Expressinho Campeão do Campeonato da Cohab em 1977



Deixo um texto interessante extraído do jornal "O Estado do Maranhão", de 27 de Setembro de 1977, falando sobre o primeiro título amador do Expressinho Futebol Clube, campeão em 1977 do campeonato do Bairro da Cohab.

Finalmente depois de vários jogos e muita expectativa, foi conhecido o primeiro campeão oficial do Bairro da Cohab. O grande campeão foi o quadro do Expressinho, que conseguiu derrotar o olaria através do marcador de 1 tento a 0, com o único gol do espetáculo sendo marcado pelo “museu” Chico Flau. O jogo foi assistido por uma plateia sensacional, demonstrando assim que o progresso esportivo da Cohab é de fato uma realidade. Com este resultado, o Expressinho mantém o tabu de nunca ter perdido para o Olaria.

O Expressinho foi campeão com o seguinte quadro: Wilson; Assunção, Lima, José Antônio e Givaldo; Klinger, Edmar e Demóstenes; José Nunes (Chico Flau), Anicleto e Fonseca. O Olaria foi vice campeão com Ivan; Gilberto, Ferraz, José Mário e Leovegildo; Amilton, Henrique Pereira e Humberto; Júlio César, Roberto e Antônio Carlos.

Dirigiu a partida Sebastião Silva, tendo nas bandeirinhas o auxílio de Luis Belo Bezerra. De parabéns a diretoria e jogadores do Expressinho pela conquista do primeiro campeonato oficial da Cohab.

CONFRONTO - Sampaio Corrêa x Ponte Preta (SP)



Ao longo da história, Sampaio Corrêa e Associação Atlética Ponte Preta já se enfrentaram em apenas três oportunidades. Nas duas primeiras, dois jogos amistosos em São Luís, na década de 1950. No terceiro e último confronto, um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de 1977. No total, a equipe de Campinas enfrentou clubes maranhenses em quatro oportunidades - três diante do Sampaio Corrêa e uma partida contra o Moto Club, no dia 27 de Março de 1955 (após a primeira partida entre Ponte e Sampaio Corrêa). O Papão do Norte acabou goleado pelo placar de 6x0. No total, contra clubes maranhenses, foram três vitórias e um empate. O time paulista assinalou 15 gols e sofreu apenas três. Contra o Sampaio Corrêa foram três jogos, com duas vitórias para a Ponte e um empate - 9 gols dos paulistas contra três dos bolivianos.

RESUMO

23/Março/1955-Sampaio Corrêa 1x5 Ponte Preta
29/Março/1955-Sampaio Corrêa 2x4 Ponte Preta
19/Outubro/1977-Sampaio Corrêa 0x0 Ponte Preta

SAMPAIO CORRÊA X PONTE PRETA (SP) - AMISTOSOS EM 1955

“De acordo com a última comunicação entre dirigentes da Ponte Preta de São Paulo que ora se encontra em Belém do Pará e o desportista Nagib Feres, patrocinador da temporada em apreço, a primeira turma daquela delegação aqui estarão amanhã à tarde.

ESPERADOS ÀS 18 HORAS – Apurou nossa reportagem que o aparelho da Panais do brasil que conduzirá a esta capital chegará ao aeroporto do Tirirical às 18 horas, sendo os mesmos recebidos por uma comissão de desportistas locais e a imprensa especializada em geral. Estes em seguida se deslocarão para o Hotel Maranhense, onde ficarão hospedados.

Amanhã à noite quando da reunião dos membros do Conselho Técnico de Futebol da FMD, serão designadas as autoridades para o primeiro jogo da Ponte Preta nesta capital, que será contra o Sampaio Corrêa, devendo ser designado para dirigir o prélio em apreço o sr. Leôncio Rodrigues Sobrinho, convidado para tal fim.”

“Está previsto para a noite de hoje o sensacional encontro entre a Associação Atlética da ponte Preta de Campinas e o Sampaio Corrêa, bicampeão estadual, reunindo assim maranhenses e paulistas num sensacional prélio interestadual de futebol.

Grande interesse despertado no sei do público desportivo local, não somente por tratar-se de uma exibição do Sampaio Corrêa como também pela curiosidade de poder presenciar boas jogadas de elementos de projeção, tais como Bibe, Friaça, Andú, Waldir e outros, esperando-se por tal motivo que a renda de hoje à noite supere as demais já realizadas em prélios interestaduais noturnos já realizados em São Luís."

“Desde às 18 horas de ontem está na gleba das palmeiras a briosa delegação da Associação Atlética Ponte Preta de Campinas (São Paulo). Os bandeirantes, que foi amplamente notificado, realizará entre nós uma estação de dois jogos, iniciando-se quarta, quando preliarão com o bicampeão da cidade, o Sampaio Corrêa, e encerrarão domingo, contra o Moto Club.

Ontem apenas chegou uma parte da delegação, porém, toda a embaixada está composta de 24 pessoas, tendo na presidência da mesma o sr. Aldo Rizzardo; secretário – Sérgio Banzonni, que também é locutor da Rádio Brasil de Campinas; Jornalista Hélio Pinto, representante de A Gazeta Esportiva em Pernambuco, estando para aquele jornal e o seu em Recife, Diário do Norte. Os demais componentes: Moacir Moraes (técnico), Sinécio (massagista), jogadores: Andú e Ciasca (goleiros), Derem, Joel e Homero (zagueiros), Feitiço, Carlito Roberto, Carlinhos e Albano (médios), Noca, Baltazar, Nininho, Biné, Jansen, Paulinho, Friaça e Pretinho (atacantes).

A direção técnica do ‘Mais Querido’ encara com bastante seriedade seu compromisso amanhã contra a Ponte Preta. E tanto é verdade que já providenciaram os bolivianos solucionar alguns problemas para a sua formação, com vistas a esse cortejo. O caso da meta parece que será solucionado com a presença de Lessa, que já se encontra em São Luís. A zaga será a mesma das últimas apresentações (Terrível e Ribamar). Havia um fato que preocupava a direção técnica, a ausência de um centro-médio. É que a saída de Benicio pata o Moto deixou uma lacuna na posição e até hoje os tricolores não conseguiram reparar totalmente. Entretanto, vão os campeões conseguir para amanhã a presença de Palheta, a título de empréstimo.”

