domingo, 20 de janeiro de 2013

Edmilson Gomes da Silva, o Meinha

Edmilson Gomes da Silva, o Meinha, (para os mais chegados, o “Véio”) nascido na capital pernambucana, Recife, a 27 de setembro de 1953. Jogador de futebol requintado desde o início da carreira – tanto que estava sendo observado pelo Palmeiras/SP -, daqueles que costumavam dar o sangue pela vitória.

Numa década em que o futebol pernambucano era comandado por um dos mais competentes e autoritários dirigentes do futebol brasileiro em todos os tempos – Rubem Moreira – em que pese uma plêiade grandiosa de importantes homens ligados ao futebol, como James Thorp, Sebastião Rufino e outros, os times pernambucanos formavam o maior celeiro de jogadores que, no início de carreira, se transferiam para o Rio de Janeiro ou São Paulo.

Foi assim com Manga, maior goleiro pernambucano; Ademir Menezes, maior artilheiro vascaíno e maior goleador brasileiro em copas do mundo; Almir Pernambuquinho, Nado, Salomão, Bita, Lala, Rinaldo, Luciano Veloso, Birô-Biro, Vavá e tantos outros. E, com 21 anos, chegava para o time profissional do Sport Recife o jovem Meinha, proveniente das categorias de base do Leão da Ilha do Retiro.

Meinha estava sendo observado por dirigentes do Palmeiras, que já tinham levado Zequinha e, antes, Rinaldo, este jogador do Náutico. Era jogar mais um campeonato pernambucano e o destino certo seria o futebol paulista, mais precisamente o Palmeiras.

Eis que o destino mudou para Meinha. Naqueles tempos, o grande adversário do Sport não era Náutico ou Santa Cruz. Era o América, clube que se aproximava muito do Leão na quantidade de títulos estaduais conquistados. E o Sport, com Meinha no time, foi perder um jogo muito importante exatamente para o América. Os dirigentes leoninos não aceitavam isso.

Os dirigentes não se conformaram e os jogadores ficaram na mira. Meinha acabou envolvido num problema – num clube social, em Recife – até hoje não esclarecido, e o presidente do Sport, Sílvio Pessoa, resolveu punir o jovem e iniciante jogador: foi cedido ao Moto Club de São Luís. Para os pernambucanos da Imprensa, aquele foi realmente um castigo para o jogador. Mas, esse episódio da vida particular do jogador não nos interessa.

Antes desse episódio, mais precisamente no dia 26 de maio de 1973, com o Estádio do Arruda recebendo um público pagante de 16.649 torcedores, num jogo diante do Santa Cruz, com o Sport Recife sendo derrotado por 1 a 0 – gol marcado por Ramon – Meinha conheceu a sua primeira expulsão de campo num jogo oficial. O árbitro era o renomado e conhecido Sebastião Rufino, que expulsou o “Siri na lata” por uma jogada violenta contra o meia Fernando Santana, que acabou sendo substituído, pois não reunia mais condições de jogo.

Dados técnicos do jogo: Santa Cruz 1 x 0 Sport Recife; Competição: Campeonato Pernambucano – Data: 26 de maio de 1973 – Local: Estádio do Arruda – Público pagante: 16.649 – Árbitro: Sebastião Rufino – Gol: Ramon. TIMES: Santa Cruz – Gilberto; Gena, Rivaldo, Paulo Ricardo e Botinha; Erb e Luciano; Betinho, Fernando Santana (Zé Maria), Walmir (Ramon) e Givanildo. Sport Recife – Renato; Djair, Lula Pereira, Cidão e Marcos; Meinha e Draílton; Raminho (Ronaldo), Odilon, Maranhão e Ivanildo.

Mas o “Véio”, antes de ser cedido ao Moto, vestiu mais algumas vezes a camisa do Leão da Ilha do Retiro. Num jogo que alguns afirmam que teria sido sua estréia em campeonatos brasileiros, o Sport empatou em 0 a 0 contra o Fortaleza. O jogo aconteceu no dia 26 de agosto de 1973, no estádio do Arruda. Comandado pelo renomado técnico Cilinho, o Sport formou com Cigano; Djair, Lima, Lula Pereira e Marcos; Ditinho, Meinha e Draílton; Ivanildo, Odilon (Mário) e Rubem Salim (Luisinho).

River Campeão Piauiense em 1980: em pé - Neto Camarço (fisicultor), Bitonho, Ubirani, Carioca, Luis Caucaia, Ari e Duílio; agachados - Vitor, Sima, Edilson, Meinha e Edmael (agachados). 

