Deixo aqui um registro raro do Vera Cruz Futebol Clube, extinta equipe do futebol profissional de São Luis. O Vera Cruz disputou o Campeonato Maranhense da Primeira Divisão em apenas duas oportunidades, 1940 e 1941, e em ambas encerrou a sua participação em 7º lugar. Na foto, temos a equipe perfilada no Estádio Santa Izabel.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Maranhão 1x0 Itabaiana/SE - Campeonato Nacional 1979
Relato, extraído do Jornal O Estado do Maranhão, sobre a vitória do Maranhão Atlético Clube sobre a Associação Olímpica Itabaiana, de Sergipe, pelo Campeonato Nacional de 1979. Na época, o MAC, atual Campeão Maranhense, configurou em uma chave com as equipes do Uberlândia (MG), Sampaio Corrêa e Moto Club, Central e Náutico (PE), Uberaba (MG), River, Tiradentes e Piauí (PI).
O
Maranhão Atlético Clube recuperou os pontos perdidos no Rio de Janeiro,
derrotando o Itabaiana por 1 a 0 na tarde/noite de ontem no Estádio Nhozinho
Santos, conseguindo uma vitória muito importante na sua luta pela
classificação.
O
time atleticano não se apresentou bem no primeiro tempo, face o nervosismo que
tomou de conta dos seus jogadores e ainda pelo fato de Juarez (o seu principal
jogador) ter levado uma forte pancada na cabeça logo no começo da partida,
sendo forçado a sair várias vezes para ser atendido pelo médico Ezon Ferraz, o
que prejudicou sua atuação. O time do Itabaiana no primeiro tempo, com o problema
de Juarez, colocou também dois ou três jogadores em cima de Osni para evitar as
penetrações do veloz ponteiro maqueano. Na etapa final, o Macão voltou com
Carlinho em lugar de Juarez, que teve que ir para o hospital, e imprimiu maior
ritmo ao seu atacante, obrigando o Itabaiana a recuperar para se defender em
seu próprio campo. Com a subida de produção do campeão maranhense, apenas
Alcino continuou lento demais, o que determinou a sua substituição aos 15
minutos, entrando em seu lugar o goiano Tica.
O
Bodão teve muitas oportunidades antes de chegar à marcação do seu gol, mas a
afobação dos seus atacantes não deixou que as jogadas fossem concluídas com
perfeição. O gol atleticano foi marcado aos 19 minutos, através do centroavante
Tica, depois de uma cobrança de escanteio feita por Antônio Carlos,
com participação ainda de Osni. Como já era de se esperar, com a desvantagem no
marcador, o time do Itabaiana abandonou o sistema defensivo e partiu para o
ataque, mas os zagueiros atleticanos mais uma vez conseguiram abafar a reação
adversária, com outra boa atuação de todo o sistema defensivo. O Maranhão ainda
foi quem teve outra grande oportunidade para ampliar o escore, na marca de 35
minutos, com Carlinhos, sozinho, cara a cara com o goleiro Marcelo, chutando
por cima do travessão, quando a torcida já levantava para comemorar o gol, que
acabou não acontecendo.