“Os paulistas impressionaram bastante e o resultado foi a inauguração do marcador numa recarga de Baltazar aos 5 minutos de luta. O Sampaio Corrêa, demonstrado esforço, através de seu atacante Lourival, que driblou quase toda a defesa da Ponte Preta, conseguiu o tento de empate aos 12 minutos de luta. Graças a um ‘presente’ de Terrível, pode a Ponte Preta partir para a vantagem com um belíssimo tento de Noca aos 27 minutos, tento nessa meia etapa de luta o Sampaio decrescido de produção, o que deu margem para que mais uma vez Baltazar aumentasse o placar para 3x1, quando o cronograma assinalava 40 minutos de luta. Mais alguns lances e a partida chegou ao seu término.

A ETAPA COMPLEMENTAR – Várias alterações foram realizadas na etapa complementar, tendo Osvaldo substituído a Lessa, e mais tarde Friaça entrou no lugar de Bibe, enquanto Nininho era substituído por Paulinho. Waldir cedeu lugar a Joel, todos da Ponte Preta, enquanto no Sampaio Wallace entrou no lugar de Lobinho, tento Ribamar descido para o papel de médio-volante e mais tarde Neto e Sapeca substituíram a Reginaldo e Josafá. Friaça aos 15 minutos cobrando uma falta da altura da linha branca, assinalou o 4 tento da partida, enquanto Baltazar encerrou a contagem aos 44 minutos, no mais belo goal da noite, quando de cabeça escorou um centro de Friaça. Os pontepretanos agradaram ao público que se encontrava no Santa Izabel, muito embora estes não tivessem mostrado tudo o que sabem em matéria de futebol”




FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x5 Ponte Preta (SP)
Data:
23 de Março de 1955
Local: Estádio Santa Izabel 
Juiz: José Gonçalves da Silva
Bandeirinhas: Lourival Amaral e Heitor Nunes
Renda: Cr$ 51.790,00
Público: não divulgado
Gols: Baltazar aos 5, Lourival aos 12,  Noca aos 27 e Baltazar aos 40 minutos do primeiro tempo; Friaça aos 15 e Baltazar aos 44 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Lessa (Osvaldo); Terrível e Ribamar (Wallace); Cacaraí, Serra e Lobinho (Ribamar); Gedeão, Lourival, Mozart, Reginaldo e Jesus (Neto)
Ponte Preta (SP): Andú, Derem e Waldir (Joel); Bruninho, Pitico e Carlinhos; Noca, Baltazar, Nininho (Paulinho), Bibi (Jansen) e Jansen (Friaça)

FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x4 Ponte Preta (SP)
Data:
29 de Março de 1955
Local: Estádio Santa Izabel 
Juiz: Antônio Bento Cantanhede Farias
Renda: Cr$ 67.000,00
Público: não divulgado
Gols: Nininho aos 4, Friaça aos 32 e Nininho aos 35 minutos do primeiro tempo; Lourival aos 5, Ribamar aos 18 e Paulinho aos 24 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Lessa; Terrível e Ribamar (Carapuça); Cacaraí, Calango (Ribamar) e Henrique Santos (Rui); Lourival (Gedeão), Mozart, Rui (Lourival), Josafá (Henrique Santos) e Esmagado
Ponte Preta (SP): Andú, Derem e Waldir (Homero); Bruninho (Albano), Pitico e Carlinhos; Friaça (Noca), Baltazar, Nininho (Paulinho), Bibi e Jansen

SAMPAIO CORRÊA X PONTE PRETA (SP) - CAMPEONATO BRASILEIRO 1977

“Chefiada por José Camargo, desembarcou ontem às 14 horas no aeroporto do Tirirical, a delegação da Ponte Preta de Campinas, que no último domingo apresentou-se em Teresina e venceu ao Flamengo por 2 tentos a 1. Na equipe que atuará em São Luís não estará o artilheiro Rui Rei, que será vendido ao futebol do México, tendo em vista que contra si pesam sérias acusações por parte da torcida campineira, devido à sua expulsão no jogo decisivo com o Corinthians Paulista. Contido, a Ponte traz bons valores, entre eles o goleiro Carlos, o central Oscar, o meia Dicá, o centroavante Tuta e o ponteiro-direito Lúcio, que esteve sendo olhado pelo técnico Cláudio Coutinho para ser convocado para a Seleção Brasileira.

Falando à reportagem de O IMPARCIAL ainda no aeroporto, o treinador Zé Duarte disse que seu time sentiu bastante a temperatura em Teresina, cerca de 36 graus, e que por isso mesmo este não praticou o seu verdadeiro futebol. Mesmo assim, adianta, ‘fomos superiores ao adversário e a vitória, acredito, foi mais do que justa’. Do atual quadro sampaíno, ele praticamente nada sabe, Apenas considerou bom o resultado do time local diante do Corinthians e garantiu que a Ponte pode apresentar um bom futebol amanhã, com as voltas de Oscar e Dicá.

“O Sampaio terá hoje o seu mais difícil compromisso no grupo C do Campeonato Brasileiro, ao enfrentar a poderosa equipe da Ponte Preta, de Campinas, a partir das 21 horas, no Estádio Municipal Nhozinho Santos. Neste jogo, a exemplo do realizado no último domingo, está despertando o maior interesse do público, principalmente depois que a equipe boliviana empatou com o Corinthians paulista sem abertura de contagem.

Além disso, mesmo sabendo-se que a Ponte Preta não é um time de massa, o seu cartaz hoje em todo o Brasil é reconhecido pelo futebol que pratica, chegando mesmo a ser qualificado com ‘uma injustiça’ a perda do título do certame paulista deste ano. Empatando com o campeão paulista, tem o Sampaio a obrigação de pelo menos repetir o empate com o vice, fato este que entretanto não chega a ser lógico, se analisar-se a maneira de jogar da Ponte e do Corinthians.

A Ponte Preta é uma equipe que prima pelo toque de bola e que faz muitas tabelas na entrada da área, para marcar gols bem de pertinho do goleiro, apesar de que esta não é a sua única opção, já que possui eméritos chutadores, como Parraga e Tuta e um exímio cobrador de faltas que é Dicá.

