sábado, 24 de fevereiro de 2024

Sobre o Complexo Esportivo do Castelão (1980)


O corpo é o templo do espírito. A saúde mental é, na maioria das vezes, determinada pelo perfeito funcionamento do organismo. Um povo fisicamente sadio é um povo equilibrado, forte, otimista. Prova disso estão nas pesquisas científicas e, mas legitimamente, na sabedoria popular. Os gregos e romanos tinham uma profunda preocupação com o corpo: formaram amais avançada civilização do seu tempo. Por isso, incentivar o esporte é vislumbrar um grande futuro. Os governos consequentes nunca descuidaram dessa máxima. Organizaram competições e torneios, propiciaram a prática esportiva em todos os seus níveis. Incluem a disciplina de forma compulsória nas escolas. Preparam um povo forte.

O Brasil é o país do futebol, mas poderia ser o país de todos os esportes, pois a empolgação das massas não decorre da competição pura e simples, mas do conjunto de fatores técnicos que apontam os resultados de cada jogo: o fôlego, a resistência e a disposição de luta dos atletas. E porque não envolver às mais diversificadas formas de esporte a participação popular?

O COMPLEXO ESPORTIVO – o Governo do Estado deu início, na segunda semana de agosto de 1980, à construção do Complexo Esportivo do Maranhão, no bairro do Outeiro da Cruz. A intenção era construí uma obra monumental, que encantaria os olhos. Tratava-se da concretização de um programa voltado para a promoção integral do homem. A praça de esportes a ser construída representaria a preocupação do atual Governo (no caso, João Castelo) em proporcionar um espaço onde o povo pudesse desenvolver todas as suas potencialidades físicas por meio de práticas esportivas orientadas.

O complexo iria compreender estádio de futebol, ginásio de esportes, piscinas olímpicas, campo de atletismo, quadras polivalentes, além de vias para pedestres, para circulação de veículos e amplas áreas verdes. Ocuparia o espaço de 400 mil metros quadrados, comparando-se aos maiores estádios do país. Bata dizer que a sua capacidade normal seria de 50 mil pessoas.

O ESTÁDIO – A Secretaria de Transportes e obras do Estado (SETOP) tão logo recebeu a orientação do governador João Castelo para a construção da obra, armou-se de todas as providências possíveis. O que a princípio parecia um sonho para a população, já era realidade.

A SETOP abriu concorrência pública, inicialmente, para a construção do estádio de futebol. Saiu vencedora a firma CONCISA – Construtora Civil e Industrial LTDA. Seriam aplicados exatamente Cr# 418. 791.179,00 nos serviços, que deveriam ser entregues no prazo máximo de 416 dias úteis. O estádio teria uma estrutura de concreto armado, com um volume de aproximadamente 10 mil metros cúbicos, possuindo quatro túneis para acesso ao campo (dois para jogadores, um para juízes e outro para a imprensa).

A separação entre as arquibancadas e o campo seria feita por um fosso, utilizado para a drenagem do gramado. Esses detalhes, considerados indispensáveis para uma grande praça esportiva, tinha características próprias no Complexo Esportivo. Haveria, ainda, as segundas dependências: vestiários, banheiros, serviço médico, sala de imprensa, sala para juízes, administração, bares, cabines para rádio e jornalismo, alojamentos, etc.

A DENOMINAÇÃO – Especulava-se a toda hora que nome receberia o Complexo Esportivo. Havia muita gente preocupada com esse detalhe. Com relação às presumíveis denominações que teria a obra, discutia-se, criticava-se, sugeria-se novos nomes. Mas o governo até então não demonstrava nenhuma preocupação quanto a esse aspecto. Primeiro a obra pronta, depois, pensar-se-ia no seu nome. A verdade que a construção do complexo estava encarada com muita seriedade pela administração do Estado. Incluiu-se numa série de medidas destinadas a incentivar a prática do esporte. Esse programa teve início com a criação da SDEL – Secretaria de Desporto e Lazer -, que em pouco tempo de vida conseguiu dinamizar de forma surpreendente o setor.

Com a assinatura, feita no dia 08 de julho de 1980, o contrato entre Governo do estado e a firma vencedora da concorrência para a construção da obra, deu-se uma arrancada definitiva rumo à consolidação do desporto maranhense, com o lançamento da pedra fundamental.

O Maranhão já possuía uma Nides Maria, campeã mundial de pentatlo, uma Silvana Teixeira, destaque no basquetebol, o handebol conquistando o título brasileiro na modalidade, e inúmeros outros atletas que formaram posições nas competições esportivas mais variadas. Com essa providência do Governo, instituindo a prática oficializada, emprestando estímulo e apoio aos grupos e times, novos valores surgiriam a cada dia, numa demonstração de que o nosso povo era forte. E que tinha espírito determinado de luta. Um povo que sabia vencer.

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