Depois do jogo, oração para agradecer pela vitória
Naldo, do MAC, entre dois adversários
Tica, autor do gol maqueano
AUDIO - MARANHÃO 1X0 ITABAIANA
FICHA DO JOGO
Maranhão 1x0 Itabaiana (SE)
Data: 15 de Novembro de 1979
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Jair Pereira Guimarães (PB)
Gols: Tica aos 16 minutos do segundo tempo
Público: 12.594 pagantes
Renda: Cr$ 505.090,00
Maranhão: Marcelino, Mendes, Tataco, Jorge Santos e Antonio Carlos; Emerson, Juarez (Carlinhos) e Naldo; Osni, Alcino (Tica) e Dejaro. Técnico: Aníbal Saraiva
Itabaiana (SE): Marcelo, Silvio, Airton, Ademir e Valdir; Gustinho, Nilson (Geraldo) e Milson; Ricardo (Dequinha), Damião e Eduardo. Técnico: Juan Celi
Maranhão 1x0 Itabaiana (SE)
Data: 15 de Novembro de 1979
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Jair Pereira Guimarães (PB)
Gols: Tica aos 16 minutos do segundo tempo
Público: 12.594 pagantes
Renda: Cr$ 505.090,00
Maranhão: Marcelino, Mendes, Tataco, Jorge Santos e Antonio Carlos; Emerson, Juarez (Carlinhos) e Naldo; Osni, Alcino (Tica) e Dejaro. Técnico: Aníbal Saraiva
Itabaiana (SE): Marcelo, Silvio, Airton, Ademir e Valdir; Gustinho, Nilson (Geraldo) e Milson; Ricardo (Dequinha), Damião e Eduardo. Técnico: Juan Celi
Nabor e Ananias - Torneio Maranhão/Piauí 1964
Registro da dupla Nabor e Ananias, com a camisa do Moto Club de São Luis, em jogo pelo extinto Torneio Maranhão/Piauí, em 1964. O velho Nabor foi craque do Papão. Revelado pelo rubro-negro, despontou muito rápido para o estrelato e logo passou por um período no Flamengo (RJ). Atuou ainda pela Seleção Maranhense. Já o craque Ananias, maranhense de Timon, atuou pelo Botafogo de Teresina, campeão piauiense em 1944. Jogou por diversos clubes, como Sampaio Corrêa, Tupan, Santa Isabel e Seleção Maranhense. Ainda teve passagens pelo Ceará, Usina (CE), Auto Esporte (PI), Flamengo (PI), Galícia (BA), Fluminense de Feira e Sport Recife, chegando à Seleção Pernambucana. O craque chegou a treinar no Flamengo do Rio, onde não ficou por conta da sua contratação pelo clube pernambucano, voltando imediatamente a Recife. Hoje, empresta o seu nome ao Estádio Ananias Silva, cujo nome fantasia chama-se Fecurão e construído junto ao Prefeito Mauro Fecury.
Moto Club 3x4 Maranhão - Amistoso 1971
Matéria do Jornal O Imparcial, 1971, sobre o jogo amistoso entre motenses e maqueanos, realizado no dia 02 de Setembro:
O Moto completou anteontem seis jogos sem vencer o Maranhão,
sendo três empates (2x2 na Copa Cidade de São Luis, 1x0 no Campeonato acional e
4x3 anteontem). Sofreu o rubro-negro o gol do triunfo atleticano quando
faltavam dois minutos para se escoar o tempo regulamentar, através do
centroavante Senêga, que estreou com o pé direito pelo Bode Gregório em nossa
capital. Cimas com dois gols e Batistinha marcaram para o Papão, cabendo a
Riba, com dois, Senêga e Croinha, de pênalti, os gols dos maqueanos. No
flagrante, cena de um tento anotado por Riba, com Assis saltando, mas não
conseguindo evitar a queda da sua cidadela. Partirá o rubro-negro agora contra
o amistoso diante do Ferroviário na terça-feira, seguindo no dia imediato para
Goiânia, onde participará do Torneio Integração. Terá que levar alguns reservas
emprestados, pois possui apenas onze jogadores em condições pois os suplentes
não substituem bem os titulares
Lance do gol maqueano
Maranhão que venceu o Moto
FICHA DO JOGOMoto Club 3x4 Maranhão
Data: 02 de Setembro de 1971
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Francisco Sousa
Bandeirinhas: José Salgado e Nacor Arouche
Gols: Sima aos 9, Riba aos 12 e 20, Sima aos 24, Croinha aos 37 e Batistinha aos 43 minutos do primeiro tempo; Riba aos 36 minutos do segundo tempo
