A rodada dupla 01 de julho de 1992 pelo Campeonato Maranhense foi adiada para o dia seguinte, 02, a partir das 18h30, no Estádio Castelão, para fugir da concorrência de Vasco x Flamengo, pela televisão. Sampaio x Expressinho, na preliminar, e Maranhão e Tupan, na principal. A decisão poderia ter sido tomada com antecedência, se a federação tivesse atendido solicitação inicial do presidente Eugênio Rodrigues, do Tupan; porém, como isso não aconteceu, mais uma vez aumenta o prejuízo do futebol, que sofre desse mal da organização.
Os árbitros estão mantidos: José Ribamar Melônio apita Sampaio x Expressinho, com bandeirinhas de Verandy Fontes e Renato Rodrigues e José Ribamar Moraes na suplência. Marcelo Filho dirige Maranhão x Tupan, com Josenil Sousa e Antônio Carlos dos Santos nas laterais e Antônio Araújo Ribeiro na regra três. O presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol (CAEF), Raimundo Lima, que disse que o adiamento não trouxe nenhum prejuízo para os profissionais do apito. “Eles estão preparados para trabalhar qualquer dia”.
Os diretores dos clubes e federação estão fazendo um apelo para os torcedores voltarem ao estádio. O apoio da torcida, na opinião deles, será importante para uma tomada de posição. Essa será a primeira rodada da capital, dessa segunda fase do primeiro turno. Até então houve apenas um jogo: Bacabal 2x1 Tupan. Os ingressos serão cobrados a Cr$ 7 mil, cadeiras, e Cr$ 3 mil, arquibancadas.
Enquanto esse apelo é feito dramaticamente, grande parte da torcida reclama da “crise de dirigentes” que o nosso futebol atravessa. São picos os que ainda se salvam nessa onda de desmotivação. Se por um lado alguns se sacrificam financeiramente para manter um time profissional em atividade, do outro os responsáveis pela administração do futebol encontram-se em sua maioria apáticos, resolvendo as coisas na base do improviso, ao mesmo tempo em que vão relevando a pobreza de ideias, para não dizer incompetência quase generalizada.
A pesar da resistência do presidente Carlos Mendes, que foi contra o adiamento, mesmo com o televisionamento direto de Vasco e Flamengo, “porque isso só desgasta mais o futebol”, o Maranhão não teve problemas para enfrentar o Tupan, segundo o treinador Eliézer Ramos, que tinha o time pronto, com todas as pelas que gostaria de ver em ação. Para não perder o dia, o grupo treinou no campo principal do Parque Valério Monteiro. Foi feito um trabalho com bola, leve, para em seguida o elenco voltar para a concentração. Clemer; Marcos, Cabecinha, Carlito e Reginaldo; Batista, Edivaldo e Rogério; Misael e Oliveira Sobrinho. Esse foi o time confirmado para o jogo, o ideal para ser trabalhado para o campeonato, segundo o treinador. Edivaldo, que fez sua estreia recentemente, apenas no finalzinho do jogo contra o Expressinho, aparecia com a principal novidade do Maranhão. Tratava-se de um jogador de boa técnica, que poderia ajudar o Glorioso a obter mais um resultado positivo diante do Tupan.
No último jogo, o Maranhão aplicou sonoros 6 a 0, om 5 gols de Oliveira Sobrinho, o artilheiro da equipe e o vice do campeonato, com 7 tentos. Mas na rodada do dia 02 de julho o Tupan prometia inverter os papéis. E tinha time para isso.
Se para o futebol o adiamento da rodada não foi bom negócio, porque representa desorganização, no mínimo, para o Tupan foi diferente: o treinador Nonato Santos, que assumiu o posto de Marçal Tolentino Serra, dispensado, ganhou um grande reforço: o meia esquerda Wesley, que estava praticamente fora dos planos do time, em função da falta de tempo para treinar, com o curdo de Medicina na Universidade Federal do Maranhão. Wesley voltou a trabalhar e garantiu a sua escalação já no jogo do dia 02 de julho, mesmo fora de suas reais condições físicas. Nonato Santos também determinou nova alteração na equipe: Marco Antônio, que não atravessava boa forma e encontrava-se com problema de saúde na família, perdeu a posição para Zé Filho. Nelson, que jogava de lateral-direito, seria lançado na zaga, no lugar de Edinho, com Eduardo na cabeça área, ao lado de Célio. No gol, Zeca Caminhão foi confirmado e Netinho foi afastado dos campos de futebol durante uns 20 dias. O jogador teve o tornozelo direito engessado. O Tupan, que estava concentrado para o jogo que foi adiado, teve que treinar para não perder o dia e isso provocou gasto dobrado para o clube, segundo o presidente Eugênio Rodrigues.
MARANHÃO VENCE O TUPAN E O SAMPAIO FICA SÓ NO EMPATE – na segunda rodada da segunda fase do Campeonato Maranhense, Primeiro Turno, o Sampaio Corrêa empatou com o Expressinho na preliminar em 0 a 0, enquanto o Maranhão derrotou o Tupan na principal por 2 a 1 no Castelão. Os gols do time atleticano foram anotados por Juca, aos 17, e Mazinho, aos 38, enquanto Wesley, aos 7, fez para o Tupan, no segundo tempo. A primeira etapa terminou em 0 a 0.
Marcelo Filho foi o juiz e a renda somou Cr$ 1.319,00, para 405 pagantes. O Maranhão igualou-se ao Bacabal, com 2 pontos ganhos. O Tupan, apesar de ter feito o primeiro gol, mais uma vez não soube garantir o marcador, permitindo uma reação do adversário. O MAC cresceu de produção depois das entradas de Juca e Jackson.
Na preliminar, o Sampaio esbarrou na retranca do Expressinho. O Tricolor dominou o adversário, mas não soube aproveitar as chances de gol que foram construídas.
FICHA DO JOGO
Sampaio Corrêa 0x0 Expressinho
Local: Estádio Castelão
Renda: Cr$ 1.319,00
Público: 405 pagantes
Juiz: José Ribamar Melônio
Bandeirinhas: Verandy Fontes e Renato Rodrigues
Cartão vermelho: Moraes
Sampaio Corrêa: Juca Baleia; Tarantine, Armando, Toninho e Raimundinho; Júlio César, Zé Carlos (Rogério) e Marcelo; Ismael, Zé Roberto e Lulinha (Léo). Técnico: Ubirajara Carvalho
Expressinho: Hélio; Evandro, Marco Antonio, Villar e Carlos César; Jorge Cabrera, Reinaldo e Henrique (Evaristo); Ceará, Duda (Vander) e Moraes. Técnico: Carioca
Maranhão 2x1 Tupan
Local: Estádio Castelão
Renda: Cr$ 1.319,00
Público: 405 pagantes
Juiz: Marcelo Filho
Bandeirinhas: Josenil Sousa e Antonio Carlos
Gols: Wescley aos 7, Juca aos 17 e Mazinho aos 38 minutos do segundo tempo
Maranhão: Clemer; Marcos, Cabecinha, Carlito e Reginaldo; Batista (Jackson), Rogério (Juca) e Edvaldo; Mael, Mazinho e Oliveira Sobrinho. Técnico: Eliéser Ramos
Tupan: Zeca Caminhão; Newton, Nelson, Lucivaldo e Naldo; Eduardo (Gabriel), Célio e Wescley; Merica (Marco Antonio), Wellington e Zé Filho Branco. Técnico: Nonato Santos
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