Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão.
Ele herdou do tio e do pais duas coisas: o apelido Maçarico e o gosto pela bola. Começou a jogar no Visconde de Mauá, time dirigido por um padre da Paróquia do Monte Castelo. Passou pelo Vianense, do mesmo bairro, Bangu do Bairro de Fátima e Paysandu, do Centro. No Nascente, do Anil, alcançou o sucesso e o reconhecimento. Assinou contrato profissional com o Maranhão Atlético Clube e participou dos campeonatos de 1954 a 1960.
Ele herdou do tio e do pais duas coisas: o apelido Maçarico e o gosto pela bola. Começou a jogar no Visconde de Mauá, time dirigido por um padre da Paróquia do Monte Castelo. Passou pelo Vianense, do mesmo bairro, Bangu do Bairro de Fátima e Paysandu, do Centro. No Nascente, do Anil, alcançou o sucesso e o reconhecimento. Assinou contrato profissional com o Maranhão Atlético Clube e participou dos campeonatos de 1954 a 1960.
A família Costa
fez história no futebol. Os irmão Elesbão e Jaime Damião da Costa (Maçariquinho),
respectivamente tio e pai de Maçarico, formaram dupla famosa no Maranhão
Atlético Clube e Sampaio Corrêa. O tio era conhecido como Maçaricão e o pai,
como Maçariquinho. Pedro Ernesto, como filho mais velho de Maçariquinho, acabou
ganhando o apelido de Maçarico. Vieram junto o gosto e o prazer de jogar
futebol.
Nascido em São
Luis no dia 13 de Setembro de 1934, Maçarico, com pouco tempo de vida, foi
morar com a avó Joana no Bairro Codozinho, Centro de São Luis. Aproveitava os
finais de semana para rever o pai, a mãe Joana Passos Costa, os irmãos Pivide,
Coelho (que foi atleta profissional do Ferroviário, Moto e Maranhão) Nelma(jogadora
de futebol, que mora hoje no Rio de Janeiro) e Cecília. No Monte Castelo, batia
‘pelada’ com Laxinha, Aurino, o irmão Pivide e outros amigos. Com 14 anos ele
vestiu pela primeira vez a camisa de um time organizado. Foi no Visconde de
Mauá, dirigido e organizado por um padre da Paróquia do Monte Castelo.
Rapidamente o garoto franzino, que jogava elegantemente no meio de campo,
ganhou destaque e foi convidado para integrar o Vianense, também do Monte
Castelo. “Fomos os quatro: eu, Pivide, Laxinha e Aurino. Todos conheciam muito
futebol”. Com esse entrosamento, em pouco tempo eles foram transferidos para o
Bangu do Bairro de Fátima e depois para o Paysandu, do Centro.
A diferença
entre Maçarico e os outros companheiros era a técnica que mostrava em campo.
Sabia desarmar muito bem e passava a bola de primeira. De cabeça erguida,
acompanhava as jogadas e se deslocava por todo o campo. Também faziam muito bem
as coberturas dos laterais. Em sua outra especialidade, a cobrança de falta,
batia seco na bola, imprimindo velocidade e efeito, fazendo muitos gols.
Com 17 anos de
idade (1951), foi treinar com o time dos gráficos de São Luis, no Estádio
Giordano Mochel, no Bairro do Anil. Teve a sorte de ser observado pelo
presidente do Nascente, Francisco Marreiro, que ficou encantado com o futebol
jogado por aquele cabeça de área esperto, inteligente e elegante “O seu
Francisco soube que meu primo Alberto morava lá no Anil e pedi para ele me
convencer a jogar no Nascente, um time muito tradicional do Ano. Aceitei o
convite. Em pouco tempo já estava defendendo o clube que aprendi a gostar e que
faz parte da minha vida até hoje”.
Em um dos jogos
do Nascente realizado no Estádio Giordano Mochel, no final de 1953, Arel,
zagueiro do Maranhão Atlético Clube, estava por lá e ficou impressionado com a
facilidade com que Maçarico tomava conta do meio de campo. Pressentindo que ali
estava um grande jogador, convidou-o para fazer um teste no “Glorioso”. Bastou
um treino. Maçarico foi aprovado e passou a ser atleta profissional ao lado de
Derval, Nunes, Cabeça, Moacir Bueno, Nélio, Moraes, Neto Peide Pedra, Joca,
Rabelo ‘Carne Assada’, Zé de Arthur, Jaime, Edison Moraes Rêgo e outros feras
da época. Mesmo com um elenco dessa grandeza, não jeito de conquistar um
título. “Não tivemos a felicidade de ser campeão estadual pelo MAC. Foram sete
anos no grupo e o máximo que chegamos foi ao vice-campeonato. Uma pena!”,
lamenta.
Maranhão em 1959: em pé – Rabelo ‘Carne Assada’, Zé de Arthur, Maçarico, Cabeça, Moacir Bueno e Moacir Graça; agachados – Moraes, Jaime, Nélio, Edison Moraes Rêgo e Joça
Maçarico, o último agachado, no Maranhão Atlético Clube em 1959
Através do MAC, Maçarico
foi empregado no Siorge (Serviço de Obras Gráficas do Estado do Maranhão).
Apesar de ser torcedor do Sampaio Corrêa, assim como quase toda a família, ele
não arriscava deixar o clube atleticano, que lhe havia proporcionado a
segurança de um emprego fixo. Em 190, quando já estava com 26 anos de idade,
resolveu parar com o futebol profissional por causa de algumas injustiças que
não gosta nem de lembrar, “Deixei o clube sem mágoa alguma. Apenas me desestimulei,
ao ponto de esperar a reversão da minha categoria, de profissional para amador,
para que eu voltasse a vestir a respeitada camisa do Nascente”. Em 1961 o
craque retornou ao Nascente, passando a disputar vários campeonatos anilenses.
Com o trio de irmão (Maçarico, Pivide e Coelho), mais o pai Maçariquinho, a
equipe arrasava os adversários. Em certa vez o Nascente ia decidir o título do
campeonato do bairro contra o Bahia, de Pelezinho, Carlos Alberto, Buti,
Alípio, Preto, Lessa e companhia. O Presidente do Bahia, Major Pereira dos
Santos, perguntou ao Tenente Guterres, profundo conhecedor de futebol anilense,
o que precisaria fazer para que o Bahia vencesse a decisão. A resposta veio
curta e grossa: “só mandar prender em um sitio longe do Anil o pai e os irmãos
Maçarico (Maçarico, Pivide e Coelho). Caso contrário, esqueça a possibilidade
de vitória sobre o Nascente com eles”. A história é lembrada pelo craque
Pivide, que ainda sorri do receio dos adversários do passado. Até completar 40
anos de idade (1974), Maçarico jogou no Nascente. Foi campeão anilense várias
vezes.
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