Seus dois ponteiros são velozes e, principalmente, Lucio, o direito, que vai sempre à linha de fundo e cruza muito bem. Estes detalhes foram vistos pela TV por ocasião da decisão do certame paulista e confirmados ontem pelos jornalistas esportivos que acompanham a delegação pontepretana. A Macaca como é também apelidada indiscutivelmente é o melhor clube paulista no momento. Em Teresina, teve tudo para goelar ao Flamengo não fora a tarde infeliz do jogador Parraga, que perdeu muitos gols, e a boa atuação do goleio Bartolomeu.

O Sampaio Corrêa, apesar de ter empatado com o Corinthians, não é ainda a equipe ideal que a torcida quer para o Nacional. A retranca funcionou a contento, mas o ataque está simplesmente inoperante, pela má fase em que atravessa o centroavante Cabecinha e a ausência de ponteiros autênticos. Sua defesa e seu meio-campo ainda apresentam falhas que, se repetidas hoje, poderão redundar em graves consequências.

“EMPATAM SAMPAIO E PONTE PRETA – Tal como aconteceu com o Corinthians, campeão paulista de 77, o Sampaio Corrêa empatou com a Ponte Preta, segunda colocada no Campeonato Paulista deste mesmo ano. Significa isso que os dois maiores do futebol bandeirante, depois de sensacionais encontros que sacudiram o Brasil de norte a sul para verem qual seria o líder do ‘association’ na terra do café, ficaram reduzidos ao que são mesmo, visto como, frente ao Sampaio Corrêa, nenhum deles conseguiu modificar a opinião da torcida, a não ser para melhor.

Face a isso, o Sampaio Corrêa passou a constituir osso duro de roer para quantos clubes daqui e de fora do Estado entendam de duvidar do potencial sampaíno, que se transformou, doravante, no Campeonato Brasileiro, em pavor dos gramados, obrigando os técnicos de todos os demais clubes que tiverem de preliar com o esquadrão boliviano, a modificar seus dispositivos em campo, sob pena de fazer figura feia nos cortejos programados para o decepcionador do Corinthians e da Ponte Preta.

O resultado agradou inteiramente aos dirigentes, no treinador e aos próprios jogadores sampaínos, que deixaram o campo eufóricos, por terem ‘pulado mai suma fogueira’, mantendo a invencibilidade na fase inicial do Copão Brasil. O jogo, a rigor, foi bem disputado, levando-se em conta a filosofia empregada elos dois times, com um indo à frente em busca do gol, a Ponte Preta, e o outro jogando cautelosamente sem se precipitar, o Sampaio, até mesmo quando as condições se mostraram favoráveis. Os paulistas tiveram dificuldades para penetrar na fechada defesa maranhense, onde os zagueiros estavam sempre bem posicionados, sobrando alguém para o combate, ainda que em duas oportunidades tenha havido falhas na pequena área.

DOIS TEMPO IGUAIS – É difícil distinguir o comportamento das duas equipes dentro da partida, a não ser a má performance de Cabecinha, que foi uma figura inexpressiva durante todo o transcorrer do jogo. Se no primeiro tempo o Sampaio teve logo no início alguns momentos de audácia, logo a Ponte respondeu, obrigando o quadro tricolor a se fechar na defesa. Com isso, as opções de jogadas para os campineiros ficou sendo pelas pontas, onde Tuta e Lúcio foram muito empenhados e dos laterais se projetando no apoio. No segundo tempo o panorama pouco mudou, apesar das mexidas introduzidas nas duas equipes, sendo que no Sampaio a entrada de Adãozinho foi imperativa em razão de Vanderlei ser acometido de câimbra, e avier ter se contundido, além de muito cansado. Na Ponte, Tuta e Dicá se estafaram também e foram substituídos.











FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 0x0 Ponte Preta (SP)
Data:
19 de Outubro de 1977
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz:
José Leandro Serpa (CE)
Renda: Cr$ 379.026,00
Público: 20.302 pagantes
Sampaio Corrêa: Dorival; Cabrera, Paulo Fraga, Ademir e Ferreira; Rosclin, Joel e Kalú; Vanderley (Adão), Cabecinha e Xavier (Bimbinha). Técnico: Moacir Bueno
Ponte Preta (SP): Carlos; Jair, Oscar, Polozzi e Odirley; Wanderley, Dicá (Helinho) e Marco Aurélio; Lúcio, Parraga e Tuta (Afrânio). Técnico: Zé Eduardo

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Maranhão 0x1 Vila Nova (GO) - Campeonato Brasileiro 1979



Registro da partida entre Maranhão e Vila Nova de Goiás, pela segunda fase do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão em 1979. O MAC, que encerrou a primeira fase terminou líder e invicto, não obteve o mesmo desempenho da fase seguinte e acabou eliminado na chave formada por XV de Jaú, Campo Grande-RJ, Itabaiana, Uberlândia, Vitória, Vila Nova e Fluminense-RJ. Naquele ano, o MAC, atual campeão maranhense, formava com Marcelino, Célio, Paulo Fraga, Jorge Santos e Antônio Carlos; Emerson, Riba e Naldo; Osni, Alcino e Dejaro.

CAMPANHA

PRIMEIRA FASE

23.09.1979-Maranhão 1x1 Uberlândia
27.09.1979-Maranhão 3x0 Sampaio Corrêa
06.10.1979-Maranhão 3x0 Moto Club
14.10.1979-Central 2x2 Maranhão
20.10.1979-Uberaba 0x1 Maranhão
23.10.1979-Náutico 2x3 Maranhão
27.10.1979-Maranhão 1x0 River
30.10/1979-Maranhão 1x1 Piauí
03.11.1979-Tiradentes 0x3 Maranhão


SEGUNDA FASE

08.11.1979-Maranhão 1x0 XV de Jaú
11.11.1979-Campo Grande 5x0 Maranhão
15.11.1979-Maranhão 1x0 Itabaiana
18.11.1979-Maranhão 0x1 Uberlândia
21.11.1979-Vitória 2x1 Maranhão
25.11.1979-Maranhão 0x1 Vila Nova
29.11.1979-Fluminense 6x0 Maranhão







FICHA DO JOGO

Maranhão 0x1 Vila Nova (GO)
Data:
25 de Novembro de 1979
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Antônio Ferreira Goes (SE)
Renda: não divulgada
Público: 6.689 pagantes
Gol: Tulica 40 minutos do segundo tempo
Maranhão: Marcelino, Mendes, Tataco, Jorge Santos e Franklin;  Juarez, Dejaro e Naldo (Emerson); Osni, Riba e Dario (Alcino). Técnico: Aníbal Saraiva
Vila Nova (GO): Serginho, Triel, Modesto, Roberto Oliveira e Cândido; Luís Dário, Danival e Zé Ronaldo; Zé Henrique (Silva), Luizinho (Puruca) e Tulica. Técnico: Jorge Vitório

ÁUDIO - Moto Club 2x2 Interporto/TO - Campeonato Brasileiro Série D 2014



Neste post, deixo o áudio com os gols de jogo Moto Club 2x2 Interporto, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro da Série D de 2014, além de um link com o jogo completo, em mais de 2 horas de gravação.

