Texto extraído do livro "Salve, Salve, Meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube:
Quando o Maranhão Atlético Clube nasceu, em Setembro de 1933, poucos meses depois nascia também uma mulher que se tornaria não somente apenas mais uma dentre tantas outras na torcida pelo Glorioso, mas sim uma torcedora especial. A vida de dona Sebastiana mistura-se às vezes com a própria história do Quadricolor. Filha de uma numerosa família, aprendeu desde cedo a amar e respeitar as cores do clube a qual se mantém fiel. Faça chuva ou faça sol, lá está ela, presente em todos os jogos do clube na capital e, vez ou outra, pelo interior do Estado. Mesmo aposentada e, claro, gozando do privilégio da meia-entrada, faz questão de pagar o valor integral do bilhete. “É para ajudar o clube”, justifica-se. Essa é a história de amor que nasceu há mais de 60 anos entre Dona Sebastiana, a torcedora símbolo que virou uma referência nas arquibancadas, e o Maranhão.
Sebastiana Costa Leite Dias nasceu no dia 20 de Janeiro de 1933, na cidade de São Vicente Ferrer, a 280 quilômetros de São Luís e localizada na região conhecida como Baixada Ocidental Maranhense. E foi ainda na juventude que nasceu a sua militância pelo clube atleticano. Por influência do seu filho, Raimundo de Jesus, maqueano desde criança, dona Sebastiana passou a nutrir um sentimento de amor pelas cores atleticanas, no já distante ano de 1954. Casada e mãe de oito filhos, começou a assistir a todos os jogos e acompanhar a vida do clube no momento em que a sua família passou a residir em nossa capital. Morando há mais de 40 no mesmo local, o Bairro de Fátima, dona Sebastiana, carinhosamente conhecida como dona Sebá e respeitadíssima por bolivianos e motenses, não perde um único jogo. “Somente se eu estiver doente”, conta. E a sua militância não se resume apenas às arquibancadas. Frequentemente é vista pela sede social do clube e participa de festas e momentos especiais do clube. Em 1993, ela foi homenageada pela diretoria após o titulo Estadual, além de inúmeras outras homenagens posteriores do próprio clube.
Assumidamente fã do goleiro Raimundão, o qual o trata como um filho, dona Sebastiana já fez verdadeiras loucuras pelo Maranhão: além de acender velas pelas vitórias da equipe, deslocou-se a diversos interiores com as torcidas organizadas para acompanhar os jogos. E perdeu a conta do número de cidades que já visitou – “Cajapió, Bacabal, Imperatriz, Viana, Caxias e outras”, recorda. É em casa, porém, que a torcedora símbolo do MAC revela um verdadeiro acervo de souvenir. Coleciona camisas, bandeiras, quadros, pôsteres, álbum de fotos e até um carneirinho e um pinguim devidamente uniformizados com as cores do Maranhão. Os oito filhos lhe renderam 14 netos e 4 bisnetos. A exceção de apenas um neto, boliviano, todo o restante da sua família é maqueana.
Nas arquibancadas, a calma, o bom humor e a serenidade dão lugar a uma torcedora vibrante, firme e que constantemente profere um verdadeiro vocabulário de palavrões contra os adversários. Trata todos os atletas maqueanos como filhos e, até mesmo nas derrotas, nunca perde o bom humor. Um verdadeiro exemplo para as antigas e, principalmente, novas gerações.
Dona Sebastiana, torcedora símbolo do Maranhão Atlético Clube (parte 01)
Dona Sebastiana, torcedora símbolo do Maranhão Atlético Clube (parte 02)
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