"Cria do Bairro do Anil, famoso por revelar grandes craques para o futebol maranhense, Pelezinho foi um dos grandes nomes em sua época. Defendeu as cores do Sport Recife, Moto Club e Sampaio Corrêa, onde foi Campeão do Brasileirinho em 1972. Ao longo da sua carreira, Pelezinho atuou em grandes jogos, inclusive no amistoso contra a Seleção da Alemanha, quando defendia a Seleção de Pernambuco”
Data da gravação: 16-01-2012
Gravação e edição: Hugo Saraiva
Extra: Hino do Sampaio Corrêa Futebol Clube (oficial) e Hino do Moto Club de São Luis (oficial)
Vinheta de abertura - música: Hugo Saraiva / Voz: João Ricardo Barbosa
O ex-goleiro que sofreu por conta do excesso de peso volta ao gramado, mas dessa vez só para passeio. Um pouco mais magro, Juca relembra seus grandes momentos no futebol.
Irá ao ar no próximo sábado, 01 de Junho, o
nono Podcast. E desta vez o entrevistado é o jogador Pelezinho, um dos
grandes craques do futebol maranhense. O craque defendeu as cores do
Sport Recife, Moto Club e Sampaio Corrêa, onde foi Campeão do
Brasileirinho em 1972. Não percam!!!
"Revelado pelo Botafogo e com passagens pelo Madureira, Caio ganhou destaque no futebol maranhense pelas suas belas atuações pelo Moto Club de São Luis, antes de transferir-se" para a Portuguesa de Desportos e ganhar fama pelo Grêmio (RS), onde foi campeão da Taça Libertadores da América e do Mundial Interclubes, ambos em 1983. Encerrou a carreira, curiosamente, no maior rival do Moto, o Sampaio Corrêa, onde foi bicampeão estadual em 1990/91"
Data da gravação: 29-01-2013
Gravação e edição: Hugo Saraiva
Extra: Hino do Moto Club de São Luis (oficial) e do Fluminense Futebol Clube (oficial), Narração do gol - Rádio Gaúcha 600 AM (narrado por Armindo Antônio Ranzolin)
Vinheta de abertura - música: Hugo Saraiva / Voz: João Ricardo Barbosa
Texto extraído do site http://modernizandodistintivosdefutebol.blogspot.com.br/
O Maranhão Atlético Clube, de São Luís, é um clube quadricolor que já
apresentou diversos uniformes listrados. Desses, a predominância
histórica é do azul e vermelho sobre o branco e preto. Na década de 90
ensaiou-se uma "adequação" às proporções da bandeira do Estado: camisa
listrada em vermelho, branco e preto, gola, calções e meias azuis. Tenho
a interpretação que o clube tem seus símbolos e o Estado tem os dele,
embore o primeiro carregue o nome do segundo. Também entendo que o clube
é grande e tradicional o suficiente para não ser conhecido como uma
"Sampdoria do Nordeste". Portanto, não copiei a bandeira nem o padrão da
Samp.
Procurei também criar um padrão "próprio" para o uniforme do clube: o
vermelho em proporção três vezes maior que a do branco ou a do preto;
vermelho e preto não se encontram. No distintivo, algumas linhas do mapa
do Estado, tornadas simétricas.
Espero que os maqueanos fiquem satisfeitos com essa homenagem ao time que tem o Bode como mascote.
Em 10 de Junho de 1956, nascia no bairro do Tamancão um dos personagens mais emblemáticos do futebol maranhense. Reginaldo Castro, o eterno Bimbinha. Gênio com a bola nos pés, com 1,53 cm de altura e 51 kg, no auge da carreira Bimbinha e sua chuteira 34 com as quais encontrava qualquer um. Era o menor jogador de futebol em atividade no mundial. Atuava de forma regular e brilhante, jamais de forma regular e jamais de forma medíocre. Bimbinha era uma arma secreta, passou por times como: Moto Club, Sampaio Correia, Expressinho, Tupan e no futebol do Pará.
Os motenses viveram 10 longos anos sem títulos, apenas assistindo aos rivais Sampaio Corrêa e Maranhão serem campeões. Longo tempo sem um centroavante que chamasse a responsabilidade e definisse em favor do clube. Em 2000, finalmente, contratou Jack Jone para ser esse homem. E foi com uma postura de craque e guerreiro que Jack Jone, carinhosamente chamado de “o Rei do Gatilho”, conquistou o coração dos mais exigentes rubro-negros. Há quase 11 anos sem conquistar títulos, o que os torcedores queriam ver era, além de um grande time, uma equipe aguerrida. E esse era justamente o estilo do Rei do Gatilho.
