segunda-feira, 30 de julho de 2012

Museu Virtual do Sampaio Corrêa no Facebook

Para quem curte este blog a um tempo, deixo aqui mais um espaço bacana, desta vez do Sampaio Corrêa: o "Museu Virtual do Sampaio Corrêa FC", página do Facebook mantida por mim e um amigo. A quem interessar, segue o link abaixo.


Museu Virtual Sampaio Corrêa F.C.

Sampaio Corrêa em 1965

Registro da formação boliviana em 1965: em pé - Vadinho, Osvaldo, Manga, Maneco, Walfredo e Nivaldo; agachados - Jarbas, Jocemar, Antônio, Peu e Joel.


Geraldo, quarto-zagueiro de fé

Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 02 de Abril de 2001.


Jogar futebol no Norte ou Nordeste, até bem pouco tempo, era como passatempo ou trampolim para conseguir algum emprego na área privada ou pública. A história de Geraldo é bem assim. Pernambucano de Recife, veio para São Luis em busca de aventura, fama e dinheiro. Acabou jogando nas principais equipes da capital maranhense e terminou sendo empregado nas Centrais Elétricas do Maranhão – CEMAR (atual “Companhia Energética do Maranhão”). Gostou tanto da cidade que não voltou mais para sua cidade natal. Recentemente converteu-se ao evangelho e ratificou o que diziam dele nos tempos áureos do tricampeonato conquistado pelo Moto Club (1966/67/68): Geraldo, quarto-zagueiro de fé.
Garra, vontade de vencer, determinação, perseverança, coragem, competência e fé são algumas virtudes de Geraldo Mariano Carneiro Virgílio, pernambucano, nascido em 21 de maio de 1944, no Bairro de Santo Amaro, em Recife. Contrariando os pais, José Vicente Virgílio e Dolarice Carneiro Virgílio, ele perseguiu o sonho de ser atleta profissional de futebol desde cedo. Em 1957, quando estava cm 13 anos de idade, foi treinar nas escolinhas do América de Recife. Já tinha um bom porte físico. Gostava de marcar, dar cobertura aos laterais e distribuir as jogadas de ataque. “Já jogava como um líbero”, acrescenta.
Paralelo à escolinha do América, passou pela peneira do Santa Cruz e jogou em times de Usinas de açúcar, no interior de Pernambuco e pelo Combinado da Vila, um time do Bairro de Santo Amaro. “Foram sete anos nessa vida de mambembe do futebol”.
A primeira oportunidade para jogar profissionalmente apareceu em 1964. “Eu e alguns amigos soubemos que tinha um dirigente maranhense que estava em Recife buscando reforços para o seu time que iria disputar o campeonato de profissionais daquele ano, em São Luis. Quando menos esperava, ele falou comigo e com outros companheiros. Aceitamos as condições e viemos para o Esporte Clube Nacional, que tinha sede na Rua São Pantaleão, no Centro de São Luis. O dirigente que nos trouxe foi o tenente Ferreira Novaes – ex-árbitro de futebol e um apaixonado pelo Nacional”.
Com Geraldo vieram de Recife Bilanga (goleiro), Quincas, Almir, Cio, Oton, Pedrinho, Moacir e Macarrão. Juntaram-se a Escorrega, Polegada, Cícero, Terrível, Elias, Jocemar e Ribamar Raxa (maranhense). Terminaram o campeonato em boa colocação; “Ficamos em terceiro lugar, atrás de Sampaio Corrêa e Moto Club. Ganhamos o direito de representar o futebol maranhense, junto com Sampaio e Moto, no Torneio Maranhão/Piauí daquele ano. Acontece que viraram a mesa na Federação Maranhense de Desportos, acabando por tirar nosso time e colocando o Maranhão Atlético Clube. Alegaram que o MAC ganhou a vaga por ter sido o terceiro colocado em arrecadação e que nos havíamos conquistado o terceiro lugar técnico da competição. A arrecadação valeu mais que o critério técnico”.
Com essa decisão, o Nacional ficou sem jogar e não tinha como faturar para honrar seus compromissos com os atletas. Muitos abandonaram o futebol ou retornaram para Pernambuco. Geraldo foi transferido para o MAC. “Passei um ano lá (1965). Tive o privilégio de jogar ao lado de Lunga e Valdeci (goleiros), Neguinho, Carlindo, Clécio, Croinha, Alencar, Barrão, Zuza, Wilson, Neto, Valdeci (centroavante), Negão e outros...”.
No Nacional e no MAC, Geraldo jogou de cabeça de área. Quando Clécio foi vendido para o América/CE, o técnico maqueano Ênio Silva deslocou Geraldo do meio de campo para a quarta-zaga. “Pronto! Gostei da posição e não sai mais dela. Tinha em mente que por mim só passava um de cada vez, a bola ou o atacante, os dois nunca!”.