Renda: Cr$ 4.563,00
Moto Club: Assis; Ribeiro, Zezinho, Dodó (Osvaldo) e Romildo; Faísca Valdemir (Toca); Ivanildo, Marcos, Sima e Batistinha. Técnico: Antônio Pereira
Maranhão: Brito (Sousa); Baezinho, Lucas, Jacinto e Elias; Almir (Guri) e Iomar; Croinha, Sanega, Riba e Dario. Técnico: Vilanova
Data: 02 de Setembro de 1971
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Francisco Sousa
Bandeirinhas: José Salgado e Nacor Arouche
Gols: Sima aos 9, Riba aos 12 e 20, Sima aos 24, Croinha aos 37 e Batistinha aos 43 minutos do primeiro tempo; Riba aos 36 minutos do segundo tempo
Renda: Cr$ 4.563,00
Moto Club: Assis; Ribeiro, Zezinho, Dodó (Osvaldo) e Romildo; Faísca Valdemir (Toca); Ivanildo, Marcos, Sima e Batistinha. Técnico: Antônio Pereira
Maranhão: Brito (Sousa); Baezinho, Lucas, Jacinto e Elias; Almir (Guri) e Iomar; Croinha, Sanega, Riba e Dario. Técnico: Vilanova
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Carlos Mendes e Nestor Campos, ícones do Maranhão Atlético Clube
Texto do Jornalista Oliveira Ramos, publicado em 24 de Setembro de 2011
Carlos Mendes
Nestor
O autor deste texto, todos sabem, é torcedor do Maranhão Atlético Clube. E, hoje, dia especial para o Quadricolor, deixamos de lado outros eventos e dedicamos o espaço disponível na página para render homenagem ao “Bode Gregório” e a duas figuras exponenciais que, literalmente, dedicaram suas vidas ao clube.Uma dessas figuras, há alguns anos não está mais entre nós. E, quando isso acontece, costumamos dizer que está no andar de cima, sentado à direita do Pai celestial. Rogamos para que seja verdade. Falamos de Nestor Campos. A outra figura, para nossa alegria, ainda nos dá o prazer da existência material. Falamos de Carlos Augusto Fonseca Mendes. Para os amigos mais chegados, “Carrinho”, e para outros que fizeram ou fazem parte da diretoria atleticana, o “Papa”. Os dois, Nestor e Carrinho, têm não apenas uma elogiável história gravada na vida do Demolidor de Cartazes. Eles são capítulos da história atleticana, pois, ali, dedicaram horas, dias, anos das suas vidas.
Pelo que nos contam, Nestor Campos “fazia tudo” no MAC e pelo MAC. Morador antigo da Rua do Ribeirão, misturava por amor ao clube, as atribuições de diretor com serviçal. Fazia e mandava fazer equipagens. Mandava lavar e até lavava – quando se fazia necessário – equipagens que garantissem ao “Bode” uma excelente apresentação em campo. Isso é “abnegação”. Algo muito diferente dos “abnegados” de hoje. Nestor Campos, como se tudo o que fazia não fosse suficiente, de livre e espontânea vontade abrigava em sua casa alguns jogadores provenientes do interior do Estado. Foi assim com Dario, com Soeiro, e com muitos outros. Isso, não tem valor material que pague. Certamente, por conta disso, Nestor está sentado do lado direito do Pai. Carlos Mendes não é um “faz tudo”. Mas quase tudo passa pelas suas mãos e quase nada é feito sem a sua participação. O Maranhão Atlético Clube é a segunda família do “Papa”. No Parque Valério Monteiro tem sua vida, seu trabalho, seu suor e muito da sua dignidade. Homem de passagem marcante nas hostes atleticanas, Carrinho foi o “principal jogador” do time na conquista do campeonato de 1993, literalmente, entrando em campo algumas vezes na decisão diante do Imperatriz, no Castelão. Jogou contratando o técnico Dultra dos Santos, antes do Sampaio Corrêa, para comandar o time nas partidas decisivas, e ainda jogou, saindo do banco de reservas em várias oportunidades para não deixar o grupo jogado às moscas. Até nas cobranças de escanteio em favor do MAC, lá estava o “Papa”. 1993 foi o início do único tricampeonato do Quadricolor.
