Quando o jovem Aderson José da Silva via pela televisão a festa que as torcidas organizadas dos times do eixo-Rio São Paulo proporcionavam nos estádio, começou a imaginar algo semelhante nas arquibancadas do Nhozinho Santos ou mesmo do recém inaugurado Castelão. A idéia foi ganhando corpo sobretudo pela vinda de torcidas organizadas de Estados vizinhos a São Luis, o que garantia um contato mais direto com aquele movimento todo de torcidas de clubes como Tuna Luso, Remo, Paysandu, River, Flamengo do Piauí, etc., quando vinham apoiar os seus respectivos times em jogos na capital maranhense. Muitas vezes as torcidas dos próprios times de Rio de Janeiro e São Paulo vinham a São Luis acompanhar os seus times em jogos contra os maranhenses e faziam amizades com torcedores motenses, que recebiam muitas informações em termos de organização de torcida. Com tudo isso, Aderson sentia a necessidade de organizar um grupo de apoio para receber esses torcedores de fora; começava a surgir a idéia de formar um grupo próprio do Moto Club. Até aquele momento, não havia rivalidade entre torcidas organizadas.
Antes das chamadas torcidas organizadas, o torcedor maranhense acompanhava o Moto Club de forma “independente”, sem nenhum tipo de ligação direta com outros torcedores ou algo que o valha. Também ia por conta própria as jogos do rubro-negro pelo interior e até em outros Estados. Muitos deles iam de carro próprio ou se reuniam na Rodoviária, de onde seguiam viagem para a cidade onde o clube se apresentava. Até o início dos anos 80, os torcedores iam uniformizados com a camisa de jogo do seu time, que eram vendidas já em finais da década de 1970 e começo da década de 1980 pelo centro comercial de São Luis, como a loja do famoso motense Camilo, na Rua do Passeio. Segundo informações do primeiro fundador da torcida, Aderson Silva, com apenas 21 anos na época, ele próprio reuniu alguns amigos que já freqüentavam junto os jogos do moto e viajavam para acompanhar o time em outras cidades e lançou a idéia de organizarem uma torcida. Dentre esses torcedores, além do próprio Aderson, estavam os motenses Jackson Silva, Raimundo Nonato Pereira, Raimunda Lima (a única mulher do grupo de fundadores), Samuel Gadelha Sombra, Benedito Silva, Raul Neto, Cícero JC (proprietário do famoso “Guaraná do JC”, na Avenida Litorânea), Luis Carlos, Carlos Luis e Ubirajara Torres (proprietário de uma loja de material esportivo e chegou a ser presidente do Moto Club por influência dessa torcida organizada. Zoroastro Pereira, que também foi presidente do Moto Club, participou da Dragões da Fiel). Era Março de 1982 e a influência direta para a criação veio da torcida organizada “Gaviões da Fiel”, do Corinthians, época de grande auge do futebol paulista. A idéia surgiu ali, nas próprias arquibancadas.
A primeira reunião desse grupo de torcedores ocorreu em plena Praça Deodoro, no Centro de São Luis. Previamente, o grupo enviou uma carta à Rádio Ribamar (atual Rádio Capital), localizada no Parque do Bom Menino, avisando sobre o encontro de formalização do grupo e convidando outros torcedores que quisessem participar desse encontro, marcado para as 19h00. No dia marcado, vários curiosos apareceram, incluindo o repórter da Rádio Ribamar, Herbert Fontenelle (o “Comentarista do Povão”), que fez a cobertura da reunião, mas sem se identificar como repórter. No dia seguinte saiu a noticia em rádio sobre a formação da torcida organizada. A partir daquele momento o grupo passou a se corresponder, via carta, com diversas torcidas de outros Estados, pedindo orientações sobre como funcionava o sistema de planejamento de uma organizada.
