Em 1967 ocorreu
talvez a maior tragédia já registrada dentro do nosso futebol profissional. Era
a reabertura do Estádio Municipal Nhozinho Santos, com a presenta de mais de 20
mil pessoas. Deixo aqui um texto extraído do livro “Memória Rubro-Negra: de
Moto Club a Eterno Papão do Norte” (páginas 1951/52), onde há o relato da
tragédia que deixou muitos feridos:
Construído em
1950, o Nhozinho Santos foi colocado de pé para o engrandecimento do nosso
futebol. Os nossos clubes, então, foram melhorando sensivelmente os seus
respectivos planteis. E de lá até o ano de 1963 o estádio era o principal ponto
de atração dos desportistas locais aos domingos, feriados e até mesmo em dias
úteis. De certo tempo, o Colosso da Vila Passos foi envelhecendo com suas
paredes ruindo e o gramado desgastado. Novamente o Dr. Euzébio, à frente da
Prefeitura Municipal de São Luis, surgiu e determinou a sua demolição e reconstrução
de pouco a pouco. Com a sua saída da prefeitura, tomou as rédeas da cidade o
agora Prefeito Epitácio Cafeteira, que arcou com as responsabilidades do
prosseguimento das obras e a passos longos deu uma nova cara ao recinto de
jogo. A empresa responsável pelas obras foi a Edel Azar (guarde bem este
nome...), muito sugestivo para o que ocorreria na reinauguração do estádio,
onde aconteceria talvez a maior tragédia já registrada naquela praça de
esportes, durante a inauguração da ampliação lances de arquibancadas. De acordo
com os engenheiros responsáveis, o local abrigaria cerca de 20 mil
expectadores, chegando assim a uma capacidade similar a outros estádios recém
construídos, como em Belém e Fortaleza. O Nhozinho Santos seria reaberto como
parte das comemorações pelo primeiro aniversário de governo José Sarney. O Santa
Izabel, que durante a paralisação do Nhozinho passou por uma pequena reforma e
foi reaberto e utilizado para as competições estaduais, caria para as
disputas dos jogos amadores ou treinamentos dos clubes. Falava-se, inclusive,
em demolir o velho campo da fábrica, a m de se aproveitar o terreno para a
construção de uma vila residencial.
O MAC foi o
escolhido para a partida de reinauguração, no dia 31 de Janeiro de 1967, contra
o América de Fortaleza, que vinha de uma excursão pelo Pará. O Quadricolor seria
reforçado por atletas de Moto, Ferroviário e Sampaio Corrêa - o Papão emprestou
o zagueiro Alzimar e a Bolívia atendeu ao pedido e emprestou os jogadores
Cadinho e Carlos Alberto. Na preliminar, jogariam as Seleções amadoras do
Maranhão e do Amapá, pelo Campeonato Brasileiro da categoria.
Parte do alambrado no chão
Sapatos, chinelos e pertences amontoados
No dia 31, às
9h00, em uma grande solenidade, o Governador José Sarney cortou a ta
simbólica, entregando juntamente com o Prefeito Cafeteira aquela praça de
desportos a toda torcida maranhense. Dando início aos jogos, pela manhã os
times formados pelos funcionários da Prefeitura e os operários da firma Edel
Azar jogaram amistosamente. Às 14h00, as seleções maranhense e amapaense
empataram em 2 a 2, na preliminar de MAC e América, com o estádio totalmente
cheio (jogo com portões abertos, com cerca de 30 mil pessoas para um estádio
com capacidade para 20 mil, sendo bem acentuado o número de crianças e
senhoras). Quando a partida chegava ao final da sua primeira etapa, uma caçamba
começou a despejar pedras na calçada da Catulo, por conta das obras
não-concluídas do estádio. Pelo barulho, alguém gritou: “o cimento quebrou! A
geral está caindo!”. Isso foi o bastante para que povo descesse
desordenadamente os vários degraus, lançando-se sobre o recém-construído
alambrado e derrubando-o totalmente numa extensão de mais de 100 metros,
pisoteando os que caíam ao chão. Muita gente foi parar no campo de jogo. O
policiamento pequeno não conseguiu manter a massa. Vários médicos que estavam
no local socorreram os feridos, enquanto veículos o oficiais e particulares
ajudavam na remoção dos feridos para o Hospital do Pronto Socorro, Presidente
Dutra, Centro Médico e outros, com um saldo final foi aproximadamente 100
torcedores feridos, alguns em estado grave. Na partida principal entre Maranhão
e América, novamente um incidente: quando ainda se encontrava em decurso os
primeiros 14 minutos de jogo, outro irresponsável lançou uma tábua sobre um
tonel vazio, originando novo pânico, com novas correrias e várias pessoas
lançando-se do muro que circunda o campo para a rua. Diante disso, foi
determinada a suspensão da partida em caráter definitivo. “É, deu azar”
mesmo...
É bom rever essa data acho que foi 1966.e não 1967.
ResponderExcluirQuais são as escalações?
ResponderExcluirQuais foram as escalações?
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