 Moto Club na Taça Brasil de 68

Moto em 1968: em pé - Neguinho, Vila Nova, Carlos Alberto, Alzimar, Geraldo e Corrêa; agachados - Baé, Djalma, Pelé, Amauri, Santana e Zezico

Os melhores anos de Geraldo no futebol maranhense aconteceram em 1966/67 e 68, quando estava no Moto Club e levantou o tricampeonato estadual. “Quando cheguei ao Moto, o titular era Avim da Guia, um cracaço de bola. Infelizmente ele se machucou e voltou para o Rio de Janeiro. Professor Rinaldi Maia guindou-me à condição de titular e não dei chance a ninguém”.
Nesse tricampeonato o Moto montou um time inesquecível que ficou junto por três anos: Vila Nova; Paulo, Alzimar, Geraldo e Corrêa; Ronaldo e Ananias; Zezico ou Neto (Peixe Pedra); Hamilton, Amauri e Pelezinho. Ribamar Raxa também fazia parte do grupo que teve três treinadores: Rinaldi Maia, Bero e Marçal Tolentino Serra.

 Papão do Norte em 1969

 Moto Club em 1969. Em pé: Paulo, Paulo Figueiredo, atleta não identificado, Allmeida, Pinto, Osvaldo, Alzimar, Geraldo, Manga e Assis. Agachados: Corrêa, Antônio Chulipa, atleta não identificado, Toca, João Bala, Marcílio, Pelezinho e Cadinho.

Em 1969, aceitou convite da diretoria Sampaina e disputou o campeonato pelo Sampaio Corrêa, que acabou não fazendo nada na competição. O título ficou com o MAC, time que voltou a jogar em 1970, ajudando a conquistar o bicampeonato (1969/70). Em 1971, foi tentar a sorte no Guarani de Sobral/CE. “Fiquei só seis meses e decidi voltar”.
As amizades conquistadas ao longo do futebol valeram o emprego da CEMAR em Janeiro de 1972. Continuou disputando o campeonato de profissionais pelo São José, do amigo Mazinho. Com 28 anos de idade, trocou o futebol profissional pela segurança e estabilidade de um emprego público. Fincou de vez as raízes em São Luis.

Maranhão Atlético Clube, 80 anos


Por volta do dia 10 de setembro de 1932, uma reunião entre vários fundadores e torcedores do Sampaio Corrêa, numa residência na Rua São Pantaleão que funcionava como sede do clube, mostrou algumas dissidências entre fundadores e torcedores que, naquele tempo ainda se misturavam.
Na semana seguinte o clima já não era o mesmo, principalmente para Almir Vasconcelos, também conhecido como “Almir Lapinha”, pai de uma extensa prole que morava na Rua do Passeio, separada da São Pantaleão apenas pela Rua do Norte.