A partir dessa primeira reunião na Praça Deodoro, o grupo seguiu com os encontros (a segunda reunião, inclusive, registrou-se ali, naquele mesmo local, somente para acertar os últimos detalhes da reunião passada e a forma de como angariar fundos para a torcida). Como a Jordoa e bairros vizinhos era um grande reduto de torcedores motenses, inclusive onde residiam muitos dos fundadores da “Dragões da Fiel”, uma terceira reunião aconteceu na residência dos pais de Aderson, localizada à Av. João Pessoa, 257, no Bairro da Jordoa (essa casa, inclusive, foi a primeira sede da torcida). Foi colocado em pauta algumas idéias, como o nome da organizada. Dentre diversas opções em votação, como “Raça Rubro-negra”, prevaleceu “Dragões da Fiel”, denominação dada por Aderson e vencida pela maioria de votos. A explicação para o nome vem da simpatia pela torcida “Gaviões da Fiel”, do Corinthians, e pela antiga denominação de “Dragão da Fabril”, como era conhecido o Moto Club nos tempos da fábrica Santa Isabel. Pela demonstração de fidelidade da torcida motense com o time, retirou-se o “Fiel” da organizada do Corinthians e somou-se a ele o “Dragão”, da denominação do Moto. Nasceu assim a expressão “Os Dragões da Fiel”. Também foi colocada em pauta a aquisição de bateria e o uniforme da torcida, que os identificariam visualmente nas arquibancadas com as marcações e os gritos de guerra. Foi eleita a primeira camisa da torcida. Como Ubirajara Torres era empresário e dono de uma loja de material esportivo, ele próprio trouxa a arte da camisa, que foi eleita pelo grupo e patrocinada por Ubirajara.
De imediato não foi pensado o pagamento aos associados, pois era consenso entre todos trazer o maior número possível de motenses para o grupo. Dessa forma, havia uma votação totalmente democrática, com poder de voto para qualquer membro, independente do tempo de permanência do grupo. Quando o número de associados ficou muito grande, houve a necessidade da cobrança de uma mensalidade, para adquirir recursos para a torcida.
Após cerca de oito jogos do Moto Club após a formalização da torcida, houve uma reunião para a escolha dos membros da primeira diretoria. Essa reunião aconteceu no dia 06 de Junho de 1982 (data oficial de fundação da organizada), nas cadeiras do Estádio Nhozinho Santos, que foi cedido ao grupo para essa reunião (naquele momento o grupo havia crescido tanto que uma reunião na residência dos pais de Aderson era inviável). Ficou oficializado, então, o nome “Associação Recreativa Os Dragões da Fiel”, sendo Aderson e Ubirajara aclamados por unanimidade como Presidente e vice, respectivamente. Os outros cargos vagos e foram preenchidos posteriormente devido ao aumento no número de membros. Assim foi composta toda a primeira diretoria da torcida organizada “Os Dragões da Fiel”: Primeiro Presidente: Aderson José da Silva; vice: Ubirajara Torres; Primeira Secretária: Eliane dos Santos (morava perto do Nhozinho Santos e compunha um grupo feminino que ia aos jogos); Segunda Secretária: Raimunda Lima; Primeiro Tesoureiro: Leandro Alves; Segundo Tesoureiro: Ericine Coelho Serra.
A ata de fundação foi registrada no Cartório Cantuária de Azevedo, no Beco Catarina Mina, número 84, no Centro de São Luis. Com toda a organização criada, a partir desse momento os membros passaram a portar uma carteira de sócio e conseqüente direito a voto nas reuniões do grupo. Ficou estabelecido, também, que a torcida apresentaria um caráter filantrópico, com o único objetivo de ajudar o Moto Club de São Luis nas arquibancadas. Além do pagamento da mensalidade, cada membro colaborava com qualquer quantia a parte, doada voluntariamente a cada reunião e que era depositava em uma caixinha, logo na entrada. Aqui, vale ressaltar um ponto interessante e até justo: durante a presidência de Aderson, logo no início da formação da torcida, Edmar Cutrim, por suas diversas contribuições ao grupo, recebeu o título de patrono da Dragões da Fiel.
