Foi, com toda certeza que, no início do ano de 1959, correu um boato jocoso, fruto da incomparável imaginação cômica do cearense, dizendo que, em 1960, “negro ia virar macaco.” O dia 31 de dezembro de 1959 foi de muita ansiedade, expectativa, independentemente de ser o dia mundial da confraternização.
Chegou o ano de 1960 e “negro” continuava ali, gentinha da silva, sem ter virado macaco. Gente mesmo, quem não ficou foi o torcedor do Ceará Sporting Club, que, mesmo com alguns negros no time (Pipiu, Dico, Bebeto, Pelado, Guilherme, além de Manuel Conrado – Dengoso – como técnico) perdeu o título estadual para o Fortaleza.
Mas o Ceará de José Elias Bachá aprontou o trôco para o inimigo. Reforçou o time e conquistou o tricampeonato nos anos de 1961, 62 e 63. E aí quase que “negro vira macaco”.
O Fortaleza Esporte Clube estava perdendo atacantes experientes como Walter Vieira, Mourãozinho, Aluísio, Humaitá e tantos outros. O time precisava urgentemente de sangue novo, era o óbvio descoberto por Mozart Gomes e Otony Diniz.
Paraibano de nascimento, Otony Diniz, então empresário emergente em Fortaleza e presidente do “Tricolor de Aço”, estava em João Pessoa/PB tratando de negócios e revendo familiares. No final da tarde de um domingo resolveu ir ao Estádio Ernani Sátiro assistir um jogo amistoso do Botafogo e rever amigos. Durante o jogo, um voluntarioso atacante usava a camisa 9 do alvinegro paraibano e mereceu a sua atenção. Não tinha vínculo com o clube paraibano. Estava numa fase probatória de testes.
Pois, foi assim que José Valquírio Barbosa, nascido em Cabedelo/PB no dia 5 de julho de 1945, iniciou a sua extensa vida de jogador profissional. Antes, ainda como jogador amador e com apenas 16 anos, defendeu as cores do Estrela do Mar, de Cabedelo, clube da Segunda Divisão do futebol paraibano.
Otony Diniz era apenas “Presidente” do Fortaleza. Não era “dono”, como alguns presidentes de hoje, que têm uns trocadinhos e acham que “podem tudo” porque pagam uma reles folhinha salarial de 50 mil reais. Assim, Diniz levou para o Fortaleza o ainda menino Valquírio e o indicou para o Aspirante. Não gostaram do nome e trocaram por “Paraíba”. Esse passou a ser o apelido de um dos maiores artilheiros do futebol nordestino de todos os tempos, comparável a Croinha, Gildo, Mozart, Bita, Alberí e tantos outros.
Paraíba chegou mineirinho, comendo pelas beiradas. Logo assumiu a titularidade do time Aspirante do Fortaleza, em 1962, jogando ao lado de Moésio, um dos eternos ídolos do tricolor do Pici. Em 1963, Paraíba já conquistava o primeiro título de sua carreira, com apenas 18 anos: campeão cearense de Aspirantes, pelo Fortaleza.
Ora, se na Bahia os títulos são decididos quase sempre entre Vitória e Bahia; no Rio Grande do Norte, entre ABC e América; em Pernambuco, entre Sport, Náutico e Santa Cruz; no Maranhão, entre Sampaio Corrêa e Moto; claro que, no Ceará, quase sempre o título é do Ceará ou do Fortaleza. E o Ceará acabara de ser tricampeão nos anos 1961, 62 e 63.
Pois, em 1964, se o Ceará não foi tetra, dá para descobrir quem foi o campeão? Isso, o Fortaleza que, em 1965 não deixou por menos e foi bicampeão. Em 1964, aliás, o Tricolor foi “Super-Campeão”. E com ninguém menos que Paraíba, titular do ataque. Só não foi artilheiro do campeonato porque o Ceará tinha Gildo. Mas, em 1965, jogando ao lado de Croinha, Paraíba foi bicampeão e mais uma vez não foi o artilheiro do campeonato, por que o pernambucano e ex-maqueano ficou com o troféu.
