quarta-feira, 31 de julho de 2013

15º Podcast - Nabor (Moto Club e Flamengo-RJ) - 10 de Agosto

No próximo dia 10 de Agosto, sábado, irá ao ar o 15º Podcast "Memórias do Futebol Maranhense", com o consagrado atacante Nabor, um dos grandes nomes do Papão do Norte e do futebol maranhense nas décadas de 50 e 60 e com passagem pelo Flamengo (RJ). Não perca!!!

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Sampaio Corrêa 1x0 Ferroviário - Campeonato Maranhense 1970

Texto do Jornal O Imparcial, de 28 de Julho de 1970, sobre a vitória boliviana frente à equipe da REFFSA pelo placar mínimo.

Marcial foi a grande figura do Ferroviário.Na foto, quando segurava a bola com firmeza, num chute forte de Zé Carlos, sendo acobertado por Raimundinho que estava atendo para complementar a jogada

O ataque do Ferrim esteve perigoso. Nesta foto, mostra todo o ataque do time da Estrada sendo dominado por uma jogada de corpo do quarto-zagueiro Romildo, que aliviou completamente a investida do ferroviário

Neste ataque boliviano, todo o time da Estrada recuou para aliviar o perigoso ataque de Raimundinho, que por um triz não marcou o primeiro tento logo nos primeiros minutos da partida

Sampaio Corrêa vence com méritos em cima da hora

"Numa partida que só teve o segundo tempo, porque na primeira fase os dois times se preocuparam bastante e jogaram cautelosamente, o Sampaio conseguiu uma vitória dramática no último minuto do tempo regulamentar. Brilhou novamente a estrela do técnico Edésio Leitão, que reapareceu fazendo alterações certas e na hora precisa. Célio Costa apareceu no segundo tempo, no lugar de Adalberto, que jogava improvisado pelo ataque e recuou para sua verdadeira posição onde vinha atuando Amaro, sem boa condição física. Esta primeira alteração surtiu efeito e os bolivianos cresceram de produção, principalmente porque foi fácil e Adalberto e Valdecy ganharam a batalha do meio campo do Ferrim, depois da improvisação feita com Silva, que substituiu a Valdimar, que deixou o campo contundido.

Depois dos 15 minutos do segundo tempo, o Sampaio partiu ao ataque e começou a pressionar o arco de Marcial, enquanto a defesa se desdobrava e o Ferroviário só jogava à base de contra-ataques, alguns realmente perigosos. Os bolivianos dominavam as ações e a torcida sampaína se inflamava incentivando sua equipe que procurava a todo custo o caminho do gol. Quase no final, Edésio Leitão teve outra idéia e tirou Raimundinho, que já perdia o fôlego no duelo com Neguinho e lançou Toinho, que acabou por envolver facilmente a ala direita da defesa adversária. Não demorou muito e surgiu o gol que os bolivianos tanto esperavam. Era a última volta do ponteiro A torcida de pé viu Adalberto lançar Djalma na meia-direita e dai a bola chegou até Zé Carlos, que passou pelo primeiro adversário e chutou. A bola bateu na defesa e voltou e, no rebote, saiu finalmente o tiro certo e o gol boliviano: 1x0. Não havia mais tempo para nada, mas mesmo assim o Ferroviário quase chega ao empate, já com três minutos de descontos numa bola de Edson, que Dudinha deu muita sorte. Foi ai que o juiz Wilson Van ume teve o único erro da partida. Além do tempo esgotado, Edson estava em completo impedimento que o bandeira Nacor não deu e o juiz também falhou. Felizmente Dudinha defendeu, garantindo a vitória boliviana."

Sampaio Corrêa 1x0 Ferroviário
Data: 26 de Julho de 1970
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Wilson de Moraes Vanlume
Bandeirinhas: Francisco Sousa e Nacor Arouche
Gols: Zé Carlos aos 43 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Dudinha; Célio Rodrigues, Serjão, Nivaldo e Romildo; Amaro (Adalberto) e Waldecy Lima; Djalma, Zé Carlos, Adalberto (Célio Costa) e Raimundinho (Toinho). Técnico: Edésio Leitão
Ferroviário: Marcial; Neguinho, Lumumba, Vivico e Antonio Carlos; Nélio e Waldinar (Silva); Edson, Cândido, Xixinó e Egui. Técnico: Jordan

Moto Club 2x2 Ferroviário - Campeonato Maranhense 1969

Registro da partida entre motenses e ferroviários pelo Estadual de 69. A matéria é do Jornal O Imparcial, de 17 de Julho:

 Marcial evita um gol do Moto

Amaury marca o primeiro gol rubro-negro

"Jogando uma partida que não chegou a corresponder a torcida nem mesmo aos dirigentes e treinadores, o Moto empatou domingo com o Ferroviário por 2 tentos em prosseguimento ao  campeonato da cidade, e por pouco não perdeu o jogo. Os motenses eram os favoritos na partida, mas o ferroviário chegou a surpreender, movimentando duas vezes o placar e comandando as ações, passando a Moto a jogar para fugir à derrota.

No primeiro tempo, registrou-se empate de 1 tento com Ivanildo, que fez uma boa estreia abrindo a contagem para o Ferroviário, aos 8 minutos. Aos 36, Vivico, ao tentar limpar a área lutando contra Pelezinho, acabou tirando a bola ara as próprias redes, estabelecendo o empate. No segundo tempo, o Ferroviário voltou comandando e passou novamente à frente do marcador com um gol de Cândido aos 10 minutos. O Moto fez sair Zezico para entrar João Bala, desde o primeiro tempo e o time voltou um pouco melhor, mas só veio a conseguir o empate graças a outra falha de Vivivo, que tentou driblar dentro da área e a bola acabou sobrando para João Bala, que na recarga marcou o gol do empate. Com este resultado so dois times asseguraram a liderança e a invencibilidade."