Almir – contam alguns mais antigos, que ouviram falar do problema através dos pais -, resolveu deixar o Sampaio Corrêa e, juntamente com outros dissidentes e “antipatizantes” da “bolívia” realizaram algumas reuniões em dias seguidos. No dia 24 de setembro, de 1932, uma plêiade de jovens fundava o Maranhão Atlético Clube. A história não registra com clareza os nomes desses jovens. Alguns, fazendo as vezes de historiadores, costumam acrescentar nomes que era impossível que estivessem reunidos na noite da fundação do Maranhão. Outros estavam presentes, mas não tiveram seus nomes lembrados pelos “historiadores”.
Pois, entre Almir Lapinha, Carlos Fernandes Dias (Napá), Jayme, Nestor e tantos outros – esses mesmos que a história não registra – foi tomando corpo a idéia da formação de uma diretoria para dirigir os destinos do clube recém-fundado. É também controversa (ou mal contada por quem não estava presente) a ligação do Maranhão Atlético Clube com o animal “BODE”. E, não pretendemos esclarecê-la aqui, agora, porque também não a conhecemos. Alguns querem juntar o bode com a Maçonaria, em virtude da ligação de alguns ex-atleticanos com a secular filosofia de vida e procedimento. Outros, aparentemente de forma equivocada, afirmam que, onde alguns jogadores costumavam fazer as refeições antes dos jogos (Bar do Gregório), o proprietário, de nome Gregório, criava um bode. Outros ainda asseguram que Gregório nem atleticano era. Mas tinha amigos entre os dirigentes do quadricolor e, num dia, incentivado, resolveu levar o bode para o estádio, quando o M.A.C. jogava. O quadricolor saiu de campo vitorioso e alguns resolveram afirmar que o bode dera sorte. O bode do Gregório. Daí, para Bode Gregório foi um salto muito curto e rápido. O fato, entretanto, é que o Maranhão Atlético Clube, também conhecido por M.A.C., quadricolor maranhense, time das quatro cores, Bode Gregório e mais recentemente “Machão da Ilha”, numa corruptela de “Macão”, completa 80 anos de glórias em 2012. Com a feliz proeza de ser o “segundo time” de bolivianos e motenses, o Maranhão Atlético Clube, como de resto todo o futebol profissional maranhense, não atravessa uma fase que sequer se aproxime dos tempos gloriosos de Nicolau Duailibe, Raymundo Silva, Olímpio Guimarães, Nonato Oliveira, Carlos Augusto da Fonseca Mendes, Coronel José Ferreira Goulart, Raul Guterres, Carlos Guterres.


 Formação do Maranhão Atlético Club pouco tempo depois da sua fundação. À frente aparece o goleiro Dico, ao lado de Alfredo e Enes. No centro, vemos Vicente Rêgo, Bonbon e Chaveta. Atrás aparecem Bibi, Amintas, (desconhecido) e Driblador.

 Em 1935, o MAC já estava mais forte. Na foto, tirada no dia 5 de Outubro de 1935, em partida amistosa contra o Paysandu (PA), temos a seguinte formação: em pé - Dico, Belga, Mozabá, Adolfo, Clarindo, Orelha, Grajaú e Amado; agachados - Bibi, Maçaricão, Antônio, Augusto, Fatiguê Driblador.

Hino do Maranhão

Maranhão Atlético Clube
O teu nome é virtude, é luta é grandeza é emoção.
Maranhão bandeira do norte, do nosso esporte és uma consagração.
Maranhão a tua história, em nossa memória sempre há de existir.
Demolidor de cartazes, com os seus onze azes é um astro a aluzir.
Pelas taças que já conquistaste, as contendas que ganhaste, o seu nome cresceu.
És Maranhão esquadrão de quatro cores, reunindo a luz
E a graça de Deus

 
Hino do MAC


Moto Club campeão do Torneio Maranhão-Pará 1972

Esta competição contou com as duas principais equipes de cada Estado, jogando em turno e returno. O título ficou com o MOTO CLUB. Abaixo os dados da competição:

1º TURNO (todos jogos disputados em Belém/PA)

20.02.1972
REMO 3-2 MOTO CLUBE
PAYSANDU 2-0 SAMPAIO CORRÊA
22.02.1972
PAYSANDU 3-4 MOTO CLUBE
REMO 0-0 SAMPAIO CORRÊA
24.02.1972
MOTO CLUBE 3-2 SAMPAIO CORRÊA
PAYSANDU 1-1 REMO


2º TURNO (todos os jogos disputados em São Luís/MA)

27.02.1972
MOTO CLUBE 1-0 REMO
SAMPAIO CORRÊA 2-0 PAYSANDU
29.02.1972
SAMPAIO CORRÊA 1-3 REMO
MOTO CLUBE 2-1 PAYSANDU
02.03.1972
REMO 3-2 PAYSANDU
MOTO CLUBE 0-0 SAMPAIO CORRÊA


