O Blog Futebol Maranhense Antigo dedica este post especial à inesquecível conquista da Seleção Maranhense no Campeonato Brasileiro de Seleções em 1962, quando alcançou o título da Chave Norte após eliminar as seleções do Piauí, Amapá, Amazonas e Pará, decidindo o título do Norte/Nordeste contra a fortíssima Seleção do Ceará, campeã da Chave do Nordeste. Neste especial, contaremos sobre toda a trajetória da conquista, com personagens, detalhes sobre a preparação do nosso selecionado e passagens interessantes que levaram o escrete maranhense à brilhante conquista.
A CAMPANHA:
FASE PRELIMINAR
Maranhão 3x1 Piauí
Situação: jogo de ida
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
Data: 04/11/1962
Gols: Santos - Croinha - Croinha
Piauí 0x2 Maranhão
Situação: jogo de volta
Local: Estádio Lindolfo Monteiro - Teresina
Data: 07/11/1962
Gols: Garrinchinha - Garrinchinha
PRIMEIRA FASE
Amapá 0x2 Maranhão
Situação: jogo de ida
Loca: Estádio Glicério Marques - Macapá
Data: 15/11/1962
Gols: Croinha - Garrinchinha
Maranhão 3x0 Amapá
Situação: jogo de volta
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
Data: 18/11/19962
Gols: Croinha - Santos - Croinha
SEGUNDA FASE
Amazonas 1x3 Maranhão
Situação: jogo de ida
Local: Estádio Parque Amazonas - Manaus
Data: 25/11/1962
Gols: desconhecido
Maranhão 4x1 Amazonas
Situação: jogo de volta
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
Data: 02/12/1962
Gols: Croinha - Hamilton - Hamilton - Garrinchinha
TERCEIRA FASE
Maranhão 1x0 Pará
Situação: jogo de ida
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
Data: 09/12/1962
Gol: Hamilton
Pará 1x1 Maranhão
Situação: jogo de volta
Local: Estádio Baenão - Belém
Data: 12/12/1962
Gol: Gojoba
QUARTA FASE
Maranhão 3x2 Ceará
Situação: jogo de ida
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
Data: 16/12/1962
Gols: Santos - Hamilton - Croinha
Ceará 2x0 Maranhão
Situação: jogo de ida
Local: Estádio Presidente Vargas - Fortaleza
Data: 20/12/1962
Ceará 2x2 Maranhão
Situação: jogo de desempate
Local: Estádio Presidente Vargas - Fortaleza
Data: 23/12/1962
Gols: Hamilton - Hamilton
O GOLEADOR: o pernambucano Croinha, então com 22 anos e em excelente forma, foi o grande artilheiro do nosso selecionado no Campeonato Brasileiro de 1962, com sete gols, um a mais que Hamilton, vice-artilheiro maranhense da competição. Croinha iniciou a carreira em clubes da segunda divisão pernambucana e foi descoberto, no futebol maranhense, pelo treinador Ênio Silva, que foi buscá-lo em Recife, no mês de Maio de 1961, para assinar contrato com o Maranhão Atlético Clube. Croinha foi campeão maranhense em 1963 e posteriormente jogou pelo Fortaleza, onde foi artilheiro, conquistou títulos e virou ídolo da torcida Tricolor. Retornou ao MAC em 1971, mas já sem o mesmo vigor físico quando da sua primeira passagem pelo clube atleticano.
SELEÇÃO MARANHENSE: Bacabal (goleiro); Ribeiro (lateral-direito), Omena (zagueiro), Negão (zagueiro) e Português (lateral-esquerdo); Gojoba (volante) e Chico (meia-esquerda); Garrinchinha (ponta-direita), Hamilton (meia-direita), Croinha (centroavante) e Jouberth (ponta-esquerda). Treinador: Sávio Ferreira (então treinador do MAC)
MARANHÃO X PIAUÍ (FASE PRELIMINAR)
A Seleção Maranhense, orientada por Sávio Ferreira, treinador do Maranhão Atlético Clube e recrutado para o cargo no nosso selecionado, iniciou a preparação para as disputas do Campeonato Brasileiro de Seleções de 1962 com a convocação de um forte plantel: entre titulares e reservas, o Maranhão contava com Bacabal, Chico, Croinha, Omena, Negão, Hamilton, Neto, Garrinchinha, Gojoba, Português, Ribeiro, Laxinha, Santos, Vadinho, Zeca, Edgar, Ivanildo, Hélio, Ananias, Neném, Massaúd, Waldecy, Alencar e Jouberth.