Moto de 1977. Em pé: Cassas de Lima, Haroldo, Marão, Irineu, Paulo Ricardo, Bitonho, Meinha, Ney e Alexandre Francis (diretor); Agachados: Gaudêncio (massagista), Prado, Adãozinho, Carbono, Edmilson Leite e Acir. O mascote é Edmilson Mariceuzinho.

River, campeão de 1977: em pé - Pintinho (chefe de torcida), Paulo Figueiredo, Joca, Marins, Meinha, Valdemar e Garrido; agachados - Edmar, Sima, Nivaldo, Nunes e Derivaldo

Finalmente, em 1974 Meinha chegava ao Moto, contratado por Alberto Aboud para formar um time capaz de fazer bonito nas competições nacionais. Ali encontraria jogadores de bom nível técnico, entre os quais se destacavam Bitonho, Adãozinho, Edmilson Leite, todos sob o comando de Alexandre Francisco, diretor do clube.

Como tudo pode acontecer no futebol, em 1977 Meinha já defendia as cores do River de Teresina, onde encontraria o artilheiro Sima e o técnico Mormaço. Ficaria ali até meados de 1981, de onde iria para o Ferroviário de Fortaleza. Num dos melhores jogos de Meinha com a camisa do River, o time piauiense derrotou o então poderoso Fluminense do Rio de Janeiro por 3 a 1 no dia 7 de fevereiro de 1981, com o “Véio” marcando um dos gols da vitória riverina. Sima marcou 2 gols no placar de 3 a 1.

Fato digno de registro acontecera sete dias antes neste mesmo ano. Edmilson Gomes da Silva, Meinha, no dia 31 de janeiro de 1981, pela primeira vez enfrentaria o Sport Recife, na Ilha do Retiro, vestindo a camisa do River. O placar final foi 1 a 1. Mais uma vez Sima marcaria o gol piauiense.

Jogador de extrema importância para qualquer elenco, ainda em 1981 Meinha deixaria o River e se mandaria de “mala e cuia” para Fortaleza, onde defenderia o Ferroviário. No Ferrim, Meinha conquistou apenas um vice-campeonato, em 1982.

Nas décadas de 60, 70 e oitenta o futebol cearense tinha uma particularidade: nunca um campeonato era decidido numa única partida. Encontravam sempre uma fórmula para os clubes tentarem minimizar as despesas dos grandes investimentos das contratações. E, em 1982 não seria diferente.

Com o Ceará fora do páreo, o título da temporada foi decidido entre Fortaleza e Ferroviário, no dia 12 de dezembro de 1982, no Estádio Plácido Castelo (Castelão), para um público de 39.755 pagantes que proporcionou uma arrecadação de Cr$ 11.252.950,00 (onze milhões, duzentos e cinqüenta e dois mil, novecentos e cinqüenta cruzeiros).

Antes, nos dois primeiros jogos, acontecera um empate em 1 a 1, com Meinha em campo e com Jorge Veras marcando o gol do Ferroviário. No segundo jogo, mais um empate, agora de 2 a 2, com Paulo César marcando para o Ferrim que ainda contou com um gol contra do zagueiro Chagas. Meinha novamente em campo.

Na decisão – terceiro jogo – o Fortaleza não perdoou. Impôs 4 a 0 no Ferroviário, com Meinha sendo expulso de campo. Wilson Carlos dos Santos não dava moleza. Nesse jogo o árbitro carioca foi auxiliado por Joaquim Gregório e Luiz Vieira Vilanova. Adilton, contratado junto ao Flamengo, marcou 3 gols e Rôner fechou o placar.

O Fortaleza, ainda sob o comando de Moésio Gomes – que chegou a sofrer um problema cardíaco durante o jogo – formou com Salvino; Alexandre, Pedro Basílio, Chagas e Rôner; Nelson, Zé Eduardo e Assis Paraíba; Geraldinho (Miltão), Adilton e Edmar (Romário). Técnico Moésio Gomes. O Ferroviário formou com Hélio Show; Jorge Henrique (Ivan), Góes, Nilo e Luizinho; Meinha, Doca e Edson; Paulo César Cascavel, Betinho (Getúlio) e Jorge Veras. Técnico: Jálber Carvalho.