Carlos Mendes foi peça importante na contratação de Luciano Sabino, técnico bicampeão em 1994, ao lado de Lúcio Surubim, e de outros nomes importantes da conquista. França Dias era o presidente na conquista do tricampeonato, em 1995, mas Carlos Augusto Fonseca Mendes também teve grande importância.
Pelo que nos contam, Nestor Campos “fazia tudo” no MAC e pelo MAC. Morador antigo da Rua do Ribeirão, misturava por amor ao clube, as atribuições de diretor com serviçal. Fazia e mandava fazer equipagens. Mandava lavar e até lavava – quando se fazia necessário – equipagens que garantissem ao “Bode” uma excelente apresentação em campo. Isso é “abnegação”. Algo muito diferente dos “abnegados” de hoje. Nestor Campos, como se tudo o que fazia não fosse suficiente, de livre e espontânea vontade abrigava em sua casa alguns jogadores provenientes do interior do Estado. Foi assim com Dario, com Soeiro, e com muitos outros. Isso, não tem valor material que pague. Certamente, por conta disso, Nestor está sentado do lado direito do Pai. Carlos Mendes não é um “faz tudo”. Mas quase tudo passa pelas suas mãos e quase nada é feito sem a sua participação. O Maranhão Atlético Clube é a segunda família do “Papa”. No Parque Valério Monteiro tem sua vida, seu trabalho, seu suor e muito da sua dignidade. Homem de passagem marcante nas hostes atleticanas, Carrinho foi o “principal jogador” do time na conquista do campeonato de 1993, literalmente, entrando em campo algumas vezes na decisão diante do Imperatriz, no Castelão. Jogou contratando o técnico Dultra dos Santos, antes do Sampaio Corrêa, para comandar o time nas partidas decisivas, e ainda jogou, saindo do banco de reservas em várias oportunidades para não deixar o grupo jogado às moscas. Até nas cobranças de escanteio em favor do MAC, lá estava o “Papa”. 1993 foi o início do único tricampeonato do Quadricolor.
Carlos Mendes foi peça importante na contratação de Luciano Sabino, técnico bicampeão em 1994, ao lado de Lúcio Surubim, e de outros nomes importantes da conquista. França Dias era o presidente na conquista do tricampeonato, em 1995, mas Carlos Augusto Fonseca Mendes também teve grande importância.
Hoje, 24 de setembro, o Maranhão Atlético Clube comemora 79 anos de existência, glórias, conquistas e representatividade do futebol maranhense. No ano passado, este mesmo autor rendeu homenagem à família Dias, na pessoa de Napá, quando o clube comemorou 78 anos.
No próximo ano – com a vontade de Deus estaremos aqui – pretendemos render homenagem a Raymundo Silva e a Olímpio Sousa Guimarães, dois dos mais fortes pilares da edificação do Demolidor de Cartazes. Finalmente, não podemos deixar fora deste texto, o diretor João Vicente, que exerce influência e desempenha importante trabalho no Maranhão Atlético Clube; nem a “Torcedora Símbolo” do Quadricolor, Dona Sebastiana.
Nestor comemorando o título do MAC em 1979
Carlos Mendes e Fontenelle no CT do MAC
Carlos Mendes, dirigentes e torcedores no Parque Valério Monteiro
O Maranhão Atlético Clube é um clube de futebol fundado em 1932 e tornou-se um dos clubes mais tradicionais do estado homônimo. A sua sede social chama-se Parque Valério Monteiro e fica localizada na Avenida 7 s/n no bairro da Cohaserma. O clube possui 14 títulos do campeonato maranhense de futebol profissional.