A estreia do Maranhão na competição aconteceria no dia 04 de Novembro, diante do selecionado do Piauí, em São Luis, pela fase preliminar. Sávio Ferreira começou os trabalhos com uma movimentação dos atletas no Santa Izabel, dias antes da estreia. O apronto realizado, além de uma longa preleção, contou com o trabalho de dois toques, não proporcionando ainda qualquer observação maior do treinador. O plano de treinamento do escrete maranhense compreendia uma partida amistosa diante do Nacional para o domingo antecedente à estreia, O treinamento foi dividido em três etapas: inicialmente, o time considerado A jogou contra o B e, posteriormente, a equipe A, com algumas modificações, contra o time C, em treino aberto ao público. Após a movimentação, houve revisão médica para todos os atletas, sob os trabalhos do dr. Carneiro Belfort.
Dos 33 atletas selecionados para essa primeira etapa, apenas 22 foram selecionados, após quatro equipes (A, B, C e D) passarem por observação em coletivo. Após a escolha dos selecionados, em um jogo treino contra um combinado Sampaio-Moto (sob o comando do professor Rinaldi Mais), a Seleção Maranhense “A” perdeu pelo placar de 1 a 0 e a “B” também perdeu, desta feita pelo placar de 2 a 0, o que chegou a irritar o público presente ao Santa Izabel.
No segundo dia de treino, a Seleção “A” e “B” enfrentou novamente o combinado entre bolivianos e motenses, em partida de 110 minutos. Perante um bom público que compareceu ao jogo-treino no Estádio Santa Izabel, o que rendeu a quantia de Cr$ 102.640,00. Em campo, a Seleção Maranhense empatou pelo placar de 3 a 3, com a seguinte formação nos primeiros 45 minutos: Bacaba; Ribeiro, Omena, Negão e Português; Chico e Hélio; Garrinchinha, Santos, Croinha e Neném, atuando no sistema 4-2-4. Nessa tapa, o selecionado venceu pelo placar de 2 a 0, com gols de Croinha e Garrinchinha. No período final, houve apenas uma única substituição, com Neto entrando em lugar de Neném. Neto, aliás, foi lançado por Chico e, na saída de Aluízio, marcou o terceiro gol da seleção. Após o segundo gol do combinado, Sávio Ferreira realizou mais duas modificações: Chico e Hélio saíram para a entrada de Ananias e Gojoba, que nada acrescentaram. O combinado ainda empatou com Zezico, de cabeça.
O selecionado do Piauí chegou em São Luís na antevéspera da partida, trazendo uma delegação composta por 22 pessoas, incluindo o treinador Né. A comitiva piauiense, que a princípio concentraria na sede do Maranhão Atlético Clube, seguiu para a Polícia Militar. Os atletas ainda realizaram dois treinos no Santa Izabel, na sexta e no sábado, véspera do jogo, além de um treino leve na própria quadra da Polícia. Já a Seleção Maranhense, após o último coletivo de apenas 40 minutos de duração, entrou em regime de concentração total também na sede da Polícia Militar (concentraria em outra oportunidade na Escola Técnica, atual IFMA), saindo apenas para a partida no domingo, dia 04 de Novembro. O dr. Belfort Carneiro, às vésperas da estreia, realizou os últimos exames nos atletas e o sábado ficou reservado para aplicação de massagens e passeios recreativos dos atletas.
Maranhão e Piauí estrearam na competição no Estádio Municipal Nhozinho Santos. O local, aliás, foi alterado, uma vez que o campo do Santa Izabel, escolhido anteriormente como o mando de jogo do nossos selecionado na competição, não apresentava nenhuma condição para receber uma partida oficial. Dias antes da partida, o treinador Sávio Ferreira divulgou a formação maranhense: Bacabal; Ribeiro, Omena, Negão e Português; Chico e Garrinchinha; Croinha, Santos e Neto. Com um Municipal acolhendo um grande público (ingressos entre Cr$ 150 e 100), a partida ficou a cargo do mafrente Waldmir Silva. Em campo, o Maranhão conseguiu uma importante vitória e que daria boa vantagem para o encontro da volta, dali a três dias. Santos, com dois gols, e Croinha, deram a vitória ao nosso selecionado pelo placar de 3 a 2, com Valdeck e Tassú descontando para os piauienses. Vale ressaltar que o Maranhão encerrou a primeira etapa vencendo pelo placar de 3 a 0, caindo de produção na fase complementar
Na terça-feira, dia 06, o nosso selecionado seguiu para Teresina. Na véspera da viagem o médico Carneiro Belfort examinou todos os craques maranhenses e o treinador Sávio Ferreira pôde, então, utilizar a mesma formação que havia vencido no domingo. Na quarta, dia 07, Maranhão e Piauí se enfrentaram no Estádio Municipal Lindolfo Monteiro, em Teresina. Nova vitória maranhense, desta vez pelo placar de 2 a 0, em jogo bastante disputado. Garrinchinha, autor de um dos gols, era um dos mais eufóricos em campo após a sofrida classificação maranhense à fase seguinte do Campeonato Brasileiro – Croinha assinalou o outro tento. Pelo Convair da Cruzeiro do Sul retornou a São Luis o nosso selecionado, trazendo na bagagem a classificação e dois problemas: o goleiro Bacabal, que havia sofrido uma forte pancada no ombro, obrigando-o, inclusive, a deixar o campo de jogo em Teresina e ir direto para o hospital (deu lugar ao reserva Lunga), e Vadinho, lesionado com uma forte pancada no tornozelo. Como havia bastante tempo para a recuperação, restava então comemorar a classificação à primeira fase da competição.