Moto Club 2x2 Ferroviário
Data: 15 de Julho de 1969
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 6.135,00
Juiz: Wilson de Moraes Vanlume
Bandeirinhas: Nacor Arouche e Francisco Sousa
Gols: Ivanildo aos 9 minutos e Amaury aos 38 minutos do primeiro tempo; Cândido aos 10 minutos e João Bala aos 28 minutos do segundo tempo
Moto Club: Campos; Paulo, Alzemar, Ziza e Corrêa; Carlos Alberto e Santana; Zezico (João Bala), Amaury (Pestana), Pelezinho e Ribamar. Técnico: Sávio Ferreira
Ferroviário: Marcial; Heraldo, Vivico, Antonio Carlos e Carrinho; Nélio e Américo; Gimico (Tutinha), Ivanildo (Baldez), Edson e Cândido. Técnico: Geo

15º Podcast - Nabor (Moto Club e Flamengo-RJ) - 10 de Agosto

No próximo dia 10 de Agosto, sábado, irá ao ar o 15º Podcast "Memórias do Futebol Maranhense", com o consagrado atacante Nabor, um dos grandes nomes do Papão do Norte e do futebol maranhense nas décadas de 50 e 60 e com passagem pelo Flamengo (RJ). Não perca!!!


Propaganda Rádio Timbira

Belo registro da Rádio Timbira, o "primeiro time de esporte no rádio". A foto conta do Jornal O Imparcial, de Fevereiro de 1972. Abaixo, deixo um texto do jornalista Oliveira Ramos, do Jornal Pequeno, sobre a Timbira.


Nós, o Esporte e a Rádio Timbira

A Rádio Timbira é uma emissora radiofônica de São Luís, capital do Estado do Maranhão e foi à primeira rádio maranhense. Atualmente a emissora pertence ao governo do Maranhão e a Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, sendo proibido qualquer favorecimento político ou partidário. Portanto, é uma rádio oficial do Maranhão. Foi fundada no governo Getúlio Vargas e surgiu a partir de solicitações do interventor Paulo Martins de Sousa Ramos. Com o apoio das autoridades federais, foi concedido para a rádio oficial o prefixo PRJ–9, que ocupou a onda média (amplitude modulada), sendo sintonizada através de 1940 quilohertz.

Para a montagem da rádio, a Philips, empresa especializada no ramo, enviou ao São Luis o técnico mato-grossense Édson Braune de Araújo, cuja importância foi vital para a sobrevivência do rádio maranhense. Inaugurada solenemente no dia 15 de agosto de 1941, a PRJ-9 entrou no ar às 21h00 com o pronunciamento do interventor Paulo Ramos, que foi ouvido em mais de 60 municípios do Estado. Por meio da rádio pioneira, o Maranhão passou a compor a maior cadeia de comunicação da época no Brasil, os Diários Associados, comandado por Assis Chateaubriand. A partir daí, a PRJ-9 passou a ser chamada de Rádio Timbira, devido aos povos indígenas que habitavam o país. A rádio Timbira passou por momentos memoráveis, com um elenco impecável, uma estrutura com vários departamentos para atender as necessidades dos ouvintes e com grandes locutores, vivendo períodos de altos e baixos em sua trajetória. Trabalhamos alguns meses na Rádio Timbira, “A voz do Maranhão”. Ali, sob o comando do genial Ruy Dourado e Fernando Leite, redigimos um noticioso de trinta minutos, apresentado pelos não menos geniais Itaporan Bezerra, Lauro Leite, Carlos Henrique, Nonato Alves, Jairo Rodrigues e Alberto Farias, este último uma das mais belas vozes do Maranhão em todos os tempos.

Hoje, poucos sabem da nossa estreita ligação com o rádio AM, mas essa ligação sempre foi muito forte. Iniciada ainda em Fortaleza, quando, na Ceará Rádio Clube (antiga PRE-9), emissora dos Diários Associados, auxiliávamos nos estúdios e nos textos dos vários programas, o emergente Oliveira Ramos (Francisco de Oliveira Ramos). Depois, no Rio de Janeiro, fizemos estágio curricular na Rádio Imprensa, na época instalada na Rua Felipe Camarão, próxima – muito próxima – do estádio Mário Filho. Alguns não sabem que, nos cursos de Comunicação Social, onde nos graduamos em Jornalismo, se estudava e produzia textos para publicidade, rádio, televisão e jornalismo impresso (revistas e jornais). Aproveitamos a experiência na Rádio Timbira, onde fomos encontrar grandes profissionais. E, agora, quando essa emissora tão importante comemora 70 anos de fundação, ao recordar nossa rápida passagem pela Rua dos Correios, a primeira lembrança que nos vem é de uma equipe de Esporte que, de tão brilhante e competente, pouca importância tem quem era o “comandante”.

Falar de Esporte era falar de Rádio Timbira. Falar de Rádio Timbira era falar de Walber Ramos Martins (Canarinho), Murilo Costa Ferreira, Zé Pequeno e suas paródias, Jairo Rodrigues, José Carlos de Assis, Magno Figueiredo, tão bom e brilhante quanto Ivan Lima, Doalcei Camargo, Jorge Cury. Falar de Esporte e da Timbira é, ao mesmo tempo falar de Haroldo Herbert Silva e lembrar de suas memoráveis viagens para o México. É falar dos personagens interpretados brilhantemente por Ruy Dourado, como o Xeleléu, “o homem que sabe das coisas”. Mas, nem tudo se resumia ao “cast” da 1.290. Durante esses 70 anos, muitos acertos, mas os erros (administrativos) foram bem maiores, tanto que a emissora, hoje, apesar do esforço do gestor Juracy Filho, está muito distante dos tempos de glória. E, todos que têm alguma noção de rádio sabem que as interferências políticas – quase sempre equivocadas e distantes da preocupação com a competência – acabaram levando “a Voz do Maranhão” a ter como limites o Estreito dos Mosquitos. Os governantes nunca se preocuparam com o “nome”, o “prestígio”, o “alcance estadual e interestadual” e a “importância como meio de difundir a cultura do Estado” da Rádio Timbira que, além de ter sido a primeira rádio AM do Maranhão, também já foi a melhor, a maior e a mais ouvida. Foi superada pela Rádio Educadora, em 1970/71, quando a Voz do Clero foi dirigida pelo falecido Oliveira Ramos. Mas a Rádio Timbira sempre esteve entre as três primeiras em audiência e, por ali passaram os melhores profissionais da radiofonia do Maranhão. Quem, no Esporte, conseguiu até hoje superar Jairo Rodrigues e sua “perspicácia”; Canarinho, e sua narração em cima do lance; ou a inconfundível narração de Luís Magno Figueiredo?

