sábado, 3 de maio de 2025

Reforma no estádio Nhozinho Santos (1978)

Matéria de 01 de abril de 1978

A julgar-se pelo silêncio imposto pelas autoridades nas últimas 24 horas, em torno do assunto, as novas arquibancadas do estádio municipal não serão mesmo entregues ao público em todo a sua totalidade e talvez só seja ocupada em 40 por cento do espaço construído. O engenheiro da SIEBLA, empresa responsável pelo projeto, até já teria retornado a Belo Horizonte e seu parecer até ontem ò tarde não havia sido divulgado à Imprensa. O que se sabe "à, boca miúda", é que o dr. Bandeira teria enxergado ali algumas coisas erradas, mesmo que estas não tenham ligação direta com o fator segurança das novas arquibancadas. Ele não quis dar entrevista à imprensa e todas as vezes que os repórteres procuravam localizá-lo sempre havia uma informação de que o mesmo não Se encontrava ali ou não dava entrevistas.

Espera-se que hoje o presidente da FMD, o DMER e a COLISEU convoquem a imprensa para uma entrevista coletiva sobre o assunto, a fim de que o torcedor tome conhecimento o quanto antes melhor, da possibilidade ou não de ocupar os novos lugares do Municipal.

Ontem foi um dia normal de trabalho naquela praça de esportes com os operários se empenhando no sentido de completar o restante da concretagem dos novos lances de arquibancadas C certo é que, ainda não será neste domingo que o NHOZINHO SANTOS estará capacitado a receber os tão sonhados 30 mil espectadores.

O Estádio Municipal, construído entre os anos 40 e 50 no local em que hoje se encontra, na Vila Passos, muito tempo antes foi utilizado como Cemitério. Por isso mesmo a sua construção exigiu muito esforço dos técnicos e operários de então, sob o comando do Prefeito Antonio Eusébio da Costa Rodrigues. Grande desportista, ele não pensou duas vezes quando sentindo os clamores dos desportistas que já não se sentiam bem no velho, tradicional e acanhado Estádio Santa Izabel, decidiu construir a nova praça de esportes. Os recursos foram imensos naquela oportunidade, mas a promessa foi cumprida.

No início, o público custou a se acostumar com suas dependências, consideradas imensas, mas pouco a pouco velo a adaptação. O Estádio recebeu o nome de Nhozinho Santos, antigo funcionário da Booth Line, empresa de Navegação inglesa que operava em nosso porto, e que entre 1905 e 1907, introduziu o futebol entre nós, cabendo-lhe também o mérito de ter trazido da Inglaterra, a primeira bola de futebol para o Maranhão.

ALGUMAS PASSAGENS - durante algum tempo, nos anos 50, o Estádio foi arrendado ao industrial e grande desportista, Nagib Féres, em face das enormes despesas que estavam pesando para a Prefeitura. Nesta fase houve um grande desenvolvimento, principalmente com relação ao intercâmbio com outros centros e algumas equipes famosas nos visitaram.

Lá alguns episódios aconteceram que deixaram uma lembrança viva nos torcedores. Entre elas destacamos uma apresentação do Esporte Clube do Recife, que entre os seus jogadores trouxe o juvenil Almir mais tarde jogador que tornou0se famoso, chegando até a Seleção Brasileira e que neste jogo agrediu o árbitro, o hoje advogado e dirigente Antonio Bento. Numa jogada violenta do atleta ele foi expulso e partiu incontinente para cima do árbitro ao qual agrediu e recebeu o revide e a repulsa da torcida que invadiu o campo para lincha-o o que foi evitado com a Intervenção da policia. Era o início de uma carreira turbulenta de um dos mais irrequietos jogadores que o futebol brasileiro conheceu, mas simultaneamente um craque emérito. Outra passagem de menor monta esta em 67 foi quando por aqui passou o Madureira, que tinha entre outros jogadores o lateral esquerdo Pereira, mais Tarde jogador e técnico do Moto. Houve um conflito em partida contra o Moto, em que todos os atletas e dirigentes participaram com a torcida assistindo o deprimente espetáculo sem sair de seu lugar.

REFORMA IMPORTANTE - durante a gestão do prefeito Epitácio Pereira Cafeteira, o Estádio sofreu uma importante reforma, inclusive com a cobertura em cimento armado de sua principal peça a Tribuna de Honra e cadeiras numeradas da construção de seu portão monumental e ampliação das arquibancadas e gerais.

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