Atacante com grande colocação na área e boas finalizações (tanto com os pés quanto com a cabeça), o carioca Jack Jone tem um currículo invejável. Esse centroavante sempre mostrou uma boa colocação na área, chutes fortes e um faro de gol impressionante. Aos 23 anos, o atacante Jack Jone era apenas mais uma aposta para tentar reerguer o Moto Club, que desde 1989 não conquistava um único título. Em pouco tempo, ele assumiu a famosa camisa 9 e exibiu um futebol de muita técnica. Logo caiu nas graças da torcida. Em 2000, no Campeonato Maranhense, Jack Jone foi o grande maestro na campanha que levou o Papão ao título máximo da competição.
O carioca Jack Jone Machado Bretas nasceu no dia 05 de Fevereiro de 1977, em Itaperuna, Rio de Janeiro. Como qualquer garoto da sua época, desde pequeno ele sempre teve o sonho de ser transformar em um atleta profissional, carreira alimentada pelos grandes ídolos cariocas do começo dos anos 80, como Roberto Dinamite, Zico, Andrade, Roberto Rivelino, Júnior e outros mestres que desfilaram todos os domingos no palco do Maracanã. Porém, a grande inspiração de Jack Jone sempre foi o seu pai, José de Assis Bretas, um dos seus maiores incentivadores na carreira. A infância do jogador foi humilde: os seus pais sempre tiveram muitas dificuldades financeiras e moravam em uma casa simples no Matadouro, um dos bairros mais humildes de Itaperuna. Apesar de todas as dificuldades, como os estudos em colégio estadual (completou o segundo grau), o craque jamais deixou de lutar pelo seu grande sonho, também incentivado pela sua mãe, Silvia Machado Pascoal. Os campos de várzea, como a história de muitos e muitos da sua época, fazia parte da vida do craque. Atuou por vários clubes amadores da cidade - e foi de lá a experiência necessária que o jogador adquiriu para a sua primeira oportunidade no futebol...
Jack Jone começou a sua carreira profissional aos 13 anos, atuando nas categorias de base do Itaperuna Esporte Clube, equipe que lhe abriu as portas para uma carreira gloriosa. Segundo informações, quem lhe deu a primeira oportunidade foi Niltinho Ladeira, que realizou com Jack Jone as primeiras experiências na chamada “peneira”. Com a extrema habilidade e a visão de jogo que lhe é particular, o artilheiro foi admitido e passou a integrar o elenco dessa divisão do Itaperuna. Ainda passou pela base do Flamengo e Fluminense. O início na base, porém, foi complicado, já que o salário não dava para se manter e Jack dependia ainda do sustento dos seus pais, que também não tinham condições financeiras ideais para ajudá-lo. A base familiar, contudo, foi de grande valia para o craque: “eu sempre tive o apoio do meu pai, minha mãe, minha esposa, minha filha e meus irmãos”. O esforço pela dedicação na base foi recompensada e rapidamente Jack Jone foi aproveitado no elenco profissional do Itaperuna. Contudo, teve a fundamental ajuda do seu pai: “eu joguei a pela primeira vez como profissional graças a Deus e ao meu pai, porque na época eu ainda tinha idade de juniores, mas já treinava com o profissional, só que não tinha jogado ainda. Meu pai, então, foi conversar com o Presidente do Itaperuna, sem eu saber e ele disse ao mandatário que, se ele não fosse me utilizar no time profissional, que ele me desse meu passe para eu jogar em outro time”, comentou Jack Jone. E nem foi preciso dar o passe livre ao atleta, pois o artilheiro foi relacionado para o jogo contra o Botafogo, dia 02 de Março de 1997, válido pela Taça Guanabara daquele ano. Para surpresa até do próprio Jack Jone, ele entrou na partida como titular e fez os dois gols da derrota do seu time por 4 a 2 para o alvinegro, no Estádio Caio Martins, em Niterói. Apesar do placar, iniciava-se ali a grande carreira do eterno matador rubro-negro. “Eu fico até emocionado de lembrar desse momento, Deus me colocou no momento certo pra jogar. Daí pra frente não parei mais”, relembra o artilheiro, naquela ocasião treinado por Paulo Matta. Essa foi a formação em sua primeira partida como profissional, pelo Itaperuna: Pacato, Léo, Roni, Rondinelli e Ronaldo; Alexandre, André Pimpolho, Giovanni e Alcer; Paraíba e Jack Jones.
