Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão.
Pernambuco, seu Estado natal. Foi campeão pelo Santa Cruz, onde se destacou e foi levado para o Vasco da Gama (RJ). Depois passou por Campinense (PB), Moto Club e Sampaio Corrêa, encerrando a carreira no Ferroviário (PE). Segundo o técnico argentino Alfredo Gonzáles, tinha a malandragem do jogador brasileiro e a raça do uruguaio. Um centroavante do tipo que tinha “fome de gol”. Chutava forte com o pé direito. Por ser alto, magro e ter um pé pequeno, os moleques companheiros de clubes maranhenses acrescentavam “pé de cachorro” ao apelido Casquinha. Ele corria muito e escorregava com facilidade.
Pernambuco, seu Estado natal. Foi campeão pelo Santa Cruz, onde se destacou e foi levado para o Vasco da Gama (RJ). Depois passou por Campinense (PB), Moto Club e Sampaio Corrêa, encerrando a carreira no Ferroviário (PE). Segundo o técnico argentino Alfredo Gonzáles, tinha a malandragem do jogador brasileiro e a raça do uruguaio. Um centroavante do tipo que tinha “fome de gol”. Chutava forte com o pé direito. Por ser alto, magro e ter um pé pequeno, os moleques companheiros de clubes maranhenses acrescentavam “pé de cachorro” ao apelido Casquinha. Ele corria muito e escorregava com facilidade.
Jurema, cidade
do interior de Pernambuco. Foi lá que no dia 02 de Junho de 1939, nasceu José
Ferreira da Silva, filho de Olegário Ferreira da Silva e Olindina Ferreira da
Silva. Penúltimo filho de uma família de sete irmãos. Em busca de melhores
condições de vida, seu Olegário resolveu levar toda a família para Catende,
cidade do agreste pernambucano e bem mais estruturada que Jurema. O destino
mudou a vida de todos. Fanático por futebol, o garoto Zé, sete/oito anos, se
interessou pelo time leão Treze, que era formado por funcionários da Usina
Catende. Ficou sendo uma espécie de Mascote. do Leão famoso. Vivia uma rotina:
estudar, jogar peladas de futebol, bater um pouco de ping-pong (tênis de mesa)
e acompanhar o Leão Treze aonde quer que fosse. Foi nessas disputas de
ping-pong que ganhou o apelido de Casquinha Ele relembra o fato: “eu gostava de
jogar a bola para o fundo e os lados da mesa e, na maioria das vezes, ela batia
de raspão nos cantos e tirava a famosa ‘casquinha’. Um dos meus amigos dessa
época era o Ivo Quatro Cabelos, que tinha a mania de botar apelido em todo
mundo. Não de outra: por causa dessas jogadas, ele começou a me chamar de
Casquinha. Hoje se alguém me chamar de Zé ou José Ferreira, eu talvez nem olhe.
É um apelido que terminou virando nome próprio”.
De Catende, a
família de Casquinha foi para Recife, em busca de dias melhores. No futebol,
Casquinha se espelhava em craques como Zizinho do Flamengo (RJ) e no
pernambucano Friaça, que foi artilheiro da Copa do Mundo de 1950, jogando pela
Seleção Brasileira. Queria seguir a carreira de atleta profissional, mesmo
contra a vontade dos pais. Com 13/14 anos de idade, era titular da Seleção do
Colégio Pan-Americano. Foi jogar contra o Luso Brasileiro na preliminar de
Santa Cruz x Ferroviário. Matou a pau! “Joguei tão bem que Waldomiro Silva,
técnico das categorias inferiores do Santa, me convidou para fazer uns testes
lá. Fui e fiquei. Jogava no infantil e no juvenil. Em pouco tempo ganhei moral
no clube”.