O primeiro campeonato conquistado pelo Maranhão foi cinco anos após sua criação. Em 1937, o MAC faturou o torneio, algo que sucedeu-se em 1939, 1941 e 1943, começando a chamar a atenção no cenário futebolístico no estado. Nos anos 50, o Bode Gregório ganhou apenas um título estadual, fazendo com que sua reputação caísse. Uma nova campanha vitoriosa só aconteceu em 1963, doze anos depois da última conquista, que foi em 1951. Porém, o grande apogeu do time maranhense foi em 1979, quando participou do Campeonato Brasileiro. Com oito vitórias, três empates e cinco derrotas, o MAC terminou no 26º lugar, uma posição digna para um clube recém-promovido. O Maranhão ficou à frente de clubes grandes, como Fluminense, Bahia e Botafogo.
A década de 80 para o MAC foi muito ruim. Além de ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, o Bode Gregório não conquistou nenhum título estadual. Porém nos anos 90 o Maranhão foi superior aos demais concorrentes, principalmente Sampaio Corrêa e Moto Club. Pela primeira vez o clube ganhou um tricampeonato, 1993, 1994 e 1995, além do torneio de 1999. Em 2000, o Maranhão voltou a figurar com destaque no cenário nacional. Naquele ano houve a Copa Norte, torneio que dava direito a disputar a Copa dos Campeões. Esta competição, por sua vez, garantia ao vencedor um lugar na Copa Libertadores. Após bela campanha, o MAC chegou à final para enfrentar o São Raimundo. No primeiro jogo, o Bode Gregório derrotou o rival de Amazonas por 3 a 2. Mas, no jogo de volta, em Manaus, o Maranhão perdeu por 2 a 0 e ficou com o vice-campeonato. Mesmo sem títulos durante oito anos, o Maranhão, que ganhou o Campeonato Maranhense de 2007, continua sendo um dos times mais populares do estado e goza de grande prestígio e torcida.
Badez, Marcos Vinicius e Esquerdinha - Ferroviário Esporte Clube 1970
Registro dos atletas Badez, Marcos Vinicius e Esquerdinha, em 1970, com a camisa do Ferroviário. Naquele ano, a equipe da REFFSA chegou à terceira colocação no Campeonato Maranhense de Futebol, atrás do Sampaio Corrêa, vice, e do Maranhão Atlético Clube, que alcançava o bicampeonato. A formação base do Ferrim era a seguinte naquele ano, sob o comando do treinador Jordan: Zé Raimundo; Ribeiro, Lumumba, Vivico e Antonio Carlos; Waldinar e Santana; Zimba, Mineirinho, Cândido e Egui.
Francisco Alexandre Barradas
Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão.
Quando tinha oito anos de idade, Francisco Alexandre ganhou uma bola de borracha de presente de um motorista, amigo do seu pai. A intimidade com o novo brinquedo fez com que nascesse a paixão pelo futebol. Depois de rodar por muitas equipes amadoras de São Luis, passou a ser conhecido como Barradas. Destaque das Olimpíadas Colegiais, ganhou fama e prestígio defendendo o Sampaio Corrêa na década de 50. Uma época de grandes craques e de grande participação da torcida. Segundo a imprensa esportiva da época, ele jogava uma enormidade.
Quando tinha oito anos de idade, Francisco Alexandre ganhou uma bola de borracha de presente de um motorista, amigo do seu pai. A intimidade com o novo brinquedo fez com que nascesse a paixão pelo futebol. Depois de rodar por muitas equipes amadoras de São Luis, passou a ser conhecido como Barradas. Destaque das Olimpíadas Colegiais, ganhou fama e prestígio defendendo o Sampaio Corrêa na década de 50. Uma época de grandes craques e de grande participação da torcida. Segundo a imprensa esportiva da época, ele jogava uma enormidade.