ÁUDIO COM OS GOLS

Flamengo (RJ) 1x1 Moto Club (Taça Ouro 1983)



Registro de antes da partida entre Flamengo e Moto Club, válido pelo Campeonato Nacional (Taça Ouro) de 1983. Do livro "Memória Rubro-Negra: de Moto Club a Eterno Papão do Norte", deixo a transcrição sobre o heróico empate maranhense em pleno Estádio do Maracanã:

O Moto Club foi responsável por uma das maiores zebras da Loteria Esportiva, no empate de 1 a 1 frente ao poderoso Flamengo, dentro do Maracanã pela Taça Ouro, resultado que tirou muita gente da corrida pelos milhões da semana. Esse era o titulo da capa de um dos maiores jornais em circulação de São Luis na década de 1980. A chamada mostrou, sem exageros, o que foi um heroico Moto Club dentro de um Maracanã em vermelho e preto. O empate com gosto de vitória fez com que o time motorizado, por alguns instantes, se sentisse em casa. Mais apropriado, impossível. O representante maranhense armou um esquema perfeito e quase saiu do Rio de Janeiro com uma vitória, com uma perfeita atuação de Newton, ponta-direita que jogava com a camisa 7 e que se consagrou de finitivamente dentro do futebol maranhense.

A Taça Ouro de 1983 contou com a participação de 28 clubes, sendo os 16 primeiros colocados da edição do ano anterior, oito fundadores (para garantir os clubes grandes, como Corinthians, Flamengo, etc.), o campeão e o vice da Taça de Prata em 1982 e mais dois clubes por convite de acordo com a conveniência da CBF. E o Moto estava entre os 28 que compunham a disputa. Para a competição, o clube inscreveu os seguintes jogadores, entre atletas importados de outros Estados e os chamados pratas da casa: Moacir, Ganga, Cabrera, Irineu, Paulino, Moacir, Pernambucano, Luis Carlos, Tião, Zé Carlos, Lutércio, Raimundinho, Pirila, Gilmar, Zé Roberto, Gil Lima, Norinho, Santos e Alberto. Apesar do forte elenco, um dos jogadores inscritos fez história no rubro-negro ao marcar o gol diante do Flamengo em pleno Estádio do Maracanã: o ponteiro Newton, craque do futebol maranhense e que chegou a ser titular absoluto em todas as seleções formadas ao longo da temporada.

Às vésperas do confronto contra o Flamengo, Newton, que morava no São Francisco, ouviu toda a sorte de gozação possível dos amigos, dizendo que o Papão sofreria uma inesquecível goleada e que o próprio Newton sequer veria a cor da bola, pois iria receber marcação simplesmente do lateral Júnior, que dispensa apresentações. O craque motense, no bom humor, dizia que o Moto poderia até perder o jogo, mas ele iria deitar e rolar porque o Júnior não era bom marcador. Logo na chegada ao aeroporto do Rio de Janeiro, um carregador de bagagem, que era amenguista, viu a delegação motense e gritou que daria três gols de diferença à equipe maranhense, antes de sair dando risadas. Os próprios Zico e Júnior chegaram a admitir que a partida seria um simples treino. A resposta do Papão, em especial de Newton, viria dali a algumas horas.

Sobre a partida, realizada na tarde do dia 30 de Janeiro de 1983, mais de 23 mil pessoas pagaram para ver uma goleada rubro-negra sobre o limitado elenco motense. Nessa competição, o Flamengo tinha “só” Raul, Leandro, Júnior, Andrade e Zico. Com um elenco desses, a repetição do mesmo placar em São Luis (5 a 1) parecia até pouco. Contudo, quem pagou ingresso para ver Zico em ação, acabou conhecendo o ponteiro Newton, que escreveu o seu nome no hall de zebras que pintaram pelo Maracanã em tempos recentes. Depois que o CSA venceu o Fluminense e a Ferroviária derrotou o Botafogo, hoje foi a vez do Moto Clube equilibrar o jogo contra o Flamengo e sair do Maracanã com um honroso empate de 1 a 1. O torcedor carioca foi surpreendido pelo representante maranhense e não perdoou a pior exibição do Flamengo nos últimos tempos, vaiando demoradamente a equipe na saída do jogo e aplaudindo as jogadas do jovem ponta-direita motense. O narrador Luis Mendes, da Rádio Nacional (RJ), ainda comentou: “Quero deixar bem claro para o torcedor do Flamengo que o time que está de vermelho e preto é o Moto Club do Maranhão e que está dando um show de bola no time de branco, o Flamengo!” Newton foi o autor do gol dos motenses aos 35 minutos abrindo o escore, aproveitando-se de uma indecisão dos amenguistas Raul e Júnior. O Mengão empatou de bola parada, numa perfeita cobrança de falta através de Zico, aos 38 minutos do primeiro tempo. A heroica formação motense naquele empatou era composta pelos seguintes atletas: Samuel, Cabreira, Sandoval, Guaracy e Tião Baiano; Zé Carlos e Raimundinho; Newton, Paulo Cardoso e Lutércio. Os dribles desconcertantes e o futebol veloz, Newton deu um verdadeiro “banho” na defesa rubronegra e no lateral-esquerdo Júnior, hoje comentarista da Rede Globo. No início, Júnior se adiantava para apoiar o ataque e o deixava livre. Só que, com os primeiros dribles que levou do ponta, decidiu car mais recuado, mas mesmo assim o jogador do Moto conseguiu fazer os melhores lances da partida, em jogadas de alta categoria. A imprensa carioca, inclusive, deu grande destaque para a atuação do jogador motense, todos queriam saber se essa tinha sido a sua melhor partida da minha vida. Newton apenas disse que estava acostumado a jogar daquela forma (prova disso foi a sua maior média na primeira fase do campeonato, garantindo ao atleta a tão cobiçada Bola de Ouro, da Revista Placar). O autor do histórico gol motense em pleno Maracanã ainda foi presenciou um acontecimento naquele dia: antes da partida, um recém-formado repórter carioca, após entrevista, desejou-lhe sorte, palavras prontamente retribuídas por Newton ao jovem pro ssional. Após o jogo, esse mesmo repórter veio falar com o atleta motense e con denciou-lhe que gostaria de ter a mesma sorte na carreira à qual o craque tinha nos gramados. Newton foi sinceroHH: “falei que era muito mais competência do que sorte”. Após sua grande atuação no Maracanã, Newton teve muita sorte mesmo, sendo vendido em seguida ao São Paulo. Quanto ao jovem repórter, sinceramente não sabemos...