Moto Club 1x2 Flamengo-RJ (amistoso 1972)

O Jornal do Dia, de 13 de Junho de 1972, registrou o embate amistoso entre Moto Club e Flamengo, realizado no Estádio Municipal:


Moto não resistiu
Fla ganhou e agradou: 2x1

O Flamengo do Rio, realizando uma excelente apresentação no primeiro tempo, venceu o Moto no interestadual de domingo passado por 2 x 1, em partida que agradou tecnicamente, com o time carioca mostrando um futebol de primeira, abrindo espaço na defensiva motorizada, principalmente na fase inicial, quando marcou seus dois gols e perdeu ainda oportunidades para aumentar o placar, como no chute de Fio, que tocou na trave depois de Assis batido e a excelente jogada de Caio, driblando Assis, que saiu da área e atirando com efeito e com muita malícia, com a pelota perdendo-se pela linha de fundo.

O primeiro gol, com a falha de Pinheiro, Vicente invadiu a área e tinha condições para marcar, mas como viu Caio caindo livre pelo meio, entregou a pelota para o artilheiro marcar sem apelação. O Moto estava sem se encontrar, o Flamengo marcou o segundo gol, fez a defensiva motorizada andar apavorada, tendo fôlego somente a segunda etapa, quando o Flamengo caiu de produção inexplicavelmente, alegando seus jogadores que o clima atualmente no Rio é frio e aqui está calorento. Na etapa final, o Moto cresceu em campo e quando marcou o gol através de Zé Branco, já tinha feito por merecer o tento que por sinal foi em bela feitura. O Flamengo deixava o adversário partir para o ataque e quando atacava, levava sempre perigo à meta de Assis.

O gol inicial foi marcado através de Caio, aos 4 minutos. Aos 8 minutos, Arilson aumentou, entrando pela esquerda ao receber lançamento de Caio e atirando de pé trocado, sem chances para o guardião motorizado. No tempo final, Zé Branco disputou uma bola com Rondinelli, venceu o zagueiro na corrida e ante a saída da meta de Renato, atirou pelo alto, acompanhou o lance e quando o zagueiro tentou salvar, o cearense chegou primeiro para tocar o fundo da meta. Logo em seguida, Joari teve o o empate nos pés e atirou fora. A arbitragem pertenceu a Van Lume, que não permitiu as cinco substituições como tentou o Flamengo, lembrando que assim tinha sido feito em Recife e Teresina. Francisco Sousa e Lercílio estrela foram os bandeirinhas. 

 Zé Maria driblou Sérgio e chutou com Assis saindo na hora certa e fazendo a defesa

Vicentini coloca em polvorosa a defesa do Moto, sendo marcado por Batistinha e Carlito e tendo mais atrás Sérgio na cobertura de Assis
 
 O primeiro gol do Flamengo: Caio concluindo e com Assis fora do lance, sem nada poder fazer

 Chiquinho, apesar de veterano, mostrou muita classe no time do Flamengo. Na foto,conversa com o repórter Mauro Campos

 Caio (irmão de César do Palmeiras) e Fio, os dois centroavantes do Flamengo

FICHA

Moto Club 1x2 Flamengo (RJ)
Data: 11 de Junho de 1972
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Wilson de Moraes Wanlume
Bandeirinhas: Lercílio Estrela e Francisco Sousa
Gols: Caio aos 4 minutos, Arilson aos 13 minutos do primeiro tempo; Zé Branco aos 38 minutos do segundo tempo
Moto Club: Assis;  Edair, Marins, Pinheiro (Sérgio) e Carlito; Faísca e Joari; Wanderley (Tuica), Marcos, Zé Branco e Batistinha.
Flamengo (RJ): Renato; Moreira, Chiquinho (Rondonelli), Tinho (Chiquinho) e Wanderley; Zanata e Zé Mário; Vicentinho, Caio, Fio Maravilha (Dionísio) e Arilson


A história do ídolo e artilheiro Marcelo Baron


Quando um jovem atacante de apenas 23 anos desembarcou em São Luis para o restante das disputas do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, em 1997, nem o mais otimista boliviano imaginaria que estaria ali um futuro ídolo e campeão da Série C pelo Sampaio Corrêa. Seu forte físico e sua estatura lhe permitiam jogar como pivô, assim como também manter a bola próximo ao gol. Manuseia com perfeição os diferentes tipos de definição: com um só toque, por meio de jogadas aéreas, e chutes com ambas as pernas. A histórica equipe que entrou a campo e alcançou o título era composta por Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Lélis; Luís Almeida, Toninho, Adãozinho e Ricardo; Jó e Baron. O Técnico era Olimpio Batista, o Pinho. “O campeão brasileiro terminou a campanha com a melhor defesa, o segundo melhor ataque, os goleiros menos vazados (Geraldo e Nando) e o artilheiro da competição. O grande destaque do Sampaio Corrêa na competição foi justamente o atacante gaúcho Marcelo Baron, que terminou como o artilheiro da Série C, com nove gols. Se Adãozinho liderou com seu futebol de técnica e inteligência o time campeão do Brasileiro, Baron foi o jogador que dedicou mais amor à camisa do clube.