Barradas era
chamado pelos pais e continua sendo chamado pelos irmão de Francisco. Para os
amigos de infância da idade de São Pedro do Piauí, onde nasceu no dia 02 de
Novembro de 1934, é Chico. Na fase em que começou a despontar no futebol amador
e colegial de São Luis, todos os companheiros chamavam-no de Barradinha,
diminutivo carinhoso do sobrenome. Era médio esquerdo.
Filho de Manoel
Alexandre Barradas e Maria Alves Pessoa, trocou o interior do Piauí pela
capital maranhense em 1949, quando estava prestes a completar 15 anos de idade.
Foi trazido pelo irmão Joaquim Alexandre Barradas (já falecido), que mais tarde
seria um dos melhores odontólogos do Estado e diretor da Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal do Maranhão. O dentista respeitado não
suportava a idéia de ver o irmão um atleta profissional. Mas em todo jogo
mostrava um lado que até então está na memória de Barradas. “Quando eu já
estava no Sampaio, em um jogo contra o Maranhão Atlético Clube, me acertaram e
fiquei no chão gemendo de dor. Meu irmão veio ao meu encontro e me disse: ‘aguenta
firme! Não vai sair do jogo agora, não!’ Achei engraçado. Falei pra ele não se
preocupar que eu iria continuar jogando. Essa foi uma das suas inúmeras
partidas pelo Tricolor, que o consagrou como lateral-esquerdo . A fama foi
trazida dos tempo em que disputava as Olimpíadas Colegiais pelo Ateneu Teixeira
Mendes, os torneios juvenis pelo Rio Negro (1952), São Cristóvão (1953) e
aspirantes pelo Sampaio Corrêa (1954), time amador que era dirigido pelo
radialista Jafé Mendes Nunes. Até quando serviu o quartel, não abandonou a
bola. Jogou no General Sampaio, time do 24º BC. Dispensando do exército, ingressou
no Sampaio em 1955. O motense transformou-se em boliviano ranzinza. Participou
do Campeonato de 1955, que ainda não havia acabado. Encontrou com ‘feras’, como
Enemer (gol), Terrível, Wallace, Cacaraí, Elbert, Gedeão Matos, Cearense, Neto,
Biné, Garcia, dente outros. No maior rival, o Moto, jogavam Walber Penha, Baé,
Juvêncio, Reginaldo Menezes, Benícius, Pedro Buna, Vavá, Zé Maria, Mozart Tavares,
Lourival e Gimico. Outros carques pertencentes ao Vitória do Mar: Babatais,
Misael, Camucim, Chapola, Calango, Ivan, Joaozinho, Abmanel, Ferreirão, Wilmar
e Gafanhoto. No Ferroviário jogavam Dodô, Carapuça, Augusto, Peruzinho, Bebeto,
Gentil, Vicente, Frango, Josafá, Negão e Esmagado.
Barradas conta
como saiu do meio de campo para a lateral-esquerda. “Lembro-me até hoje como
mudei de posição com a perna esquerda. O professor Henrique Santos era o
técnico. Ele saiu distribuindo as camisas momentos antes de uma partida contra
o Moto, no Estádio Santa Izabel. Quando pegou o número seis, jogou em cima de
mim. Antes de entrarmos em campo, ele passou algumas instruções para o grupo e,
especialmente, a mim. Dei conta do recado e durante cinco anos fui titular
absoluto da posição, sem que ninguém ameaçasse”.
Uma das formações do Sampaio Corrêa em 1956: em pé: Ronald Carvalho (Presidente), um diretor técnico não identificado, Leça, Alemão, Neto Peixe Pedra, outro atleta não identificado, Cearense e Mal Talhado. Agachados: Negão, Serra Pano de Barco, Cacaraí, Terrível, Wallace, Enemer, Elber, Barradas, Osvaldo "Lata de Lixo" e Sapeca
Barraras era um lateral
que não batia em ninguém. Jogava na bola. Chegava junto e não deixava o
atacante pensar. Tinha uma personalidade muito forte. Era eficiente e jogava
para o time. Apoiava nem e fazia seus gols. A perna esquerda continuava sem
função, a não ser como apoio no campo, e “para ajudar a subir no ônibus”, como
diz, brincando. Todo controle de bola, passe e chutes, eram feitos com a perna
direita.