Sampaio Corrêa Tricampeão Maranhense 1984/85/86: em pé – Walter Cruz (vice-presidente), Pedro Vasconcelos (presidente), Marcial, Ivanildo, Sérgio, Zé Carlos, Luis Carlos, Moreira, Geraldo Duarte (técnico), Ademir Vandes (preparador físico) e Lucas (mordomo); sentados – Rui (enfermeiro), Pereira (administrador), Marco Antônio, Joãozinho, Renato, Gil Lima, Meinha, Paulo e Paulo Cabrera; agachados – Ernani Luz (massagista), Orlando, Maurício, Paulo Sérgio, Bimbinha, Joel (roupeiro) e Luis Carlos (auxiliar)

Em 1983 Meinha já estava defendendo o Maranhão Atlético Clube.  Dois anos depois Meinha já aparecia vestindo a camisa do Sampaio Corrêa, onde encontrou jogadores como Zé Carlos, Rosclin, Ivanildo, Renato, Beato, Joãozinho Néri, Edésio, Mateus, Serginho, Gil Lima, Luís Carlos e outros, agora sob comando do folclórico Nelson Gama.

Vestindo a camisa do Sampaio Corrêa, Meinha voltaria a enfrentar o Sport Recife, mais uma vez na Ilha do Retiro, no dia 30 de janeiro de 1985, com o rubronegro pernambucano conquistando uma vitória por 4 a 1.

OBSERVAÇÃO – A principal fonte de pesquisa confiável de quem gosta de “pesquisar” é a fonte impressa (o jornal). A única Biblioteca Pública existente no Estado do Maranhão – pelo menos em São Luís – está fechada há mais de um ano para uma reforma física que ninguém informa quando ou se vai realmente acontecer. Por conta disso, os “pesquisadores” ficam impossibilitados de realizar qualquer trabalho.

Como chegamos em São Luís em 1987, tivemos que recorrer a alguns torcedores para colher algumas informações e essas sempre na base do “eu acho”, o que pode ser prejudicial para a veracidade da matéria. Dito isso, ninguém sabe informar com certeza se Meinha parou de jogar atuando pelo Maranhão, pelo Sampaio Corrêa ou se teria voltado ao Moto Club para um segundo período. Cansamos de tentar falar com o “Véio” via celular, mas ficou evidente que, ou ele não atende telefone ou o município onde trabalha atualmente (Santa Quitéria) não tem cobertura desse serviço.

Mesmo assim, temos a informação de que Meinha ainda atuou pelo Sampaio Corrêa contra o Operário/MS no estádio Pedro Pedrossian, no dia 17 de setembro de 1986, com o time maranhense conquistando uma vitória por 1 a 0, gol assinalado por Marco Antonio, então ponta-esquerda do time tricolor. O jogo teve arbitragem de Emídio Marques de Mesquita e o Sampaio Corrêa formou com: Moreira; Luís Carlos, Luís Cláudio, Paulo Mendes e Ivanildo; Zé Carlos, Meinha e Mateus; Edinho, Santana e Marco Antonio (Joãozinho Néri). O técnico do Sampaio Corrêa era Daniel Pinto.

River em 1977: Dem pé - Paulo Figueiredo, Marins, Joca, Meinha, Valdemar e Garrido; agachados - Santos, Sima, Nivaldo, Nunes e Derivaldo, agachados

Meinha jogou em campeonatos brasileiros, 42 vezes pelo Sport Recife, conquistando 9 vitórias, 17 empates e sofrendo 16 derrotas. Marcou 3 gols com a camisa rubronegra pernambucana; pelo River de Teresina Meinha realizou 40 jogos, com 9 vitórias, 11 empates e 20 derrotas. Marcou 3 gols; com a camisa do Ferroviário atuou em 8 partidas, com 1 vitória e 7 derrotas. Marcou um gol; atuou com a camisa do Sampaio Corrêa em 25 oportunidades, com 3 vitórias, 10 empates e 12 derrotas. Marcou 2 gols. Não existem informações oficiais de quantas vezes Meinha atuou em competições nacionais pelo Moto Club de São Luís, tampouco pelo Maranhão Atlético Clube.

Atualmente Meinha é treinador do Santa Quitéria, time do interior do Maranhão. Antes, porém, foi treinador do Moto Club em mais de uma oportunidade. Igualmente foi treinador do Sampaio Corrêa e do Maranhão Atlético Clube. Mas também já dirigiu com muita competência o Pinheiro, onde revelou o jogador Ricardo Lemos e o São Bento. Treinou também o Bacabal Esporte Clube, a Caxiense e o Imperatriz.

Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/2010/7/10/meinha-o-verdadeiro-siri-na-lata-124126.htm



2 comentários:

  1. Bela história de um dos maiores volantes que eu já vi jogar no futebol piauiense. Sabia fazer gols. Fazia lançamentos primoroso. Sima deve ter gratidão à Meinha. Quantas e quantas vezes Meinha o deixou na cara do gol!

    ResponderExcluir