Matéria de Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 30 de Março de 1998
Time do MAC, do técnico Fatiguê, em 1954. Em pé: Alfredinho (auxiliar), Schalcher, Pui, Serra, Jaime, MOacir, Argemiro Guará e Carne Assada; Agachados: Cabeça, Nunes, Peru, Derval, Zé Ferreira e Moacir
Argemiro Braga Guará foi um atleta igual a muitos que pegaram aquela febre de paixão pelo futebol quando ainda eram pequenos. Uma geração que dava os primeiros passos no final da década de 40, fascinada por um esporte que não era visto com bons olhos. Superando qualquer preconceito que pudesse haver, ele mostrou acima de tudo que tinha talento. Tanto que jogou no profissional do Maranhão Atlético Clube como amador e até hoje faz parte da memória de muitos que o viram atuar.
Seu nome de “jogueiro” ficou Argemiro. No Largo da Cadeia, onde hoje fica o Hospital Dutra, reforçava o Paissandu do seu Joaquim. Como outro garoto também brigava pela mesma posição, seu Joaquim era obrigado a deixar Argemiro de titular na posição, por causa de sua canhota potente, deslocando o concorrente para a meia-esquerda. Esse concorrente nada mais era que Canhoteiro, que em pouco tempo viria a se tornar um dos maiores, senão o maior, jogador do país, ex-São Paulo e Seleção Brasileira. “Nunca vi em minha vida alguém como Canhoteiro, nem Pelé”, declara Argemiro, completando que foi um privilégio ter convivido com o craque no início da sua vida atlética.
Além do Paissandu, Argemiro integrou vários times dos colégios por onde passava, dentre eles o São Luís, o Ateneu e a Academia do Comércio. Mas despontar mesmo, ele começou no Santos, do Tabocal, dirigido por Jafé Nunes. “O time era o melhor do amador. Jogávamos com a equipagem oficial do Santos paulista”. Uma lembrança do quanto Jafé era caprichoso quando se dispunha a comandar um time.
Despontando – O campeonato amador era disputado no Santa Izabel. Argemiro já chamava atenção pela facilidade que tinha em se deslocar, pelos dribles desconcertantes que dava e principalmente pela visão de campo que possuía; uma vantagem desfrutada pelos companheiros de equipe, que sempre recebiam passes perfeitos para marcar gols, apesar do gramado com “grama de burro”, como chamavam as touceiras do estádio, que além de atrapalhar, causavam contusões.
O filho de Valério Monteiro, Presidente do Maranhão Atlético Clube, também chamado Valério, convidou o garoto para completar o time aspirante maqueanos nos idos de 1951. Com 15 anos ele agradou em cheio a diretoria. Uma comitiva saiu para pediu que o seu pai, o velho Guará, ex-jogador de futebol, assinasse a ficha de filiação do filho como não-amador para integrar o quadro de futebol.
Partida inesquecível – No MAC, Argemiro brilhou mesmo sem conquistar títulos. Exímio chutador com igual habilidade nos dois pés, era o tormento dos goleiros. Também um hábil armador, sabia colocar a bola nos pés do companheiro em melhor condição de ataque, mostrando acima de tudo que possuía espírito de equipe.
Sua maior prova de fogo que até hoje é lembrada por muitos torcedores maranhenses foi no amistoso do MAC contra o Flamengo, no Estádio Santa Izabel, por volta de Dezembro de 1953. Nos vestiários, ele soube que seria marcado pelo lateral-direito Marinho, que também vestia a camisa da Seleção Brasileira. “Me preocupei com a informação. Marinho era o número 1 do Brasil. Foi difícil a marcação, mas consegui me sair bem”, comenta, modesto. Na verdade, com 18 anos de idade, ele deu um verdadeiro passeio em Marinho. Apesar de jogar muito bem, o MAC perdeu por 3x0.
Quando acabou o jogo, a diretoria flamenguista convidou Argemiro para integrar a equipe, que ainda iria fazer várias partidas pelo Nordeste, mas ele preferiu não se arriscar e ficou por aqui mesmo. Esse receio de se aventurar na profissão pouco reconhecida de jogador de futebol fez com que recusasse outros convites feitos pelo Remo de Belém do Pará e Sport de Recife. Até convocação para a Seleção Maranhense de 1954 Argemiro abdicou. “Não tinha interesse na Seleção”, justifica.
O serviço militar retirou-o do MAC, em 1955. No exército, defendeu o General Sampaio, Ainda fez parte do Bahia, da Segunda Divisão, levado pelo Major Pereira. No ano seguinte, já casado, largou os campos, pois o seu pensamento era o futuro da nova família que acaba de formar.
Futsa, nova opção – Como meio de se manter na ativa, Argemiro passou a jogar futebol de salão do Santelmo, ao lado de Ribasco, Cleon Furtado, Biné, Mozart, Ranilson, dentre outros. Os torcedores passaram a ver de perto a potência dos chutes dele, que contribuíram para a conquista de um tricampeonato no final da década.
