Mesmo obtendo total proteção por parte do policiamento presente ao Municipal na quinta-feira, 10 de novembro de 1977, quando foi o responsável por cenas lamentáveis registradas após o jogo Sampaio 1x2 Portuguesa de Desportos, o árbitro da Federação Pernambucana de Futebol, Gilson Cordeiro, resolveu aclarar tudo e mostrar que veio mesmo decidido a prejudicar o representante maranhense não só naquela partida, mas no seu entender até para futuros jogos.
Não satisfeito com o escândalo de sua arbitragem, que tomou o jogo para os paulistas e desequilibrou o jogo, Cordeiro fez um relatório que está sendo encaminhado à CBD, indicando que o Estádio Municipal Nhozinho Santos não apresenta condições de segurança para os jogos da Copa Brasil. Ora, essa! Isto simplesmente significa uma piada e de muito mau gosto. Há quantos anos o Maranhão participa da Copa Brasil neste mesmo estádio? Certamente que a mentora, ao analisar o fato vai procurar saber da. FMD qual foi a modificação feita para pior em nossa praça de esportes. O que fica bem claro é que o apitador pernambucano, pela sua maneira de agir já veio mesmo disposto a liquidar com o representante maranhense, em beneficio dos outros clubes do mesmo grupo, querendo com o seu falso relatório que a CBD aplique o art. 90 do regulamento e faça inversão do mando de campo por 30 dias de todas as partidas do Sampaio.
Ontem, alguns correspondentes de jornais do Sul, procuravam as redações dos jornais à procura de fotos da depredação total do estádio Nhozinho Santos, inclusive com arrombamento de várias partes do alambrado que teria acontecido aqui e certamente, muito interessaria aos clubes interessados em mais esta trama contra o nosso representante no Copão. O Sampaio e a FMD que abram os olhos!
A torcida maranhense, de um modo em geral que compareceu ontem à noite ao estádio NHOZINHO SANTOS, deixou aquela praça de esportes in satisfeita e revoltada com a arbitragem de Gilson Cordeiro, que desequilibrou o jogo e ajudou escandalosamente a. Portuguesa a vencer por 2 a 1. Se bem que a Lusa não precisasse tanto desta ajuda, gritava em coro: LADRAO! LADRÃO! A Polícia teve de utilizar gás lacrimogêneo para acalmar os ânimos e o juiz sair dos vestiários.
PRIMEIRA FASE - no primeiro tempo, o Sampaio foi um time cheio de falhas, motivadas por muitos defeitos existentes no seu meio-campo e na maneira de jogar do ata-que, insistindo muito pelo meio e esquecendo as extremas, com Neco ficando praticamente esquecido na partida. O médio Rosclim, foi simplesmente inoperante, o mesmo acontecendo com todo o restante do meio-campo. Não marcaram nem lançaram e a Portuguesa chegou até assumir um domínio que entretanto não representava um bom futebol. O ti-me Luso, bastante ajudado pela arbitragem pelo ár. bitro Gilson Cordeiro, que acintosamente nem olha va para os bandeirinhas, acabou tirando partida desta situação para sair de campo vencedor por 1 a zero, com um gol "bobo" tomado pela defesa tri color, após a cobrança de uma falta de marcação inversa pelo apitador. A bola cruzada para a porta do gol acabou encontrando a cabeça de Adilton para abrir a contagem aos 8 minutos. O Sampaio não esboçou nenhuma reação, porque era um time desorganizado e o primeiro tempo acabou terminando mesmo com a vantagem para a Portuguesa.
SEGUNDA FASE - ainda bem não havia começado o segundo tempo e já o Sampaio estava perdendo. Uma bola lançada para Esquerdinha apanhava a defesa sampaina desprevenida e se transformava no segundo gol da Lusa. O Sampaio reiniciava esta etapa, com Oliveira no lugar de Rosclim e consertava noventa por cento dos erros. O time não se intimidou com os dois a zero e foi à frente. Depois de uma boa trama do ataque a bola sobrou para Neco que fuzilou com muita violência aos oito minutos, no ângulo superior do goleiro Moacir, diminuindo a contagem. Aí então continuou com maior intensidade o "trabalho" do pernambucano Gilson Cordeiro. Ele amarrou o jogo de todo jeito, todas as vezes em que o Sampaio partia para o ataque, invertendo faltas e dando impedimentos inexistentes, por conta própria. O jogo esteve paralisado quando o zagueiro Bolivar simulou que havia recebido uma pedrada e ele ameaçou suspender o jogo. Mas, o juiz continuou amarrando o jogo e invertendo as faltas para que a Portuguesa ganhasse, como parecia estar planejado. A torcida irritou-se com tanta marcação em prejuízo do Sampaio e quando o jogo terminou, Gilson Cordeiro, para completar, foi discutir um repórter que comentava com o seu péssimo trabalho.
De repente, a confusão foi formada, porque companheiros do radialista foram levar a sua solidariedade e a torcida, pouco depois, já do apitador descer para o seu vestiário, protegido pela Policia, invadiu o gramado gritando em coro: LA-DRÃO! LADRÃO! O coro e a confusão demoraram e a Polícia, meia hora depois teve de usar bombas de gás lacrimogéneo para dissipar os agitadores. Enfim, um espetáculo medíocre e triste, ocasionando irresponsavelmente pelo juiz Gilson Cordeiro, que mostrou ontem, pode ter vindo mesmo encomendado para tomar o jogo do Sampaio.
FICHA DO JOGO
Sampaio Corrêa 1x2 Portuguesa de Desportos/SP
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 280.660,00
Público: 14.650 pagantes
Juiz: Gilson Cordeiro/PE
Gols: Adreilton aos 25 minutos do primeiro tempo; Esquerdinha a 1 minuto e Neco aos 9 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Dorival; Bassi, Paulo Fraga, Ademir e Ferreira; Rosclin (Oliveira Ceará), Joel e Carlos Alberto; Neco, Cabecinha e Hamilton. Técnico: Moacir Bueno
Portuguesa de Desportos/SP: Moacir; Marinho, Beto Lima, Bolívar e Izidoro; Ademir, Adreilton e Eudes; Antonio Carlos (Naldo), Alcino e Esquerdinha. Técnico: Urubatan
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