Artilheiro-nato, após o Itaperuna Jack Jone rodou bastante: Comercial (ES), XV de Piracicaba (SP), Volta Redonda (RJ), Friburguense (RJ), Treze (PB), América (RN), Cabofriense (RJ), Americano (RJ), Rio Branco (RJ), Resende (RJ), União São João (SP), Madureira (RJ), Mogi Mirim (SP), Uniclinic, Potiguar (RN), Botafogo (PB), Luziânia (DF), Vitória da Conquista (BA), Al-Qadisiyah Club (Arábia), Psim-Yogyakarta (Indonésia), Avaí (SC) e São José de Ribamar foram os times em que Jack teve mais oportunidades de fazer gols e brigar pela almejada artilharia. Isso, é claro, sem falar no Papão do Norte. Em 2000 o Moto Club de São Luis estava à procura de um artilheiro à altura dos seus grandes nomes do passado, alguém que pudesse elevar o Papão à categoria de Campeão Maranhense após um esquecível período de mais de dez anos sem a conquista de um título sequer. Quem o trouxe para o rubro-negro foi o eterno Raul Meneses, Diretor de futebol do Papão naquela maravilhosa campanha de 2000 (na época, o Presidente do Moto era Jandir Castro, que assumiu o cargo após a saída de Antônio Henrique). Contratado a peso de ouro, pelos padrões do futebol maranhense, Jack Jone encontrou muitas dificuldades em seu início aqui na capital maranhense: os atletas concentravam-se em um pequeno hotel perto da praia e o grupo treinava em campos alugados. Como não poderia fugir à regra, sobretudo pelas dificuldades em gerir um clube de futebol profissional em nosso Estado, os salários dos jogadores, vez ou outra, atrasavam. Porém, Raul Menezes, o “Paizão” (como era conhecido pelos jogadores), junto com a Diretoria, sempre dava um jeito de driblar a crise e encontrava uma forma de saldar os vencimentos do grupo. Dona Júlia e Amim Castro também foram pessoas importantíssimas naquela campanha, sobretudo nos bastidores, pelo empenho com o elenco e o amor em trabalhar pelo Moto Club. E a recompensa viria dali a alguns poucos meses...
Jack levantando a taça de campeão em 2004
Papão do Norte campeão Maranhense de 2000. Em pé: Fábio, Isael, Jackson, Márcio Oliveira, Dimas, Tião e Fernando. Agachados: Jack Jone, Cosme, Sidney, Morgado, Santos, Perizes, Eduardo, Pedrinho, Toni e Preta
Com um Primeiro Turno fraco, onde o Papão acabaria apenas na tímida sétima colocação, Jack foi lançado a campo ainda antes do final desse turno, em uma partida realizada no dia 10 de Maio daquele ano, no Estádio Castelão. Era a estréia do matador pelo rubro-negro. O adversário? Sampaio Corrêa Futebol Clube, a maior vítima do carrasco dentro da sua passagem pelo futebol maranhense. Como cartão de visitas, Jack foi logo mostrando a que veio, com um belo gol, no empate em 1 a 1 entre motenses e bolivianos. Para azar dos Tricolores, Jack Jone e o Moto Club cresceriam no restante da competição. Para bom torcedor, meia história basta para saber o que aconteceria dali em diante até o final do campeonato...
Jack Jone sempre teve uma boa relação com todo o elenco do rubro-negro. Os seus companheiros eram todos os jogadores que faziam parte daquele grupo que, literalmente, vestiu a camisa do Moto Club. O artilheiro, porém, desconhecia praticamente tudo a respeito do Papão do Norte. Inclusive, foi ali, nos treinos, que descobriu a incômoda “fila” e o jejum de títulos que o clube atravessava por toda a década de 1990. Contudo, segundo relato do próprio Jack Jone, novamente a figura do Diretor Raul Meneses, que sabia fazer futebol como poucos no Maranhão, foi fundamental para aquele grupo: “vi no rosto e nas palavras do Raul Menezes o tamanho da vontade em ser campeão; a partir deste momento eu me entreguei de corpo e alma ao Moto Club e Deus nos abençoou e nos deu aquele título tão esperado pela torcida. Com todo respeito aos outros clubes, mas esse time de 2000 não tinha como comparar, porque o que esse grupo passou pra poder conquistar o título, não tem comparação. E o melhor: foi pra uma torcida maravilhosa e apaixonante como a nossa, depois de onze anos, não tem comparação, eu fico até emocionado só lembrar”, assinalou o jogador. E que título!