MARANHÃO X AMAPÁ (PRIMEIRA FASE)
Na Primeira Fase do Campeonato Brasileiro, a Seleção Maranhense encarou a desconhecida Seleção do Território do Amapá. O selecionado amapaense era formado basicamente por atletas do quadro do Santana Esporte Clube. Havia se preparado para as disputas do campeonato após quatro jogos treinos, vencendo três e perdido o último jogo. Na véspera da partida diante do Maranhão, o Amapá ainda realizou um último jogo-treino diante da equipe do Trem, da capital Macapá. Como os atletas maranhenses desconheciam o futebol praticado por lá, o treinador Sávio Ferreira, após a chegada da delegação maranhense ao Amapá, fez o reconhecimento do terreno de jogo na capital amapaense logo no dia da partida e adiantou que manteria a mesma equipe que vinha jogando no torneio. Junto à comitiva maranhense, viajou o árbitro Wilson de Moraes Van Lume, que apitou o encontro entre as duas seleções.
Para a partida diante dos amapaenses, no acanhado Estádio Glicério Marques, o treinador sacou Santos, que cedeu lugar a Hamilton. Assim, no dia 15 de Novembro (quinta-feira), diante de um bom público, o que gerou a renda de Cr$ 436 mil, o nosso selecionado venceu os donos da casa pelo placar de 2 a 0. O público amapaense aplaudiu de pé a exibição da representação maranhense. Desde o início a nossa seleção mostrou-se melhor, procurando de imediato a infiltração pelas extremas, onde Garrinchinha era mais acionado e dava conta do recado. Gojoba levava a missão de municiar o ponteiro-direito de nossa seleção e das contínuas jogadas pelo lado direito. Croinha e Hamilton desfrutavam de boa posição para os arremates, criando ainda situações excelentes para os chutes longos de Chico e Gojoba, com destaque para a atuação do goleiro Carlos, do Amapá.
Aos 44 minutos da fase inicial, quando Garrinchinha caiu pela direita, Neto, após receber a bola, acabou errando o chute, mas Croinha aproveitou e completou com uma belíssima cabeçada, sem chance de defesa para Carlos. Mesmo soprando forte vento no Glicério Marques, agora contra os maranhenses, o panorama de jogo não mudou. O time maranhense atacando mais, mostrando-se mais objetivo, embora o Amapá tenha voltado melhor, com mais disposição, provocando maior volume de jogo na etapa final. E aos 9 minutos, Garrinchinha marcou o segundo gol, após driblar dois jogadores amapaenses e chutar forte e rasteiro. Final de partida e o Maranhão levou a vantagem do empate para São Luis. O nosso selecionado venceu o Amapá com Bacabal; Ribeiro, Omena, Negão e Português; Chico (depois Ananias), Gojoba, Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Neto.
Para a partida de volta, realizada no domingo, dia 18 de Novembro, o treinador Dezesseis, do Amapá, efetuou algumas modificações, principalmente no setor defensivo. O selecionado maranhense, após longa viagem, retornou apenas no sábado a São Luís e rumou de imediato para a Polícia Militar, em regime de concentração para a partida da volta. Os jogadores não realizaram qualquer treinamento. Apenas na manhã de domingo fizeram um exercício para desintoxicar os músculos, visto a paralização ter sido bastante prejudicial ao ritmo dos atletas. Sávio manteve a mesma formação, apesar de convocar o jogador Vadinho – este foi incorporado à concentração da seleção, mas não jogou, pois o treinador gostou da atuação de Negão e resolveu mantê-lo no elenco titular.
Assim perfilaram as duas seleções no Municipal: o Maranhão atuou com Bacabal; Ribeiro, Omena, Negão e Português; Gojoba e Chico; Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Neto; o Amapá perfilou com Carlos; Bento, Sabbá, Maranhão e Domingos; Faustino e Alair; Coco, Tico-Tico, Palito e Albertino. Diante de um bom público, o Maranhão confirmou o favoritismo e novamente venceu o representante amapaense, desta vez pelo placar de 3 a 0, com dois gols de Croinha e um do jogador Santos. O quadro amapaense, ainda inexperiente em competições regionais, iniciou a partida de maneia decidida e querendo tirar proveito da sua vontade. Corria bem, dava trabalho e explorava os lançamentos de extremas, procurando, assim, o caminho do gol. Porém, pouco a pouco os maranhenses foram dominando as ações em campo, sobretudo pela melhor qualidade técnica, até que chegou ao domínio territorial completo. Uma vitória que deu moral ao selecionado para a fase seguinte da competição.