Atacante famoso aos 21 anos, Paraíba foi negociado ao Ferroviário Atlético Clube de Fortaleza em 1966, onde permaneceu até 1969 e se transformou num dos mais importantes atacantes da história do time coral.
Em 1966, defendendo a camisa erreveceana, Paraíba conquistou o Torneio Início; foi vice-campeão do Torneio Pentagonal de Fortaleza; e foi vice-campeão do Torneio do Ferroviário.
Em 1967, Valquírio Barbosa (perdão! – Paraíba) foi vice-campeão cearense invicto. Não perdeu nem para o campeão, Fortaleza. Em 1968, Paraíba participou de outra marca que os torcedores do Ferrim consideram importante: completou dois anos sem perder para o Ceará.
Em 1969 acabaria o ciclo de Paraíba no Ferroviário. No ano seguinte, 1970, Paraíba defendeu o Guarany de Sobral, formando no ataque com Dedeu, Paraíba, Edmilson e Jaldemir. Finalmente, defendendo um time considerado intermediário, foi artilheiro do campeonato cearense com 17 gols marcados.
Em 1971 Paraíba foi negociado ao Calouros do Ar, time cearense então ligado à Aeronáutica, onde jogaram excelentes jogadores como Chinezinho, Adonias, Coité, Pedrinho, Galego, Zé Preguinho, Piçarra, Zezinho, Didi e tantos outros. Pois, foi em 1971, quando defendia as cores do Calouros do Ar que Paraíba foi trazido para o Sampaio Corrêa pelo empresário Walter Zaidan.
O ano de 1972 foi consagrador para Paraíba, que se sagrou Artilheiro do Nordestão, com 16 gols assinalados; e campeão brasileiro, invicto, pelo Sampaio Corrêa. No mesmo ano de 1972, Paraíba defendeu o Tiradentes do Piauí, sagrando-se bicampeão estadual mafrense.
Bem informado sobre o futebol brasileiro, Paraíba diz que sempre soube que “existem coisas que só acontecem com o Botafogo do Rio de Janeiro”. Lembra, entretanto, que “existem coisas que só acontecem no futebol maranhense”. Para ilustrar essa afirmação, Paraíba lembra que, em 1974, foi disputado um campeonato maranhense valendo pelos anos de 1973 e 1974.
Em 1973 ele ainda defendia o Tiradentes do Piauí. Em 1974, defendendo o Moto, sagrou-se campeão de 73 e 74 no campeonato disputado em 1974.
Há quem afirme que, paraibano nascido em Cabedelo, “é homem para resolver qualquer assunto a qualquer hora”. Pois, em 1975 Paraíba foi impedido de jogar, aos 30 anos, muitos times defendidos e alguns títulos conquistados. Paraíba era motense quando um acidente ceifou a vida de Paulo Espanha durante uma viagem. Valquírio Barbosa sofreu fratura em várias vértebras e foi obrigado a parar de jogar, privando os torcedores dos seus belos e importantes gols. Coisas do futebol.
José Valquírio Barbosa para uns poucos e Paraíba para todos que o viram atuar como artilheiro consagrado, pode ser considerado como o único bicampeão brasileiro invicto no futebol. Em 1972, sob o comando de Marçal Tolentino Serra, foi campeão brasileiro invicto pelo Sampaio Corrêa. Em 1997, fazendo parte da Comissão Técnica dirigida por Pinho, foi campeão brasileiro invicto com o Sampaio Corrêa.
Paraíba, após parar de jogar, ensaiou carreira de treinador, mas nunca encontrou as facilidades e o apoio necessários dos tempos de jogador e artilheiro.
Na conversa que o Repórter teve com Paraíba, ele pediu para não esquecer de dizer que, no futebol cearense, teve enorme prazer de atuar ao lado de Edmar, um dos maiores jogadores daquela terra em todos os tempos. No Maranhão, sempre se entendeu maravilhosamente bem com Zé Carlos.
Chegou o ano de 1960 e “negro” continuava ali, gentinha da silva, sem ter virado macaco. Gente mesmo, quem não ficou foi o torcedor do Ceará Sporting Club, que, mesmo com alguns negros no time (Pipiu, Dico, Bebeto, Pelado, Guilherme, além de Manuel Conrado – Dengoso – como técnico) perdeu o título estadual para o Fortaleza.