Sob o comando de Zé Carlos Brasília, o Papão do Norte, apesar do irregular início da competição, encontrou o rumo e chegou à decisão do Campeonato Maranhense de 2000 justamente contra o seu maio rival, em um domingo que até hoje está na memória de muitos rubro-negros. Tião, Isael, Jackson, Gilson e Alan; Fernando, Cosme e Eduardo; Preto, Jack Jones e Pedrinho. Essa era a formação daquele gigante Moto do 04 de Agosto de 2000, sob os olhares de mais de 30 mil rubro-negros e bolivianos. Precisando da vitória para levantar a Taça, Jack Jone, aos 17 e 42 minutos do segundo tempo, devolveu o amor e o orgulho à torcida motorizada – e escreveu para sempre o seu nome da restrita galeria de eternos ídolos da história do Moto Club de São Luis. Jack Jone, aliás, considera os seus dois mais bonitos e importantes gols na carreira justamente aqueles na partida decisiva de 2000. “O melhor time que eu já joguei, pela união, pela entrega, pelo comprometimento que nós tivemos e pela a amizade de um para com o outro. Nós sentimos que dava pra sermos campeões quando nós ganhamos o segundo turno”, comentaria6 o agora consagrado “Rei do Gatilho”, nome que orgulhosamente ostentou enquanto vestia a camisa rubro-negra.
Com o treféu de campeão
Jack, jogadores e dirigente do Papão
Sobre a marca do artilheiro, vale destacar que ela surgiu após a iniciativa do operador de áudio da Rádio Mirante AM, Antônio Luís Lemos Rocha, mais conhecido como Toinho Rocha. “Ele chegou marcando muitos gols. Como eu sou motense, o pessoal estava falando que o cara era matador. Aí, associei o nome dele a um matador, já que fazia muitos gols, ao filme ‘O Rei do Gatilho’, de faroeste. Eu conhecia a música de Moreira da Silva (Kid Morangueira), que foi feita sobre esse filme”, comentou Toinho, que tem 27 anos de rádio, sempre trabalhando como operador de mesa. Ele editou o áudio que tinha dois tiros, ampliou, e em seguida vinha a chamada O rei do Gatilho. O lançamento foi uma novidade até para a equipe da Mirante AM, que trabalhava no jogo decisivo do Campeonato Maranhense de 2000. O narrador era Laércio Costa, o repórter do Moto era Jorge Aragão e pelo Sampaio estava Emanoel Ribeiro “Ligeirinho”. No primeiro gol de Jack Jone, Toinho Rocha soltou a vinheta logo após o narrador gritar gol por três vezes e o nome “Jack”. “Coloquei a vinheta e Laércio pensou rápido e completou: o matador Rubro-Negro. Aí veio Jorge Aragão e disse: alegria no Castelão e ela tem nome e eu coloquei novamente a vinheta. O repórter completou com o nome do atacante e adotou ‘o rei do gatilho’, ajudando a popularizar a vinheta. Na semana do jogo, o repórter informou ao jogador que ele tinha essa vinheta. A princípio ele descordou, mas depois que ouviu e soube da intenção de Toinho Rocha, ele aceitou e passou a fazer os gestos com as mãos como se atirasse, inspirado na vinheta. Daí ele eternizou a marca.
Em sua segunda passagem pelo clube, em 2004, mais uma vez Jack Jone tornou-se a pedra no sapato dos Tricolores – e novamente em uma decisão de Campeonato Maranhense, onde o craque fez simplesmente três gols nas duas partidas decisivas. O palco, desta vez, foi o gramado do Nhozinho Santos, naquele 08 de Setembro de 2004, quando o Moto Club chegaria à sua vigésima segunda conquista estadual, duas delas sob a regência do maestro Jack Jone. Com a orientação do treinador Rui Scarpino, assim entrou o Papão a campo: Junior, William, Jean Carioca, Ricardo Henrique e Lucio; Jean Marcelo, Marcinho e Paulo César; Cacá, Jack Jones e Robson. Com dois gols (aos 22 do primeiro tempo e aos 15 minutos da etapa final) na vitória por 2x1 contra o Sampaio Corrêa, Jack Jone não precisava provar mais nada a ninguém, já estava consagrado de vez no coração da torcida. Era tanta idolatria que, mesmo em sua apagada passagem pelo rubro-negro, em 2009, Jack Jone continuou sendo reverenciado pelos motenses.
