Texto extraído do Jornal O Estado do Maranhão, de 29 de Janeiro de 1982, sobre a escalação do árbitro maranhense Nacor Benedito Arouche para apitar uma partida do Campeonato Nacional no Estádio do Maracanã.
Nacor Arouche em campo (foto: arquivo pessoal de Nacor)
Nacor Arouche foi escalado ontem pela Confederação Brasileira de Arbitragem de Futebol (Cobraf) para apitar o jogo Botafogo do Rio de Janeiro e River de Teresina, dia 7 de Fevereiro pelo Grupo B da Taça de Ouro do Campeonato Nacional. Essa escalação é uma prova incontestável que Nacor Arouche está com a bola cheia na arbitragem brasileira, podendo ser a grande oportunidade para despontar definitivamente em termos nacionais. A bela atuação de Nacor no jogo Ferroviário e Náutico, elogiada até pelos cearenses que perderam o jogo dentro de casa, a escola como o melhor árbitro maranhense por três anos consecutivos e o enorme conceito adquirido na imprensa local e nordestina com brilhantes arbitragens foram fatores decisivos para que a Cobraf tenha resolvido a lhe dar essa grande chance.
Nacor disse que esse era o maior sonho de sua vida, pois o seu maior desejo era ganhar a oportunidade de apitar no Maracanã, o maior estádio do mundo aos olhos dos próprios dirigentes da Cobraf. Nacor Arouche se transformará no primeiro árbitro maranhense e da região a apitar no Maracanã, que na realidade é a grande vitrine do futebol brasileiro tanto para jogadores como para árbitros.
A comunicação da indicação de Nacor Arouche para apitar no Maracanã foi transmitido pelo telefone pro Antônio Lopes, assessor do presidente da Cobraf, Áulio Nazareno e depois confirmada através de telex à Federação Maranhense de Desportos. Antônio Lopes disse a Nacor que a Cobraf lhe dará todo o apoio psicológico porque sabe o que representa um árbitro do Nordeste apitar no Maracanã. Terá um dirigente no Aeroporto do Galeão dia 5 de Fevereiro para recebe-lo e conduzi-lo ao Hotel e ficar com ele o tempo todo para lhe transmitir o máximo de tranquilidade. Antônio Lopes comentou com Nacor que a Cobraf tem acompanhado os conceitos emitidos pela imprensa do Maranhão através dos jornais, elogiando as suas atuações e até que, atendendo aos conselhos da própria crônica esportiva, resolveu mudar radicalmente o seu estilo de trabalho, deixando de ser um árbitro nervosinho para apitar tranquilamente e com isso muito mais seguro. Segundo Antônio Lopes, essa indicação para apitar no Maracanã, Nacor deve à imprensa e ao seu próprio talento e que tem certeza que a Cobraf não se arrependerá.
A vida de Nacor Arouche como árbitro tem sido marcada por brilhantes atuações, sendo considerado na região como um dos mais perfeitos árbitros tecnicamente e agora que se acalmou, passou também a ser um dos melhores disciplinarmente. Em 1977 Nacor Arouche apitando um jogo entre Moto e Paysandu no estádio Nhozinho Santos, expulsou os 11 jogadores do time paraense, por não aceitar que suas decisões dentro de campo fossem desrespeitadas. Recentemente Nacor foi apontado como o responsável por não deixar o Atlético Mineiro jogar no amistoso contra o Moto, expulsando de campo nada menos do que 5 jogadores, o oque impediu de continuar a partida. Mas tarde, o mesmo Atlético mostrou que Nacor estava certo, quando numa decisão da Taça Libertadores da América, José Roberto Wrigth expulsou todo o seu time contra o Flamengo, pelos mesmos motivos. Nacor se considera um árbitro perfeito, só perdendo mesmo no Brasil para José Roberto Wrigth e Arnaldo César Coelho, que no seu entender são os melhores do país. “Os outros estão no mesmo ou em nível abaixo do meu”.