A delegação motense foi recebida com enorme euforia pelos torcedores maranhenses, que nem sequer lembravam-se da fraca campanha rubro-negra na competição. Empatar diante de uma das maiores equipes do mundo, fora de casa, era a maior das vitórias e valia muito mais do que qualquer decepcionante campanha. O goleiro Samuel, apesar dos 14 gols sofridos ao longo da competição, foi um dos principais jogadores do time motense. Newton foi o artilheiro do Papão na competição, com três gols. Mais de Cr$ 345 milhões foram arrecadados só nas partidas em São Luis, o que prova que nunca ninguém tinha sido tão apoiado pelo público, apesar da fraquíssima campanha.

Antes da inesquecível zebra no Maracanã, o Moto vinha de uma campanha digna de um mero gurante na competição: Moto 1x1 Paysandu, em São Luis, e Santos 3x1 Moto, fora de casa. Após o heroico empate no Maracanã, o Papão seguiu com a sua pí a campanha: além de derrotas frente aos paraenses do Paysandu (2x1) e até dos amazonenses do Nacional (1x0), o rubro-negro maranhense havia sofrido uma goleada em pleno Castelão para o próprio Flamengo por 5x1. Na ocasião desse revés frente ao time carioca, um jornalista perguntou ao técnico do Papão se o jogador Zico teria uma marcação especial. O treinador do rubro-negro respondeu que não, pois Zico era um jogador como qualquer outro. A goleada por si só respondeu por tal leviandade. Contudo, o Papão ainda arrumou tempo para empatar em São Luis com o Santos, em 1x1, dia 06 de Março. Ou seja: foi a zebra pra cima dos grandes, mas conseguiu se complicar diante dos pequenos. Coisas do futebol...

Zagueiro Laudeni de Sousa


Matéria de Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 09 de Outubro de 2000

Moto Club em 1973: em pé - Sousa, Chico, Laudeni, Marins, Esquerdinha e Barbosa; agachados - Lima, Lins, Tuica, Faísca e Gabriel

Laudeni de Sousa é o atual técnico do Moto Club. Na década de 70, era um dos mais respeitados jogadores do Norte e Nordeste do país. Veio para o Maranhão em 1973 defender o mesmo Moto. Clássico, formou uma das mais famosas duplas e zaga ao lado de Marins. Deu sua contribuição ao esporte do passado do Maranhão e após 27 anos volta para contar um pouco de sua história para os desportistas da terra que aprendeu a gostar e respeitar.

Por causa da antiga polêmica com a escrita do seu nome, faz questão de frisar que se chama Laudeni sem erre no fim e Sousa com esse. Mas não tem jeito. Ainda hoje continuam chamando-o de Laudenir. Mantendo o mesmo jeito alegre e descontraído, conta sua vida com enorme satisfação. A infância em morros do Rio de Janeiro, onde nasceu no dia 30 de Junho de 1944, marcou. Catava papéis para ajudar no sustento da família. Jogando futebol no Nova América, passou a escrever outra história para sua vida.

Por volta de 1957, o Nova América virou escolinha do Botafogo. Laudeni destacava-se como zagueiro por causa da altura, cerca de 1,80m. A falta de qualquer tipo de ajuda levou-o ao juvenil do Fluminense em 1958/59, que lhe dava jantar e dinheiro da passagem. Só não ficou mais tempo porque os sócios do clube chamado “pó-de-arroz” não olhavam com bons olhos um negro circulando pela área de lazer.

Em 1960 já estava “ganhando um bom dinheiro”, disputando competições no Madureira pelas categorias juvenil e profissional. O clube resolveu ter retorno no investimento feito e vendeu Laudeni para o Ceará Sporting de Fortaleza, em 1964. Até 1971, conquistou vários títulos, inclusive campeonatos Norte e Nordeste. Líder natural, foi capitão por oito anos seguidos. No Ceará, encontrou os maranhenses Carlindo (lateral-esquerdo Bola de Prata), o atacante Cadinho (irmão de Carlinho) e o médio-volante Gojoba.

A peregrinação pelo Nordeste iniciava após enorme sucesso. Primeiro veio o Guarani de Sobral. Depois o Flamengo/PI e o Clube Sportivo Sergipe. Participou da campanha do bicampeonato sergipano em 1971 e do tricampeonato Estadual e nacional em 1972.

No ano seguinte, o empresário cearense Alberto Damasceno acertou a vinda dele pro Moto. Primeira conquista: a Taça Cidade de São Luís. Os torcedores passaram a gostar do zagueiro, jeito sério em campo e boa pessoa fora dele. Clássico, gostava de desarmar os adversários sem utilizar chutões. Adepto de jogadas rápidas, procurava orientar quem estava com a bola. Ensinava que “a bola não precisava ficar muito tempo no pé de um mesmo jogador, porque dá tempo do adversário chegar junto”.