Após o título de 2004, Jack Jone foi levado por Raimundo e Jânio para o futebol da Arábia Saudita. Foram apenas seis meses de contrato e financeira e profissionalmente foi rentável atuar no exterior, apesar da difícil adaptação. Jack chegou na metade do campeonato e o seu time estava mal na competição. Infelizmente, por conta da dificuldade em trabalhar em um país totalmente diferente do nosso e pelas condições de jogo, os gols não saíram. E por falar em gols, Jack Jone perdeu as contas de quantos assinalou ao longo de sua carreira. Dentre os mais bonitos e importantes, o craque selecionou alguns, segundo consta6: nas duas finais pelo Moto Club, em 2000 e 2004; um gol de bicicleta no clássico América de Natal e ABC; um gol do meio de campo pelo Madureira e outro pelo Olaria; os quatro gols contra a Tuna Luso pelo Campeonato Brasileiro da Série D, pelo Moto, em 2007; os nove gols pela Friburguense no Campeonato Carioca de 2001 e o primeiro gol da história do Resende no Campeonato Carioca.
Homenageado durante o lançamento do livro do Moto Club, em Setembro de 2012
Dando entrevista à imprensa maranhense
Com torcedor durante lançamento do livro do Moto Club
Com torcedores
O craque ainda retornaria pela quarta vez ao futebol maranhense, desta vez para atuar em 2009 pelas cores do São José de Ribamar, clube recém criado em nosso Estado e que despontava como uma das forças, naquele momento, do nosso futebol. Teve ainda uma rápida e apagada passagem, nesse mesmo ano, pelo Moto Club (a última vez em que vestiu as cores do Papão). Saiu antes de ver o seu clube de coração descer ladeira abaixo no Estadual e cair para a Segunda Divisão (e pela história de Jack Jone no Moto Club, nem vale considerar essa sua última passagem pelo rubro-negro)... Porém, foi no time balneário que o jogador tem as melhores lembranças nesse ano. “No São José foi o Sandow que me levou também, eu gostei muito da minha passagem pelo São José, fiz bastantes gols, fui pra seleção do campeonato e fui eleito o melhor atacante. Eu conheci uma pessoa de um caráter e de uma simplicidade fora do normal e eu tenho o prazer de ter a sua amizade: o nome desse senhor é Neto, dono do Restaurante Sol e Mar, em Ribamar”, comentou Jack, que fez questão de deixar registrado essa passagem pelo clube da cidade Balneária e a gratidão pelo senhor Neto. Em 2011, uma verdadeira baixa em sua carreira: Jack Jone, para espanto geral da torcida motorizada, voltaria a São Luis após assinar contrato com o... Sampaio Corrêa! Com o apoio do Presidente Sérgio Frota e a indicação do treinador Sandow Feques, Jack assinou um contrato de risco com o Tricolor maranhense. Os outros membros da diretoria não apoiaram a idéia do artilheiro vestindo as cores da Bolívia Querida: “os outros diretores foram contra, eles alegavam que eu era motense, e então, eu não tive tranqüilidade pra trabalhar. Eu fiz três jogos e fiz um gol”, contou Jack.
O artilheiro foi um jogador de poucos títulos. Além da conquista do bicampeonato (2000 e 2004) pelo Papão, foi ainda vice-campeão potiguar pelo América (2001) e vice-campeão paraibano pelo Treze (2004). Sobre o seu relacionamento com a torcida rubro-negra, Jack Jone foi enfático ao encerramento desta pequena entrevista: “era muito bom, eu tinha prazer em correr pela nossa torcida. Quero aproveitar para agradecer a toda a nação rubro-negra e em especial ao rapaz da torcida que fez uma música pra mim, muito obrigado a todos vocês”. Agora deu para entender porque não à toa ele virou ídolo no Moto Clube de São Luis, pela sua dedicação e gratidão àqueles que sempre o aplaudiram em campo.