Carlos defende chute de Garrinchinha e é obeservado por Croinha, João Maria e Sabá
Carlos, goleiro do Amapá, defende, sendo observado por Sabá e Garrinchinha esperando a sobra
Cruzamento de Garrinchinha e o goleiro defende, sendo observado por Croinha
Seleção Amapaense no Municipal
MARANHÃO X AMAZONAS (SEGUNDA FASE)
Na quinta-feira, dia 22 de Novembro, a seleção realizou um jogo-treino de apronto para a partida diante do Amazonas, no domingo. O jogo de preparação foi realizado às 21 horas no Municipal, entre as seleções titulares e reservas, sob arbitragem de Francisco Xavier Gomes Filho. O selecionado reserva contou ainda com o reforço do centroavante Waldecy, do Graça Aranha, e do ponteiro-esquerdo Alencar, do MAC. Deduzidas todas as despesas da partida, o estante da renda de Cr$ 27.380,00 foi dividida entre os jogadores. Ao final do jogo, um empate em 4 a 1, com dois gols de Hamilton, Garrinchinha e Chico para os titulares; Massaúd anotou os quatro tentos para o escrete reserva. Após o treino, Sávio Ferreira, ainda nos vestiários, deu a conhecer os nomes que, a partir daquela data, não mais interessavam à nossa seleção: Edgar, Zeca, Neném, Hélio e Massaúd.
A Seleção Maranhense viajou a Manaus na sexta, dia 23 de Novembro, pela Panair do Brasil e chefiada pelo Coronel Pereira. A embaixada maranhense ficou alojada no Hotel Amazonas e, no sábado pela manhã, realizou um exercício de campo para desintoxicar os músculos e reconhecimento do terreno manauara. Além dos atletas (Bacaba, Lunga, Ribeiro, Negão, Omena, Laxinha, Português, Gojoba, Chico, Ananias, Santos, Garrinchinha, Jouberth, Neto, Hamilton e Croinha), seguiram para Manaus o médico da FMD, Belfort Carneiro, o técnico Sávio Ferreira, o Assistente Técnico Luiz Braga, o massagista Patrocínio e o árbitro Wilson de Moraes Van Lume. Representando a imprensa, acompanhou a delegação o jornalista Murilo Costa Ferreira. A única dúvida na seleção ainda ficava por conta do jogador Croinha, que sentia uma distensão e somente na capital do Amazonas seria dado um parecer sobre a sua condição de jogo – e, nesse caso, Hamilton seria cortado para iniciar jogando.
No Parque Amazonas, a nossa seleção mais uma vez jogou com raça, manteve a invencibilidade na competição e venceu pelo placar de 3 a 1 ao selecionado amazonense, onde jogavam Pedro Brasil, Boanerges, Waldir Lima, Zamundo, Sula, Vanderlan, Aírton, Tomaz e outros bons elementos.
A segunda partida entre maranhenses e amazonenses foi marcada, a princípio, para a quarta-feira, dia 28. Atendendo ponderação do Presidente da Federação Amazonense de Futebol, o cel. José Pereira dos Santos, o Presidente da FMD, concordou em assinar em conjunto um cabograma à CBD, pedindo que a segunda partida fosse realizada apenas no domingo, dia 02 de Dezembro, levando em consideração que o selecionado do Amazonas não queria jogar à noite e, mais ainda, a questão da renda, que, inegavelmente, poderia ser bem menor na quarta-feira. A situação foi encaminhada e a CBD, por sua vez, deu parecer para o novo encontro apenas no dia 02. Na oportunidade, a confederação máxima do nosso futebol ainda frisou que, apesar da mudança, manteria a data de 05 de Dezembro como o primeiro encontro entre o vencedor e a Seleção do Pará, pela Terceira Fase da competição. Assim, caso houvesse a necessidade de uma terceira partida entre Maranhão e Amazonas, a mesma seria realizada com menos de 40 horas, com prescrevia o regulamento do CND.
Como a partida em Manaus foi bastante puxada, a delegação retornou apenas na terça a São Luís e os atletas maranhenses treinaram pouco durante a semana, fazendo apenas revisão com o médico Carneio Belfort. Após um treino leve na quarta pela manhã, todos os atletas entraram em concentração já na quinta à noite, após mais um treino de dois toques pela tarde – Sávio Ferreira exigiu de seus comandados os lançamentos abertos e rápidos, querendo tirar proveito da falta de costume dos amazonenses, que estavam habituados a jogar em campo pequeno. Sávio solicitou jogo rápido e bem aberto, daí o treino em dois toques.