CAMPEÃO: Moto Clube (MA)

 Paysandu

 Moto Club na decisão contra o Sampaio Corrêa

  Moto Club campeão do torneio

Sampaio Corrêa

Clube do Remo

Luta livre no intervalo do Superclássico

Sinceramente não sei de onde saiu essa "grande" idéia, mas valeu pelo registro inusitado de uma luta livre entre Claudionor Fontenelle x Hollyfild no intervalo de um Sampaio Corrêa x Moto Club, em um 12 de Outubro de 2004. Só pra registrar, o bom e velho Municipal já foi palco de alguns evento fora do futebol, como shows de cantores e bandas, cultos religiosos e até touradas (década de 1940).


domingo, 29 de julho de 2012

Camisa do Maranhão Atlético Clube de 1989

Camisa utilizada pelo atacante Bacabal do Maranhão Atlético Clube no vice-campeonato maranhense de 1989. Um belo registro!



Moto Club em 1962

Em pé: Bacabal, Baezinho, Ronaldo, Omena, Laxinha e Corrêa; Agachados: Zezico, Casquinha, Hamilton e Nabor


Moto Club 0x2 Vasco da Gama (RJ)

Dois registros do jogo de faixas do Moto Club campeão maranhense de 1960. A partida, realizada no Estádio Nhozinho Santos, aconteceu contra o Vasco da Gama.

  

sábado, 28 de julho de 2012

Torcida Organizada "Os Dragões da Fiel"

A pequena homenagem do Blog "Futebol Maranhanse" à torcida OS DRAGÕES DA FIEL, a primeira e mais antiga organizada do Moto Club de São Luis e que em 2012 completou 30 anos de existência...

HISTÓRIA

Em Março de 1982, reunidos na arquibancada do estádio nhozinho santos, um grupo de fanáticos torcedores do Moto Club, liderados por Aderson José da Silva, sentiam falta de uma facção organizada para incentivar e acompanhar o nosso querido papão do norte nos estádios de futebol em todo o Brasil. Assim foi criada a 1º Torcida Organizada do Estado do Maranhão, " OS DRAGÕES DA FIEL ", sendo os primeiros componentes fundadores, Aderson José da Silva, Jackson Silva, Raimundo Nonato Pereira, Raimunda Lima, Samuel Gadelha Sombra, Biner, Raul, Cicero J.C, Luiz Carlos, Carlos Luiz.


A nossa primeira missão foi fazer um concurso de bandeiras, num total de oito, foi uma grandes festa no castelão na inauguração das bandeiras, jogo Moto 1x0 Sampaio Corrêa. Em seis de junho de mil novecentos e oitenta e dois, foi fundado oficialmente a facção OS DRAGÕES DA FIEL", a pioneira do Maranhão, Tendo sua primeira sede na av. João Pessoa 357, Bairro Jordoa, ficando constituída a sua primeira diretória automaticamente por unanimidade. Presidente Aderson Jose da silva, vice presidente Ubirajara torres, 1º secretária Eliane dos Santos, 2º secretaria Raimunda lima, 1º tesoureiro Leandro Alves, 2º tesoureiro Ericine Coelho Serra. Ficou também estabelecido que a Torcida só seria de caráter filantrópico com o único propósito de ajudar o MOTO CLUB.


Hoje OS DRAGÕES DA FIEL é a maior do Maranhão, tem uma grandes estrutúra, com varias faixas, bandeiras , uma batéria completa, e sua tradicional Bandinha FREI DAMIÃO, comandado pelo Neto, atual Bresidente, temos acompanhado o Papão em outros Estados do Brasil e regiões do Maranhão, sempre fazendo a nossa festa. Este completamos 30 anos em 06/06/2012, com muito orgulho posso dizer, uma vez MOTENSE SEMPRE MOTENSE.