Um emprego público federal fez com que ele viesse transferência para a cidade de Barcelona, em Minas Gerais. A fama de grande ponta-esquerda o levou a atuar pelo Olímpico e no América por pouco tempo. De volta a São Luís, em 1964, se dedicou inteiramente aos estudos para o concurso do Banco da Amazônia (BASA). Quando passou, foi designado para trabalhar em Belém. Ainda jogou futebol de salão no Remo, ao lado de craques como Valmoro, Graco, Jaiminho e Guilherme Saldanha. Pelo campeonato de bancários, não deixava de dar sua contribuição. E foi lá que ele se aposentou de vez da bola, que tratava com muita intimidade.
Seu nome de “jogueiro” ficou Argemiro. No Largo da Cadeia, onde hoje fica o Hospital Dutra, reforçava o Paissandu do seu Joaquim. Como outro garoto também brigava pela mesma posição, seu Joaquim era obrigado a deixar Argemiro de titular na posição, por causa de sua canhota potente, deslocando o concorrente para a meia-esquerda. Esse concorrente nada mais era que Canhoteiro, que em pouco tempo viria a se tornar um dos maiores, senão o maior, jogador do país, ex-São Paulo e Seleção Brasileira. “Nunca vi em minha vida alguém como Canhoteiro, nem Pelé”, declara Argemiro, completando que foi um privilégio ter convivido com o craque no início da sua vida atlética.
Além do Paissandu, Argemiro integrou vários times dos colégios por onde passava, dentre eles o São Luís, o Ateneu e a Academia do Comércio. Mas despontar mesmo, ele começou no Santos, do Tabocal, dirigido por Jafé Nunes. “O time era o melhor do amador. Jogávamos com a equipagem oficial do Santos paulista”. Uma lembrança do quanto Jafé era caprichoso quando se dispunha a comandar um time.
Despontando – O campeonato amador era disputado no Santa Izabel. Argemiro já chamava atenção pela facilidade que tinha em se deslocar, pelos dribles desconcertantes que dava e principalmente pela visão de campo que possuía; uma vantagem desfrutada pelos companheiros de equipe, que sempre recebiam passes perfeitos para marcar gols, apesar do gramado com “grama de burro”, como chamavam as touceiras do estádio, que além de atrapalhar, causavam contusões.
O filho de Valério Monteiro, Presidente do Maranhão Atlético Clube, também chamado Valério, convidou o garoto para completar o time aspirante maqueanos nos idos de 1951. Com 15 anos ele agradou em cheio a diretoria. Uma comitiva saiu para pediu que o seu pai, o velho Guará, ex-jogador de futebol, assinasse a ficha de filiação do filho como não-amador para integrar o quadro de futebol.
Partida inesquecível – No MAC, Argemiro brilhou mesmo sem conquistar títulos. Exímio chutador com igual habilidade nos dois pés, era o tormento dos goleiros. Também um hábil armador, sabia colocar a bola nos pés do companheiro em melhor condição de ataque, mostrando acima de tudo que possuía espírito de equipe.
Sua maior prova de fogo que até hoje é lembrada por muitos torcedores maranhenses foi no amistoso do MAC contra o Flamengo, no Estádio Santa Izabel, por volta de Dezembro de 1953. Nos vestiários, ele soube que seria marcado pelo lateral-direito Marinho, que também vestia a camisa da Seleção Brasileira. “Me preocupei com a informação. Marinho era o número 1 do Brasil. Foi difícil a marcação, mas consegui me sair bem”, comenta, modesto. Na verdade, com 18 anos de idade, ele deu um verdadeiro passeio em Marinho. Apesar de jogar muito bem, o MAC perdeu por 3x0.
Quando acabou o jogo, a diretoria flamenguista convidou Argemiro para integrar a equipe, que ainda iria fazer várias partidas pelo Nordeste, mas ele preferiu não se arriscar e ficou por aqui mesmo. Esse receio de se aventurar na profissão pouco reconhecida de jogador de futebol fez com que recusasse outros convites feitos pelo Remo de Belém do Pará e Sport de Recife. Até convocação para a Seleção Maranhense de 1954 Argemiro abdicou. “Não tinha interesse na Seleção”, justifica.
O serviço militar retirou-o do MAC, em 1955. No exército, defendeu o General Sampaio, Ainda fez parte do Bahia, da Segunda Divisão, levado pelo Major Pereira. No ano seguinte, já casado, largou os campos, pois o seu pensamento era o futuro da nova família que acaba de formar.
Futsa, nova opção – Como meio de se manter na ativa, Argemiro passou a jogar futebol de salão do Santelmo, ao lado de Ribasco, Cleon Furtado, Biné, Mozart, Ranilson, dentre outros. Os torcedores passaram a ver de perto a potência dos chutes dele, que contribuíram para a conquista de um tricampeonato no final da década.
Um emprego público federal fez com que ele viesse transferência para a cidade de Barcelona, em Minas Gerais. A fama de grande ponta-esquerda o levou a atuar pelo Olímpico e no América por pouco tempo. De volta a São Luís, em 1964, se dedicou inteiramente aos estudos para o concurso do Banco da Amazônia (BASA). Quando passou, foi designado para trabalhar em Belém. Ainda jogou futebol de salão no Remo, ao lado de craques como Valmoro, Graco, Jaiminho e Guilherme Saldanha. Pelo campeonato de bancários, não deixava de dar sua contribuição. E foi lá que ele se aposentou de vez da bola, que tratava com muita intimidade.
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