Para a partida da volta, o treinador manteve a mesma equipe que venceu em Manaus. Assim, Hamilton foi mantido na extrema-esquerda, saindo Neto. Com isso, Garrinchinha ficou pela ponta-direita, sem procurar embolar o centro e ainda Croinha pôde dispor de espaço para deslocamentos. O zagueiro Omena, que estava com intoxicação alimentar, foi submetido a tratamento e era a única dúvida para o jogo de domingo. Na sexta-feira, véspera da partida, a seleção realizou um treino físico leve, sob as ordens do professor Braga, com duração mínima para sábado haver apenas massagens.
Os amazonenses desembarcaram em São Luis às 9h30 da sexta-feira, dia 30 de Novembro, no Aeroporto do Tirirical, e seguiram para o Hotel Ribeirão, no Centro da cidade. Na bagagem, trouxeram o árbitro manauara Droval Medeiros e uma modificação para tentar surpreender os maranhenses: o lançamento de Sabá, ao lado de Santarém, que não jogou no domingo passado. Para o jogo contra o Maranhão, a Seleção de Manaus realizou apenas um leve exercício de campo na própria sexta, apenas para reconhecimento do campo do Municipal.
Maranhão e Manaus entraram no gramado do Municipal às 16h00, após o jogo preliminar entre as equipes do Santos Futebol Clube e Estrela da Vitória. A Seleção Maranhense perfilou com Bacabal; Ribeiro, Negão, Omena e Português; Chico e Gojoba; Garrinchinha, Croinha, Hamilton e Neto. Os amazonenses mandaram a campo Brasil; Boanerges, Waldyr, Sula e Vardelan; Zamundo, Dermilson, Horácio, Pretinho, Santarém e Hugo. O Maranhão jogou com mais objetividade e não encontrou dificuldade para chegar ao fácil placar de 4 a 1, principalmente em função de passes rápidos dos armadores e deslocamentos desconcertantes de Croinha e Hamilton.
Aos 15 minutos, Garrinchinha sobrou escanteio pelo lado direito e Croinha, saltando com Waldyr, cabeceou para o fundo do gol. Quatro minutos depois, Português lançou bem a Chico, que enfiou para Neto. O ponteiro foi à linha de fundo e entrou rasteiro para Hamilton, ficando frente a frente com Brasil, desferindo forte chute para assinalar o segundo gol maranhense. Poucos minutos depois, porém, Omena fez uma falta perto da área. Zamundo cobrou forte, a bola tocou na barreira e Hugo, livre, chutou para diminuir o placar. Na etapa final, logo aos cinco minutos, Hamilton foi bem lançado por Gojoba, driblou dois zagueiros na corrida e chutou para marcar o terceiro gol do nosso escrete. Para fechar o placar, Garrincha veio da intermediária, tabelou com Croinha e chutou forte no canto esquerdo de Brasil, aos 38 minutos. No final, por não encontrar resistência, os jogadores limitaram-se apenas a tocar a bola, aos gritos de “olé” da torcida. A renda da partida somou a quantia de Cr$ 828.480,00 e o Maranhão credenciou-se para enfrentar os paraenses na fase seguinte.
Bacabal defendendo um chute de Pretinha
Croinha, após driblar dois, chuta contra o goleiro Brasil
Gol de Garrinchinha, após tabela com Croinha
MARANHÃO X PARÁ (TERCEIRA FASE)
Após a comemoração pela classificação, os atletas voltaram ao ritmo de treino. Santos, liberado pelo Departamento Médico, retornou aos treinos. O professor Braga comandou sucessivos treinos antecedendo ao encontro diante da forte Seleção do Pará. Um treino individual no Municipal e outro na Escola Técnica. No último preparatório, um coletivo em dois toques, para que os atletas assimilem rápido e deem sempre continuidade rápida às jogadas. O treinador, aliás, mantinha a mesma formação do jogo contra o Amazonas, com Jouberth pela extrema esquerda, assim como Hamilton ao lado de Croinha. A escalação de Jouberth, aliás, tomava-se em virtude de Gentil Cardoso, treinador paraense, vir adotando o sistema de 4-3-3, sendo que Jouberth serviria bem para fazer o trio de armadores, caso fosse necessário. Ademais, com a inclusão do atleta motense pela extrema esquerda, a linha de avantes do nosso selecionado passaria a jogar com maior tranquilidade, visto a sua maneira como lançava a bola.
Na quarta-feira, um jogo-treino contra o Sport Club Nacional, no Municipal, e empate em 2 a 2, com gols de Hamilton e Gojoba para o selecionado e Reginaldo e Oscarzinho para o Nacional. Ao final do treino, o lateral-esquerdo Português acabou se desentendendo com o treinador Sávio Ferreira, devido ao atleta ter cometido uma penalidade no jogador Reginaldo, o que resultou no gol de empate do time azulino.