Filho de Daniel Oscar Polanzik e Norma Baron Polanzick, Baron começou bem cedo no futebol, jogando em dois times em Santa Rosa, sua cidade natal: o Colégio Santa Rosa de Lima (Liminha), Colégio D.Bosco e no Flamengo da Linha 7 de Setembro, em Guarani das Missões. Atendendo um convite de Colovini, que havia jogado no Internacional, fez testes com 15 anos, sendo aprovado e ficou morando no próprio Clube. Quem o aprovou no teste foi Abílio dos Reis. Jogou 3 anos no amador e l ano no profissional. Três ou 4 jogos em 1993, ano ruim. Antes de deixar o colorado, foi campeão, em 1992, da Liga do Rio Grande do Sul,do Campeonato de Santiago-RS, Taça Romeu Goulart Jacques e o Campeonato Gaúcho de Juniores, bem como o de Campeão Juvenil. A partir dai, começou uma peregrinação antes de vestir a camisa do Sampaio Corrêa: do Inter, rodou por Chapecoense (1994), Santa Cruz-RS e Inter (1995) antes da sua primeira passagem pelo Japão, jogando pelo Ventforet Kofu, em 1996,onde fez 15 gols em 27 jogos. Quando a imprensa esportiva maranhense e a torcida cobravam a presença de um matador na equipe, Marcelo Baron Polansczyk, natural de Santa Rosa e nascido a 19 de Janeiro de 1974, chegou na sede da casa do Atleta, no Calhau, na hora certa, quando o time estava em Belém, para enfrentar o Santa Rosa pela terceira fase da competição. Contratação indicada pelo diretor de futebol José Alberto de Moraes Rego, Geografia, ao técnico Pinho, muita gente não deu devida atenção. A imprensa esportiva do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina tinha boas referências do craque, dentre elas buscar o jogo no meio de campo, como um daqueles centroavantes modernos, e com destaque para o cabeceio. Em pouco tempo, tornou-se um ídolo inesquecível da torcida, um dos mais recentes na história do Sampaio Corrêa Futebol Clube. Sobre Marcelo Baron. Na sua estréia no brasileiro, fez dois gols contra o Santa Rosa. Depois marcou contra o Ferroviário em São Luis, Francana em Franca-SP, Tupi no Castelão e em Juiz de Fora e na decisão que, além de fazer o primeiro, deu o passe para o segundo e ajudou a comemorar no terceiro do Sampaio. Poucos dias após a conquista do Brasileiro, o Sampaio venceu o Campeonato Maranhense, com um gols do artilheiro Baron na decisão, diante do Moto Club. O craque curtiu o título brasileiro da terceira divisão, a artilharia isolada pela primeira vez e a chance de jogar num clube da primeira divisão do futebol mundial. Deixo toda a campanha do Sampaio no Brasileiro, com escalação:


PRIMEIRA FASE
4 de Julho-PI 0x1 Sampaio Corrêa (07.09.1997)
Gol: Renato (falta)
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Cipó; Luís Almeida, Renato, Fabinho, Adãozinho;Cal e Serginho.

River-PI 1x2 Sampaio Corrêa (10.09.1997)
Gols: Gelásio e Ney
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Cipó; Luís Almeida, Renato, Fabinho, Adãozinho; Cal e Serginho (Marquinhos Paraíba).

Sampaio Corrêa 4x2 4 de Julho-PI (13.09.1997)
Gols: Marquinhos Paraíba, Cal, Toninho e Adãozinho.
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Gelásio, Edizinho (Toninho), Luís Almeida, Renato, Fabinho, Adãozinho, Serginho (Edmilson), Cal e Marquinhos Paraíba (Ricardo).
 
Sampaio Corrêa 4x0 Santa Rosa-PA (21.09.1997)
Gols: Marquinhos Paraíba, Gelásio, Toninho e Cal
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Lélis, Toninho, Renato, Adãozinho; Edmilson (Serginho), Cal e Marquinhos Paraíba (Jó).

SEGUNDA FASE
Sampaio Corrêa 1x1 Quixadá-CE (28.09.1997)
Gol: Jó
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Lélis, Luís Almeida, Toninho (Jó), Renato, Adãozinho; Edmilson (Serginho), Cal e Marquinhos Paraíba.

Quixadá-CE 0x1 Sampaio Corrêa (05.10.1997)
Gol: Gelásio
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Lélis, Toninho, Renato (Toninho), Adãozinho; Edmilson (Serginho), Cal (Marquinhos Paraíba) e Jó.

TERCEIRA FASE
Sampaio Corrêa 3x2 Santa Rosa-PA (19.10.1997)
Gols: Jó (pênalti), Jó e Baron
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Toninho, Ney, Fabinho (Castro), Luís Almeida e Renato; Edmilson (Ricardo), Cal (Baron), Jó e Hamilton Gomes.

QUARTA FASE
Ferroviário-CE 0x1 Sampaio Corrêa (26.10.1997)
Gol: Carlos Silva (contra)
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Lélis; Luís Almeida (Willian), Toninho, Adãozinho, Ricardo (Edmilson), Jó, Baron e Hamilton Gomes.

Sampaio Corrêa 4x0 Ferroviário-CE (02.11.1997)
Gols: Baron (2), Jó e Ricardo.
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Lélis; Luís Almeida (Edizinho), Ricardo, Adãozinho, Baron (Cal), Jô e Marquinhos Paraíba.

QUADRANGULAR FINAL
Francana-SP 1x1 Sampaio Corrêa (09.11.1997)
Gol: Marcelo Baron
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Lélis; Renato, Fabinho (Toninho), Adãozinho e Ricardo (Edmilson); Jô (Marquinos Paraíba) e Baron.
 
Sampaio Corrêa 3x0 Tupy-MG (12.11.1997)
Gols: Baron(2) e Lélis
Sampaio Corrêa: Nando, Erly, Gelásio, Ney e Lélis; Luís Almeida, Renato Carioca, Adãozinho(Edmilson), Ricardo (Fabinho), Jó (Marquinhos Paraíba) e  Baron.
 
Tupy-MG 0x1 Sampaio Corrêa (26.11.1997)
Gol: Baron
Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Toninho, Gelásio, Lélis; Luís Almeida, Renato (Edinho), Fabinho (Cal); Adãozinho, Jô (Marquinhos) e Baron. 

Sampaio Corrêa 3x1 Francana -SP (31.11.1997)
Gols: Baron, Cal e Jó
 Sampaio Corrêa: Geraldo, Erly, Toninho, Gelásio, Lélis; Luís Almeida, Renato (Edinho), Fabinho (Cal); Adãozinho, Jô (Marquinhos) e Baron.