Apesar do
Sampaio Corrêa ter montado uma boa equipe em 1955, visando o Tricampeonato,
quem acabou conquistando o título da temporada foi o Moto Club. Um ano depois,
o Sampaio voltou a jogar bem e arrebatou o título do Torneio Municipal jogando
com Enêmer, Wallace, Terrível e Barradas; Cacaraí e Elber; Gedeão, Matos,
Caboré, neto Peixe Pedra, Henrique Santos e Biné; “Pensávamos que o título era
nosso nesse ano, porém o Moto acabou levantando o bi merecidamente”.
Em 1957 e 58 o
grande Ferroviário ficou bom o bicampeonato estadual. O Sampaio, que queria
quebrar a sequência de anos sem um primeiro lugar, não conseguia. “Nosso time
jogava bem no início das competições e na reta final tropeçava e não ganhava a
final. A torcida cobrava a gente até na rua, com absoluta razão”.
Em 1959 o grupo
sampaíno comprometeu-se com a torcida e procurou fazer de tudo para quebrar o
jejum de quatro anos. No final do ano, a história se repetiu: apenas de um
ótimo início de campeonato, quem ficou com o título foi o Moto Club: “Quando o
campeonato acabou, eu já estava com 25 anos de idade e percebi que não teria
futuro com o futebol. Só conseguia ganhar dinheiro através do Sampaio Corrêa e
não do Sampaio Corrêa. Incentivado pro um amigo, no início de 1960,resolvi
jogar tudo pra cima e fui tentar a vida em São Paulo. Acabava ali minha
passagem pelo futebol profissional maranhense”. Barradas ficou 14 anos na
capital paulista. Por lá jogou em times de várzea e algumas empresas por onde
trabalhou. Em 1977 retornou a São Luis, onde permanece até hoje.
Maranhão 2x0 Tupan - Campeonato Maranhense 1979
Deixo aqui a transcrição do Jornal O Estado do Maranhão sobre a partida Maranhão 2x0 Tupan, pela estreia de ambas as equipes no Estadual de 79. O texto segue a grafia da época.
Em partida sem muita motivação realizada ontem no estádio Municipal Nhozinho Santos, a representação do Maranhão Atlético Clube estreou no certame maranhense de 79 colhendo um bom resultado, ao derrotar o quadro da Sociedade Esportiva Tupan, através do marcador de 2 tentos a zero, com um goal em cada fase.
O jogo apresentou um primeiro tempo muito fraco, embora apresentasse o Glorioso mais presente no campo adversário, buscando a todo instante o último reduto do time indígena. Inúmeras oportunidades foram desperdiçadas pelos atacantes do Bode Gregório, principalmente o comandante de ataque Alcindo, que chegou a perder uma oportunidade de outro nos primeiros minutos da partida, quando ficou com a meta contrária totalmente à sua disposição, que o goleiro Jailson se encontrava totalmente batido.
O Tupan apenas procurava se defender e não chegou hora alguma a levar perigo ao arco confiado a Marcelino, que foi um espectador privilegiado durante os primeiros 45 minutos de partida. Por outro lado, o guardião Jailson foi o maior impecílio para a linha de frente do Maranhão Atlético Clube, fazendo defesas realmente espetaculares, evitando a queda da sua cidadela.
De tanto forçar o reduto final do quadro adversário, o MAC conseguiu abrir o marcador aos 36 minutos do primeiro tempo, depois de um bom ataque de Naldo pela meia direita e uma bobeada da defesa da Madre de Deus. Depois de uma defesa parcial do goleiro Jailson, a zaga parou e possibilitou ao meio campista Soeiro bater cruzado para o goal, do que de aproveitou Alcindo para apenas escorar e mandar para o canto direito da meta indígena. Com o resultado de 1 tento a zero, foi encerrado o primeiro tempo.