Em palestra especial com os jogadores, Sávio Ferreira procurou corrigir algumas falhas verificadas no jogo diante dos amazonenses, sobretudo no setor de meio de campo, com Gojoba e Chico, com a ordem de atirar a gol de qualquer distância. Já na sexta-feira, antevéspera da primeira partida, a seleção fez um coletivo de apronto final, com duração normal.
A delegação paraense, atual campeão do Norte, desembarcou no sábado, dia 08 de Dezembro, pelo Paraense Transporte Aéreo, no Aeroporto do Tirirical, e seguiram para o Hotel Central. O treinador Gentil Cardoso utilizou o período da tarde para avaliação do gramado de jogo e a realização de um leve bate-bola com os atletas no Municipal. Já o nosso selecionado aproveitou o sábado.
No domingo, o Municipal recebeu um excelente público para o primeiro confronto entre maranhenses e paraenses. E assim perfilaram as duas seleções: Maranhão com Bacabal; Ribeiro, Negão, Omena e Português; Chico e Gojoba; Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Jouberth; Pará com Jorge; Oliveira, Ribeiro, Socó e Edilson; Mangaba, Quarenta e Eloi; Walmir, Mário e Nivaldo. Os paraenses, aproveitando o nervosismo dos nossos jogadores, foram os primeiros a chutar ao gol, dando a impressão de que iriam pra cima desde o início. Porém, a equipe tinha como missão principal apenas fortalecer o setor defensivo, recuando os ponteiros Eloi e Nivaldo, para ajuda conjunta a Mangaba e Quarenta. Os maranhenses passaram a dominar territorialmente as ações, principalmente no meio de campo, onde Mangaba e Quarenta perdiam para Chico e Gojoba.
A Seleção do Pará falhou em insistir com lançamentos altos a Walmir e Mário, seus dois homens de área, fazendo com quem Negão e Omena tivessem mais trabalho mais fácil, visto a disparidade em altura comparando-se com os dois avantes paraenses. Com Chico livre e Gojoba correndo bem, o quadro maranhense manteve-se firme em campo. O sistema de 4-3-3 empregado por Gentil Silva claramente visava ao empate. Os maranhenses, empolgados pelo incentivo da torcida e achando alguma facilidade para penetração, procuraram por meio de lançamentos o caminho do gol. Logo aos 9 minutos da fase final, ainda pela extrema, Hamilton, de cabeça, garantiu o gol do nosso selecionado. Socó tentou fazer um passe a Nivaldo, tendo Chico apanhado o lançamento e imediatamente passado a Ribeiro, que estava livre na extrema-direita. O lateral maranhense foi até o bico da grande área e centrou com perigo para Hamilton, que de cabeça, ante a indecisão de Socó, marcou o gol, sem chances de defesa para Jorge. A partir daí, o Maranhão jogou no 4-3-3 - perigoso por sinal, pois enrolou-se no meio de campo e os paraenses foram à frente, desesperados para tentar o empate. O Maranhão, por sua vez, passou a jogar nos contra-ataques e por três vezes ficou perto de aumentar a vantagem. Quando o juiz pernambucano Nelson Bento de Oliveira encerrou a partida, torcedores invadiram o gramado para abraçar os jogadores locais. A renda somou a quantia de Cr$ 941.680,00.
Sem tempo para treinar, a delegação maranhense viajou na terça, véspera da partida de volta, a Belém, levando a vantagem de um empate para conquistar o título máximo de campeão Brasileiro da região Norte. No mesmo dia após a chegada, Sávio Ferreira realizou um treino leve no Campo do Remo, local da partida, apenas para desintoxicação dos músculos dos atletas. Cogitou-se a entrada do ponteiro Neto em lugar de Jouberth para a partida, uma vez que Neto sempre atuava bem em jogos disputados na capital paraense.
No Estádio do Baenão, Pará e Maranhão enfrentaram-se na noite da quarta-feira, dia 12 de Dezembro. E a nossa seleção mandou a campo a mesma formação que havia vencido em São Luis: Bacabal; Ribeiro, Negão, Omena e Português; Chico e Gojoba; Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Jouberth. Desde o início, o escrete maranhense demonstrou maior agressividade, procurando sempre jogar no ataque, não levando em conta a condição de jogar pelo empate. Já os paraenses apresentaram um ritmo acelerado de jogo, porém desordenado, com seu meio de campo pecando no passe ao ataque, perdendo no duelo com Chico e Croinha.