Marcelo Baron não integrou o elenco boliviano no ano seguinte. Apesar do título e da artilharia no Brasileiro, o craque não acertou as suas bases salarias para o ano seguinte e, antes de fazer carreira no futebol japonês, teve uma brevíssima passagem pelo Club Rubio, do Paraguai, no começo de 98. Por 11 anos, Baron jogou no futebol Japonês: em 1998, vestiu a vestir a camisa do Ventforet Kofu,onde marcou 41 gols a temporada. No ano seguinte, atuou pelo JEF United Ichihara, jogando até o ano de 2000 e chegando à marca de 31 gols em 70 partidas. De 2001 a 2002, o Shimizu S-Pulse contou com o futebol do eterno ídolo boliviano: Baron balançou as redes 36 vezes em 76 jogos pelo Shimizu. No Cerezo Osaka, em 2003, foram 35 jogos e exatos 14 gols. No ano seguinte, Marcelo Baron atuou em duas equipes: pelo Ventforet Kofu, o artilheiro marcou 14 gols em 23 jogos, conferindo-lhe uma excelente média de 06, gols por jogo; no segundo semestre, integrou a equipe do Kashima Antlers e não teve uma boa passagem, deixando o clube com apenas dois gols em 13 partidas. Em 2005, Baron reencontrou o seu futebol: vestindo as cores do Vegalta Sendai, atingiu a marca de 15 gols. Em 2006, o seu último ano naquele país, Marcelo atuou pelas equipes do Vissel Kobe e Avispa Fukuoka, em uma passagem totalmente pagada, onde o craque não balançou as redes pelas duas equipes. Após mais de uma década na Ásia, com a expressiva marca de 332 jogos e 168 gols e títulos (terceiro colocado da Copa dos Campeões da Ásia, campeão da Copa Super Xerox, campeão e também vice-campeão da Copa do Imperador), Marcelo Baron retornou ao Brasil, encerrando a carreira, em 2007, no América de São Paulo - fez a sua estréia no América no empate em 1 a 1 contra o São Bento F.C, 03 de Fevereiro de 2007. Marcos Knorst, Diretor de Esportes do Juventus Atlético Clube, anunciou na manhã de hoje que o ex-jogador Marcelo Baron assumiu interinamente a equipe do Juventus. Baron é casado com Caroline e pai de Valentina e Victoria. 


FOTOS




 No Internacional

 Cabeceando a bola no empate em 2 a 2 com a Juventus, em São Luis

 Comemorando o título Brasileiro com a torcida

 Sendo recepcionado no aeroporto pelos bolivianos

Sampaio Corrêa campeão Brasileiro

Entrevista rara, onde o José Alberto de Moraes Rêgo, o Geografia, anuncia a chegada do centroavante Marcelo Baron para o restante das disputas do Campeonato Brasileiro da Série C de 1997. O resultado final dessa contratação está ainda na cabeça de todos os bolivianos

Deixo aqui uma raridade para o Blog Futebol Maranhense: um compacto extenso do segundo tempo da decisão entre Sampaio Corrêa x Francana/SP, pela última rodada do quadrangular final da Série C de 1997. A respeito dessa gravação, que ficou guardada em meu acervo pessoal por todos esses anos, na época da final, eu morava na cidade de Pinheiro, a 300 km de São Luis, e a Rádio Pericumã, que tradicionalmente transmitia os jogos do Sampaio Corrêa pelo AM, através do sinal da Rádio Mirante, passou a decisão no FM, em excelente qualidade. Eu, claro, como boliviano, resolvi gravar em fita K7 essa partida histórica (na época eu tinha 13 anos). Infelizmente, pelo tempo e mau preservação do material, a primeira fita, com todo o primeiro tempo, praticamente se perdeu. Consegui repassar para mp3 o segundo tempo e alguns trechos da primeira etapa. A gravação, de aproximadamente 43 minutos, começa a partir do segundo gol do Sampaio Corrêa e segue até o apito final e parte das comemorações. Ainda há em outro trecho, em separado, entrevistas com os jogadores após o jogo. Também em separado deixo os três gols do Sampaio Corrêa. Gravação pertencente ao meu arquivo pessoal 

Maranhão 1x0 Moto Club - Torneio Maranhão-Piauí 1980

Em 1980, tivemos mais uma edição do já extinto Torneio Maranhão-Piauí 1980. A curta competição contou com a participação do Flamengo e River, de Teresina (PI), e Maranhão e Moto Clube, de São Luís. Na foto, temos alguns lances do jogo Moto Club 0x1 Maranhão, realizado no dia 11 de Maio, no estádio Municipal. O  Torneio Maranhão-Piauí daquele ano foi vencido pelo River e as equipes maranhenses encerraram as suas participações abaixo dos piauienses: Maranhão em terceiro e o Moto Club na última colocação.


Torneio Maranhão-Piauí 1980
1º Turno
13.04.1980
Maranhão 1x0 Moto Club
River 6x1 Flamengo

20.04.1980
Flamengo 3x2 Maranhão
Moto Club 1x2 River

27.04.1980
Maranhão 1x1 River
Flamengo 3x1 Moto Club

2º Turno
30.04.1980
River 5x1 Moto Club
Maranhão 2x2 Flamengo

04.05.1980
Moto Club 1x0 Flamengo
River 2x1 Maranhão

11.05.1980
Maranhão 1x0 Moto Club
Flamengo 1x0 River





Maranhão 1x0 Moto Club
Data: 11 de Maio de 1980
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Nacor Arouche
Bandeirinhas: Renato Rodrigues e Roberval Castro
Gol: Riba aos 20 minutos do primeiro tempo
Público: 3.720 pagantes
Moto Club: Marcelino; Armando, Irineu, Paulinho e Luís Carlos; Tião, Adeilton e Edésio; Luís Antonio, Libânio (Antonio Carlos) e Gabriel. Técnico: Valfredo Medeiros
Maranhão: Dorival; Mendes, Tataco, Paulo Fraga e Antonio Carlos (Clécio); Jorge Santos, Soeiro (Emerson) e Naldo; Riba, Oliveira e Tica. Técnico: José Santos

