Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão.
Jacinto teve o privilégio de crescer jogando bola ao lado de craques como Pelezinho, Carlos Alberto, Gojoba, Jocemar, Toca, Euzébio, Coelho e tantos outros que deram os primeiros chutes em peladas e em equipes do Bairro do Anil. Aos 19 anos de idade, foi levado para o Maranhão Atlético Clube. Chegou no Parque Valério Monteiro como centroavante. Nos 10 anos seguintes jogou em dez posições, exceto no gol. Com humildade, garra, determinação, um grande espírito de grupo e, principalmente, amor pela camisa que vestia, conquistou a torcida, diretoria e companheiros do Quadricolor maranhense. No atletismo foi destaque nas corridas de fundo, coisa que muita gente não sabe, o que o também levou a ser um atleta por excelência.
Jacinto Eleodério França Neto é uma figura ímpar, de uma simplicidade e humildade, de sorriso fácil e contagioso. Ele nasceu em São Luis no dia 20 de Maio de 1946, no Bairro do Monte Castelo, onde viveu ao lado dos pais – José Cândido Cardoso e Maria da Luz França Cardoso – e dos irmão João de Deus e Ana de Lourdes, até os seis anos de idade. Apesar da precoce morte do pai dele, o destino levou a família para um destino grandioso: o Bairro do Anil. “Um lugar fantástico”, segundo ele. “Pra vocês terem idéia de quanto eu gosto do bairro, se um dia eu ganhar muito dinheiro numa loteria compraria mais quatro ou cinco casinhas por lá e construiria no local uma belíssima casa. Sair do Anil, só morto”.
A trajetória vitoriosa de Jacinto no futebol começou cedo, quando ele tinha 13 anos de idade, em um campinho de areia próximo à fábrica do Anil. Ele recebeu as primeiras instruções de Dico Mero Preto, ex-atleta do Moto Club e Ceará Sporting. Euzébio, Toca, Jocemar e Coelho eram alguns dos companheiros de Jacinto na época. “Nós jogávamos até a hora que encerrava o expediente na fábrica, porque logo depois era a hora de dar a vez a grandes craques do quilate de Pelezinho, Gojoba e Carlos Alberto”. O primeiro time que Jacinto integrou, jogando ainda descalço, foi a Associação Atlética Anilense. Grandalhão, 1m82, ele deixava sua marca de artilheiro por onde passava, fazendo fama como um dos bons centroavantes do Anil. Em menos de um ano trocou a modesta associação pelo famoso e respeitado 1º de Maio, que tinha como destaque Bodinho (marcou época no futebol profissional local).
Em 1964 o Maranhão Atlético Clube foi jogar no Anil para pagar o passe do atacante Coelho, comprado junto ao Nascente. Jacinto foi convidado para reforçar o Nascente nesse importante e histórico jogo. Histórico, principalmente para ele, porque se destacou na partida e o MAC acabou abrindo as portas do clube para que fizesse uma série de testes. “Era tudo o que eu queria. Sonhava em ser profissional da bola e a oportunidade estava chegando. Agarrei-a com unhas e dentes”. Jacinto treinou e agradou. Restava agora o 1º de Maio liberar o passe para o MAC. Eli Serra Pinto, o popular boi de Botas, era o Presidente do 1º de Maio. Ele acertou com a diretoria atleticana, permitindo a transferência de Jacinto após o início de 1965, somente após o campeonato anilense. Assim aconteceu. Quando Jacinto chegou no MAC, o time era formado por Lunga, Neguinho, Negão, Vareta e Carlito; Zuza e Barrão; Valdeci, Wilson, Croinha e Alencar. E ainda tinha o amigo Coelho banco. Brincadeira, só craque!
Fazer amizades com este grupo era coisa fácil, por causa do seu jeito alegre de ser. Jacinto se destacava nos treinamentos pela valentia, determinação e muita aplicação tática. Ele não era um jogador técnico e, sim, um rompedor, do tipo raçudo, que protegia bem a bola e, por ser alto, passou a se especializar em jogadas aéreas. Outra característica marcante era o espírito de grupo. Os técnicos Rinaldi Maia e Marçal Tolentino Serra, quando passaram pelo MAC, deslocaram Jacinto para as mais diversas posições em campo. Só não jogou no gol porque assim era demais. “O MAC era uma família formada pelos atletas, comissão técnica e dirigentes como o Dr. Raul Guterres, Olímpio Guimarães, Carlos Guterres, Nonato Oliveira, Carlos Mendes e Nicolau Duailibe. Meu objetivo maior sempre foi servir ao clube da melhor forma possível”, demonstrando que acima de tudo era humilde.