Mas o Ceará de José Elias Bachá aprontou o trôco para o inimigo. Reforçou o time e conquistou o tricampeonato nos anos de 1961, 62 e 63. E aí quase que “negro vira macaco”.
O Fortaleza Esporte Clube estava perdendo atacantes experientes como Walter Vieira, Mourãozinho, Aluísio, Humaitá e tantos outros. O time precisava urgentemente de sangue novo, era o óbvio descoberto por Mozart Gomes e Otony Diniz.
Paraibano de nascimento, Otony Diniz, então empresário emergente em Fortaleza e presidente do “Tricolor de Aço”, estava em João Pessoa/PB tratando de negócios e revendo familiares. No final da tarde de um domingo resolveu ir ao Estádio Ernani Sátiro assistir um jogo amistoso do Botafogo e rever amigos. Durante o jogo, um voluntarioso atacante usava a camisa 9 do alvinegro paraibano e mereceu a sua atenção. Não tinha vínculo com o clube paraibano. Estava numa fase probatória de testes.
Pois, foi assim que José Valquírio Barbosa, nascido em Cabedelo/PB no dia 5 de julho de 1945, iniciou a sua extensa vida de jogador profissional. Antes, ainda como jogador amador e com apenas 16 anos, defendeu as cores do Estrela do Mar, de Cabedelo, clube da Segunda Divisão do futebol paraibano.
Otony Diniz era apenas “Presidente” do Fortaleza. Não era “dono”, como alguns presidentes de hoje, que têm uns trocadinhos e acham que “podem tudo” porque pagam uma reles folhinha salarial de 50 mil reais. Assim, Diniz levou para o Fortaleza o ainda menino Valquírio e o indicou para o Aspirante. Não gostaram do nome e trocaram por “Paraíba”. Esse passou a ser o apelido de um dos maiores artilheiros do futebol nordestino de todos os tempos, comparável a Croinha, Gildo, Mozart, Bita, Alberí e tantos outros.
Paraíba chegou mineirinho, comendo pelas beiradas. Logo assumiu a titularidade do time Aspirante do Fortaleza, em 1962, jogando ao lado de Moésio, um dos eternos ídolos do tricolor do Pici. Em 1963, Paraíba já conquistava o primeiro título de sua carreira, com apenas 18 anos: campeão cearense de Aspirantes, pelo Fortaleza.
Ora, se na Bahia os títulos são decididos quase sempre entre Vitória e Bahia; no Rio Grande do Norte, entre ABC e América; em Pernambuco, entre Sport, Náutico e Santa Cruz; no Maranhão, entre Sampaio Corrêa e Moto; claro que, no Ceará, quase sempre o título é do Ceará ou do Fortaleza. E o Ceará acabara de ser tricampeão nos anos 1961, 62 e 63.
Pois, em 1964, se o Ceará não foi tetra, dá para descobrir quem foi o campeão? Isso, o Fortaleza que, em 1965 não deixou por menos e foi bicampeão. Em 1964, aliás, o Tricolor foi “Super-Campeão”. E com ninguém menos que Paraíba, titular do ataque. Só não foi artilheiro do campeonato porque o Ceará tinha Gildo. Mas, em 1965, jogando ao lado de Croinha, Paraíba foi bicampeão e mais uma vez não foi o artilheiro do campeonato, por que o pernambucano e ex-maqueano ficou com o troféu.
Atacante famoso aos 21 anos, Paraíba foi negociado ao Ferroviário Atlético Clube de Fortaleza em 1966, onde permaneceu até 1969 e se transformou num dos mais importantes atacantes da história do time coral.
Em 1966, defendendo a camisa erreveceana, Paraíba conquistou o Torneio Início; foi vice-campeão do Torneio Pentagonal de Fortaleza; e foi vice-campeão do Torneio do Ferroviário.
Em 1967, Valquírio Barbosa (perdão! – Paraíba) foi vice-campeão cearense invicto. Não perdeu nem para o campeão, Fortaleza. Em 1968, Paraíba participou de outra marca que os torcedores do Ferrim consideram importante: completou dois anos sem perder para o Ceará.