A história do jogador Garrinchinha

Garrinchinha era o jovem José Domingos Lopes Matos, nascido em 12 de Dezembro de 1937. Era filho de Dona Maria Pereira Lopes e José Calazans Lopes, na época residentes à Rua Diogo Tavares, 16, no Bairro da Floresta. Desde pequeno, Garrinchinha sempre jogou de uma "pelada" e na Campina, vivia grande parte do seu dia. Vendo que o garoto não ligava para os estudos, o sr José Calazans conseguiu que seu filho para a Escola de Pesca em Marambaia, em 1949. Chegando na tal República, o jovem maranhense, mostrando aptidão com a bola, logo ingressou no Nacional, agremiação pertencente ao Departamento Autônomo e por onde jogou até Sembro de 1957. Antes, porém, atuou no amador do Ipiranga. Por intermédio de um olheiro do Botafogo, foi convidado a ir fazer em teste em General Severiano, tendo acertado e agradado, passando a integrar a equipe aspirante do alvinegro. Em princípios de 1958, Garrinchinha melhorou consideravelmente de produção e o técnico João Saldanha passou a integrá-lo no quatro principal, como substituto do ídolo Garrincha e recebendo mensalmeente a importância de 10 mil cruzeiros, estando preso ao alvinegro, na época, até o dia 21 de Maio de 1959.

Sobre o apelido, o jogador havia explicado que o nome surgiu não apenas por ele ser o reserva do seu xará famoso, como também possuir ligeiro defeito na perna. Garrinchinha tinha sérias pretensões na vida esportiva e, já desde aquele ano, 1958, sonhava em integrar o quadro da Seleção Maranhense de Futebol. Após o alvinegro, Garrinchinha jogou no Sporte (PE), América (PE), Moto Club e Ferroviário (MA). Jogou no Papão do Norte na década de 1960, após uma confusão no Rio de Janeiro onde Garrinchinha, supostamente, havia se envolvido em um homicídio. Quando atuava pelo Sport, o craque esteve em São Luis com a equipe pernambucana e logo assinou com o Moto Club, onde praticamente encerrou a sua carreira. Foi ainda treinador do Maranhão Atlético Club e do próprio Moto. Faleceu na década de 1990. Sobre o seu falecimento, assim foi noticiado em 1990, em jornais:

"Decorridos cinco dias da morte do ponta-direita Garrinchinha, ex-jogador do Moto, Botafogo, Sport e Seleção Maranhense, o fato ainda repercute pela maneira brutal como aconteceu. Perdeu o Maranhão um desportistas que soube muito bem representar o Estado lá fora, que deu alegrias ao Moto na grande fase de Papão do Norte e à Seleção Maranhense, considerada uma das melhores da região para a década de 70. Enquanto isso, o assassino até ontem continuava solto, como se nada tivesse acontecido.

José Domingos Lopes de Matos (Garrinchinha), maranhense de Rosário, começou sua carreira nas divisões inferiores do Botafogo, onde chegou à condição de reserva do famoso Mané Garrincha, ponta-direita de maior projeção mundial em todos os tempos. Disputou muitas partidas pelo alvinegro carioca, ao lado de Didi, Paulinho Valentim e Quarentinha, em 1958. Atuou também no América-RJ, no Moto e no Sport de Recife. Ao abandonar o futebol, dedicou-se à carreira de treinador, dirigindo o Imperatriz, Expressinho e Maranhão Atlético Clube. Funcionário da Marinha no Rio de Janeiro, veio a São Luis buscar sua documentação para aposentadoria.

Ribeiro, lateral-direito, um dos melhores da sua posição na década de 60, lembra-se muito bem da Seleção Maranhense de 62 que reunia grandes craques e que tinham Garrinchinha o titular da camisa 7. Bacabal; Ribeiro, Negão Omena e Português, Gojoba e Ananias; Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Jouber. “Lembro-me ainda da esperteza de Garrinchinha. Ele dizia mais ou menos assim: Ribeiro, lança pra mim, encosta na tabela que vamos matar o nosso “conterra”, referindo-se ao lateral-esquerdo Carneiro, seu marcador. E como a coisa funcionou bem na última partida. Ele era um jogador rápido, driblador, com cruzamentos sob medida para os atacantes. Suas pernas faziam lembrar muito bem a Mané Garrincha, daí porque ganhou esse apelido de Garrinchinha, acredito também que, pelo estilo de jogo que ele adotava”.

Ribeiro mostrou-se surpreso quando soube da morte de Garrinchinha, pois sempre o considerou uma pessoa simples, pacata, um cidadão de bem. “Era acima de todo o companheiro exemplar de todas as horas. Brincalhão, mas respeitador. Não quis acreditar quando soube do seu assassinato. Fiquei me perguntando várias horas quais os motivos que o criminoso teve para tirar a vida de Garrinchinha, mesmo sabendo que ninguém tem o direito de tirar a vida do seu semelhante. E como todos que o conhecia certamente estão até hoje querendo saber porque isso aconteceu, logo com ele, que tenho certeza, não merecia tanto. Perdeu o Maranhão um grande desportista, uma pessoa que soube muito bem nos representar aqui e lá fora. Só nos resta esperar que a justiça agora cumpra seu papel”.

Para Dejard Ramos Martins, jornalista, pesquisador e autor do livro “Um Mergulho no Tempo”, a morte de Garrinchinha foi uma grande perda para o nosso futebol. “Ele saiu de Rosário como ilustre desconhecido e quando reapareceu aqui foi como jogador do Botafogo. Jogou até de ponta-esquerda. No futebol, se notabilizou pela categoria que tinham como jogador de ataque, de muita habilidade, sem, contudo, seu futebol pudesse se aproximar de Mané Garrincha, indiscutivelmente o maior gênio da bola, que apenas não teve cabeça para continuar brilhando por mais tempo, lamentavelmente.


Dejard lamenta a maneira como Garrinchinha desapareceu, pois considera que ele ainda poderia ser muito útil ao nosso futebol, contribuindo com seus ensinamentos à nova geração, de muitas coisas que aprendeu na sua brilhante carreira de atleta profissional. “Lamentável, sob todos os aspectos, a maneira como Garrinchinha desapareceu, de forma violenta. Com sua experiência, poderia prestar bons serviços aos nossos clubes, orientando e ensinando-lhes muitas coisas que aprendeu em centros mais adiantados”.