Na etapa final, o Maranhão caiu um pouco de produção. Porém, aos 32 minutos, após cobrança de uma falta por Ribeiro, houve a rebatida de Socó, que Gojoba, de rebote, aproveitou para chutar sem chances para o goleiro Jorge. O restante da partida o Maranhão procurou trancar-se na defesa. Os paraenses lutavam desesperadamente e, aos 42 minutos, o árbitro pernambucano Wilson Lopes de Sousa marcou uma penalidade contra o nosso selecionado, expulsando Gojoba por reclamação. O ponteiro Ércio converteu e o jogo foi encerrado e o árbitro acabou agredido pelo jogador Ribeiro, do Pará. A nossa seleção comemorava a conquista invicta da chave Norte. Depois de tantos anos, eis que o Maranhão voltava a registrar o seu nome, agora em letras bem maiores, em razão do seu progresso no futebol.
Gol de Hamilton, de cabeça, no jogo de ida. Ribeiro acompanha o lance
Goleiro Jorge defendendo
Gol de Hamilton, no Municipal
Croinha dando trabalho à defesa paraense, com Ribeiro (encoberto) salvando o perigo. Jouberth torce pelo rebote
Jorge defende, ante a vigilância de Hamilton e Ribeiro, do Pará
Anúncio de campeã do Norte
MARANHÃO X CEARÁ (QUARTA FASE)
Quatro dias após a aguerrida conquista em Belém, o Maranhão já recebeu o fortíssimo selecionado do Ceará, campeão do Nordeste, para a primeira partida da fase seguinte. O Ceará, aliás, detinha como ponto forte o setor ofensivo. Os cearenses, que sempre foram adversários perigosos, chegaram à capital maranhense após eliminar o Rio Grande do Norte. Ao desembarcarem no Tirirical, os craques alencarinos, em entrevista à imprensa local, não esconderam a preocupação com a ofensiva maranhense. O desportista cearense, mas radicado em São Luis havia muitos anos, Waldo Peixoto, ofereceu a cada jogador maranhense a importância de Cr$ 1 mil em caso de vitória ou empate frente ao selecionado alencarino.
Em campo, na partida realizada no dia 16 de Dezembro, no Municipal, o nosso selecionado atuou com Bacabal; Ribeiro, Omena, Laxinha e Português; Chico e Gojoba; Garrinchinha, Santos, Croinha e Hamilton. O Ceará mandou a campo Aluízio Mesquita; Alexandre, Gavilan, Carneiro e Toinho; Charuto e Haroldo; Gildo, Mozart, Expedito e Moésio. E mais uma vez o nosso selecionado saiu de campo vitorioso e mantendo a invencibilidade na competição ao vencer a partida pelo placar de 3 a 2. Contudo, o árbitro maranhense Wilson de Moraes Van Lume anulou um gol do jogador Hamilton, o que custaria caro ao nosso representante futuramente no campeonato. O jogo mantinha-se empatado em 1 a 1 (gol maranhense assinalado por Santos) até os 30 minutos da etapa inicial, quando Mozart desempatou o jogo. Daí em diante o Maranhão reagiu de forma espetacular: Hamilton, ainda no primeiro tempo, e Croinha, cobrando um tiro indireto aos 30 minutos da fase final, garantiram a vitória maranhense diante dos cearenses, que atuaram no sistema 4-2-4, o que proporcionou ao nossos representante que explorasse os lados do campo.
O jogo, anteriormente marcado para a quarta, foi adiado para o dia seguinte, quinta-feira, 20 de Dezembro. Na palestra, na manhã da terça-feira, dia 18, Sávio Ferreira orientou que os jogadores utilizassem de passes longos e que Garrinchinha explorasse a velocidade. O professor Luís Braga, juntamente com Sávio Ferreira, reuniram todos os atletas no campinho da Escola Técnica, realizando um puxado exercício individual, durante 1 hora. O zagueiro Negão, já recuperado da distensão que o impossibilitou de atuar no primeiro jogo contra os cearenses, participou do treino, disposto em piques de 50 metros, ginástica moderna, banho de som e massagem especial para todos do plantel.
Após esse único treino coletivo ainda em nossa capital, a Seleção Maranhense viajou a Fortaleza pela companhia Cruzeiro do Sul, mantendo a mesma formação e o mesmo sistema da vitória em São Luís. Na quarta, 19, Sávio Ferreira, visando a adaptação ao gramado do estádio Presidente Vargas, reuniu todos os jogadores, realizando um leve treinamento tático. A delegação maranhense ficou hospedada no Palace Hotel, em concentração total após o único treino em solo cearense. Pela Seleção do Ceará, apenas o desfalque do goleiro Aluízio, que viajou para Manaus visto ter havido um acidente com alguns dos seus familiares. George assumiu o gol do Ceará.