VIDEOS
Gols de Jack Jone
Moto Club Campeão Maranhense em 2000
Jack Jone no programa "Abrindo o Verbo" (Rádio Mirante AM) - 17.09.2012
Primeiro gol Jack Jone sobre o Sampaio Corrêa - Decisão de 2000
Lançamento do livro do Moto Club - Globo Esporte (19.09.2012)
Livro do Moto Club - JACK JONE mandando recado aos torcedores
Jack Jone - Homenagem da TUMF (Torcida Uniformizada Motofolia)
Aos 10 anos de idade ele aprendeu o ofício de alfaiate. Poderia ficar só entre linhas, agulhas, tecido se clientes, mas o garoto Calazans, seus 13 para 14 anos, tinha fascínio pelo futebol. Jogava nos finais de semana no Tabocal, como um meia-esquerda marcador, daqueles do tipo “carrapato”, que não desgrudava do adversário e que sempre era convidado para estar entre os titulares. Uma contusão o fez participar de uma única temporada como atleta profissional. Incentivado por amigos – que conheciam sua capacidade de análise técnica – acabou sendo promovido a treinador. Por muito tempo conciliou as atividades de dono de alfaiataria com o trabalho no futebol profissional. Por isso, Calazans ficou conhecido com um técnico sob medida.
Ele é de 27 de Agosto de 1934. Nasceu no Bairro do Monte Castelo, em São Luis. Eudes Calazans de Jesus, caçula dos homens entre dez irmãos, logo depois que a família mudou-se para a Vila Passos, foi iniciado na bola. De lá, quando tinha de 13 para 14 anos de idade, ingressou no Santa Isabel, time que era dirigido pelo Nego Dô e que disputava o campeonato do Tabocal. Gostava de jogar na lateral ou meia-esquerda. Era do tipo carrapato: quando grudava no adversário, não queria largar. O interessante é que normalmente o meia é um cara que não marca e se preocupa apenas com a armação das jogadas. O bom marcador Calazans ficou uns quatro anos no Santa Cruz. Assim que foi prestar serviço militar no 24 BC, ingressou no time do quartel, o famoso General Sampaio. “Nessa época, jogavam comigo Ribeiro (Garfo de Pau) e Nabor. Dois craques do futebol maranhense”.
Bom 19 anos de idade, Calazans, depois que deu baixa no quartel, trocou o time do General Sampaio pelo Botafogo do Bairro do Anil e foi campeão em 1953. No ano seguinte já estava defendendo o Bahia, time do Coronel Pereira, uma das forças anilense. “O Coronel tinha muito prestígio. Nesse mesmo ano ele conseguiu que o Moto fosse jogar amistosamente com o Bahia, lá no Anil. Eu arrebentei e fui o destaque da partida. Me convidaram para treinar no Papão. Agradei e assinei um contrato como não-amador”. A estréia foi até engraçada, porque na época não era comum contratar jogador de fora do Estado. A imprensa anunciou que o Moto iriam mostrar à torcida um jogador vindo “da” Bahia, e não “do” Bahia, do Anil. “O torcedor foi ao Estádio Santa Isabel querendo ver em campo o jogador que veio da Bahia. Quando me reconheceram, foi uma gozação geral. Pensaram em armação, mas foi um equívoco. Muita gente lembra disso até hoje”.
Calazans tinha tudo para dar certo no Moto. A torcida gostava da maneira como jogava, principalmente pelo amor à camisa. Porém, ele vacilou e acabou sendo punido, porque era praxe na época concentrar após os jogos. Alegavam que servia para repor as energias perdidas no jogo. Depois de um Moto x Sampaio, ele e mais dois amigos fugiram da concentração. “No dia seguinte chamaram a nossa atenção. Eu retruquei e acabei tendo o meu contrato suspenso”. Calazans nunca dependeu do dinheiro ganho no futebol para sobreviver. Aos 10 anos de idade, aprendeu o oficio de alfaiate. Era calceiro de primeira qualidade. Quando serviu o exercito, já tinha uma microempresa com 12 máquinas e cerca de 20 empregados. “Sempre fui determinado. Gostava e ganhava dinheiro como alfaiate”. Mas o sonho maior era ser jogador de futebol.