Centroavante
corajoso, habilidoso e matador, Casquinha chutava muito forte com o pé direito
e dava umas cabeçadas incríveis. Subia com os braços abertos, dificultando o
trabalho dos marcadores. Era veloz e tocava a bola com muita facilidade, apesar
de alto para os padrões da época (1m74). Quando estava com 18 anos de idade
(1957), conquistou os títulos pernambucanos das categorias juvenil, aspirante e
profissional. Foi o melhor ano da vida atlética dele. “Quem me deu moral no
profissional foi o técnico argentino Alfredo Gonzáles (o mesmo que dirigiu o
Sampaio Corrêa no Campeonato Nacional de 1974). Ele dizia que eu tinha a
malandragem do jogador brasileiro, a habilidade do argentino e a raça do
uruguaio”.
No início de
1959, Casquinha foi levado pelo empresário Ciê Barbosa para o Vasco da Gama
(RJ). Teve a oportunidade de estar de frente com Delém, Brito, Joel, Santana,
Viana, Jorginho Carvoeiro, Miguel, Hélio e outros grandes nomes do futebol
carioca. Mas a transação não deu certo. “Infelizmente um contrato de gaveta com
o Santa Cruz complicou minha vida no futebol. Fiquei apenas uns seis a oito
meses no Rio e, como não pude assinar com o Vasco, retornei para Recife. Essa
mágoa eu carrego até hoje. Não fosse essa sacanagem feito pelo Santa comigo,
hoje minha história poderia ser outra”. Voltou a ser titular do Santa Cruz. Um
ano depois, o time pernambucano contratou Hamilton (que depois se tornou ídolo
do futebol maranhense). Casquinha, chateado por ter ido para a reserva, pediu
para deixar o clube. Se transferiu para o Campinense, da cidade de Campina
Grande. Após seis meses, retornou ao Santa Cruz.
Com a camisa do Moto Club
No segundo
semestre de 1960, desembarcou em São Luis. Veio jogador no Moto Club. Ajudou o
time na conquista do bicampeonato estadual. O time base contava com Bacabal,
Baezinho, Baezão, Português e Esmagado; Gojoba e Ananias; Zezico, Casquinha,
Nabor e Louro. “Guardo ótimas recordações desse time. Um grupo bom de bola
formado por ótimos amigos”. Casquinha defendeu o rubro-negro maranhense nas
temporadas de 1060/61/62. Relembra com saudade de outra formação motense que
marcou época: Vila Nova, Baezinho, Omena, Carvalho e Português; Gojoba e
Ananias; Garrinchinha, Hamilton, Casquinha e Nabor.
Nenê, Santos, Casquinha, Chico Branco e Zeca no Sampaio Corrêa em 1964
Sampaio Corrêa bicampeão em 1965: em pé – Milson, Zé Raimundo, Ribeiro, Hélio, Vadinho e Walfredo; agachados – Neném, Massaúd, Casquinha, Chico e Peu
Em meados de 1963, Casquinha trocou o Moto pelo Sampaio Corrêa. Jogou ao lado de Joca e Zé Raimundo (goleiros), Ribeiro Garfo de Pau, Juvenal, Decadela, Walfredo Maranhense, Bero, Hélio, Chico, Neném, Santos, Zeca e outros. Casou-se nesse mesmo ano. Em 1964, levantou outro título estadual. No início de 1965, resolveu retornar a Recife e ao Santa Cruz. “Nesse meu retorno ao Santa, aconteceram duas coisas inesquecíveis. A primeira foi minha contratação indicada pelo técnico Alfredo Gonzáles, que também estava de volta ao time. Só que o argentino não havia assinado oficialmente. Mesmo assim dirigiu o clube contra o Íbis e perdeu a partida. Repare só: Por conta dessa derrota, o técnico não foi contratado e nem eu. E o pior veio depois: o Presidente do Santa, não lembro o nome dele, sofreu um infarto e morreu”. Em 1966, Casquinha jogou uma temporada no Ferroviário (PE) e no final do ano encerrou a carreira de atleta profissional de futebol.
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