Garrinchinha

 Ao lado de craques, como Hamilton e Croinha

Na Seleção Maranhense, é o primeiro agachado

Ferroviário Esporte Clube - Campeão Maranhense de 1971 - Campanha, fotos e relato da final

O Campeonato Maranhense de 1971 foi vencido pelo Ferroviário Esporte Clube, que já havia faturado o bi em 1957/58 e chegaria ao seu terceiro título Estadual com uma bela campanha, desbancando equipes fortíssimas, como o Sampaio Corrêa do treinador Bero e com alguns grandes nomes em seu elenco (Célio Rodrigues, Neguinho, Nivaldo, Gojoba, Prado, Pelezinho, Djalma, Itamar e outros), o Moto Club de Clécio, Faísca, Paraíba e João Bala, e do até então bicampeão Maranhão Atlético Clube, que apresentava em seu elenco nomes como Baezinho, Luís Carlos, Sansão, Riba, Dario e a dupla Hamilton e Croinha. O Ferrim foi campeão de ponta a ponta, vencendo os dois turnos. O título, porém, somente pôde ser comemorado após um imbróglio envolvendo uma partida anulada diante do Graça Aranha e que teve de ser novamente disputada praticamente dois meses após o término do Estadual.

Abaixo, deixo algumas fotos da partida decisiva diante do GAEC, uma matéria extraída do “Jornal do Dia”, de 26 de Agosto de 1971 e a campanha do Ferroviário, campeão maranhense daquele ano:

 O Ferroviário acabou o campeonato maranhense na porta da tabela, conquistando o título que vem perseguindo há muito tempo. Depois da goleada sobre o Graça Aranha, o Ferrim realizou sua festa na sede do clube, que se prolongou até a madrugada

O Graça Aranha entrou em campo com o intuito de prejudicar o andamento da partida contra o Ferroviário. A maioria dos seus atletas dez o que bem entendeu em campo, principalmente o lateral catel, que não foi expulso de campo, talvez por temor do juiz José Salgado

Ferroviário goleou o Graça Aranha e é campeão de 1971

O Ferroviário acabou goleando o Graça Aranha por 4x0, numa partida em que dominou inteiramente seu adversário e conquistou o título de campeão maranhense do corrente ano, agora em definitivo. O GAEC entrou em campo unicamente para perturbar a partida, com uma cêra horrível, que chegava até a irritar a torcida pequeníssima, presente ao Estádio Municipal. O lateral-esquerdo Catel fez o que bem entendeu com o Juiz José Salgado, que não teve o pulso necessário para expulsá-lo, preferindo terminar o jogo com quase todos os jogadores, exceção feita a Baldez, que resolveu chamar nomes obscenos e foi excluído aos trinta e cinco minutos do primeiro tempo pelo apitador. O Ferroviário, encontrando um adversário fácil pela frente, se atrapalhou todo, querendo marcar gols sem uma concentração certa, com um Ailton jogando mais uma vez abaixo da crítica, não aproveitando a vantagem do adversário não possuir ponta-esquerda, para se atrapalhar todo, decepcionando inteiramente, principalmente quando recebia livre pelo setor e cruzava erradamente, muitas das vezes para as mãos do arqueiro Vilenor.

Jogo que não agradou, pela facilidade com que atuou o campeão maranhense, diante de uma equipe fraca, que teve pouco destaque, a não ser Burunge, erradamente substituído, Chico e Wilson, que deram um pouco de trabalho à defesa adversária, onde Alzimar atualmente é um dos piores centrais da cidade, devido a facilidade com que é batido pelos adversários.

A renda atingiu pouco mais de oitocentos cruzeiros, causando prejuízos ao Ferroviário, que estava concentrado desde segunda-feira. José Salgado foi uma gracinha no apito, errando muito, deixando-se envolver pelos jogadores do Graça Aranha e se não levou nenhum tapa de Catel, foi porque o lateral-esquerdo não quis. Nacor Arouche e Vam Lume, quase não tiveram tempo de aparecer. Para perturbar o jogo, o Graça Aranha tentou a terceira substituição, com Mundinho entrando em lugar de Wilson, jogando alguns minutos e saindo novamente.

O Ferroviário marcou no primeiro tempo através de Edson, e Mineiro, na etapa fina. Valdimar, cobrando falta, e Carlos Alberto deram cifras finais aos 4x0. O campeão formou com Martins; Ailton (Ivan), Alzimar, Antônio Carlos e Carrinho; Valdimar e Carlos Alberto (Santana); Edson, Joari (Carlos Alberto), Mineiro e Coelho. Técnico: Marçal Tolentino Serra. O Graça Aranha com Vilenor (Alvaro); Mário, Castelo, Sebastião e Catel; Wilson, Baldez e Raimundinho; Burunga (Almir), Chico e Marcos. Técnico: Fernando Sousa

A CAMPANHA

Campeonato Maranhense 1971

Primeiro Turno
23/05/1971-Moto Club 1x0 Ferroviário
26/05/1971-Ferroviário 5x0 Vitória do Mar
09/06/1971-Ferroviário 1x0 São José
13/06/1971-Sampaio Corrêa 0x0 Ferroviário
20/06/1971-Ferroviário 2x0 MAC
23/06/1971-Ferroviário 0x2 GAEC (*)

Segundo Turno
07/07/1971-MAC 1x1 Ferroviário
11/07/1971-Ferroviário 0x0 Sampaio Corrêa
14/07/1971-Ferroviário 2x1 Moto Club
25/07/1971-Vitória do Mar 0x7 Ferroviário
24/08/1971-GAEC 0x4 Ferroviário

(*) Jogo anulado pelo TJD. A partida foi realizada no dia 24 de Agosto

Botafogo 0x1 Moto Club - Jornal do Brasil 1984

Matéria do "Jornal do Brasil", de 23 de Fevereiro de 1984, destacando a belíssima vitória do Moto Club em pleno Maracanã diante do Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro daquele ano. Agradecimento ao torcedor Hugo Enes, pela colaboração


Podcast 14 - Alzimar - Ex-Moto Club e Ferroviário (ÁUDIO)

