Em Janeiro de 1958, o Papão do Norte recebeu o todo poderoso São Paulo para uma única apresentação em São Luis, no Estádio Municipal Nhoiznho Santos. Além da natural atração pela vinda da equipe paulista, outro nome ganhou notoriedade no confronto: o ponta habilidoso Canhoteiro, maranhense de São Luis e revelado no infantil do Moto Club. Em 1958, aos 26 anos e sem qualquer “trabalho de base” e três anos após chegar ao clube, Canhoteiro era titular absoluto do São Paulo ao lado de Mauro Ramos, da seleção brasileira, e de Zizinho, um de seus fãs declarados. Gino, o artilheiro, e Maurinho o outro ponteiro, além do também consagrado Dino Sani, formavam no mesmo time que o menino coroataense que começou a dar os primeiros chutes no Paissandu, ao lado de Esmagado, onde também começou a fazer embaixadas com moedas. Considerado o mais habilidoso ponta da sua geração, foi sempre preterido em Copas do Mundo por conta da maior mobilidade tática de Zagallo e do chute mais forte de Pepe. Canhoteiro descobriu o segredo de abrir espaços onde não havia nenhum e dominou a arte de desconcertar zagueiros com dribles geniais. Foi um dos primeiros jogadores brasileiros a ganhar um fã-clube. No São Paulo, seu segundo clube, marcou 102 gols em 415 jogos. Defendeu também a seleção paulista, mesmo sendo maranhense. Naquela época, o local de nascimento do jogador, desde que fosse no Brasil, servia apenas como referência. Parece inacreditável, mas, a participação de Canhoteiro na Copa de 58, na Suécia, só não se concretizou por conta da sua grande amizade com Djalma Santos. Acontece que, nos treinamentos, o marcador de Canhoteiro era seu “compadre” Djalma Santos. Se ele jogasse tudo que sabia e fosse para cima do ex-lateral-direito, muito provavelmente iria desmoralizá-lo. A amizade e a consideração falaram mais alto, e Canhoteiro “guardou” seus dribles.
São Paulo Futebol Clube no gramado do Estádio Nhozinho Santos, em São Luis-MA
Moto Club de São Luis
Lance do jogo
Ananias, Bacabal, Canhoteiro, Salomão Mattar e Nagib Haickel
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