A Federação de Futebol nesse ano queria um representante maranhense no Campeonato Nacional. Moto e Sampaio foram disputar uma melhor de três partidas. Muitos imaginavam que o campeão do Brasileirinho em 1972, cheio de craques, com 25 jogadores em seu elenco, iria bater fácil no rubro-negro. Laudeni conta os detalhes da virada rubro-negra: “O Moto só contava com 13 jogadores para essa seletiva. Mesmo sem reservas, desdobramos. Ninguém ia ao ataque de forma desesperada. Ficávamos mais tempo segurando as jogadas na defesa. Todas as três partidas acabaram empatadas em 0x0. E o mais incrível foi que, na decisão por pênaltis, o Sampaio perdeu dias chances com dois caras que não costumavam perder pênaltis, Gojoba e Neguinho. Comemoramos a vaga para o Nacional em um terreiro do pai de santo Zé Negreiros”.

Nessa última partida, a dos pênaltis, o roupeiro Mariceu contratou um macumbeiro, que ficou “batendo tambor” dentro de uma Kombi, ao lado de fora do Estádio Nhozinho Santos. A comemoração no terreiro era mais do que justa.

Laudeni conta que o Moto, no Campeonato Nacional, enfrentou equipes de porte do Corinthians, Internacional, América/MG, Guarani de Campinas, Coritiba, Tiradentes/PI. Ia muito bem e poderia ter sido destaque se não fosse mais uma atrapalhada de empresários inescrupulosos. “O clube havia contratado os laterais Caribé e Ney Dias. Como não houve acerto financeiro, o empresário denunciou à CBF que os jogadores estavam irregulares. O Moto perdeu 11 pontos e despencou na classificação, ficando sem chances de recuperação”, conta Laudeni, que continuou em São Luís para disputar o Campeonato Maranhense, conquistado pelo Ferroviário.

De volta ao Ceará em 1974, ele jogou no Quixadá e, seu meses depois, abandonava a carreira de atleta profissional com 30 anos de idade e voltou para o Rio de Janeiro. Queria estudar. Fez ginásio e científico. Com a ajuda da Fundação de Garantia do Atleta Profissional (Fugap), ingressou no curso para técnicos de futebol da Escola Superior de Educação Física do exército. Passou a trabalhar com equipes de base do São Cristóvão e Bom Sucesso. Em 1980, ingressou no curso de Educação Física da Universidade Castelo Branco, onde saiu formado quatro anos depois.

MAC e Moto em pé de Guerra



No início da década de 80, uma grande briga envolvendo dirigentes atleticanos e motenses ficou marcado por conta da disputa pelo jogador Edésio. O trecho foi transcrito do jornal O Estado do Maranhão:

Violenta troca de palavras verificou-se nos corredores da Federação Maranhense de Desportos entre o Presidente do Maranhão Atlético Clube, Nicolau Duailibe, e o conselheiro do Moto Club, Hilton Rocha, e foi preciso a intervenção de terceiros para que o caldo não derramasse de uma vez por todas.

Os dois dirigentes tão logo se encontraram na sede da entidade maranhense, partiram para um entendimento provocado pelo presidente atleticano, que desejava esclarecer determinados fatos que chegaram ao seu conhecimento e que não estavam atravessados.

A CAUSA – Tudo começou com a contratação do goleiro Marcelino pelo Moto Club, quando o mesmo ainda tinha compromisso vigente com o Maranhão, segundo o seu presidente. Com essa atitude, os atleticanos ficaram meio atravessados com os motenses e as duas diretorias passaram a adotar uma espécie de guerra fria.

A coisa foi pegando fogo com a propalada contratação e Juarez também pelo quadro motorizado, o que fez com que os atleticanos se regimentassem e fizessem o jogador permanecer em suas fileiras mesmo tendo que desembolsas uma boa quantia em dinheiro para pagar-lhe as luvas.

A disputa entre os dois times continuou, com mais um “round” ganho pelos rubro-negros, no que concerne a contratação do meia Adeílto, que o Maranhão também queria no seu elenco e chegou a fazer-lhe uma boa proposta ao tomar conhecimento do seu acerto com o Moto.

O caldo engrossou realmente agora por último, com respeito à aquisição do meia Edésio. O jogador em principio estava apalavrado com o Moto, mas deixou uma proposta para os maqueanos e tão logo o Papão anunciou a sua contratação, os dirigentes do campeão maranhense acionaram os seus cofres e cobriram a oferta e até pagaram ao atleta parte das luvas acertadas, além do supervisor Antônio Bento ter feio o jogador assinar uma série de documentos, garantindo a sua vinda. Os motorizados não se conformara com a investida do clube das quatro cores e a luta pelo meia-esquerda continuou e continua até hoje.

Mesmo com o Maranhão anunciando que Edésio já lhe pertence, os motenses não desistem e estão partindo para um atendimento direto com o Madureira, dono do seu passe. Segundo informa, o Moto chegou a oferecer 300 mil cruzeiros pelo seu atestado liberatório, o que vem dificultando a liberação do jogador do Maranhão.

Nos últimos dias o conselheiro Hilton Rocha tem telefonado constantemente aos dirigentes do Madureira, insistindo no negócio, pelo que chegou ao conhecimento da direção maqueana e o pior mesmo, pelo que disse Nicolau Duailibe e que provocou uma satisfação dele com o motense, foi que o presidente do Madureira chegou a comentar com os atleticanos que o conselheiro rubro-negro teria falado mal de toda a diretoria do MAC.

O conselheiro Hilton Rocha desmente categoricamente que tenha falado mal dos dirigentes do Maranhão, mesmo porque não tem ada a dizer de todos eles, mas garante que disse a verdade sobre o comportamento de Antônio Bento, o supervisor maqueano. Só que essa verdade para o motense chama Antônio Bento de “enrolão” e outras coisas mais e isso ele afirma e comenta que diz de cara para o supervisor atleticano.