São estes os seguintes presidentes: Ubirajara Torres Rocha; Eliane dos Santos Soares; Josias Rabelo (freqüentava o estádio e atualmente é contador); José Ribamar “Vermelho” (funcionário do Supermercado Luzitana); Raimundo Aguiar “Bitinho” (tinha uma loja de serigrafia no Apeadouro); Hely Carlos P. da Silva (filho do atual Presidente, Neto); Alexandre Aguiar Araújo; e Antônio Batista de O. da Silva “Neto”, atual Presidente.
Antes das chamadas torcidas organizadas, o torcedor maranhense acompanhava o Moto Club de forma “independente”, sem nenhum tipo de ligação direta com outros torcedores ou algo que o valha. Também ia por conta própria as jogos do rubro-negro pelo interior e até em outros Estados. Muitos deles iam de carro próprio ou se reuniam na Rodoviária, de onde seguiam viagem para a cidade onde o clube se apresentava. Até o início dos anos 80, os torcedores iam uniformizados com a camisa de jogo do seu time, que eram vendidas já em finais da década de 1970 e começo da década de 1980 pelo centro comercial de São Luis, como a loja do famoso motense Camilo, na Rua do Passeio. Segundo informações do primeiro fundador da torcida, Aderson Silva, com apenas 21 anos na época, ele próprio reuniu alguns amigos que já freqüentavam junto os jogos do moto e viajavam para acompanhar o time em outras cidades e lançou a idéia de organizarem uma torcida. Dentre esses torcedores, além do próprio Aderson, estavam os motenses Jackson Silva, Raimundo Nonato Pereira, Raimunda Lima (a única mulher do grupo de fundadores), Samuel Gadelha Sombra, Benedito Silva, Raul Neto, Cícero JC (proprietário do famoso “Guaraná do JC”, na Avenida Litorânea), Luis Carlos, Carlos Luis e Ubirajara Torres (proprietário de uma loja de material esportivo e chegou a ser presidente do Moto Club por influência dessa torcida organizada. Zoroastro Pereira, que também foi presidente do Moto Club, participou da Dragões da Fiel). Era Março de 1982 e a influência direta para a criação veio da torcida organizada “Gaviões da Fiel”, do Corinthians, época de grande auge do futebol paulista. A idéia surgiu ali, nas próprias arquibancadas.
A primeira reunião desse grupo de torcedores ocorreu em plena Praça Deodoro, no Centro de São Luis. Previamente, o grupo enviou uma carta à Rádio Ribamar (atual Rádio Capital), localizada no Parque do Bom Menino, avisando sobre o encontro de formalização do grupo e convidando outros torcedores que quisessem participar desse encontro, marcado para as 19h00. No dia marcado, vários curiosos apareceram, incluindo o repórter da Rádio Ribamar, Herbert Fontenelle (o “Comentarista do Povão”), que fez a cobertura da reunião, mas sem se identificar como repórter. No dia seguinte saiu a noticia em rádio sobre a formação da torcida organizada. A partir daquele momento o grupo passou a se corresponder, via carta, com diversas torcidas de outros Estados, pedindo orientações sobre como funcionava o sistema de planejamento de uma organizada.