Nacor disse que esse era o maior sonho de sua vida, pois o seu maior desejo era ganhar a oportunidade de apitar no Maracanã, o maior estádio do mundo aos olhos dos próprios dirigentes da Cobraf. Nacor Arouche se transformará no primeiro árbitro maranhense e da região a apitar no Maracanã, que na realidade é a grande vitrine do futebol brasileiro tanto para jogadores como para árbitros.
A comunicação da indicação de Nacor Arouche para apitar no Maracanã foi transmitido pelo telefone pro Antônio Lopes, assessor do presidente da Cobraf, Áulio Nazareno e depois confirmada através de telex à Federação Maranhense de Desportos. Antônio Lopes disse a Nacor que a Cobraf lhe dará todo o apoio psicológico porque sabe o que representa um árbitro do Nordeste apitar no Maracanã. Terá um dirigente no Aeroporto do Galeão dia 5 de Fevereiro para recebe-lo e conduzi-lo ao Hotel e ficar com ele o tempo todo para lhe transmitir o máximo de tranquilidade. Antônio Lopes comentou com Nacor que a Cobraf tem acompanhado os conceitos emitidos pela imprensa do Maranhão através dos jornais, elogiando as suas atuações e até que, atendendo aos conselhos da própria crônica esportiva, resolveu mudar radicalmente o seu estilo de trabalho, deixando de ser um árbitro nervosinho para apitar tranquilamente e com isso muito mais seguro. Segundo Antônio Lopes, essa indicação para apitar no Maracanã, Nacor deve à imprensa e ao seu próprio talento e que tem certeza que a Cobraf não se arrependerá.
A vida de Nacor Arouche como árbitro tem sido marcada por brilhantes atuações, sendo considerado na região como um dos mais perfeitos árbitros tecnicamente e agora que se acalmou, passou também a ser um dos melhores disciplinarmente. Em 1977 Nacor Arouche apitando um jogo entre Moto e Paysandu no estádio Nhozinho Santos, expulsou os 11 jogadores do time paraense, por não aceitar que suas decisões dentro de campo fossem desrespeitadas. Recentemente Nacor foi apontado como o responsável por não deixar o Atlético Mineiro jogar no amistoso contra o Moto, expulsando de campo nada menos do que 5 jogadores, o oque impediu de continuar a partida. Mas tarde, o mesmo Atlético mostrou que Nacor estava certo, quando numa decisão da Taça Libertadores da América, José Roberto Wrigth expulsou todo o seu time contra o Flamengo, pelos mesmos motivos. Nacor se considera um árbitro perfeito, só perdendo mesmo no Brasil para José Roberto Wrigth e Arnaldo César Coelho, que no seu entender são os melhores do país. “Os outros estão no mesmo ou em nível abaixo do meu”.
Parabéns, mais uma vez, pelo seu belo trabalho. o Nacor Arouche foi um dos melhores árbitros de sua geração. Polêmico por ser muito corajoso na hora de tomar decisões importantes quando corretas, não se preocupando em agradar este ou aquele clube. Um dia, num bate papo comigo saiu com esta: "Quando entro em campo para apitar sou mais importante que um presidente da República, pois um ato dele pode ser revogado (vetado) e as minhas decisões só eu mesmo posso mudar se tiver consciência que errei". Um grande amigo,um arquivo vivo da história da arbitragem de sua época. Sabe de muitas histórias engraçadas.
ResponderExcluirNacor Benedito Arouche, o melhor árbitro do Brasil, que tive o prazer de trabalhar com ele dentro de campo, eu como Juiz de linha, um exemplo de profissional, um Árbitro perfeito, disciplinado e disciplinador, além de muito correto, que tive o prazer de conviver com ele, no final de sua carreira, pena que por ser do Nordeste e do Maranhão, não teve por parte da CBF, o devido reconhecimento, chegou a ser Aspirante a FIFA e era melhor que qualquer Árbitro da FIFA, saudades desse magnífico homem do apito, eu tenho orgulho de dizer que trabalhei com a maior lenda da arbitragem maranhense e brasileira, Nacor Arouche.
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