PODCAST 14 - ALZIMAR

"Filho do também zagueiro Waldemar, que passou pelo Moto Club e foi Heptacampeão Maranhense (1944/45/46/47/48/49/50), Alzimar ajudou o Moto a conquistar o Tricampeonato Maranhense (1966/67/68) e o título de Campeão do Norte em 1968. O craque ainda atuou pelo Ferroviário Esporte Clube, onde formou um timaço ao lado de Coelho, Vivico, Marcial e outros grandes craques do time da RFFSA" 


Data da gravação: 22-01-2013
Gravação e edição: Hugo Saraiva
Extra: Samba Rubro-Negro (1977)
Vinheta de abertura - música: Hugo Saraiva / Voz: João Ricardo Barbosa

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Amistoso – Seleção Maranhense 0x2 Botafogo (RJ) – 18 de Julho de 1958

 SELEÇÃO MARANHENSE 0X2 BOTAFOGO (RJ)

Após o título mundial daquele ano pela nossa Seleção, o Botafogo passou a excursionar por algumas capitais do Norte e Nordeste, sobretudo após a valorização de alguns dos seus atletas pelo inédito titulo mundial com o escrete canarinho. Em São Luis, o Alvinegro enfrentou um combinado da Federação Maranhense de Desportos (FMD), em Julho de 58, um ano após uma passagem em nossa capital, valendo nesse ano uma recepção por parte da diretoria do Moto Club - sobretudo pelo seu Presidente, João Mouchrek, declaradamente botafoguense, que ofereceu um banquete à comitiva carioca em sua casa, no Centro de São Luis. O Jornal do Povo, de 18 de Julho de 1958, noticiou sobre a vinda da equipe carioca (respeitando a grafia da época do jornal): 

“Botafogo x Seleção Maranhense. A seleção local vai procurar vingar-se do revés sofrido no ano passado”, referindo-se ao jogo vencido pelos cariocas por 4 a 0, dia 25 de Junho de 1957. Continua o jornal: “Na tarde de hoje no Estádio Municipal ‘Nhozinho Santos’, o Botafôgo do Rio de Janeiro, pela segunda vez em 12 mêses, visita a nossa capital, a fim de realizar mais uma exibição para o público desportivo local. Será o adversário ‘alvinêgro’ carioca, a seleção da F.M.D. que irá procurar vingar-se do revés que lhe foi imposto no ano passado pela contagem de 4x0. Este ano, os nossos rapazes já melhor preparados psicologicamente, se encontram dispostos a conseguir a vitória frente à guapa representação da ‘Estrêla Solitária. Em vista de nossos rapazes se encontrarem aptos a conseguir uma façanha frente aos valores rapazes do Botafôgo, e este se apresentaram com o seu quadro completo, inclusive os campeões do mundo, Nilton Santos, Didi e Garrincha, cresceu o interesse do público desportivo local, acreditando que a renda oficial, seja a maior já registrada na história do futebol maranhense. A renda dêsse encontro será revertida em benefício da construção da Universidade Católica do Maranhão, sendo esta temporada patrocinada e dirigida pelo Arcebispo local”.

Sobre o jogo, vencido pelo Alvinegro carioca por 2 a 0, assim relatou o Jornal do Povo (respeitando a grafia da época do jornal):

Botafogo (2x0) vitorioso com “show” de Garrincha. Mais de 600 mil cruzeiros a arrecadação
 
"Na tarde de ontem, no Estádio Municipal, o Botafôgo Futebol e Regatas venceu a representação da Federação Maranhense de Desportos, pela contagem de 2x0, numa partida em que agradou a todo o público desportivo local, pela brilhante exibição do seu plantel, notadamente de maneira convincente com que os 3 campeões do mundo que fazem parte da equipe, quando deram um verdadeiro “show”, destacando-se e extrema direita Garrincha, que por sinal foi quem abriu a contagem.

OS GOALS – Os rapazes do selecionado maranhense se portaram à altura, chegando mesmo a jogar de igual para igual na primeira etapa, mas aos 11 minutos do 2º tempo, Garrincha numa jogada individual, abriu a contagem. Quatro minutos depois, Paulinho, aproveitando-se de um cochilo da defesa, assinalou o goal numero 2 do Botafôgo e que por sinal seria o último.

OS MELHORES – Destacaram-se nesse embate, na equipe do Botafôgo, Garrincha, Didi, Nilton Santos, Quarentinha e Elso, enquanto que entre os maranhenses, Laixinha e Zéca estiveram em primeiro plano, seguindo de Arlindo, Santos e Nélio.

O JUIZ – Dirigiu a partida o sr. José Moreno, pertencente ao quadro de juízes da F.M.D. com bôa atuação, chegando, mesmo a demonstrar algumas das inovações apresentadas na Copa do Mundo da Suécia, notadamente a marcação por obstrução, que para muitos pareceu estranho.

MAIS DE 600 MIL CRUZEIROS – Muito embora não tivesse sido dado oficialmente a renda da partida, apuramos de que esta ultrapassou a casa dos 600 mil cruzeiros.

A PRELIMINAR – Na preliminar, o Botafogo do Anil serrotou o Selecionado da 2ª. Divisão pela contagem de 3x0, com goals de Irval e Lobinho.

OS QUADROS DA PARTIDA PRINCIPAL – Os dois quadros estiveram assim formados: MARANHÃO: Bacabal; Arlindo, Bel e Mila; Zé e Santos; Nélio, Zézico (Lourival), Hamilton, Laixinha e Novíssimo. BOTAFOGO: Ernane; Cacá (Zé Carlos), Tomé e Nilton Santos; Servilho e Béto; Garrincha (Garrinchinha), Didi (China), Paulinho, Quarentinha e Neivaldo (Edson)"

 Paulinho se apresenta aumento o placar para 2 a 0

 Garrincha marca o primeiro para o Botafogo

 Deputado Vera Cruz Marques, dr. José Waquim e Arias Gumarães, Monsenhor Popp e o sr Gerson Tavares ao lado do botafoguense Didi

 José Lustosa e Benito Neiva quando estrevistavam o meia Didi

Garrinchinha do Botafogo, na época ainda desconhecido do público maranhense