Em 1969 acabaria o ciclo de Paraíba no Ferroviário. No ano seguinte, 1970, Paraíba defendeu o Guarany de Sobral, formando no ataque com Dedeu, Paraíba, Edmilson e Jaldemir. Finalmente, defendendo um time considerado intermediário, foi artilheiro do campeonato cearense com 17 gols marcados.
Em 1971 Paraíba foi negociado ao Calouros do Ar, time cearense então ligado à Aeronáutica, onde jogaram excelentes jogadores como Chinezinho, Adonias, Coité, Pedrinho, Galego, Zé Preguinho, Piçarra, Zezinho, Didi e tantos outros. Pois, foi em 1971, quando defendia as cores do Calouros do Ar que Paraíba foi trazido para o Sampaio Corrêa pelo empresário Walter Zaidan.
O ano de 1972 foi consagrador para Paraíba, que se sagrou Artilheiro do Nordestão, com 16 gols assinalados; e campeão brasileiro, invicto, pelo Sampaio Corrêa. No mesmo ano de 1972, Paraíba defendeu o Tiradentes do Piauí, sagrando-se bicampeão estadual mafrense.
Bem informado sobre o futebol brasileiro, Paraíba diz que sempre soube que “existem coisas que só acontecem com o Botafogo do Rio de Janeiro”. Lembra, entretanto, que “existem coisas que só acontecem no futebol maranhense”. Para ilustrar essa afirmação, Paraíba lembra que, em 1974, foi disputado um campeonato maranhense valendo pelos anos de 1973 e 1974.
Em 1973 ele ainda defendia o Tiradentes do Piauí. Em 1974, defendendo o Moto, sagrou-se campeão de 73 e 74 no campeonato disputado em 1974.
Há quem afirme que, paraibano nascido em Cabedelo, “é homem para resolver qualquer assunto a qualquer hora”. Pois, em 1975 Paraíba foi impedido de jogar, aos 30 anos, muitos times defendidos e alguns títulos conquistados. Paraíba era motense quando um acidente ceifou a vida de Paulo Espanha durante uma viagem. Valquírio Barbosa sofreu fratura em várias vértebras e foi obrigado a parar de jogar, privando os torcedores dos seus belos e importantes gols. Coisas do futebol.
José Valquírio Barbosa para uns poucos e Paraíba para todos que o viram atuar como artilheiro consagrado, pode ser considerado como o único bicampeão brasileiro invicto no futebol. Em 1972, sob o comando de Marçal Tolentino Serra, foi campeão brasileiro invicto pelo Sampaio Corrêa. Em 1997, fazendo parte da Comissão Técnica dirigida por Pinho, foi campeão brasileiro invicto com o Sampaio Corrêa.
Paraíba, após parar de jogar, ensaiou carreira de treinador, mas nunca encontrou as facilidades e o apoio necessários dos tempos de jogador e artilheiro.
Na conversa que o Repórter teve com Paraíba, ele pediu para não esquecer de dizer que, no futebol cearense, teve enorme prazer de atuar ao lado de Edmar, um dos maiores jogadores daquela terra em todos os tempos. No Maranhão, sempre se entendeu maravilhosamente bem com Zé Carlos.
Edílson, Gomes, George, Luiz Paes, Roberto, Coca-Cola. Mano, Ivanildo, João Carlos, Paraíba, campeão cearense, entre Lucinho e Edmar.
Paraíba no ataque com Mano e Coca-Cola
Ferroviário (vice-campeão cearense de 1967): Miltão; Veto, Gomes, Luís Paes, Coca-Cola e Roberto; Ivanildo, João Carlos, Facó, Edmar e Paraíba
Papão do Norte em 1974, em foto na sede do Tirirical: em pé – Neguinho, Menezes, Irineu, Breno, Milton, Netinho e Gaudêncio; sentados – Lima, não identificado, Paraíba, Itamar, Coelho e Mariceu; agachados – Zé Luis, Luis Augusto, Marinho, Gojoba, Ferraz e não identificado
Fonte: http://robertoblogdo.blogspot.com.br/2012/07/coluna-do-jose-de-oliveira-ramos.html#.UQBu-Gfg-U4
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