Sampaio Corrêa em 1976

Um belíssimo registro colorido do Sampaio Corrêa em 1976. A formação do time boliviano na foto é a seguinte: em pé - Almir, Dorival, Cabrera, Mendonça, Ferreira e Rosclin; agachados - Itamar, Cabecinha, Bira, Chicão, Bimbinha e Patrocínio (massagista)


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Caneca do Sampaio Corrêa Campeão Brasileiro em 1972

Deixo um registro bacana: uma caneca comemorativa pelo titulo de campeão nacional do Sampaio Corrêa, em 1972. Confeccionada na época o título, foram feitas pouquíssimas unidades (aproximadamente 22 canecas), onde constava gravada o nome do elenco tricolor e alguns dizeres alusivos ao título. A foto foi cedida por Pedro Rodrigo, neto do treinador Marçal Tolentino Serra, que comandou a Bolívia Querida naquele inesquecível título.


Rinaldi Lassalvia Lauletta Maya, um técnico na verdadeira concepção da palavra


Quando ministrava as aulas de Educação Física na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde ministrava as disciplinas de Basquete e Futebol, o professor Rinaldi Maia já demonstrava a sua marca que o tornaria conhecido dentro dos gramados, sobretudo por aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com Rinaldi: seriedade, profissionalismo e pontualidade. Essas são as características do lendário treinador, uma verdadeira expressão do esporte maranhense, com passagens, além do Papão do Norte, por Sampaio Corrêa, Maranhão e Ferroviário. Muitos craques passaram pelas mãos dele. E todos o elogiam pela seriedade e disciplina com que trabalhava.
Nascido a 05 de Fevereiro de 1924, Rinaldi conviveu com o esporte desde cedo e durante toda a sua juventude. Filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e Júlia Lauletta Maia, o jovem Rinaldi iniciou a sua vida dentro do esporte pelo América, clube formado por garotos do 2º ano do Ginásio e que praticava o futebol ainda descalços. Em 1929, o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, chegando mesmo a alcançar o titulo de bi-campeão estudantil invicto, nos anos de 1941 e 1942. Após a sua passagem pelo profissional do Vera Cruz, na Primeira Divisão do nosso futebol, Rinaldi figurou pelo Sampaio Corrêa, atuando como meia-direita e sendo cognominado de ‘Menino de Ouro’ da Bolívia, dada a maneira como defendia as cores auri-rubro-verde. Em 1941, iniciou a sua carreira nas quadras, defendendo as cores do time de basquetebol do Vera Cruz. Em 1942, Rinaldi conquistou três grandes e importantes títulos: Campeão invicto de futebol pelo Sampaio Corrêa; Campeão invicto de futebol pelo Liceu Maranhense e campeão de basquetebol pelo Vera Cruz.

 Moto Club campeão maranhense de 1966, em jogo de faixas contra o Clube do Remo (PA): em pé - Salomão Mattar, Alexandre Francis, Rinaldi Maia, Vila Nova, Campos, Paulo, Alvim da Guia, Alzimar, Laxinha, Corrêa, Baezinho, Ronaldo e Bacabal. Agachados - Baé, Zezico, Nabor, Hamilton, Jocemar, Chico, Pelezinho e Rubens.

No ano seguinte, o jovem foi cursar Educação Física na “Escola Nacional de Educação Física”, no Rio de Janeiro. Voltou dois anos depois, onde já havia abandonado em definitivo o futebol, passando a dedicar-se á sua segunda paixão, o basquete. Entre 1946 e 1948, passou a ser inspetor de Educação Física da Secretaria do Maranhão. Em 1949 partia para exercer a mesma função na Secretaria de Educação do Território de Roraima. Em 1960, de volta a São Luis, passou a trabalhar no Departamento de Educação Física, Esporte e Recreação do Maranhão (DEFER), como treinador e preparador físico. Já em 1974, Rinaldi era professor da UFMA, onde ministrava futebol e basquete como práticas desportivas obrigatórias para os universitários de todos os cursos. Foi Rinaldi, inclusive, um dos responsáveis, ao lado dos professores Dimas e Cecília Moreira, pela implantação do curso superior de Educação Física naquela universidade, que recebeu os seus primeiros alunos desse novo curso em 1978. Era ele, no seu tempo o único treinador do futebol maranhense diplomado pela Escola Nacional de Educação Física e professor de Educação Física. 

