e possivelmente Itamar, com distensão muscular para o jogo de domingo com o Ferroviário.

O Sampaio Corrêa atuou com Brito, Zé Alberto, Paulo Espanha, Sérgio e Sousa Lima; Eliezer e Joel; Itamar, Santana, (Mimi) Marcos (E. Leite) e Acy. Já o Bacabal foi a campo com Edson, Reinaldo, Sansão, Lambau e Germano; Nonato e Zé Augusto; Ratinho e Sabar á (Hidelbrando).


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Coroatá, a grata surpresa do Estadual de 1995

 Carimbó, artilheiro nato
 
 Time bom e salários modestos. Para chegar na posição em que se encontrava no estadual daquele ano, o Coroatá gastou muito menos que os clubes grandes da capital. A média salarial do grupo era de R$ 300,00, o técnico Eliéser Ramos recebia apenas R$ 1.000,00 por mês, mais moradia e alimentação. Mais de meio time era formado por jogadores maranhenses, alguns dos quais passaram por equipes grandes da capital e não foram valorizados, entre eles, o zagueiro Moacir e o meia Roxo, que passaram pelo Moto. Completando o grupo de jogadores prata-da-casa, o time tem ainda o goleiro Claudeci, o zagueiro Jurandir, o lateral-direito Mundico, os apoiadores Júnior, Lé e Ulisses e o atacante Gil.

Com baixas arrecadações no campeonato estadual, o clube sobrevivia graças ao apoio de alguns comerciantes e da prefeitura. O presidente de honra era o ex-deputado Ricardo Murad, um dos maiores entusiastas da equipe.

As duas maiores estrelas do time eram Júnior e Carimbó. Este último, pertencia ao Ferroviário do Ceará e estava no Coroatá apenas por empréstimo. No campeonato estadual tinha até então sete gols marcados, sendo um dos principais artilheiros, ao lado de Tião Santos, do Bacabal.

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Sede do Moto Club em 1975


Matéria de 20 de julho de 1975 do jornal O Estado do Maranhão:

O Sr. João Carlos Pereira Dutra, disse ontem que estava praticamente realizado como presidente do Moto Clube por ter conseguido cumprir uma das suas metas de sua administração, a aquisição da sede própria do clube que foi conseguida nestes 38 anos de existência da importante entidade, momento que chamou de “histórico e o mais importante passo da vida do clube” e evidenciou a sua grande satisfação, agradecendo a todos que ajudaram na concretização do “grande ideal”. A diretoria, segundo afirmou, foi escolhida e está coordenadora dos entendimentos com os proprietários do imóvel. Outro ponto importante foi destacar é que o patrimônio do Moto só foi conseguido com o sacrifício pessoal dos diretores, do presidente, dos jogadores e da ajuda da coletividade.

“Não se pode querer ou desejar sacrificar ninguém, com nenhuma dívida, e o clube saiu vitorioso e com um patrimônio realmente valioso”, afirmou ele. O valor total do imóvel é de 350 mil cruzeiros e a primeira parcela à Imobiliária Roma foi solenemente resgatada sexta-feira no valor de 45 mil cruzeiros. Nesta oportunidade foi assinado o compromisso de venda que garantiu ao clube imediata ocupação. Os 35 mil m² do imóvel que a imobiliária (10 por cento do contrato já resgatado) e os 350 mil serão pagos parceladamente com financiamento da Caixa Econômica.

Ontem mesmo chegaram os primeiros móveis (cadeiras, carteiras e camas) e foi instalada a secretaria do clube.

Alguns operários cuidavam da limpeza e arrumação do novo “casarão do atleta”, mas uma verdadeira sede social para integrar definitivamente a família rubro-negra. Outra meta a ser cumprida será a compra do terreno ao lado para construção do campo de futebol, o presidente João Olímpio esclareceu que o local escolhido será transformado em “um centro de movimento”. Um centro a ser seguido pelo Sampaio que ainda é só posse e ocupação.

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