Jacinto jogou durante 10 anos no clube. Foi seis vezes campeão da Taça Cidade de São Luis e Bicampeão Estadual em 1969/70. “Quando digo que minha geração era formada só pro craques, não é brincadeira não. Ferroviário, Moto e Sampaio tinham nos seus elencos só feras. No MAC, era covardia. Pra mim o melhor time atleticano de todos os tempos foi o que conquistou o bi em 70. Era Da Silva no gol, Baezinho, Luis Carlos, Sansão e Elias; Almir, Yomar e Toca, Euzébio, Hamilton e Dario. Eu era um reserva de luxo (relembra sorrindo”. E tinha mais gente boa comigo no banco: Riba, Ivanildo, João Batista e Walken. Ah, que saudade”.
Jacinto teve o privilégio de crescer jogando bola ao lado de craques como Pelezinho, Carlos Alberto, Gojoba, Jocemar, Toca, Euzébio, Coelho e tantos outros que deram os primeiros chutes em peladas e em equipes do Bairro do Anil. Aos 19 anos de idade, foi levado para o Maranhão Atlético Clube. Chegou no Parque Valério Monteiro como centroavante. Nos 10 anos seguintes jogou em dez posições, exceto no gol. Com humildade, garra, determinação, um grande espírito de grupo e, principalmente, amor pela camisa que vestia, conquistou a torcida, diretoria e companheiros do Quadricolor maranhense. No atletismo foi destaque nas corridas de fundo, coisa que muita gente não sabe, o que o também levou a ser um atleta por excelência.
Jacinto Eleodério França Neto é uma figura ímpar, de uma simplicidade e humildade, de sorriso fácil e contagioso. Ele nasceu em São Luis no dia 20 de Maio de 1946, no Bairro do Monte Castelo, onde viveu ao lado dos pais – José Cândido Cardoso e Maria da Luz França Cardoso – e dos irmão João de Deus e Ana de Lourdes, até os seis anos de idade. Apesar da precoce morte do pai dele, o destino levou a família para um destino grandioso: o Bairro do Anil. “Um lugar fantástico”, segundo ele. “Pra vocês terem idéia de quanto eu gosto do bairro, se um dia eu ganhar muito dinheiro numa loteria compraria mais quatro ou cinco casinhas por lá e construiria no local uma belíssima casa. Sair do Anil, só morto”.
A trajetória vitoriosa de Jacinto no futebol começou cedo, quando ele tinha 13 anos de idade, em um campinho de areia próximo à fábrica do Anil. Ele recebeu as primeiras instruções de Dico Mero Preto, ex-atleta do Moto Club e Ceará Sporting. Euzébio, Toca, Jocemar e Coelho eram alguns dos companheiros de Jacinto na época. “Nós jogávamos até a hora que encerrava o expediente na fábrica, porque logo depois era a hora de dar a vez a grandes craques do quilate de Pelezinho, Gojoba e Carlos Alberto”. O primeiro time que Jacinto integrou, jogando ainda descalço, foi a Associação Atlética Anilense. Grandalhão, 1m82, ele deixava sua marca de artilheiro por onde passava, fazendo fama como um dos bons centroavantes do Anil. Em menos de um ano trocou a modesta associação pelo famoso e respeitado 1º de Maio, que tinha como destaque Bodinho (marcou época no futebol profissional local).
Em 1964 o Maranhão Atlético Clube foi jogar no Anil para pagar o passe do atacante Coelho, comprado junto ao Nascente. Jacinto foi convidado para reforçar o Nascente nesse importante e histórico jogo. Histórico, principalmente para ele, porque se destacou na partida e o MAC acabou abrindo as portas do clube para que fizesse uma série de testes. “Era tudo o que eu queria. Sonhava em ser profissional da bola e a oportunidade estava chegando. Agarrei-a com unhas e dentes”. Jacinto treinou e agradou. Restava agora o 1º de Maio liberar o passe para o MAC. Eli Serra Pinto, o popular boi de Botas, era o Presidente do 1º de Maio. Ele acertou com a diretoria atleticana, permitindo a transferência de Jacinto após o início de 1965, somente após o campeonato anilense. Assim aconteceu. Quando Jacinto chegou no MAC, o time era formado por Lunga, Neguinho, Negão, Vareta e Carlito; Zuza e Barrão; Valdeci, Wilson, Croinha e Alencar. E ainda tinha o amigo Coelho banco. Brincadeira, só craque!