Em campo, no Estádio Presidente Vargas, o Maranhão perdeu a invencibilidade com a derrota pelo placar de 2 a 0. Desde o início do jogo os maranhenses mostraram maiores possibilidade e vontade de vencer. O entusiasmo, porém, foi interrompido após o árbitro cearense, inexplicavelmente, anular o gol de cabeça de Garrinchinha, completando o cruzamento do Ribeiro na cobrança de uma falta, na intermediária cearense, aos 37 minutos da etapa inicial. Após a anulação, Mozart abriu o marcador para o Ceará, em um chute indefensável à meta de Bacabal. O segundo e último gol foi assinalado novamente por Mozart, aso 42 minutos do segundo tempo, após falha da zaga e do goleiro Bacabal.
Após a derrota, o nosso selecionado viu-se tomado por empresários no Palace Hotel, concentração do Maranhão, na tentativa de assediar alguns atletas para clube do Pará e de outros centros. A presidência da nossa delegação proibiu terminantemente que os craques maranhenses continuassem a manter contato com empresários no hotel. Preservando a obrigação que tem para com os clubes que cederam seus jogadores, o Presidente da FMD tomou tal atitude, fazendo rigorosa averiguação quanto aos elementos que queriam visitar os jogadores da seleção timbira. Dentre os mais procurados estavam Garrinchinha, Santos (preterido pelo Clube do Remo), Gojoba (preterido pelo Fortaleza), Ribeiro, este último em vias de se desligar do Sampaio Corrêa e assinar com algum clube do Rio de Janeiro ou do futebol cearense) e Croinha, procurado por empresários do Ferroviário e Fortaleza.
Na partida decisiva, realizada no domingo, dia 23 de Dezembro, no mesmo PV. O Presidente da FMD, Major Pereira dos Santos, estipulou o “bicho” em Cr$ 10 mil a cada jogador da seleção timbira em caso de vitória. O Maranhão, mesmo empatando com o Ceará, foi eliminado do Campeonato Brasileiro pela diferença do “gol average” (quociente entre os gols marcados e os gols sofridos, o famoso saldo de gols). Ao final dos 90 minutos, meia hora de prorrogação e coube ao Ceará a classificação.
O Maranhão, desde os primeiros minutos, dava mostras de sua superioridade técnica. Poucos minutos da primeira fase eram decorridos e o placar acusava a vantagem dos maranhenses pelo placar de 2 a 0, com dois gols marcados pelo artilheiro Hamilton: no primeiro, aos 9 minutos, Garrinchinha cobrou escanteio pela direita, tendo a bola sobrada para o paraense, que ainda fintou Alexandre antes de completar com força e rasteiro, sem chances para George; no segundo, aos 27 minutos, após lutar contra Alexandre, Hamilton apanhou a sobre e livre, desviou a bola para o fundo do gol.
O tempo foi passando e a sorte ajudando a equipe alencarina. Inicialmente veio a contusão do goleiro Bacabal, substituído por Lunga, que, mesmo sendo um bom goleiro, entrou frio e teve como prêmio o castigo, logo na sua entrada, quando, ao tentar interceptar um chute de Nagib, da direita, o fez parcialmente, tendo Mozart aproveitado a chance para diminuir a vantagem. Posteriormente veio a penalidade que o juiz carioca Armando Marques assinalou, infração esta que nem os próprios jogadores cearenses viram. Expedito cobrou e empatou.
Na etapa final o quadro cearense voltou melhor. A saída de Toinho e consequente entrada de Moésio como volante deu nova vida ao selecionado local. Mesmo assim, Hamilton e Croinha ainda desperdiçaram boas oportunidades, em lances fáceis. O empate em 2 a 2 no tempo normal foi o resultado mais justo. Com o resultado igual durante os 90 minutos, foi necessária a realização de uma prorrogação de trinta minutos, cujo resultado foi novo empate, que beneficiou o selecionado cearense pelo chamado gol average. Como premiação pelo bom resultado na competição, cada atleta maranhense recebeu a quantia de Cr$ 15 mil. Mais do que isso, ganhou para sempre o reconhecimento do público e o título de campeão do Norte do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais.
Seleção Cearense ao desembarcar em São Luís
Bacabal, Ribeiro, Omena, Gojoba, Negão e Português
Seleção do Ceará no Municipal
Defesa de Aluísio, com Garrinchinha e Croinha no rebote
Croinha marca após tiro indireto cobrado por Chico
Laxinha rebate uma investida do Ceará. Ribeiro e Omena atentos e Mozart e Haroldo acompanham o lance
Segundo gol cearense marcado por Mozart. Laxinha e Bacabal batidos no lance
SELEÇÃO MARANHENSE
A Seleção Maranhense de Futebol foi campeã da Chave Norte do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais em 1962 com o apoio da Federação Maranhense de Desportos, que mudaria a sua razão social de FMD para Federação Maranhense de Futebol (FMF) apenas em Dezembro de 1994. O nosso escrete contou com iniciais 33 atletas, posteriormente reduzidos a 22 jogadores.