A partir dessa primeira reunião na Praça Deodoro, o grupo seguiu com os encontros (a segunda reunião, inclusive, registrou-se ali, naquele mesmo local, somente para acertar os últimos detalhes da reunião passada e a forma de como angariar fundos para a torcida). Como a Jordoa e bairros vizinhos era um grande reduto de torcedores motenses, inclusive onde residiam muitos dos fundadores da “Dragões da Fiel”, uma terceira reunião aconteceu na residência dos pais de Aderson, localizada à Av. João Pessoa, 257, no Bairro da Jordoa (essa casa, inclusive, foi a primeira sede da torcida). Foi colocado em pauta algumas idéias, como o nome da organizada. Dentre diversas opções em votação, como “Raça Rubro-negra”, prevaleceu “Dragões da Fiel”, denominação dada por Aderson e vencida pela maioria de votos. A explicação para o nome vem da simpatia pela torcida “Gaviões da Fiel”, do Corinthians, e pela antiga denominação de “Dragão da Fabril”, como era conhecido o Moto Club nos tempos da fábrica Santa Isabel. Pela demonstração de fidelidade da torcida motense com o time, retirou-se o “Fiel” da organizada do Corinthians e somou-se a ele o “Dragão”, da denominação do Moto. Nasceu assim a expressão “Os Dragões da Fiel”. Também foi colocada em pauta a aquisição de bateria e o uniforme da torcida, que os identificariam visualmente nas arquibancadas com as marcações e os gritos de guerra. Foi eleita a primeira camisa da torcida. Como Ubirajara Torres era empresário e dono de uma loja de material esportivo, ele próprio trouxa a arte da camisa, que foi eleita pelo grupo e patrocinada por Ubirajara.
De imediato não foi pensado o pagamento aos associados, pois era consenso entre todos trazer o maior número possível de motenses para o grupo. Dessa forma, havia uma votação totalmente democrática, com poder de voto para qualquer membro, independente do tempo de permanência do grupo. Quando o número de associados ficou muito grande, houve a necessidade da cobrança de uma mensalidade, para adquirir recursos para a torcida.
Após cerca de oito jogos do Moto Club após a formalização da torcida, houve uma reunião para a escolha dos membros da primeira diretoria. Essa reunião aconteceu no dia 06 de Junho de 1982 (data oficial de fundação da organizada), nas cadeiras do Estádio Nhozinho Santos, que foi cedido ao grupo para essa reunião (naquele momento o grupo havia crescido tanto que uma reunião na residência dos pais de Aderson era inviável). Ficou oficializado, então, o nome “Associação Recreativa Os Dragões da Fiel”, sendo Aderson e Ubirajara aclamados por unanimidade como Presidente e vice, respectivamente. Os outros cargos vagos e foram preenchidos posteriormente devido ao aumento no número de membros. Assim foi composta toda a primeira diretoria da torcida organizada “Os Dragões da Fiel”: Primeiro Presidente: Aderson José da Silva; vice: Ubirajara Torres; Primeira Secretária: Eliane dos Santos (morava perto do Nhozinho Santos e compunha um grupo feminino que ia aos jogos); Segunda Secretária: Raimunda Lima; Primeiro Tesoureiro: Leandro Alves; Segundo Tesoureiro: Ericine Coelho Serra.
A ata de fundação foi registrada no Cartório Cantuária de Azevedo, no Beco Catarina Mina, número 84, no Centro de São Luis. Com toda a organização criada, a partir desse momento os membros passaram a portar uma carteira de sócio e conseqüente direito a voto nas reuniões do grupo. Ficou estabelecido, também, que a torcida apresentaria um caráter filantrópico, com o único objetivo de ajudar o Moto Club de São Luis nas arquibancadas. Além do pagamento da mensalidade, cada membro colaborava com qualquer quantia a parte, doada voluntariamente a cada reunião e que era depositava em uma caixinha, logo na entrada. Aqui, vale ressaltar um ponto interessante e até justo: durante a presidência de Aderson, logo no início da formação da torcida, Edmar Cutrim, por suas diversas contribuições ao grupo, recebeu o título de patrono da Dragões da Fiel.
São estes os seguintes presidentes: Ubirajara Torres Rocha; Eliane dos Santos Soares; Josias Rabelo (freqüentava o estádio e atualmente é contador); José Ribamar “Vermelho” (funcionário do Supermercado Luzitana); Raimundo Aguiar “Bitinho” (tinha uma loja de serigrafia no Apeadouro); Hely Carlos P. da Silva (filho do atual Presidente, Neto); Alexandre Aguiar Araújo; e Antônio Batista de O. da Silva “Neto”, atual Presidente.
Segunda camisa da Dragões da Fiel, de 1983
Primeira Diretoria
Torcida organizada indo para o jogo com bandeiras
Logo atual da organizada
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