Como as coisas chegaram a esse ponto, os dois times praticamente estão de relações de amizade cortadas e não vão sentar mais na mesma, por isso é o que deixaram transparecer os dirigentes das duas equipes.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

ÁUDIO - Entrevista Bimbinha, Cabecinha e Fernando Misterioso na Rádio Mirante AM



No dia 19 de Abril de 2014, o trio Bimbinha, Cabecinha e Fernando Misterioso participaram de uma entrevista na Rádio Mirante AM, contando sobre as suas épocas nos gramados. Os três formaram o ataque do time de 1974 a 1988. Mas Bimbinha jogou mais tempo pelo time, ao todo foram 20 anos. Dos três, Cabecinha é o único que não mora em São Luís. Vive no Pará com a família. Fernando explicou também de quem ganhou o apelido de Misterioso. "Quem me colocou o apelido foi Juracy Vieira (radialista falecido em 2012) quando eu estava no Paysandu. Naquele tempo a gente assinava o contrato e passava três meses para poder jogar profissionalmente, era o chamado contrato de ‘gaveta’. Aí eu passava uma semana aqui, treinando no Sampaio, e quando tinha amistoso eu participava, mas na segunda-feira eu ia embora pra Belém. Aí, ele falou: ‘é muito misterioso. Quando a gente pensa que tá em São Luís, ele já tá em Belém". No link abaixo, a entrevista completa, com 1 hora e 24 minutos de duração.

ÁUDIO DO PROGRAMA (COMPLETO)

Hamilton Sadias no Ferroviário



Belo registro de um dos primeiros jogos do craque paraense Hamilton Sadias com a camisa do já extinto Ferroviário Esporte Clube, no ano de 1957. Hamilton, revelado pelos juvenis da Tuna Luso Comercial de Belém, esteve em nossa cidade nesse mesmo ano para uma série de apresentações da equipe tunante contra Sampaio Corrêa e Moto Club. Goleador, fez excelentes partidas, marcou muitos gols e caiu nas graças dos dirigentes ferrins, que rapidamente o contrataram, através de um valor astronômico para s padrões da época: 100 mil contos de réis. Hamilton oficialmente assinalou 499 gols ao longo de 17 anos como profissional, embora pesquisas tenham apontado que o jogador chegou à marca de 1.045 tentos assinalados.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Moto Club no Campeonato Nacional 1973



Neste post, deixo uma pequeno comentário extraído do Jornal O Estado do Maranhão, de 19 de Dezembro de 1973, sobre a participação desastrosa do Moto Club no Campeonato Nacional daquele ano. Foi a estreia de um clube maranhense na elite do Brasileirão e, de cara, o nosso representante encerrou a sua participação na penúltima colocação, após a perda de pontos por escalação irregular de um atleta. O texto, na verdade, serve como uma reflexão sobre os erros do passado, fazendo uma pequena comparação de administrações passadas (respaldadas talvez pela inexperiência) com a atual diretoria rubro-negra, comprometida com a seriedade no trabalho em levar o Moto à Série C ainda em 2014.

 Moto Club do Nacional de 1973

Após três meses e meio, em que foram realizados 560 jogos, está encerrada a fase preliminar do Campeonato Nacional que, se teve as virtudes de fazer uma autêntica integração nacional, relevar jogadores e centros esportivos, por outro lado causou transtornos e prejuízos a muitos clubes pequenos e até grandes, como o caso do Flamengo e Fluminense. Esses dois encontram-se entre os primeiros nas arrecadações, mas, eliminados da fase semifinal, exatamente a que maiores arrecadações promete, terão que recorrer a excursões caça-níquel pelos interior do país ou ao exterior para aliviarem o déficit da sua folha de pagamento.

Para muitos clubes a experiência de ter participado do Nacional foi amarga. Aliás, bem amarga. São os casos, por exemplo, do Moto Club, do Sergipe e do Brasil. Os dois primeiros inclusive já foram eliminados pela CBD do próximo campeonato por terem escalado, de propósito, jogadores sem condições legais. Pessimamente colocados na tabela e com um prejuízo financeiro que não se sabe como será coberto, o destino daqueles clubes é sombrio.

O Moto Club, quando conseguiu sua inclusão, já estava deficitário, com a folha de pagamento dos jogadores em atraso, a maioria dos contratos por renovar e sem ao menos campo para treinar, uma vez que o Estádio Municipal passava por reformas. Enfrentando grandes dificuldades, o clube maranhense conseguiu um empréstimo de Cr$ 250 mil junto ao Banco do Estado para contratações de novos jogadores e amenizar a crise salarial. No início, tudo foi euforia. Mas com derrotas sucessivas e fraquíssimas rendas, das quais ainda sofria o desconto de 20% para amortização do empréstimo bancário, 8% para o INPS e 30% para pagamento de dívidas antigas, o clube nada recebia e seguiu sempre em um balanço negativo. Agora está devendo mais de Cr$ 300 mil e não sabe onde arranjar dinheiro para pagar.

O Moto Club durante do Campeonato Nacional realizou 28 jogos, sendo 20 em São Luís e oito fora. Conseguiu uma vitória (2x1 contra o CEUB, em Brasília), 15 derrotas e 12 empates (perdeu 6 pontos no Tribunal). Ganhou oito pontos e perdeu 48. Sofreu 43 gols e marcou 11. Seu artilheiro foi Alves, com 3 gols, seguido de Dario, com 2, Marcos, Marins, Anselmo, Nelson, Agnaldo e Canhoteiro, cada um com um gol.

Os 20 jogos do Moto em São Luís renderam Cr$ 1.289.139,00, com uma média de apenas Cr$ 64.456,00 por partida. A medida mínima exigida pela CBD é de 80 mil e portanto nosso próximo representante terá de continuar pagando a cota mínima aos grandes clubes. Os 28 jogos do Moto renderam Cr$ 1.633.948,00, com uma média de 58.355,28 por jogo. A menor renda em São Luís foi a do último jogo, contra o Goiás: Cr$ 28.609,00 e a maior foi a do primeiro jogo, contra o Cruzeiro, num total de Cr$ 138.854,00. Dos jogos fora de São Luís, a menor renda foi registrada em Brasília, no returno: Cr$ 16.521,00; a melhor foi em Belém, com Cr$ 88.950,00. O Moto pagou de cota à CBD Cr$ 64,456,00, a mesma quantia paga também à FMD. Dos 20 jogos no Municipal, a Prefeitura teve direito a Cr$ 128.913,00.



terça-feira, 22 de julho de 2014

Coronel Eurípedes Bezerra


Matéria de Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 11 de Maio de 1998

Em 1956 Eurípedes Bezerra esteve reunido com um grupo de amigos desportistas no Lítero, dentres eles Gedeão Matos, Rubem Goulart, Nego Braga, irmãos Marista Tárcisio e Pio, Nepumoceno, Cel. Júlio, Ten. Macedo e Cel. Riod

O primeiro professor de Educação Física do Maranhão a ingressar em um curso superior foi o Coronel Eurípedes Bezerra, em 1941. Um atleta do quartel, que acatando um pedido do Governador Paulo Ramos, foi estudar no Rio de Janeiro como aluno da Escola de Educação Física do Exército. Se tornou orgulho para sua terra e sua gente, que ele ama como ninguém.