Professor Rinaldi Maia (primeiro em pé) com o Moto Club de 1966

Todos os ex-atletas que contribuíram em depoimento pessoal para este trabalho e que treinaram com Rinaldi comentaram sobre a sua postura séria e exigente. Rígido, honesto e extremamente pontual, cobrava de todos os atletas uma postura série e comprometedora. Era o primeiro a chegar aos treinos e o último a sair. Não admitia as famosas farras após os jogos. Quem ele encontrava bebendo recebia um sermão. Ensinava que álcool era inimigo da preparação física. E orientava para a importância do estudo, para que no futuro, quando o futebol passasse, ninguém ficasse sem uma profissão. Tanta determinação com os seus atletas lhe renderam alguns títulos: foi Campeão Maranhense pelo Sampaio Corrêa (1965 e 1975), pelo Moto Club (1966/67), pelo Maranhão Atlético Clube (1969) e pelo Ferroviário (1970). Rinaldi faleceu no dia 20 de Maio de 1984, aos 60 anos. Pai de três filhos, Rinaldi Maia deixou para o desporto maranhense um grande legado, que deve ser seguido por aqueles que almejam sucesso em sua carreira profissional: seriedade, profissionalismo e pontualidade.

Moto Club campeão Maranhense de 1977

Belíssima foto colorida com a formação do Papão do Norte campeão maranhense em 1977. O elenco do Papão naquele ano era formado, basicamente, por Cenilson; Célio Rodrigues, Irineu, Vivico e Bitonho; Tião, Toninho Abaeté e Edmilson Leite; Caio, Paulo César e Alberto.