Time do ícaro em 1959: em pé - Calazans, Cauby, Reginaldo, Esmagado, Cabeça, Paulo e Marçal Tolentino Serra; agachados - um massagista, Cocó, Luis, Nabor, China e Pinagé
Depois que saiu do Moto, foi levado por Benício, amigo de infância, para o Maranhão Atlético Clube. Novamente assinou contrato. Só que tinha um problema: quase não jogava: “o titular absoluto da cabeça de área era Nélio, jogador de talento. Eu só entrava quando ele se machucava”. Com 22 anos de idade, Calazans atravessava uma ótima fase, com excelente preparo físico e uma marcação forte. A chance de substituir Nélio, para se firmar como titular do MAC, veio em um amistoso contra o Auto Esporte, em Teresina. Mas não tinha que se ser. Nesse jogo, ele sofreu uma contusão no joelho esquerdo. Retornou a São Luis, não se tratou e cerca de um mês depois teve um rompimento de ligamentos, com comprometimento dos meniscos. Encerrou a carreira com atleta. “Lamentavelmente fui jogador de uma única temporada”. Passados dois anos, surgiu o primeiro convite para Calazans dirigir uma equipe. Foi o Palmeiras, da cidade de Santa Inês, interior do Estado. “Fomos vice-campeões do Tornei Intermunicipal. A partir daqui, as portas de abriram para mim como técnico”.
O Ícaro, clube da Base Aérea de São Luis, cujo presidente era o ex-árbitro Sergio Faray, contratou Calazans para dirigir o que chamava de “time dos imprestáveis”, isso porque era formado por atletas renegados pelos grandes da capital. Foi formada uma grande equipe. Tinha Walber Penha e Juraci no gol; Buranha (funcionário da Base), Cabeça, Marçal Tolentino Serra e Esmagado; Cauby (irmão de Porquinho, que no Vasco era chamado de Maranhão), Santana e China; Lua, Cocó (vindo do Tirirical) e Pinagé. Eles revolucionaram o estadual de 1959. O Moto levou o troféu da temporada, mas quem merecia chegar ao topo era o grupo do Ícaro, que de desfez depois do campeonato. Em 1960 Calazans foi ser assistente de Ênio Silva, no MAC. Quando Ênio saiu, Calazans assumiu a direção em uma partida contra o Sampaio, que terminou com a vitória atleticana por 5x1. “Foi um resultado magnífico”, vangloria-se. E não era para menos!
Depois do MAC vieram Vitória do Mar, Ferroviário, Seleção Maranhense, Ferroviário, Sport Clube Piauí (Teresina) e várias seleções intermunicipais. Em 1970 ele foi campeão do intermunicipal com a Seleção de Pindaré. N ano seguinte, conquistou o bi com a Seleção de Graça Aranha. Ainda foi vice-campeão estadual no MAC e Ferroviário e conquistou o título com o Sampaio Corrêa em 1978. Com todo esse know how, nunca dirigiu o Moto. “Não me deram oportunidade”, queixa-se.
O maior espelho de Calazans foi o famoso técnico Gentil Cardoso, tipo como um grande estudioso do futebol. “Eu lia todo o que escreviam sobre Gnetil. Procurava sempre estar atualizado, não só ele, mas seguindo seus exemplo, estudando os fundamentos e técnicas do futebol. Alias, gosto de ler até hoje. Fiz vários cursos especializados”. Pepê, Canhoteiro, Hamilton, Djalma Campos e Pelezinho estão na lista de Calazas como atletas fora de série. Os dirigentes do futebol local também não são esquecidos. José Carlos Macieira, ex-presidente do Sampaio Corrêa, e Pedro Barreto, ex-presidente do MAC, são destacados por ele como excelentes.
Irá
ao ar no próximo dia 18 de Maio (sábado) o décimo Podcast do Blog. E o
entrevistado desta vez é o jogador Caio, que fez fama no Papão do Norte.
Revelado pelo Botafogo e com passagens pelo Madureira, Caio ganhou
destaque no futebol maranhense pelas suas belas atuações pelo Moto Club
de São Luis, antes de transferir-se" para a Portuguesa de Desportos e
ganhar fama pelo Grêmio (RS), onde foi campeão da Taça Libertadores da
América e do Mundial Interclubes, ambos em 1983. Encerrou a carreira,
curiosamente, no maior rival do Moto, o Sampaio Corrêa, onde foi
bicampeão estadual em 1990/91. Não percam!!!