Fazer amizades com este grupo era coisa fácil, por causa do seu jeito alegre de ser. Jacinto se destacava nos treinamentos pela valentia, determinação e muita aplicação tática. Ele não era um jogador técnico e, sim, um rompedor, do tipo raçudo, que protegia bem a bola e, por ser alto, passou a se especializar em jogadas aéreas. Outra característica marcante era o espírito de grupo. Os técnicos Rinaldi Maia e Marçal Tolentino Serra, quando passaram pelo MAC, deslocaram Jacinto para as mais diversas posições em campo. Só não jogou no gol porque assim era demais. “O MAC era uma família formada pelos atletas, comissão técnica e dirigentes como o Dr. Raul Guterres, Olímpio Guimarães, Carlos Guterres, Nonato Oliveira, Carlos Mendes e Nicolau Duailibe. Meu objetivo maior sempre foi servir ao clube da melhor forma possível”, demonstrando que acima de tudo era humilde.
Jacinto jogou durante 10 anos no clube. Foi seis vezes campeão da Taça Cidade de São Luis e Bicampeão Estadual em 1969/70. “Quando digo que minha geração era formada só pro craques, não é brincadeira não. Ferroviário, Moto e Sampaio tinham nos seus elencos só feras. No MAC, era covardia. Pra mim o melhor time atleticano de todos os tempos foi o que conquistou o bi em 70. Era Da Silva no gol, Baezinho, Luis Carlos, Sansão e Elias; Almir, Yomar e Toca, Euzébio, Hamilton e Dario. Eu era um reserva de luxo (relembra sorrindo”. E tinha mais gente boa comigo no banco: Riba, Ivanildo, João Batista e Walken. Ah, que saudade”.
Formação do Maranhão Atlético Clube em 1967
Jacinto, ao centro, entre Gojoba e Pelezinho, em 1970
O jogo inesquecível de Jacinto aconteceu justamente na final do campeonato desse ano. O MAC venceu o Sampaio por 2x0. Ele entrou no segundo tempo, no lugar de Dario, e fez os dois gols da vitória, inesquecíveis por sinal. “O segundo continua na minha lembrança até hoje. Euzébio puxou um contra-ataque pela direita e gritou para eu ir para o primeiro pau. Estava chovendo e o gramado do Nhozinho era só lama. Quando Euzébio cruzou, eu me abaixei e dei um peixinho. Cai de peito na lama. Fiquei esperando o grito da torcida. Se ela não gritasse, eu sairia limpando a cara, quando desculpa de que não havia marcado o gol porque não estava enxergando. Mas que nada, a festa foi grande e quando tirei o rosto da lama, a certeza que a cabeçada tinha sido certeira. Levantei-me depressa e corri para o abraço, cheio de graça...”
Em toda a sua carreira, Jacinto nunca foi expulso. Por isso vai reivindicar o prêmio Belfort Duarte de disciplina à FMD e à CBF. Mesmo falando como foi duro parar de jogar, Jacinto ainda fala dos outros, de seus ídolos. O maior de todos foi o maranhense Pelezinho, centroavante que passou por Moto, Sampaio, Sport Recife e Seleções Maranhense e Pernambucana. “Ele era fora de série, baixinho, mais de uma habilidade incomum. Protegia a bola como ninguém. Um grande atleta e uma excelente pessoa”. Pelezinho retribui os elogios, assim como muitos que o viram jogar, grande Jacinto!
Em toda a sua carreira, Jacinto nunca foi expulso. Por isso vai reivindicar o prêmio Belfort Duarte de disciplina à FMD e à CBF. Mesmo falando como foi duro parar de jogar, Jacinto ainda fala dos outros, de seus ídolos. O maior de todos foi o maranhense Pelezinho, centroavante que passou por Moto, Sampaio, Sport Recife e Seleções Maranhense e Pernambucana. “Ele era fora de série, baixinho, mais de uma habilidade incomum. Protegia a bola como ninguém. Um grande atleta e uma excelente pessoa”. Pelezinho retribui os elogios, assim como muitos que o viram jogar, grande Jacinto!
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