Carrinho "Carícia", lateral de ferro

Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 25 de Setembro de 2000

Desde garoto, Carlos Alberto França Bezerra sonhava com o futebol. Queria ser jogador profissional. O caminho começou a ser traçado quando disputava a segunda divisão no Renner, time do Bairro do Monte Castelo. Já era conhecido como Carrinho. Fez testes no Ferroviário Esporte Clube, onde acabou profissionalizando-se e foi campeão estadual. Em outras três temporadas defendeu o Maranhão Atlético Clube. Encerrou a carreira aos 32 anos de idade, vestindo a camisa do São José, do bairro do João Paulo. Era um lateral esquerdo que tinha como característica chegar com extrema facilidade e de forma dura, junto aos atacantes, sem ser desleal. Rindo de seu próprio jeito, conta que “acariciava” os adversários. Por causa disso, os companheiros de clube chamavam-no de Carrinho “Carícia”.
O filho mais velho de Geraldo Cantanhede de Bezerra e Laurina Melo França Bezerra, nasceu na cidade de Perimirim, no interior do Maranhão, no dia 14 de abril de 1949. Com dois anos de idade, acompanhou a mudança dos pais do interior para São Luis. Foram morar na travessa do Milagre, no bairro do Monte Castelo. Foi lá que deu seus primeiros chutes em uma bola de futebol. Jogava descalço no campo da Salina juntamente com os amigos Mirinho, Fonseca, Pompeu Preto (que jogou no Sampaio Corrêa) e outros.
Era clara a paixão de Carrinho pelo futebol. O sonho de ser um atleta profissional ficava cada vez mais enraizada na cabeça dele. Inteligente, como sempre, mantinha o sonho, mas não abandonava os estudos.
O garoto baixinho e franzino adorava jogar na ponta esquerda. Corria uma barbaridade. Corria uma barbaridade. Gostava de ir pra cima do adversário. Não tinha medo de pancadas. Apesar de canhoto, gostava mesmo era de preparar a jogada para finalizar com a perna direita.
Com todas essas qualidades, aos 13 anos de idade vestiu a gloriosa camisa do Renner, do Monte Castelo, time dirigido pelo professor Prazeres, conhecido na época como Tourinho. “Quem me levou para o Renner foi o Teodoro, meu amigo e vizinho. Além de me indicar para o melhor time do bairro na época, ele ainda me orientou para que trocasse a ponta esquerda pela lateral direita. Aceitei a sugestão e me dei bem”, conta ele.
Os amigos Mirinho e Fonseca também foram para o Renner. Lá, eles encontraram outros bons jogadores do futebol amador de São Luis e acabaram sendo campeões da segunda divisão.
Carrinho se firmou como lateral esquerdo. Ganhou um pouco de massa muscular e despertou o interesse do Moto Club pelo seu passe. O sonho de ser atleta profissional estava prestes a ser realizado. “Cheguei a treinar no Moto, no antigo estádio Santa Izabel. Só que a diretoria do clube não me dava nem o dinheiro da passagem. Acabei desistindo e não apareci mais”.
Carrinho, que não gostava do Moto por ser boliviano, não ligou para o fato. Continuou jogando pela ilha em times amadores e defendeu a seleção da antiga Escola Técnica Federal do Maranhão, em várias competições em São Luis, no estado e no país, pelos Jogos Escolares Brasileiros do Ensino Médio – JEBEM.
Em 1968, o Ferroviário Espore Clube retomou as atividades como um dos grandes times do futebol profissional do Maranhão. Em um dos treinos, lá estava Carrinho com a juventude de seus 19 anos, além de muita coragem e determinação. No primeiro treino, foi marcar de cara o grande nome do time, Garrinchinha. “Ele foi um dos maiores pontas direitas que vi em toda a minha vida. Um maranhense que nos deu muitas alegrias. No treino, não dei moleza. Chegava fungando no cangote dele. Ao final do treino, Evandro Ferreira, que era o Diretor de Futebol do Ferroviário, virou-se para Garrinchinha e perguntou: e então o que achaste do garoto? Garrinchinha, na minha frente, disse: pode contratá-lo”.
O sonho tornou-se realidade. Carrinho foi elevado à condição de atleta profissional de futebol. Na estreia contra o Sampaio Corrêa, ele teve que marcar Djalma Campos, o grande craque tricolor. “Menino, o homem era liso. Habilidade, tinha de sobra. Eu procurava não dar espaço pra ele. Cho que fui bem, afinal a partida acabou empatada em 1x1”.
Carrinho jogou no Ferroviário por sete anos seguidos, alternando sua participação entre os titulares e reservas das várias formações que o clube teve no período de 1968/75. A campanha de 1973 continua inesquecível. “Nesse ano fomos campeões estaduais. O nosso time era formado com Marcial, Ferreira, Alzimar, Vivico e eu; Jorge Santos, Gojobinha e Carlos Alberto; Seneguinha, Nivaldo e Ozimir. Um belo grupo. Sinto saudade desse tempo”. Ele acrescenta ainda alguns amigos mais chegados da época do Ferrim: Neguinho, Coelho, Miguel, Carioca, Antônio Carlos, Odilon, Mário e Lubumba. Enaltece também o ponta direita Euzébio, que jogou muitos anos no Maranhão Atlético Clube, com quem travava duelos sensacionais que até hoje são relembrados pelas duas torcidas.

Equipe do Ferroviário em 1968. Em pé: Brito, Vivico, Nélio, Negão, Carrinho e Vadinho. Agachados: Garrinchinha, Preto Baldez, Cândido, Hamilton e Esquerdinha

Nessa época ganhou os apelidos de “carícia” e “caricioso”. Os amigos contam que quando perguntavam a ele porque jogava tão duro, a reposta era sempre a mesma: só faço uma “carícia” neles. Levava todos à uma grande gargalhada.
O brincalhão Carrinho, menino pobre que um dia realizou outro sonho com o dinheiro ganho no Ferroviário: comprou uma casa para os pais, na Travessa do Milagre, no Monte Castelo. “Foi ótimo ter jogado no Ferroviário”.
Em 1976 transferiu-se para o Maranhão Atlético Club, onde estavam João, Tataco, Riba, Omero, Soeiro, Bite, Osni, Alcino, Dario, Neco, dentre outros. A passagem pelo MAC durou três temporadas. Por volta de 1978 esteve bem próximo de ir para o seu clube de coração, o Sampaio Corrêa. O destino não quis que ele realizasse mais esse sonho. Acabou assinando com o Vitória do Mar. Três anos depois estava no São José e, finalmente, em 1981, já com 32 anos de idade, parou de jogar profissionalmente. Reverteu a categoria para amador e foi brincar no São Paulo do Bairro da Camboa, voltando às origens.