Na etapa complementar, o Maranhão voltou mais agressivo e procurou o caminho do goal logo no início da fase. Embora a defesa do Tupan não estivesse em dia inspirado, talvez pela ausência de Jorge Luis e Izaias, o arqueiro Jailson estava em grande dia e continuava dificultando as coisas para o quadro atleticano. No entanto, uma andorinha só não faz verão e assim aos três minutos de jogo o Maranhão voltava a marcar novamente através do centroavante Alcindo, que recebendo um passe pela meia esquerda, penetrou na entrada da área e bateu de pé esquerdo sem chance de defesa para Jailson e colocou no canto esquerdo para estabelecer o segundo goal maqueano. O Maranhão continuou forçando, tentando dilatar o marcador, mas este não se alterou e a partida chegou ao seu final com a vitória do time do Parque Valério Monteiro por 2 a zero.
O jogo apresentou um primeiro tempo muito fraco, embora apresentasse o Glorioso mais presente no campo adversário, buscando a todo instante o último reduto do time indígena. Inúmeras oportunidades foram desperdiçadas pelos atacantes do Bode Gregório, principalmente o comandante de ataque Alcindo, que chegou a perder uma oportunidade de outro nos primeiros minutos da partida, quando ficou com a meta contrária totalmente à sua disposição, que o goleiro Jailson se encontrava totalmente batido.
O Tupan apenas procurava se defender e não chegou hora alguma a levar perigo ao arco confiado a Marcelino, que foi um espectador privilegiado durante os primeiros 45 minutos de partida. Por outro lado, o guardião Jailson foi o maior impecílio para a linha de frente do Maranhão Atlético Clube, fazendo defesas realmente espetaculares, evitando a queda da sua cidadela.
De tanto forçar o reduto final do quadro adversário, o MAC conseguiu abrir o marcador aos 36 minutos do primeiro tempo, depois de um bom ataque de Naldo pela meia direita e uma bobeada da defesa da Madre de Deus. Depois de uma defesa parcial do goleiro Jailson, a zaga parou e possibilitou ao meio campista Soeiro bater cruzado para o goal, do que de aproveitou Alcindo para apenas escorar e mandar para o canto direito da meta indígena. Com o resultado de 1 tento a zero, foi encerrado o primeiro tempo.
Na etapa complementar, o Maranhão voltou mais agressivo e procurou o caminho do goal logo no início da fase. Embora a defesa do Tupan não estivesse em dia inspirado, talvez pela ausência de Jorge Luis e Izaias, o arqueiro Jailson estava em grande dia e continuava dificultando as coisas para o quadro atleticano. No entanto, uma andorinha só não faz verão e assim aos três minutos de jogo o Maranhão voltava a marcar novamente através do centroavante Alcindo, que recebendo um passe pela meia esquerda, penetrou na entrada da área e bateu de pé esquerdo sem chance de defesa para Jailson e colocou no canto esquerdo para estabelecer o segundo goal maqueano. O Maranhão continuou forçando, tentando dilatar o marcador, mas este não se alterou e a partida chegou ao seu final com a vitória do time do Parque Valério Monteiro por 2 a zero.
FICHA DO JOGO
Maranhão 2x0
Tupan
Local: Estádio
Municipal Nhozinho Santos
Juiz: Francisco
Sousa
Bandeirinhas:
Gildásio Lélis e Salomão Dantas
Renda: C$r
16.440
Gols: Alcindo (2
gols)
Maranhão:
Marcelino; Célio Rodrigues, Tataco, Paulo Fraga e Antônio Carlos; Soeiro e
Naldo; Valter, Riba, Alcindo (George) e Naldo.
Tupan: Jailson;
Armando, Gonçalves, Ronaldo e Tomé; Paulo Roberto (Airton) e Ivo (Gibi); Pedro,
Nascimento, Evandro e Claudionor.