Texto do jornal O Estado do Maranhão, de 12 de Julho de 1976, pelo jogo Ferroviário 1x0 Sampaio Corrêa, válido pelo Terceiro Turno do Campeonato Maranhense daquele ano. As duas equipes chegaram à decisão final do Estadual, vencida pelos bolivianos.
A derrota do Sampaio diante do Ferroviário foi bastante lamentada pelos seus dirigentes, que acusaram o árbitro Nacor Arouche de ter influenciado no resultado, modificando-o, a partir do momento em que cometendo uma sucessão de erros e especialmente quando deixou de punir o ponteiro Orlando com cartão amarelo ou vermelho, para imediatamente advertir com cartão amarelo o capitão Eliézer e expulsá-lo quase que simultaneamente quando ele voltou a reclamar, aos 13 minutos do segundo tempo. Com a saída de Eliézer, o mais importante jogador do meio-campo sampaíno, o time ficou inferiorizado em número de atletas e o Ferroviário cresceu até chegar à vitória.
“Esse moço não tem condições de dirigir uma partida de tanta responsabilidade e foi o principal culpado da nossa derrota. Mas isto não impede que eu reconheça que o Ferroviário foi uma equipe valente e que lutou com muito entusiasmo o tempo todo e eu aproveito o ensejo para parabenizar a sua diretoria e a sua torcida pelo triunfo. Lamento apenas que o orientador desta equipe volte a atingir a diretoria do Sampaio com insultos, o que vem acontecendo constantemente, me obrigando a admitir que ele seja um velho frustrado ou talvez um débil mental”, declarou o presidente Djalma Campos após o jogo.
BRITO REVOLTADO – o treinador Brito Ramos, que durante a realização da partida chegou a penetrar nas quatro linhas no momento da expulsão de Eliézer gesticulando para o árbitro da partida, após o jogo estava bastante revoltado e voltou a entrar em campo para criticar o árbitro e xingá-lo desde o círculo central, até a entrada dos vestiários e talvez o agrediria não fosse a intervenção do bandeirinha Francisco Sousa, que afastou de junto de Nacor o irrequieto treinador. “Este árbitro é um safado e não possui condições técnicas e morais para dirigir qualquer partida de futebol. A nossa diretoria tinha solicitado à FMD que não escalasse esse moço para a nossa partida, pois queríamos o senhor Josenil Sousa e não fomos atendidos, já que ‘as cartas estavam marcadas’”, disse Brito, que antes do jogo tinha afirmado que o seu time ganharia o jogo de qualquer forma.
UMA TRISTEZA DUPLA – dos jogadores do Sampaio, os que sentiram mais a derrota foram o goleiro Crésio e o zagueiro Moisés. O central porque cometeu a falta sobre Senega que resultou no gol ferrim, e o arqueiro porque ficou estático sem qualquer gesto de defesa.
Ferroviário 1x0 Sampaio Corrêa
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 83.784,00
Público: não divulgado
Juiz: Nacor Arouche
Bandeirinhas: José Salgado e Francisco Sousa
Gol: Odilon aos 40 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Crésio; Cabrera, Moisés, Sérgio e Ferreira; Eliézer, Tupan e Bolinha; Ramos, Cabecinha (Durval) e Ramos (Bimbinha). Técnico: Brito Ramos
Ferroviário: Assis; Ferreira, Alzemar, Vivico (Gonçalves) e Carrinho; Jorge Santos, Evandro e Carlos Alberto; Saneguinha, Odilon e Orlando (Ozimir). Técnico: Rinaldi Maia