Depois da vitória por 3 a 1 diante do Ferroviário Esporte Clube, dirigentes e jogadores do Maranhão renovaram suas esperanças para a conquista do terceiro turno, uma vez que o time melhorou de produção e pode desencabular daqui pra frente.
Para Carlos Guterres, dirigente de Futebol, a vitória já era esperada porque o time tem bons jogadores e o que estava faltando mesmo era o espírito de união entre todos. “Este resultado é prova de um trabalho da diretoria que está dando inteira assistência ao time, orientando os jogadores para a maneira mais correta de se conduzir dentro de campo, ou seja, tranquilo e sem apelar para as jogadas mais bruscas que acabaram por se transformar nos tristes espetáculos do primeiro e do segundo turnos. O que queremos é que o time lute, sua a camisa e apresente aquela característica maior de todo jogador do Maranhão, a garra e o amor à camisa e isto graças a Deus estamos conseguindo e as vitórias vão continuar”.
O técnico Marçal, por sua vez, disse que o Maranhão começa a encontrar o seu melhor futebol e que se os jogadores continuarem no mesmo ritmo, acabarão chegando em boa posição nesta etapa do campeonato. As /jogadas que resultaram em gols foram trabalhadas durante os treinamentos e acabaram por dar certo dentro de campo de jogo. Entende, porém, que o Ferroviário valorizou a vitória maqueana porque em momento algum se entregou; pelo contrário, andou lhe assustando até enquanto o jogo estava 2 a 1. Quando surgiu o terceiro gol do Maranhão, diz Marçal, “eu me tranquilizei porque sabia que o Ferroviário não poderia reagir”.
O ponteiro-esquerdo Léo, autor do segundo gol, bastante emocionado com a vitória, falou: “Já era tempo de se conseguir um resultado como este, que não deixa nenhuma dúvida quanto ao nosso comportamento. Eu sempre disse e continuo a dizer que temos um grande time e que o azar era que estava nos perseguindo. Acredito, entretanto, que desta vez foi embora e não volta mais neste campeonato”.
O JOGO – com uma defensiva bem postada, onde Lambau com suas longas pernas fazia um perfeito trabalho de cobertura tanto do lado direito como da quarta-zaga, o Maranhão começou o jogo ganhando todas as bolas de ataque do Ferroviário, que começara a partida muito disposto. Todavia, o meio-campo do Maranhão, esquecendo o seu “tique-taque” tradicional, insistiu nos lançamentos através de Tataco e Lousada, até conseguir o primeiro gol por intermédio de Roberto. Uma bola lançada por Tataco aos 34 minutos do primeiro tempo apanhou a defesa Ferrim totalmente desprevenida e Roberto correu de trás para marcar (de costas pro gol), ante a saída apavorada d goleiro Assis. O tento até chegou a surpreender a torcida, já que a partida era ruim com os dois times errando em demasia nos passes e os dois ataques totalmente desentrosados e sem criatividade. Foi justamente depois da consignação do primeiro gol que o Maranhão passou a mandar no jogo, inclusive perdendo chances de sair de campo com dois a zero na primeira etapa.
A segunda etapa foi muito mais movimentada que a primeira, sendo que o MAC voltou para definir a partida em seu favor, marcando logo aos 19 minutos, através de Joaozinho. A bola lançada por Lousada mais uma vez deixou a defesa Ferrim na rua e encontrou Joãozinho cara a cara com Assis, que foi encoberto pelo atacante atleticano.
O Ferroviário não desanimou, mesmo estando inferiorizado em dois tentos e começou a atacar desesperadamente em sua do seu primeiro gol, conseguido aos 25 minutos, quando era maior a pressão contra o arco do goleiro Santos. Seneguinha recebeu uma bola na meia-esquerda e foi até a linha de fundo. Cruzou rasante e encontrou livre, sem qualquer marcação pela frente o seu companheiro Carlos Alberto para fulminar pelo alto e diminuir o placar.
O MAC, que já havia feito uma substituição (Álvaro no lugar de Chicão) realmente estava cedendo terreno porque seu meio-campo só tinha Tataco destruindo. Os outros homens só queriam armar. Mas essa insistência na armação acabou sendo benéfica, pois aos 36 minutos surgiu o terceiro e último tento maqueano, numa jogada de raça e muita fibra do garoto Joãozinho, que recebeu um lançamento pela meia-direita e penetrou até à linha de fundo mesmo recebendo pontapés da defesa. Cruzou para a pequena-área e Léo, que vinha na corrida, com muita tranquilidade apenas tocou para o fundo das redes. Daí para frente o Ferroviário se entregou totalmente e quase o MAC fazia o seu quarto gol.
FICHA DO JOGO
Maranhão 3x1 Ferroviário - Campeonato Maranhense 1976
Data: 04 de Julho de 1976
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 19.311,00
Público: não divulgado
Juiz: Renato Rodrigues
Bandeirinhas: José Salgado e Francisco Sousa
Gols: Roberto aos 35 minutos do primeiro tempo; Joãozinho aos 4, Carlos Alberto aos 18 e Léo aos 24 minutos do segundo tempo
Maranhão: Santos; Roberto, Lambau, Marcos e Nabé; Tataco e Louzada; Chicão, Martoso, Joãozinho e Léo.
Ferroviário: Assis; Gonçalves, Alzimar, Vivico e Carrinho, Jorge Santos e Evandro; Saneguinha, Carlos Alberto, Odilon e Orlando
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