Eurípedes Bezerra é da época em a ginástica escolar dava seus primeiros passos através dos professores leigos Luis Aranha e Tenente Bonifácio. Quando aceitou ir ao Rio de Janeiro, o sargento de 26 anos, vindo de Presidente Dutra, jamais poderia supor que entraria para a história. Era apenas um oficial, que cumpria ordens de seus superiores com extrema humildade para o bem do seu Estado. Na então capital federal, estudou ininterruptamente por nove meses, com aulas pela manhã e pela tarde.

Em 1942 voltava à capital maranhense, cheio de novos conhecimentos e passava a trabalhar nos colégios Marista e São Luís. Introduzia em suas aulas o método francês, que buscava o aprimoramento da condição física dos alunos de exercícios de aquecimento, lançar, saltar, trepar, atacar e defender. Disciplinado aos extremos e ao mesmo tempo muito espirituoso, adepto de versos rimados e acrósticos, dizia às suas turmas que as atividades deveriam seguir o método CAGADO: C – Contínua (para que não sofresse interrupção); A – Alternada (exercícios com menor e maior carga); G – Graduada (para não cansar); A – Atraente (para que todos se sentissem impelidos a praticar); D – Disciplinada; O – Observada (para que as falhas pudessem ser corrigidas pelo professor).

Incentivo aos novos – Como era necessário o surgimento de novos professores de Educação Física para o atendimento da demanda – já despertada para a importância da prática de atividades físicas – Eurípedes Bezerra deu incentivos para que os outros apaixonados também buscassem uma formação de nível superior no Rio de Janeiro. Um movimento que foi crescendo a partir de 1942 com a ida para a Escola Nacional de Educação Física de renomados maranhenses, dentre eles os médicos Alfredo Duailibe, Carlos e Laura Vasconcelos e os professores Rubem Goulart, Mary Santos, Lenir Ferreira, Maria Dourado, Nego Braga, Zé Rosa, Rinaldi Maia e Dimas Araújo.

Com o passar dos anos, São Luís teve um aumento significativo do número de profissionais. O governo fazia a parte dele criando órgãos ligados à área e realizando cursos para a formação de outros professores, contando com a ajuda daqueles que haviam saído das Escolas Nacional do Exército de Educação Física. Eurípedes Bezerra dava sua colaboração preparando instrutores e monitores por todo o Estado.

 Ao lado de Nadir, sua esposa

Mesmo com tanto trabalho pela frente, ele continuou por 27 anos nos colégios São Luís e Marista. Seu maior orgulho é ter sido professor de pessoas do quilate de José Sarney, João Alberto, Ribamar Fiquene, João Catelo, Evandro Sarney, João Miranda Sobrinho, Eurico Ribeiro, dentre outras personalidades. Integram ainda essa relação os generais Jesus Silva. Oswaldo Gomes, José Maria Nova da Costa e Murilo Tavares. Dois dos seus alunos chegaram a disputar competições internacionais de atletismo: Ari Façanha de Sá e José Quadros.

Vida de político – Paralelamente à profissão de professor de Educação Física, Eurípedes Bezerra foi um militar incansável, que nos postos de soldado e coronel teve a honra de servir a vários governos. Delegado deslocado para manter a ordem em centenas de municípios maranhenses, obteve prestígio pela segurança e tranquilidade que conduzia situações delicadas. Sua afinidade com políticos contribuiu para que fosse eleito vereador em São Luís e suplente de Deputado Estadual com o célebre número 2229, que ele fazia soar como uma locomotiva. O nome Eurípedes vinha complementando o somo do apito da locomotiva. Chegou a ser também prefeito eleito de Imperatriz em 1967, na mesma campanha que elegeu José Sarney para Governador.

Nessa administração, ajudou na construção do Parque do Bom Menino, de propriedade do Governo do Estado. E levou vários professores para ministrar aulas aos alunos das escolas públicas.

Tudo pela pátria – Integrante da Liga da Defesa Nacional, é ainda hoje responsável pela abertura da semana da pátria. Por ocasião dos 150 anos da Independência do Brasil, em 1972, levou vários alunos do Maranhão para as festividades em São Paulo. Na posse do Presidente João Figueiredo, também coordenou o deslocamento de 110 pessoas dos municípios maranhenses até Brasília, cumprindo um dever cívico, como gosta de frisar.

Sampaio Corrêa 1x0 Criciúma (Campeonato Brasileiro Série B 1998)



Estreia do Sampaio Corrêa no Campeonato Brasileiro da Série B em 1998, diante do Criciúma. O time boliviano, que havia vencido a Série C no ano anterior, recebeu em casa o Criciúma, após a derrota pelo placar de 3 a 0 para o Moto Club pelo Estadual, quatro dias antes do seu primeiro compromisso pela competição nacional. Deixo abaixo algumas fotos e a súmula da partida, realizada na tarde do dia 02 de Agosto de 1998. 




FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x0 Criciúma-SC
Local:
Estádio Castelão
Renda: não divulgada
Público: 31.776 pagantes
Juiz: Rands Wellington Batista (PI)
Bandeirinhas: Carlos Lustosa e Antônio Macedo
Gols: Cal (pênalti) aos 36 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Carlos Alberto Gaúcho; Paulinho, Remerson, Nei e Ivan (Junior); Toninho, Mácula (Marcinho) e Adãozinho; Kal (Carlos Henrique), Paulo Roberto (Cal) e Massei. Técnico: Júlio Spinosa
Criciúma-SC:  Alexandre; Paulo César, Wilson Jorge (Lucioninho) e Jorge Cavalo; Carlos Eduardo, Julio Cesar (Perura) e Alcioney; Marcos Paulo, Nando (Silva) e Luís Carlos Oliveira. Técnico: Agenor Piccini